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Teorias do Envelhecimento e Capacidade Funcional

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–
 
Teorias do Envelhecimento e 
Capacidade Funcional
As teorias formuladas para explicar o processo do 
envelhecimento são agrupadas em inúmeras formas e 
categorias. De modo geral, todas tentam cobrir os 
aspectos genéticos, bioquímicos e fisiológicos de um 
organismo. As teorias genéticas apresentam 
especulações e evidências sobre a identidade de genes 
responsáveis pelo envelhecimento, acumulações de 
erros na estruturação genética, senescência 
programada e telômeros. As teorias bioquímicas estão 
focadas no metabolismo energético, na geração de 
radicais livres e na taxa de sobrevida associada à saúde 
mitocondrial. As teorias fisiológicas apresentam 
explicações para a senescência associadas ao sistema 
endócrino e o papel dos hormônios na regulação da 
taxa de envelhecimento celular. 
 
Teixeira e Guariento (2010) pontuam que 
frequentemente as teorias do envelhecimento são 
apresentadas em dois grupos: teorias programadas e 
teorias estocásticas. Segundo as observações de 
Weinert e Timiras (2003), as programadas são 
baseadas no conceito de “relógio biológico”, ou seja, 
fenômenos delimitados marcando etapas específicas 
da vida, como crescimento, maturidade, senescência e 
morte. Para esses mesmos autores, as teorias 
estocásticas estão condicionadas a alterações 
moleculares e celulares, progressivas e aleatórias que 
promovem danos nas estruturas biológicas para 
manutenção da vida. 
 
As estruturas celulares são capazes de transformar a 
energia absorvida do ambiente e, em seguida, 
modificar este meio distribuindo calor e outras formas 
de energia. Todas as células, guardadas as devidas 
proporções, são instáveis do ponto de vista 
termodinâmico. Sua organização intrínseca está 
submetida a um contínuo e ininterrupto processo de 
diversos “ataques” aleatórios – estocásticos – que 
podem causar, em cada unidade, uma degradação. 
As teorias de cunho estocástico sugerem que 
fenômenos diversos oriundos dessa desordem 
promoveriam erros em diversos segmentos orgânicos, 
provocando um declínio fisiológico e estrutural 
progressivo. 
• TEORIA DO USO E DESGASTE 
O constructo teórico do uso e desgaste persiste 
até os dias de hoje sob uma ótica principal: quanto 
mais desgaste sofre uma célula, maior é o 
comprometimento em sua habilidade de 
sobrevida. Ao longo do envelhecimento celular 
são observados inúmeros agravos que promovem 
uma limitada capacidade de reparação, a qual, 
com o passar do tempo, é cada vez menor. 
–
 
Hoje, entretanto, essa teoria é totalmente 
discordante das observações práticas. Um 
primeiro item que merece destaque e que fez com 
que a mesma permanecesse como ponto de 
reflexão é a observação de que mesmo animais 
que estão protegidos de lesões ambientais ou 
patologias secundárias não apenas envelhecem, 
como também falham em exibir qualquer melhora 
no tempo máximo de vida. Outra questão 
relevante é que muitos dos danos supostos pelo 
uso e desgaste são mudanças que dependem 
apenas do tempo e não podem ser os elementos 
causais do envelhecimento por si sós. 
 
• TEORIA DAS MODIFICAÇÕES PROTEICAS 
O estudo do envelhecimento e a análise do 
genoma em espécies com vida curta como 
nematódeos (Caenorhabditis elegans), moscas 
(Drosophila melanogaster) e ratos permitiram à 
ciência melhor compreensão das alterações 
associadas a lesões em macromoléculas como 
DNA, proteínas e lipídios. RNA (ácido ribonucleico) 
e proteínas devem ser sintetizados regularmente. 
 
A produção de proteínas ocorre em duas fases: 
transcrição do gene que envolve a produção de 
RNA mensageiro (mRNA), seguido de translação 
da mensagem para a produção de proteína. Para 
aquelas células que estão em replicação, 
dividindo-se há um terceiro passo, a replicação do 
DNA, que precede as duas etapas anteriores. Erros 
podem ocorrem em qualquer uma dessas etapas. 
Quando eles ocorrem, genes defeituosos, mRNA e 
proteínas são produzidos de modo inadequado 
e/ou defeituosos. 
 
Champion (1942) postulou que modificações pós-
traducionais poderiam ser disseminadas e, assim, 
esse fenômeno ser um mecanismo plausível de 
envelhecimento. 
 
Exemplos de proteínas que apresentam algumas 
das alterações sugeridas são o colágeno e a 
elastina. Constituintes essenciais do tecido 
conjuntivo e de suma importância para os 
mamíferos, elas sofrem um declínio gradual de 
suas funções, trazendo diversas repercussões na 
habilidade funcional desses organismos. Na pele, 
é observada redução do tônus e maleabilidade; no 
aparelho cardiovascular, alterações nas camadas 
arteriais, traduzindo-se, ao envelhecimento, no 
aumento da pressão sistólica. O colágeno isolado 
de mamíferos mais velhos é mais difícil de ser 
digerido enzimaticamente e, apesar de continuar 
seu processo de degradação quando armazenado 
in vivo, há uma forte sugestão de que suas ligações 
cruzadas sejam diferentes do organismo jovem. 
 
Outra importante observação é que a atividade 
proteica parece ficar mais lenta com o 
envelhecimento. As vias citoplasmáticas de 
degradação expressam um processamento 
inadequado de proteínas. Estas proteínas pós-
tradução tornam-se anormais e se acumulam, e, 
com o passar do tempo, sua taxa de degradação 
diminui. 
• TEORIA DA MUTAÇÃO SOMÁTICA E DO 
DANO AO DNA 
Nesta teoria a ideia principal é que fatores 
orgânicos poderiam causar alterações específicas 
na composição do DNA e nas células somáticas. 
Falha na reparação ou anomalias existentes 
promoveriam “golpes” aleatórios que 
comprometeriam a expressão de grandes regiões 
cromossômicas ou mesmo cromossomos inteiros 
(Arking, 2008). Como consequência, a expressão 
inadequada de suas funções promoveria o 
envelhecimento celular. Inúmeros estudos 
apontam a importância do reparo do DNA na 
velocidade do envelhecimento. 
De forma constante, o DNA celular sofre mais de 
10.000 lesões oxidativas. Se não existissem 
mecanismos de reparo e regulação adequados, a 
alteração das bases nitrogenadas na dupla-hélice 
ocasionaria erros na transcrição e tradução 
proteicas, formando produtos inadequados e 
inviabilizando a vida da célula. 
O DNA pode sofrer dois tipos diferentes de 
agressões: mutações e danos. Diferentes entre si, 
o primeiro refere-se a mudanças nas sequências 
de polinucleotídios, em que as bases nitrogenadas 
sofrem deleções, acréscimos, substituições ou 
rearranjos. O exemplo clássico é a anemia 
falciforme. A hemoglobina é doente, pois houve 
uma substituição do nucleotídio no gene beta-
hemoglobina, que codifica esta proteína trazendo 
consigo toda sua repercussão na captação de 
oxigênio. O dano de DNA, por outro lado, refere-
se a qualquer uma das muitas alterações químicas 
dentro da estrutura bi-helicoidal da molécula. 
–
 
Pode ser causado tanto por fontes exógenas como 
endógenas, com alterações que modificam ou 
quebram a dupla-hélice ao produzirem 
irregularidades estruturais no DNA. Os dois 
poderiam interferir na expressão gênica e foram 
postulados também como possíveis mecanismos 
do envelhecimento, uma vez que existem 
correlações significativas entre a taxa de 
reparação de DNA e o tempo de vida em diversos 
organismos. 
• TEORIA DO ERRO CATASTRÓFICO 
Em seu constructo, a teoria do erro catastrófico 
apresenta que, ao longo dos anos, erros aleatórios 
e constantes poderiam construir alterações 
drásticas nas atividades enzimáticas, levando à 
limitação do funcionamento celular e, em nível 
macro, de todo o organismo. 
Devido a sua alta habilidade de adaptação, as 
células são capazes de se reorganizar, construindo 
e destruindo elementos constituintes para uma 
melhor nutrição e respostas diante de agentes 
estressores. Assim, se uma proteína defeituosa é 
produzida, rapidamente é clivada e substituída por 
uma cópia saudável. A teoria inicialmente se 
baseou na identificação de possíveis erros 
fundamentados nos peptídios. Entretanto, a 
ciência ainda questiona se alterações poderiam 
também ser observadas no próprio genoma, na 
regulação específica da expressãogênica, 
postulando bases para reforçar essa possível 
teoria. 
Na teoria do erro catastrófico, o funcionamento 
incorreto de elementos da síntese proteica foi 
proposto como modelo de observação. 
• DESDIFERENCIAÇÃO 
Esta teoria baseia-se no conceito de que as células 
diferenciadas têm a habilidade de repressão 
seletiva da atividade de genes desnecessários para 
a sobrevivência. Nessa hipótese, o 
envelhecimento normal ocorreria pelo fato de 
essas células desviarem-se de seu processo de 
diferenciação. Mecanismos estocásticos 
promoveriam ativação ou repressão gênica, 
causando síntese inadequada de proteínas ou 
mesmo a síntese de proteínas desnecessárias, 
que, com o tempo, diminuiriam a atividade celular 
e, em consequência, causariam a morte. Richard 
Cutler, em 1985, cunhou o termo 
“desdiferenciação” para indicar esse processo e 
sugeriu que a consequente falta de um controle 
gênico rigoroso poderia resultar em produção de 
proteínas sintetizadoras, além de outras 
características de seu estado diferenciado (Arking, 
2008). A suposição é que modificações aleatórias 
poderiam ocorrer no aparato de regulação gênica, 
resultando em mudanças na sua expressão 
(Cunha, 2011). 
• DANO OXIDATIVO E RADICAIS LIVRES 
Evolutivamente, os organismos aeróbicos 
dependem do oxigênio para produção de energia. 
Em última instância, a utilização da glicose produz 
energia na forma de trifosfato de adenosina (ATP). 
Entretanto, apesar de essencial para a 
manutenção da vida aeróbica, o oxigênio é capaz 
de causar danos por oxidação, ou seja, retirar 
elétrons de substâncias inorgânicas ou mesmo de 
moléculas orgânicas como DNA, proteínas e 
lipídios, causando instabilidade celular. As 
espécies reativas de oxigênio são geradas de 
forma fisiológica, e aproximadamente 90% delas 
são produzidas por mitocôndrias no processo de 
fosforilação oxidativa. Em situações em que há 
falta de mecanismos contrarreguladores, a célula 
entra em desequilíbrio. 
A teoria do dano oxidativo foi proposta por 
Denham Harman em 1957. Ela postula que o 
envelhecimento seria consequente aos efeitos 
deletérios das espécies reativas de oxigênio nas 
organelas citoplasmáticas. 
–
 
A teoria de radicais livres é também dividida em 
hipóteses associadas, especialmente no papel 
desempenhado por algumas organelas 
citoplasmáticas e nos tipos de danos sob algumas 
moléculas durante o envelhecimento. Mutações 
no DNA mitocondrial acelerariam as lesões 
oriundas dos radicais livres através da introdução 
de componentes enzimáticos na cadeia de 
transporte de elétrons na crista mitocondrial. 
Hipóteses também sugerem que os radicais livres 
promovem oxidação de proteínas que se 
acumulam nas células e, uma vez que elas têm 
reduzida capacidade de degradação, causam, a 
longo prazo, disfunções moleculares e falência da 
célula. 
As teorias sistêmicas tentam, de certa forma, 
agrupar o processo de envelhecimento de maneira 
encadeada e organizada. Para este conjunto de 
teorias, o envelhecimento estaria relacionado com 
o declínio dos sistemas orgânicos desencadeado 
pela inabilidade de comunicação e adaptação inter 
e intracelular do ser vivente com o ambiente em 
que ele vive. 
• TEORIAS METABÓLICAS 
Em seus primórdios, as teorias metabólicas 
envolveram um perfil prático da observação 
cotidiana. Animais de grande porte possuem, 
geralmente, maior sobrevida que animais 
pequenos. Juntamente às teorias de restrição 
calórica e de consumo energético, em 
observações inicialmente feitas no século 19, a 
premissa pontuada foi que a taxa metabólica de 
um organismo era inversamente proporcional a 
seu peso corporal. Desse modo, longevidade e 
metabolismo estariam ligados por um nexo causal 
em que taxas metabólicas elevadas promoveriam 
ou estariam associadas a um tempo de vida curto. 
• TEORIAS GENÉTICAS 
As teorias genéticas afirmam que modificações na 
expressão gênica seriam responsáveis pelas 
alterações observadas nas células senescentes. 
Nas últimas décadas, achados contundentes 
mostraram que nossos genes têm um papel crucial 
no tempo que uma célula poderá viver (Panno, 
2005). O papel da Biogerontologia é tentar 
compreender como esses genes interagem com os 
fenômenos ambientais, emocionais e alimentares, 
bem com o estilo de vida, determinando aumento 
ou diminuição da velocidade do envelhecimento 
celular. 
• TEORIAS NEUROENDÓCRINAS E 
IMUNOLÓGICAS 
O postulado das teorias neuroendrócrinas é que o 
envelhecimento seria decorrente de alterações 
ocorridas nas funções neurais e endócrinas, 
notadamente no sistema hipotálamo-hipófise-
adrenal. Este sistema alterado limitaria a 
integração das funções orgânicas específicas, 
levando à degradação das funções homeostáticas. 
A hipótese de alguns autores é que o 
envelhecimento seria o resultado da redução da 
habilidade adaptativa do organismo ao estresse 
por uma queda da resposta simpática. Seja pela 
diminuição dos receptores de catecolaminas, pelo 
declínio de proteínas responsáveis pela resistência 
ao estresse (heat shock proteins) ou mesmo pela 
diminuição da habilidade das catecolaminas como 
indutoras de formação proteica, traduziriam-se, 
com o envelhecimento, em mecanismos de 
contrarresposta inadequada do eixo central e 
periférico, apresentando inúmeras limitações nos 
feedbacks e causando, com isso, a senescência. 
 
 
–
 
• EPIGENÉTICA 
A epigenética é conceituada como um conjunto de 
modificações no genoma que são herdadas pelas 
gerações subsequentes, mas que não alteraram a 
sequência do DNA. De forma bastante 
interessante a ciência tem apresentado que 
variações não genéticas (ou epigenéticas) 
apresentadas por determinado organismo ao 
longo de sua vida podem ser passadas aos seus 
descendentes. Hábitos de vida e até mesmo o 
ambiente social podem modificar o 
funcionamento celular. Esses efeitos são 
secundários a determinadas modificações pós-
transcricionais do DNA 
• APOPTOSE 
A apoptose ocorre normalmente durante o 
desenvolvimento dos organismos, assim como na 
manutenção da homeostase de tecidos e células. 
Diferentemente do processo de necrose, sem 
envolvimento de gasto de energia, a apoptose 
envolve uma cascata de eventos moleculares 
bastante complexos caracterizada por alterações 
bioquímicas e morfológicas, como condensação e 
fragmentação nuclear, perda das moléculas de 
adesão da membrana ou mesmo da matriz 
extracelular. 
A capacidade funcional é definida como a aptidão 
do idoso para realizar determinada tarefa que lhe 
permita cuidar de si mesmo e ter uma vida 
independente em seu meio. A funcionalidade do 
idoso é determinada pelo seu grau de autonomia 
e independência, sendo avaliada por instrumentos 
específicos. 
• ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA 
(ABVD) 
As atividades básicas de vida diária (ABVD) são 
aquelas que se referem ao autocuidado, ou seja, 
são as atividades fundamentais necessárias para 
realizá-lo: tomar banho, vestir-se, promover 
higiene, transferir-se da cama para a cadeira e 
vice-versa, ter continência, capacidade de 
alimentar-se e deambular. A incapacidade de 
executar estas atividades identifica alto grau de 
dependência e exige uma complexidade 
terapêutica e um custo social e financeiro maior. 
 
As escalas utilizadas baseiam-se em informações 
dos pacientes e dos cuidadores e devem ser 
simples e de rápida avaliação, podendo ser 
utilizadas por todos os membros da equipe 
interdisciplinar. 
As escalas mais utilizadas para avaliação das 
atividades básicas de vida diária (ABVD) no nosso 
meio são a Escala de Katz e o Índice de Barthel. 
A Escala de Katz está incluída na maioria das 
avaliações multidimensionais. Sua elaboração é 
baseada na conclusão de que a perda funcional 
segue um padrão igual de declínio, isto é, primeiro 
se perde a capacidade de banhar-se, seguida pela 
incapacidade de vestir-se, transferir-se e 
alimentar-se e, quando há recuperação, ela ocorre 
em ordem inversa. Esta escala, que foi proposta 
em 1963 para avaliar pacientes internados e 
posteriormenteadaptada para a comunidade, tem 
a grande limitação de não avaliar o item 
deambulação. Apresenta adaptação transcultural 
para o Brasil, o que facilita o seu uso de forma 
adequada em nosso meio. 
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Outra escala muito utilizada mundialmente é o 
Índice de Barthel para avaliação da independência 
funcional e mobilidade. Avalia dez funções: 
banhar-se, vestir-se, promover higiene, usar o 
vaso sanitário, transferir-se da cama para cadeira 
e vice-versa, manter continências fecal e urinária, 
capacidade para alimentar-se, deambular e subir e 
descer escadas. Essa escala permite ainda uma 
gradação mais ampla na classificação da 
dependência, indo desde a dependência total (0 
ponto) até independência máxima (100 pontos). 
Originalmente, foi desenvolvida para avaliar o 
potencial funcional e os resultados do tratamento 
de reabilitação dos pacientes vítimas de acidente 
vascular encefálico (AVE), mas mostrou-se muito 
útil na avaliação de idosos em geral. Foi validada 
no Brasil para idosos em atendimento 
ambulatorial. 
 
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• ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DA VIDA 
DIÁRIA (AIVD) 
Para uma vida independente e ativa na 
comunidade, executando as atividades rotineiras 
do dia a dia, o idoso deve usar os recursos 
disponíveis no meio ambiente. O conjunto dessas 
atividades foi denominado atividades 
instrumentais da vida diária (AIVD). Estão 
relacionadas com a realização de tarefas mais 
complexas, como arrumar a casa, telefonar, viajar, 
fazer compras, preparar os alimentos, controlar e 
tomar os remédios e administrar as finanças. De 
acordo com a capacidade de realizar essas 
atividades, é possível determinar se o indivíduo 
pode ou não viver sozinho sem supervisão. 
A escala de Lawton é uma das mais utilizadas para 
avaliação das AIVD e foi desenvolvida avaliando 
idosos da comunidade em 1969. A pontuação 
máxima é de 27 pontos, correspondendo à maior 
independência, enquanto a pontuação mínima de 
9 pontos relaciona-se à maior dependência. Em 
algumas circunstâncias, deve ser relevada a 
incapacidade de uma pessoa realizar tarefas para 
as quais não tenha habilidade, como cozinhar, por 
exemplo, prejudicando a análise de sua 
independência. Esta escala não está validada em 
nosso meio. 
 
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Outra escala muito utilizada para avaliação das 
atividades instrumentais é o Questionário de 
Pfeffer para as Atividades Funcionais. Proposto em 
1982, comparou idosos sadios com os que 
possuíam déficit cógnitivo, portanto tem grande 
importância no diagnóstico e acompanhamento 
das demências. Apesar de ainda não estar validado 
em nosso meio, é muito utilizado para avaliar se o 
déficit cognitivo é acompanhado de limitações 
funcionais. A versão mais utilizada em nosso meio 
é a que foi empregada no Projeto SABE. 
–
 
 
 
• ATIVIDADES AVANÇADAS DE VIDA DIÁRIA 
(AAVD) 
As atividades avançadas de vida diária (AAVD) são 
as atividades cotidianas, voluntárias específicas 
para cada indivíduo e influenciadas por fatores 
socioculturais, educacionais e motivacionais. São 
mais complexas que as atividades básicas e as 
instrumentais e não estão incluídas na avaliação 
funcional do idoso de forma sistematizada. 
Os exemplos são dirigir automóvel, praticar 
esportes, pintar, tocar instrumento musical, 
participar de serviços voluntários ou atividades 
políticas, entre outras. Essas atividades não são 
fundamentais para uma vida independente, 
porém, demonstram maior capacidade e podem 
contribuir para melhor saúde física e mental e, por 
conseguinte, melhor qualidade de vida. São 
importantes para avaliação de programas de 
promoção à saúde e reabilitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA: TRATADO DE GERIATRIA

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