Buscar

2° CASE - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

AO JUÍZO DE DIREITO DA __ DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE GOIÂNIA, GOIÁS
GISELIA DA SILVA VIANA, brasileira, casada, desempregada, inscrita no RG nº. 3749289 SSP/GO, e no CPF sob o nº. 966.347.311-87, e-mail giselia.silvaviana@gmail.com, telefone: 62-9.9137-8385, residente e domiciliada Rua CPR – 7, quadra 07, lote 20, s/n, casa 02, Residencial Costa Paranhos, Goiânia, Goiás, CEP 74783-05, por meio de sua advogada regularmente constituída (procuração anexo), estabelecida no endereço professional AV. FUED JOSÉ SEBBA, Nº 1.184, QD. 16-A, LT. 01, JARDIM GOIÁS – FONE: (062) 3946-3008 CEP: 74.805-100 GOIÂNIA – GO (art. 77, V, do CPC), vem, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE INFESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM 
pelo procedimento comum em face de WASHINGTON NASCIMENTO LELO, estado civil desconhecido, profissão desconhecida, RG e CPF desconhecidos, filho de Natalina do Nascimento Lelo e João Rosa Lelo, residente e domiciliado em lugar incerto e desconhecido; DAGMAR NASCIMENTO LELO, estado civil desconhecido, profissão desconhecida, RG e CPF desconhecidos, filho de Natalina do Nascimento Lelo e João Rosa Lelo, residente e domiciliada em lugar incerto e desconhecido; FÁTIMA NASCIMENTO LELO, estado civil desconhecido, profissão desconhecida, RG e CPF desconhecidos, filho de Natalina do Nascimento Lelo e João Rosa Lelo, residente e domiciliada em lugar incerto e desconhecido e DIRCE NASCIMENTO LELO, estado civil desconhecido, profissão desconhecida, RG e CPF desconhecidos, filho de Natalina do Nascimento Lelo e João Rosa Lelo, residente e domiciliada em lugar incerto e desconhecido, com fulcro nos art. 319 e 320 do Código de Processo Civil, conforme as razões de fato e direito adiante expostas. 
01 – DOS FATOS
Douto julgador, no ano de 1962, o Sr. João Rosa de Lélo casou com a Sra. Natalina do Nascimento Lélo. Desta união adveio o nascimento de 04 filhos, quais sejam, Washington, Dagmar, Fátima e Dirce. Ademais, por volta dos anos de 1965 e 1966, o Sr. João separou-se de fato da Sr. Natalina e, veio trabalhar na cidade de Ceres, na construção de casas populares.
Foi nesta ocasião que conheceu a Sra. Iracema Maria de Jesus, com a qual se uniu-se com o intuito de constituir família. Desta união adveio o nascimento de dez filhos, quais sejam, 1) Magda de Fátima da Silva (12/11/1967); 2) Maria Cristina da Silva Melo (02/08/1972); 3) Joana D’Arc da Silva Morais (13/01/1973); 4) Adriana Maria da Silva (12/08/1974); 5) Ana Cláudia da Silva (07/05/1976); 6) Giselia da Silva Viana (23/09/1979); 7) Cleber da Silva (04/02/1980); 8) Weliton da Silva (28/07/1983); 9) Keytte Laysa da Silva (28/06/1988); 10) Stefane Karolina de Jesus (17/09/1989). 
Outrossim, com finco de dar maior elucubração em razão dos outros filho/irmãos não comporem o polo passivo, é justamente porque, os mesmo nunca foram registrados, ou seja, os únicos filhos que o Sr. João registrou em vida foram os oriundos do primeiro casamento com a Sra. Natalina, quais sejam: Washington, Dagmar, Fátima e Dirce. 
Assim sendo, diante mão, a requerente informa que solicitará busca nos sistemas conveniados à este juízo, com o fito de ter-se o endereço destes. 
De mais a mais, devido a existência do casamento anterior, pela simplicidade das partes e a dificuldade de acesso ao Judiciário, o Sr. João nunca veio a se divorciar da Sra. Natalina e, tampouco formalizou a união estável com a Sra. Iracema.
O relacionamento do Sr. João e da Sra. Iracema era público e notório, e aquele não mais teve contato com a Sra. Natalina. E, pela simplicidade das partes, o genitor da Requerente não procedeu, em vida, aos registros dos filhos oriundos do relacionamento com a Sr. Iracema. 
Contudo, era inconteste para o Sr. João a paternidade dos filhos tido com a Sra. Iracema. Nessa senda, a não realização do registro foi apenas por simplicidade, desconhecimento da lei e falta de acesso aos órgãos do Poder Judiciário. 
Nesse desiderato, o Sr. João veio a falecer no ano de 1998, nesta época o acesso ao exame de DNA era algo excepcional. Assim, a Requerente não realizou nenhum exame genético com o ‘suposto’ pai em vida, porém conhece pessoas que podem testemunhar a favor desta, informando sobre o relacionamento público e notório existente entre o Sr. João e a Sra. Iracema. Ademais, salienta-se, que até a data do seu falecimento, o Sr. João viveu em união estável com a Sra. Iracema.
Ante esta breve exposição, a requerente postula que seja reconhecida a paternidade de João Rosa de Lélo em face desta requerente, consoante as razões de direito que adiante se expõe. 
02 – DO DIREITO 
02.1 DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA 
Consabido é que, a carta cidadã de 1988 elencou que o estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso, art. 5° LXXIV, CRFB. É justamente diante de tal pressuposto fático e de direito, que a requente postula o deferimento da assistência judiciária, tendo em vista que a mesma se encontra em condição de miserabilidade processual. Portanto, não tem condições de arcar com as custa e despesas processuais sem comprometer à sua renda e de sua família. 
Ademias, o próprio Código de Processo Civil no art. 98, aduziu que a pessoa natural com insuficiência de recurso tem direito à gratuidade da justiça. Posto isto, a requerente colaciona declaração econômico-financeira, e demais documentações hábeis há comprovar o direito à benesse pleiteada. 
Na vista disso, requer o deferimento da assistência judiciária, com o consequente benefício de não arcar com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios, tendo em vista ter a demandante comprovado todos os requisitos do benefício da assistência judiciária, conforme documentação anexada. 
02. DA PATERNIDADE
Em prelóquio, calha salientar que o direito ao reconhecimento de paternidade está assegurado na Constituição da República Federativa do Brasil, bem como possui regulamentação no Código Civil. E, quando não reconhecida a paternidade, poderá o filho pleitear esse direito potestativo. 
À vista disso, Ana Carolina, salienta: 
“A ação de investigação de paternidade tem natureza declaratória e imprescritível, isto é, não prescreve; pode ser proposta a qualquer momento. Os efeitos da sentença que declara a paternidade são os mesmos do reconhecimento voluntário e também “ex tunc”” 
Nesse desiderato, vê-se que pode a parte autora, a qualquer momento, pode requerer o direito de ter reconhecida sua paternidade. Assim sendo, requer que seja declarado a paternidade do Sr. João Rosa de Lélo em face desta requerente. 
Ademais, a lei 14.138/21, a qual acrescenta dispositivo à Lei 8.560/92, traz grandes mudanças no que concerne a investigação de paternidade e o pedido de exames de DNA em parentes consanguíneos do suposto pai, quando este seja falecido. 
Outrossim, consoante narrado, o genitor da requente faleceu em 1998, e, conforme já elencado, o exame de DNA era algo excepcional, diante disso, a requerente não realizou exame genético com o pai em vida. 
Frente o exposto, e fundado no art. 2°-A da lei 8.560/92, em que aduz que na ação de investigação de paternidade, se utilizará de todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos para comprovar a paternidade, requer o exame de DNA dos parentes consanguíneos. 
Assim, requer, em corolário ao art. 2°-A, § 2° da lei 8.560/92. Para tanto, vejamos:
§ 2º  Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará, a expensas do autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando a recusa em presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.  
Frente a isto, vale salientar que, seguindo a inteligência do verbete Sumular n° 301 do STJ, a recusa injustificada dos parentes do suposto pais em se submeterem ao exame induz presunção relativa – juris tantum de paternidade. 
E é justamente nesse sentido que se posicionou o Tribunal do Distrito Federal,na qual reconhece a recusa injustificada de parentes do falecido pais, como presunção relativa de paternidade. Colaciono o julgado: 
 (...)  3 - O exame de DNA, apesar de desejável, não é indispensável, notadamente caso a parte Ré se recuse a se submeter à perícia. Nessa hipótese excepcional, o Juiz não se torna refém do agente recalcitrante. Ao revés, permite-se que o Magistrado, mesmo sem a prova genética, forme a sua convicção com esteio na presunção de paternidade gerada pela negativa da parte Ré, apreciada em conjunto com os elementos de informação reunidos no caderno processual (Lei nº 8.560/1992, art. 2º-A, caput e parágrafo único, c/c arts. 231 e 232 do Código Civil). Inteligência da Súmula nº 301 do Superior Tribunal de Justiça.4 - Conforme entendimento da Corte Cidadã, a presunção de paternidade também opera contra Réus parentes do de cujus Investigado que, no âmbito de investigação post mortem, oponham resistência imotivada à feitura do exame sobre o material genético.5 - No caso, tendo em vista a convergência da prova testemunhal e documental com a presunção legal favorável ao pleito da parte Autora, bem como considerando a postura processual contraditória da parte Ré e a fragilidade dos argumentos defensivos arquitetados, tem-se que o reconhecimento da paternidade é medida de justiça. Preliminar rejeitada. Apelação Cível desprovida. (Acórdão 1255735, 00570689420048070001, Relator: ANGELO PASSARELI, 5ª Turma Cível, data de julgamento: 17/6/2020, publicado no DJE: 24/6/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada)
À vista disto, requer que seja designado o exame de DNA nos requeridos, e caso esses não coadunem com o mesmo, que seja declarada a presunção relativa de paternidade. 
A requente elenca que, como o fito de tornar-se mais cristalino o direito ora requerido, a mesma conhece pessoas que podem testemunhar para comprovar sobre o relacionamento público e notório existente entre o Sr. João e a Sra. Iracema, mãe da demandada. Diante mão, requer que sejam ouvidas as testemunhas para comprovarem o alegado de notório relacionamento público existente entre o Sr. João e a Sra Iracema. 
03 – DA OPÇÃO PELA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO 
Preenchendo o requisito do art. 319, VII, do CPC, a parte autora opta pela realização da audiência de conciliação ou mediação. 
04 – DO PEDIDO E REQUERIMENTOS 
Ante o exposto, pede e quer o autor, à Vossa Excelência: 
A – Que seja julgada totalmente procedente o pedido autoral, resolvendo o mérito da lide, conforme o art. 487, I, do CPC para, conforme os fatos e fundamentos de direito arguidos, declarar a paternidade de João Rosa em face de Gisela da Silva Viana e, em consequência, que seja expedido o competente mandado, para a averbação da sentença junto ao termo de registro de nascimento da Requerente, onde, além do nome do seu genitor, deve ser inserido os nomes dos avós paternos, a saber: Manoel Rosa Lelo e Maria Rita de Jesus, passando ela a chamar-se GISELIA DA SILVA LÉLO VIANA, condenado os demandado em custas e honorários, conforme o art. 82 e art. 85 do CPC;
B - O deferimento da Assistência Judiciária, tendo em vista está balizado o direito da demanda, consoante razões de fato e direito demostrados;
C – Que seja designada à audiência de conciliação ou mediação com antecedência mínima de 30 dias, conforme art. 334 do CPC;
D – A citação dos demandado, por oficial de justiça, no endereço fornecido na qualificação, com antecedência mínima de 20 dias para comparecerem à audiência de conciliação ou mediação ou requer o seu cancelamento, conforme o art. 335, §4° e §5° do CPC; 
E – A produção de todos os meios de prova em direito admitido, elencando desde já, a produção do exame de DNA dos demandados, como também, oitiva de testemunhas com o fito de comprovarem a convivência notória entre Sr. João e a Sra Iracema.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). 
Nesses termos, 
pede e aguarda por deferimento, por ser medida de justiça. 
Dia 08 de setembro de 2021
Dra. Andrea Santiago dos Santos 
OAB/GO 27.429

Mais conteúdos dessa disciplina