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5° PEÇA - AÇÃO DE ANULATÓRIA C

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE .... DO ESTADO DE ....
MICROINFORMÁTICA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ..., correio eletrônico, domiciliada na Rua ..., por seu advogado e bastante procurador, que está subscreve (doc. ....), com escritório profissional na Rua ..., onde recebe notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 300 e 301 do CPC/2015, propor:
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
com PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, contra o Estado X, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ nº ..., com sede na Rua..., de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostas:
I. DO CABIMENTO
 A presente inicial está fundamentada nos Arts. 318 e 319 do Código de Processo Civil de 2015.
II. DOS FATOS
A empresa Microinformática Ltda., teve seus equipamentos, que estavam sendo transportados para utilização de sua produção, apreendidos pela Secretaria de Arrecadação Estadual sob a alegação de que a nota fiscal que os acompanhava não registrava uma diferença de alíquota devida ao Fisco e não teria havido, portanto, o recolhimento do imposto. A empresa Microinformática Ltda. foi autuada e o lançamento do débito realizado.
Entendemos que a medida da autoridade foi abusiva e prejudicial à atividade econômica. A empresa tem urgência na liberação dos equipamentos, pois tem compromissos assumidos. Portanto, não restou outra alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional.
III. DO DIREITO
Da Inconstitucionalidade de apreensão de mercadorias como forma de coagir ao pagamento de tributo – Súmula no 323 do STF.
O procedimento realizado pela Secretaria de Arrecadação Estadual quando da apreensão dos equipamentos sob a alegação de que a nota fiscal que os acompanhava não registrava uma diferença de alíquota devida ao Fisco é inconstitucional. O artigo 5º, XXII, da CF assegura o direito de propriedade, e o artigo 170 da CF, que dispõe sobre a ordem econômica, garante o direito à livre-iniciativa.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existências dignas, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
O STF, na Súmula 323, firmou entendimento no sentido de não admitir a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para o pagamento de tributo. Também, no mesmo sentido, a Súmula nº 70 do STF estabelece não se admitir, como meio coercitivo para a cobrança de tributo, a interdição de estabelecimento.
Por fim, a Súmula 547 do STF, que determina não ser permitido à autoridade proibir o contribuinte em débito de adquirir estampilhas, despachar mercadoria nas alfandegas e de exercer sua atividade profissional.
Súmula 547 - Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
Desta forma, fica mais que comprovada que a apreensão dos equipamentos pela Ré é inconstitucional, pois a mesma usou a apreensão como meio coercitivo para o pagamento de tributo. Fica evidente o abuso de poder, já que a ré não poderia, com base nos dispositivos constitucionais já citados, ter apreendido os equipamentos.
A Constituição Federal assegura expressamente o direito à propriedade como um direito fundamental e também representa autotutela do próprio direito. Portanto, é essencial ao bom direito a liberação dos equipamentos apreendidos indevidamente e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA - Art. 300, CPC/2015
Não resta dúvidas da existência da violação do direito à propriedade e à livre-iniciativa, nos termos dos artigos 5º, XXII e 170 da CF. O perigo de dano irreparável ou de difícil reparação se justifica pelos prejuízos que os equipamentos apreendidos trarão para a Autora, se não forem liberados imediatamente, pois a mesma precisa destes para finalizar uma encomenda.
Presentes os requisitos do artigo 300, CPC/2015, a prova inequívoca, a verossimilhança das alegações e o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, a Autora é merecedora da concessão da tutela de urgência, a fim de liberar os equipamentos apreendidos irregularmente. A prova do alegado está presente conforme demonstrado nos documentos em anexo.
V. DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer:
1) A antecipação dos efeitos da tutela de urgência, pois presentes estão os requisitos do art. 300, CPC/2015, a fim de liberar os equipamentos apreendidos irregularmente e suspender a exigibilidade do crédito tributário, à luz do artigo 151, V, do CTN.;
2) Seja julgada procedente a ação/pedido, a fim de anular o auto de infração eivado de ilegalidade e liberar os equipamentos apreendidos;
3) Requer a designação de audiência e conciliação;
4) Seja deferida a juntada dos documentos que instruem a presente inicial;
5) A condenação dos Réus ao ônus da sucumbência (pagamento das custas processuais e honorários advocatícios);
6) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos (pericial, documental e testemunhal).
 Dá-se à causa o valor de R$ xxx.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local/Dia/Mês/2021
ADVOGADO/OAB

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