Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
 Plano de Aula: 11 - Telencéfalo FUNDAMENTOS DE NEUROANATOMIA TÃtulo 11 - Telencéfalo Número de Aulas por Semana 4 Número de Semana de Aula 11 Tema Unidade 8 - Telencéfalo Objetivos Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de: ·  Identificar os núcleos da base e compreender suas funções; ·  Compreender a divisão citoarquitetônica do córtex cerebral (áreas de Brodmann); ·  Identificar as principais áreas sensitivas, motoras e da linguagem do cérebro; ·  Compreender a localização e as funções da área pré-frontal; ·  Compreender e identificar as principais artérias do cérebro e seus territórios de irrigação. Estrutura do Conteúdo Unidade 8 – Telencéfalo:  8.5. Núcleos da base: São massas nucleares dispostas na substância branca dos hemisférios cerebrais. Estas estruturas estão primariamente relacionadas ao controle da postura e do movimento. Os principais componentes são o núcleo caudado e o núcleo lentiforme, este último é formado pelo putame e pelo globo pálido. O corpo amigdalóide era listado como um dos núcleos da base em função da sua localização e origem embriológica, entretanto, funcionalmente ele é muito diferente e faz parte do sistema lÃmbico.  8.6. Córtex cerebral: O córtex cerebral é uma fina camada de substância cinzenta que reveste o corpo medular do cérebro e corresponde a uma das partes mais importantes do sistema nervoso. No córtex cerebral chegam impulsos provenientes de todas as vias sensitivas e aÃ, tornam-se conscientes e são interpretadas. Do córtex cerebral saem os impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos voluntários, além de estar relacionado com os fenômenos psÃquicos.  8.6.1. Classificação das áreas corticais: O córtex cerebral não é homogêneo em toda sua extensão, permitindo a individualização de várias áreas, o que pode ser feito com critérios anatômicos, filogenéticos, estruturais e funcionais. A classificação segundo critérios anatômicos baseia-se na divisão do cérebro em sulcos, giros e lobos, já vistos. Daremos ênfase à classificação estrutural e funcional.  Classificação estrutural do córtex cerebral: Muitos pesquisadores tomando como base diversos parâmetros diferentes (espessura do córtex cerebral, espessura das lâminas do córtex cerebral, tipos celulares de cada lâmina, densidade celular em cada lâmina, laminação de células nervosas) dividiram o córtex cerebral em 20 a 200 áreas diferentes, dependendo do critério utilizado. A classificação mais utilizada é a de Korbinian Brodmann, publicada em 1909, que contém 52 áreas citoarquitetônicas numeradas pela ordem em que foram estudadas. Estas áreas são conhecidas como “áreas de Brodmannâ€�.  Classificação funcional do córtex cerebral: Podemos dividir o córtex cerebral, de forma esquemática, em áreas de projeção e áreas de associação. Ã�reas de projeção são as que recebem ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com a sensibilidade ou motricidade. As demais áreas são consideradas de associação e, de modo geral, estão relacionadas a funções psÃquicas complexas. As áreas de projeção estão ligadas diretamente à sensibilidade e à motricidade, e são consideradas áreas primárias. As áreas de associação podem ser secundárias ou terciárias. As áreas de associação secundárias ainda mantém uma relação indireta com a sensibilidade e a motricidade. As áreas de associação terciárias não se ocupam mais do processamento motor ou sensitivo, mas estão envolvidas com atividades psÃquicas superiores como, por exemplo, a memória, os processos simbólicos e o pensamento abstrato. A lesão destas áreas causa alterações psÃquicas sem qualquer conotação motora ou sensitiva.  8.6.2. Ã�reas de projeção (áreas primárias): Ã�rea somestésica (sensitiva geral): é a área da sensibilidade somática geral e está localizada no giro pós-central, correspondendo à s áreas 1, 2 e 3 de Brodmann.  Ã�rea visual: localiza-se nos lábios do sulco calcarino, correspondendo à área 17 de Brodmann.  Ã�rea acústica (auditiva): corresponde à s áreas 41 e 42 de Brodmann, localizando-se no giro temporal transverso anterior.  Ã�rea olfatória: uma área pequena situada na parte anterior do unco e do giro para-hipocampal. Próximo ao córtex olfatório está o córtex entorrinal (área 28 de Brodmann), considerado uma área olfatória de associação ou secundária.  Ã�rea gustatória: é a área receptora cortical para o paladar, corresponde à área 43 de Brodmann e localiza-se na extremidade inferior do giro pós-central adjacente à área sensitiva geral para a lÃngua.  Ã�rea motora primária: corresponde á área 4 de Brodmann e está localizada no giro pré-central. No homem, a área 4 de Brodmann dá origem à maior parte das fibras dos tratos corticospinal e corticonuclear, principais responsáveis pela motricidade voluntária.  8.6.3. Ã�reas de associação (áreas secundárias): São áreas que geralmente se encontram justapostas à s áreas primárias correspondentes. As áreas de associação secundárias sensitivas são: a área somestésica secundária (áreas 5 e 7 de Brodmann), área visual secundária (áreas 18, 19, 20, 21 e 37 de Brodmann) e a área acústica secundária (área 22 de Brodmann). As áreas de associação secundárias motoras são: a área motora suplementar (área 6 de Brodmann), área pré-motora (área 6 de Brodmann) e a área de Broca (áreas 44 e 45 de Brodmann). Daremos ênfase apenas à área de Broca no item 8.6.5. “áreas corticais da linguagemâ€�.  8.6.4. Ã�reas de associação (áreas terciárias): São áreas que ocupam o topo da hierarquia funcional do córtex cerebral. Não se relacionam isoladamente com nenhuma modalidade sensorial. Recebem e integram as informações sensoriais já elaboradas por todas as áreas secundárias e, também, são responsáveis pela elaboração das diversas estratégicas de comportamento. Estas áreas são: a área pré-frontal, a área temporoparietal e as áreas lÃmbicas.  Ã�rea pré-motora: compreende a maior parte do lobo frontal (não motora). Em humanos, ocupa cerca de ¼ da superfÃcie do córtex cerebral. Através de suas conexões com córtices de associação de outros lobos e com o hipotálamo, tálamo medial e corpo amigdalóide, o córtex pré-frontal recebe informação de todas as modalidades sensitivas, assim como sobre estados motivacionais e emocionais. Esta área está envolvida nas seguintes funções: (1) escolha de opções e estratégias comportamentais adequadas à situação fÃsica e social do indivÃduo; (2) manutenção da atenção e capacidade de seguir sequências ordenadas de pensamentos; (3) controle do comportamento emocional. Pacientes com lesão do córtex pré-frontal exibem um ou mais dos seguintes sintomas: deficiência da tomada de decisão, desinibição social, impulsividade, hiperfagia, falta de planejamento, emoção limitada, ausência de empatia, incapacidade de completar tarefas e ausência de conscientização ou interesse.  Ã�rea temporoparietal: compreende o lóbulo parietal inferior, ou seja, os giros supramarginal e angular, estendendo-se também à s margens do sulco temporal superior e parte do lóbulo parietal superior. É uma área importante para a percepção espacial e também para que se tenha uma imagem das partes componentes do próprio corpo.  Ã�reas lÃmbicas: as áreas corticais lÃmbicas de associação compreendem o giro do cÃngulo, o giro para-hipocampal e o hipocampo. Essas áreas, relacionadas principalmente com a memória e com o comportamento emocional, integram o sistema lÃmbico e serão estudadas na Unidade 9.   8.6.5. Ã�reas corticais da linguagem:Ã�rea de Wernicke (área sensitiva da linguagem): situa-se na junção entre os lobos temporal e parietal e corresponde à área 22 de Brodmann. Está relacionada basicamente à compreensão da linguagem falada.  Ã�rea de Broca (área motora da fala): corresponde à s áreas 44 e 45 de Brodmann, localizadas nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior do hemisfério cerebral dominante, que em 95% dos indivÃduos é o esquerdo. Na área de Broca é formulado um programa de coordenação para a vocalização. Os elementos do programa são transmitidos à s áreas da face, lÃngua, pregas vocais e faringe no córtex motor para a execução da fala. A área de Broca também está conectada à área motora suplementar, relacionada à inicialização da fala.  8.7. Circulação cerebral: A irrigação do encéfalo é proveniente das artérias carótidas internas e das artérias vertebrais (que se unem para formar a artéria basilar), originadas no pescoço. Na base do crânio essas artérias formam um polÃgono anastomótico chamado de cÃrculo arterial do cérebro, de onde saem as principais artérias para a irrigação cerebral.  Artérias que formam o cÃrculo arterial do cérebro: ·  Carótida interna; ·  Cerebral anterior; ·  Comunicante anterior; ·  Cerebral média; ·  Comunicante posterior; ·  Basilar; ·  Cerebral posterior.  A drenagem venosa ocorre através de veias do sistema venoso superficial e profundo que drenam o sangue para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares internas.  8.8. Correlações anatomoclÃncas: Exemplos anatomoclÃnicos relacionados com o conteúdo dessa unidade. Aplicação Prática Teórica Textos: 1.  VAN DE GRAAFF. Anatomia Humana. 6. ed. Barueri, SP: Manole, 2003 (CapÃtulo 11, p. 372-373); 2.  DÂNGELO; Fattini. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu,     2007 (CapÃtulo 5, p. 363-371); 3.  AFIFI; Bergman. Neuroanatomia Funcional texto e atlas. 2. ed. São Paulo: Roca, 2007 (CapÃtulos 13, 17, 18, 27 e 28); 4.  MACHADO. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1993 (CapÃtulos 10, 26 e 27); 5.  MENESES. Neuroanatomia Aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 (CapÃtulos 19 e 22); 6.  CROSSMAN; Neary. Neuroanatomia ilustrada. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 (CapÃtulos 7, 13 e 14); 7.  CTA-SBA. Terminologia Anatômica Internacional. São Paulo: Manole, 2001 (p. 101, 150-159).
Compartilhar