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introdução e schistosoma - 2011

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Profa. Susana Frasés Carvajal 
 
susanafrases@biof.ufrj.br 
Laboratório de Ultraestrutura Celular Hertha Meyer - 
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho - UFRJ 
Introdução à Helmintologia 
Helmintologia Geral 
 Reino Animalia: Sub-Reino Metazoa 
 Apresentam 3 filos, sendo dois de importância médica 
 Platyhelminthes 
 Aschelminthes 
Helmintologia Geral 
Helmintos 
Filo 
Platyhelminthes 
Filo 
Acantocephala 
Filo 
Aschelminthes 
Classe trematoda 
Classe cestoda 
Classe nematoda 
Ascaris lumbricoides 
Toxocara canis 
Enterobius vermicularis 
Strongyloides stercoralis 
Ancylostoma duodenale 
Necator americanus 
Trichuris trichiura 
Wuchereria bancroftii 
Onchocerca volvulus 
Taenia sp. 
Echinococcus granulosus 
Hymenolepis sp. 
Fasciola hepatica 
Schistosoma mansoni 
Filo Platyhelminthes 
 Vermes achatados dorso-ventralmente 
 Ausência de celoma 
 Presença de tecido conjuntivo entre os 
órgãos 
 Presença ou ausência de tubo digestivo 
 Ausência de ânus 
 Ausência de aparelho circulatório 
 Sistema excretor protonefrídico 
 Simetria bilateral 
 A maioria hermafrodita 
 Podem ser divididos em 2 classes: 
 Trematoda 
 Cestoda 
 
 Classe Trematoda: Ordem Digenea 
 Endoparasitos 
 Corpo não segmentado 
 Citomembrana - Tegumento (natureza 
sincicial) 
 Órgãos de fixação: ventosas, sem acúleos, 
oral e ventral 
 Não revestimento epitelial nem cutícula 
 Sistema digestivo com fundo cego 
(ausência de ânus) 
 Sistema reprodutor (hermafroditas ou 
dioicos), nervoso e excretor 
Filo Platyhelminthes 
Tegumento de Platyhelminthes, com um 
espinho (E) implantado na camada sincicial, 
e tendo por baixo a camada muscular. Cm, 
células mergulhantes. 
 Classe Cestoda: 
 Endoparasitos 
 Recoberto por cutícula 
 Ausência de órgãos sensoriais 
 Presença de protonefrídeo 
 Geralmente hermafroditas 
 Corpo segmentado:3 regiões 
distintas: 
 Escólex 
 Cólo 
 Estróbilo 
Filo Platyhelminthes 
Escólex 
Colo 
Estróbilo 
 Corpo cilíndrico 
 Não segmentados ou superficialmente 
segmentados 
 Simetria bilateral 
 Pseudocelomados 
 Tubo digestivo completo: esôfago 
diferenciado 
 Aparelho excretor tipo protonefrídia 
 Sistema respiratório e circulatório 
ausentes 
 Sistema reprodutivo: geralmente sexos 
separados 
 Cutícula repousando sobre epiderme 
Filo Aschelminthes 
Schistosoma mansoni 
Esquistossomose 
Schistosoma spp. 
 Os trematódeos da classe Digenea. 
 São parasitos dos plexos venosos da parede intestinal 
ou da bexiga, onde causam inflamação e fibrose. 
 Doença: esquistossomíase 
 As espécies principais para a patologia humana são: 
 S. mansoni: 
 esquistossomíase intestinal ou mansônica 
área endêmica: a única que ocorre no Brasil. 
 S. haematobium: 
 esquistossomíase urinária ou hematóbica 
 áreas endêmicas: África e Oriente Médio. 
 S. japonicum: 
 esquistossomíase japônica 
 áreas endêmicas: Ásia. 
 
 
 Acentuado dimorfismo sexual: 
 
 Macho: 
 1 cm 
 cilíndrica 
 Canal ginecóforo 
 Tegumento revestido de espinhos e 
tubérculos. 
 
 Fêmea: 
 Delgada e cilíndrica 
 Mais longa que o macho 
 Tegumento praticamente liso. 
 
 Ventosas: oral e acetábulo. 
 
Schistosoma mansoni 
 Tegumento: 
 Camada sincicial 
 Revestido por uma dupla 
membrana 
 Glicocálix: rico em carboidratos 
 Presença de tubérculos 
 Camadas musculares: 
movimentação 
 Parênquima: células estreladas 
e líquido intersticial. 
 
Schistosoma mansoni 
 Tubo digestivo: nutrição 
 Sangue que ingerem 
 Pinocitose, através do tegumento. 
 Sistema reprodutor: 
 Masculino: 
 Testículo 
 Canal deferente 
 Vesícula seminal 
 Não há cirro 
 Abre no inicio do canal ginecóforo 
 Feminino: 
 Ovário único 
 Abre-se no poro genital 
 Ovo: 
 Um ovo por vez (300 ovos/dia) 
 6-7 dias para formar embrião: 
 20 dias: ovo atravessa a luz 
intestinal ou morre 
Schistosoma mansoni 
 Ovo: 
 110 a 180 µm de comprimento 
 Possui duplo envoltório: 
 a casca externa: escleroproteínas e 
espinho 
 o corium: envoltório 
 Contém o embrião formado, 
quando eliminado com as fezes. 
 No meio externo, o ovo pode 
sobreviver por 2 a 5 dias. 
 Não suporta a dessecação. 
 
S. mansoni: Formas evolutivas 
Ovo embrionado 
de S. mansoni 
 Miracídio: 
 Meio hipotônico: liberação 
 Revestido por um epitélio ciliado: 
natação circular 
 Glândulas de penetração 
 Esboço de sistema nervoso:papilas 
sensoriais, 
 2 pares de células excretoras: os 
solenócitos 
 Expectativa de vida é curta, devendo 
penetrar em um molusco no mesmo dia 
da eclosão. 
 Fototropismo: natação na superfície 
 
S. mansoni: Formas evolutivas 
 Esquema da organização do 
miracídio de S. mansoni. 
Terebratorio 
 Cercária: 
 Corpo piriforme. 
 Cauda bifurcada (fucocercária). 
 Geotropismo negativo. 
 Ventosas (oral e acetabular) 
 Esboço de tubo digestivo 
 Conjunto de glândulas de penetração 
 Pares de solenócitos. 
 Eliminação: ritmo circadiano, regulado 
pela luz (9-12 h da manhã; pico às 11h) 
 Alto risco de infecção na luz do dia em 
águas estagnadas 
 Período infectante dura cerca de 8 
horas 
 
 
S. mansoni: Formas evolutivas 
 Esquistossômulos: 
 Evolução das cercárias após abandonar a 
cauda. 
 Formas alongadas. 
 Resistem a ação lítica do meio. 
 Os que não foram destruídos na pele 
(local de penetração das cercárias) 
vasos corrente sanguínea 
sistema venoso intra-hepático: ADULTO 
 FÊMEA: acasala amadurece e instala no 
canal ginecóforo. 
 MACHO: Migra sistema porta 
ramos finos do plexo hemorroidário (mucosa 
intestinal): 4ª semana 
 FÊMEA: vasos finos: ovos: migração luz de 
intestino fezes 
 
 
S. mansoni: Formas evolutivas 
Capilares obstruídos por 
ovos 
S. mansoni: Ciclo Biológico 
Esporocistos II que migram para o 
hepatopâncreas ou ovotestis do molusco 
6 semanas ou mais 
A fibrose esquistossomótica 
 Ovos na mucosa sem sair: 
 Reação inflamatória: GRANULOMA. 
 Morto o embrião: multiplicam-se aí os 
fibroblastos 
 começam a depositar fibras reticulares e 
colágeno com igual disposição. 
 Os fibroblastos cessam sua produção de 
colágeno e se tornam simples fibrócitos. 
 As escleroproteínas da casca ovular 
ainda tardam algum tempo para 
desaparecer. 
 O resultado é a formação de uma 
estrutura cicatricial fibrosa. 
 
Restos de um ovo morto de 
S. mansoni envolvido pela reação 
inflamatória granulomatosa. 
 Acúmulo de granulomas: mucosa fibrosada. 
 os vermes passam a ficar instalados mais próximos da submucosa. 
 Vasos de maior calibre:ovos arrastados pela corrente sanguínea do 
sistema porta em direção ao fígado, onde serão retidos nos espaços 
porta. 
 
A fibrose esquistossomótica 
Corte de fígado esquistossomótico 
mostrando zonas claras de fibrose nos 
espaços porta 
Superfície do fígado fibrosado, com 
retração nas áreas de fibrose 
 FASE AGUDA (INICIAL): 
 Local de penetração das cercarias: 
dermatite, com exantema, prurido 
ou manifestações alérgicas locais. 
 Nos pulmões e fígado: inflamação, 
necrose e depois cicatrização. 
 Conforme o número de parasitos: 
febre, eosinofilia, linfadenite, 
esplenomegalia e urticária, 2 a 3 
semanas depois. 
 
 
A Esquistossomíase: Quadros clínicos 
 Dermatite cercariana 
 FASE INTESTINAL: 
 Carga baixa: infecção silenciosa e a acumulação de ovos nos 
tecidos, pequena. 
 Ovos na mucosa do intestino distal: retocolite, com evacuações 
frequentes, tenesmo e ardor ao defecar. 
 FASE HEPATOINTESTINAL: 
 Déficit orgânico por ocasião de sobrecargas fisiológicas 
(alimentares, trabalho exaustivo etc.). 
 Má digestão, sensação de plenitude gástrica pós-prandial,flatulência e inapetência, podendo haver, também, mal-estar, 
nervosismo, desânimo e emagrecimento. 
 O fígado e sobretudo o baço aumentam de tamanho 
 
 
A Esquistossomíase: Quadros clínicos 
 FASE CRÔNICA: 
 Hipertensão da veia porta, 
 Maior esplenomegalia, edemas e 
ascite, bem como circulação colateral 
entre o sistema porta e o das veias 
cavas. 
 Formam-se varizes esofagogástricas e 
há tendência a hemorragias 
(hematêmeses), que podem ser graves. 
 Há desnutrição e o quadro clínico se 
torna mais grave. 
 Em consequência das lesões hepáticas 
e esplênicas, há hipoproteinemia, 
anemia, leucopenia, plaquetopenia e 
deficiência da coagulação. 
 
Paciente desnutrido, com ascite 
e veias dilatadas na parede 
abdominal. 
A Esquistossomíase: Quadros clínicos 
 COPROSCÓPICOS: busca de ovos ou o 
método de eclosão de miracídios. 
 IMUNOLÓGICOS: demonstração da 
presença de anticorpos ou de antígenos 
de S. mansoni no soro, por técnicas 
sorológicas; ou pela intradermorreação. 
 MÉTODO DA DNA POLIMERASE. 
 EXAME HISTOPATOLÓGICO: em amostra 
de biópsia retal. 
 
A Esquistossomíase: Diagnóstico 
 Introduzido no século XVI, onde 
existiam moluscos suscetíveis ao 
parasitismo: 
 Biomphalaria glabrata, 
 B. tenagophila e B. straminea. 
 Áreas endêmicas no Brasil : Rio 
Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Alagoas e Sergipe, 
estendendo-se nos estados da 
Bahia, Minas Gerais e áreas do 
Espírito Santo 
 Focos de transmissão isolados: 
Pará ao Rio Grande do Sul, sendo 
os da Região Sul de formação 
recente. 
S. mansoni: Epidemiologia 
1 ─ Coleções de água doce de caráter permanente 
2 ─ Presença de moluscos do gênero Biomphalaria, 
 No Brasil: B. glabrata, B. straminea ou B. 
tenagophila; 
3 ─ Pessoas infectadas 
4 ─ Pessoas suscetíveis 
5 - Crianças e jovens constituem os grupos de alto risco, 
tanto para poluírem o meio como para se exporem à 
infecção. 
S. mansoni: Fatores de risco 
S. mansoni: Fatores de risco 
Reservatórios não humanos. 
No Brasil: roedores 
Nectomys squamipes 
Holochilus sciureus. 
 Alta eficácia, baixa toxicidade e fácil 
administração estão atualmente em uso: 
 Praziquantel : 40 mg/kg 
 Oxamniquine: 15 mg/kg . Resistências 
 Via oral, em dose única. 
 
A Esquistossomíase: Tratamento

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