TÉCNICAS OPERATÓRIAS VETERINÁRIA – 01/06/2021 ORQUIECTOMIA EM CÃES E GATOS · Remoção cirúrgica dos testículos, junto com epidídimos e parte dos cordões espermáticos · Orqui = testículo; Ectomia = extirpação · É necessário fazer essa cirurgia pra evitar a superpopulação canina/felina, evitar câncer de próstata, testículo, diminuir a agressividade (porém se ele tiver 10 anos de idade, dificilmente ele mudará seu comportamento) e melhorar o comportamento (geralmente quando o cão/gato for mais novo) · Indicações para efetuar a orquiectomia, tanto para cães como para gatos, são as eletivas (citada acima) e terapêuticas como Neoplasia testicular, Criptorquidismo (não é fértil, mas produz hormônios, então é indicado por isso), Orquite crônica, Epididimite, Traumatismo escrotal ou testicular grave (atropelamento, queda), Hérnia perineal e Doenças de próstata (aumento de próstata benigno, só por conta dos hormônios, é indicado, e tumor de próstata também). Depende sempre de cada caso, e deve ser avaliado em conjunto · Castrar animal muito novo, não é indicado porque não estará com seu desenvolvimento completo, principalmente gato macho que pode ter obstrução uretral PRÉ-OPERATÓRIO · Anamnse, de forma criteriosa, investigando idade, histórico do paciente sabendo se é vermifugado, vacinado e se teve alguma doença, possui ou não alguma doença crônica, alguma alteração durante a anestesia, motivo da castração, urina está normal ou não porque em casos de machos pode ter problema na próstata e urinar sangue · Exame físico geral, verificando cardíaco (auscultando), respiratório (auscultando), mucosas, linfonodos, temperatura, condição da pele, escore corporal · Exame físico especifico, avaliando o sistema reprodutor, verificando se possui os dois testículos na bolsa escrotal ou se é criptoquirda, tamanho do testículo, mucosa genital, se possui ou não lesão, apalpação retal para verificar o aumento ou não da próstata · Exames complementares, como no caso do criptoquirda, verificar onde o testículo está e fazer uma ultrassonografia, para que possa abrir encima do local do testículo. Exames de sangue, que consiste em hemograma, função renal, hepática e tempo de coagulação, eletrocardiograma, ecocardiograma, é importante para verificar sua função cardíaca por conta da utilização da anestesia PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO · Jejum alimentar de até 12 horas · Jejum hídrico de até 2 horas · Os jejuns são preciso ter cuidado com a idade do paciente, porque pode causar uma hipoglicemia, impossibilitando a cirurgia · É necessário que o animal tome um banho antes da cirurgia · Tricotomia, para preparar a bolsa escrotal, região pré-escrotal, pênis e regiões adjacentes como a face medial das coxas, parte da região perineal, porção cranial e lateral ao pênis · Ter maior cuidado com a tricotomia, porque em caso de lesão o animal pode acabar sentindo mais no pós-operatório · Antissepsia, é necessário fazer uma lavagem prepucial com soluções antissépticas, além de todo o cuidado que o cirurgião precisa ter consigo mesmo. E também é necessário o preparo do campo operatório de forma rotineira · Nunca fazer a antissepsia de fora pra dentro, sempre de dentro pra fora, e nunca reutilizar as gazes já usadas em outros locais, sempre fazer o descarte ANATOMIA APLICADA À TÉCNICA CIRÚRGICA · A anatomia dos testículos é que estão localizados dentro da bolsa escrotal · As camadas são a pele, túnica dartos e fáscia espermática, depois vem túnica vaginal parietal, e é quando chegamos no testículo de fato · Na cirurgia será feito uma incisão até a túnica vaginal parietal · Em caso de abertura da túnica visceral (própria do testículo), o animal pode acabar sentindo mais dor no pós-operatório TÉCNICA CIRÚRGICA · O posicionamento do paciente é em decúbito dorsal, “barriga para cima” · Fazer uso da calha para posicionar o paciente · Efetuar a antissepsia e fazer a colocação dos panos de campo · Pode ser feito a colocação do pano de campo com aquele que já tem o buraco para expor o local da incisão, ou podemos fazer a exposição do local da incisão, colocando 1 pano na vertical, e outro na vertical também, deixando a bolsa escrotal exposta e prepúcio também um pouco exposto. Formando um quadrado, pois depois será colocado 2 campos na horizontal · Nos quatros cantos do pano de campo, será preso com as pinças Backhaus na pele do animal · Pode ser pano de campo de tecido ou os panos que são descartáveis TÉCNICA CIRÚRGICA DESCRITA 1ª técnica – Pré-escrotal: Vantagens ~> · Mais rápida e fácil · Incisão única · Menor trauma cirúrgico Desvantagens ~> · Preserva a bolsa escrotal (geralmente em animal novo, ela involui e nos mais velhos, fica um “saco murcho”) · É necessário que os dois testículos estejam na bolsa escrotal · Não permite a associação com outras técnicas cirúrgicas como a uretrostomia escrotal Pré-escrotal aberta: 1º desloque um dos testículos para a linha média cranial a bolsa escrotal (seta vermelha na imagem) 2º incise pele e subcutâneo ao longo da rafe mediana (4 cm – pontilhado na imagem) · Segue exemplo de localização da incisão: · O tamanho da decisão depende muito do tamanho do animal, do testículo 3º Incise a túnica dartos e fáscia espermática 4º Expor o testículo e incisar a túnica vaginal parietal · Quando chegar na parte da túnica 5º Romper o ligamento da cauda do epidídimo, com a mão mesmo, puxando. Em caso de dificuldade, utilizar uma pinça hemostática para segurar o ligamento · Fazer o rompimento com segurança para não puxar a parte do testículo que ainda está ligado ao paciente e possui vasos 6º Identificar, pinçar e ligar o cordão espermático · O cordão espermático terá os vasos sanguíneos, nervos e ducto deferente (sai da cauda do epidídimo e leva o espermatozoide) · Para fazer a ligadura, e retirar o testículo iremos pinçar o cordão e o ducto, com uma hemostática, e pinça um pouco mais encima, logo, faço a ligadura embaixo dessas duas pinças, e corto no espaço que ficou entre as pinças, como na imagem a baixo: · Pode ser feito duas ligaduras, para garantir · Faça o mesmo no outro testículo · Após a extirpação do testículo, aproxima o plano subcutâneo e de o ponto, dependendo da incisão que foi efetuado, e depois a sutura de pele, com padrão separado 2º técnica – Escrotal: · Consiste na exposição dos testículos por meio de duas incisões na bolsa escrotal, como a imagem de exemplo 3º técnica – Orquiectomia com ablação da bolsa escrotal: · Consiste na exposição dos testículos e anexos por meio de uma incisão elíptica ao redor da bolsa escrotal · Técnica de escolha nos casos de neoplasias, traumas, aumento de volume e como passo cirúrgico inicial na uretrostomia escrotal Vantagens ~> · Extingue o edema e a formação de seroma na bolsa escrotal · Excelentes resultados em animais de maior porte · Não existe mais a bolsa escrotal pendulosa e sem conteúdo, abolindo o risco de traumas Desvantagens ~> · Maior tempo cirúrgico · Maior trauma cirúrgico · Sangra bastante, então é indicado o eletrocautério Passo a passo para a técnica ~> 1. Incisar a pele de forma elíptica na base do escroto, tendo cuidado para não excisar muita pele 2. Controlar a hemorragia com ligadura, pressão ou eletrocoagulação 3. Realizar a orquiectomia 4. Reduzir o espaço morto com fio absorvível, como sugestão utilizar um padrão de sutura que favoreça a hemostasia 5. Suturar a pele com fio inabsorvível, como sugestão utilizar um padrão de sutura separado, sem muita tensão ORQUIECTOMIA ABERTA X FECHADA Orquiectomia aberta: · A túnica vaginal parietal é incisada permitindo a exposição do testículo Vantagem ~> · Maior confiabilidade na ligadura, pois apenas os vasos, nervos e o ducto deferente são ligados Desvantagem ~> · Maior o risco de edema pós-operatório Orquiectomia fechada: · A túnica vaginal parietal não é incisada Vantagem ~> · Menor chance de ocorrência de hérnia escrotal · Menor risco de edema pós-operatório Desvantagem ~> · Menor segurança na ligadura, recomendado o uso de