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1 Gabarito da 2.a Prova de SME245 - Funções de Vairável Complexa Professor Wagner V. L. Nunes - 1.12.2015 1.a Questão (3.0): (a) Enuncie e demonstre o teorema da Morera. (b) Enuncie e demonstre o teorema dos resíduos. (d) Enuncie o teorema da série de Laurent. (e) Enuncie o teorema de Rouché. Resolução: (a) (1.0): Teorema de Morera: Sejam D um domínio simplesmente conexo de C e f : D → C uma função contínua em D. Suponhamos que para cada caminho fechado C contido em D, tenhamos∮ C f(z)dz = O . (1) Então a função f é holomorfa em D. Demonstração: Como D um domínio simplesmente conexo de C, f : D → C uma função contínua em D e para cada caminho fechado C, contido em D, temos (1), segue que para zo , z ∈ D, a integral∫ z zo f(z)dz (2) independe do caminho, contido em D, que une o ponto zo ao ponto z. De fato, se C1 e C2 são dos caminhos contidos em D, que unem o ponto zo ao ponto z, então o caminho fechado B .= C1 ∪−C2 , (3) será um caminho fechado contido em D. Por hipótese, temos que: 0 = ∮ B f(z)dz (3) = ∮ C1∪−C2 f(z)dz = ∫ C1 f(z)dz+ ∫ −C2 f(z)dz = ∫ C1 f(z)dz− ∫ C2 f(z)dz , ou seja, ∫ C1 f(z)dz = ∫ C2 f(z)dz , mostrando que a integral (2), independe do caminho , contido em D, que une o ponto zo ao ponto z. Logo, pela Proposição (7.7.1) (página 216 das notas de aula), temos que a função F : D → C, dada por F(z) . = ∫ z zo f(z)dz , para cada z ∈ D , (4) está bem definida, é uma função holomorfa em D e satisfaz F ′(z) = f(z) para cada z ∈ D , (5) 2 Como vimos na Proposição (7.9.2) (página 247 das notas de aula), a função derivada associada a uma função holomorfa é uma função holomorfa, mostrando que a função f é uma função holomorfa em D, completando a demonstração. � (b) (1.0): Teorema dos resíduos: Sejam D um domínio de C, f : D → C holomorfa em D, exceto em um número finito de pontos singulares isolados, que indicaremos por z1 , z2 , · · · , zn ∈ D e C um caminho fechado contido em D, orientado positivamente, de modo que todos os pontos zj, para cada j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, pertençam ao seu interior (veja a figura abaixo). Para cada j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, indiquemos por K(zj), o resíduo da função f no ponto zj. Então ∫ C f(w)dw = 2π · i · n∑ j=1 K(zj) = 2π · i · [K(z1) + K(z2) + · · ·+ K(zn)] . (6) Demonstração: Para cada j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, consideremos uma circunferência de centro no ponto singular isolado zj e raio igual a rj (bem pequeno, de modo que V(zj ; , rj) ⊆ D), que indicaremos por Cj, orientado positivamente. Diminuindo os raios rj > 0, para j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, podemos supor, sem perda de generalidade, que as circunferências Cj, para j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, são disjuntas e todas estejam contidas no interior do caminho fechado C. A figura abaixo ilustra a situação acima. 6 - C z1 z2 z3 z4 C2 C1 C3 C4 Deste modo, a região que é interior do caminho fechado C e exterior dos caminhos fechados Cj, para j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, forma um aberto de C onde podemos aplicar o teorema de Gauchy-Goursat para domínios multipliamente conexos (ou seja, o Teorema (7.6.2) da página 211 das notas de aula), e assim concluir que O = ∫ C∪−C1∪−C2∪···∪−Cn f(w)dw itens 1. e 5. da Proposição (7.4.1) da página 186 das notas = ∫ C f(w)dw− ∫ C1 f(w)dw− ∫ C2 f(w)dw · · ·− ∫ Cn f(w)dw− ou seja, ∫ C f(w)dw = ∫ C1 f(w)dw+ ∫ C2 f(w)dw+ · · ·+ ∫ Cn f(w)dw (7) 3 Para cada j ∈ {1 , 2 , · · · , n}, da fórmula integral de Cauhcy (ou seja, Teorema (7.8.1) da página 230 das notas de aula), segue que ∫ Cj f(w)dw = 2π · i · K(zj) . (8) Logo, substituindo (8) em (7), obteremos (6), completando a demonstração. � (d) (0.5): Teorema da série de Laurent: Sejam zo ∈ C, 0 < r2 < r1, denotemos por C1 e C2, as circunferências centradas em zo, como raios iguais a r1 e r2, respectivamente, orientadas positivamente, U um conjunto aberto, conexo (por caminhos) em C, de modo que zo é ponto interior de Uc. Suponhamos que a função f : U → C é holomorfa em U. Então a função f pode ser representada em uma série de potências positivas e negativas de (z−zo), na região anular (veja a figura abaixo) A12 . = {z ∈ U ; r2 < |z− zo| < r1} , da seguinte forma: f(z) = ∞∑ n=0 an · (z− zo)n + ∞∑ n=1 bn · (z− zo)−n = ∞∑ n=0 an · (z− zo)n + ∞∑ n=1 bn (z− zo) n , para z ∈ A12, onde para n ∈ N ∪ {0}, temos que an = 1 2π · i · ∫ C1 f(w) (w− zo) n+1 dw , e para cada k ∈ N, temos que bk = 1 2 π · i · ∫ C2 f(w) (w− zo) −k+1 dw . zo U C1 C2 A12 / � r1 r2 (e) (0.5): Teorema de Rouché: Sejam U um domínio de C, f , g : U → C funções holomorfas em U e C um caminho fechado, orientado positivamente, tal que ele e seu interior estejam contidos em U. Suponhamos que para z ∈ C, tenhamos |f(z) − g(z)| < |g(z)| . 4 Então as funções f e g têm o mesmo número de zeros no interior do caminho fechado C, contados juntamente com suas respectivas multiplicidades. 2.a Questão (3.0): Utilizando o teorema dos resíduos, calcular:∫ Cj cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz onde, para j ∈ {1 , 2 , 3 , 4}, o caminho fechada Cj é dada por: 6 - C1 x y i −i (a) 6 - C2 x y i −i (b) 6 - C3 x y i −i (c) 6 - C4 x y i −i (d) Resolução: Consideremos a função f : D .= C \ {−i , i} → C, dada por f(z) = cos(z) (z− i) · (z+ i)2 , para z ∈ D . (9) Observemos que zo . = i e z1 . = −i são os únicos pontos singulares da função f e são isolados em C. (a) (0.75): Neste caso os pontos zo = i e z1 = −i estão no exterior do caminho fechado C1, ou seja, a função f é holomorfa sobre e no interior do caminho fechado C1. Logo, do teorema de Cauchy-Goursat, segue que∫ C1 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz = ∫ C1 f(z)dz = O . (10) (b) (0.75): Como zo = i é o único ponto singular isolado da função f que pertence ao interior do caminho fechado C2 e o ponto z1 = −i pertence ao exterior do caminho fechado C2, do teorema dos resíduos, segue que ∫ C2 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz = 2π · i · Rf(i) , (11) 5 onde Rf(i), denota o valor do resíduo da função f no ponto zo = i. Cálculo de Rf(i): Consideremos a função ϕ : D → C, dada por ϕ(z) . = (z− i) · f(z) (9) = cos(z) (z+ i)2 , para z ∈ D . Notemos que, definindo-se ϕ(i) . = cos(i) (i+ i)2 = − 1 4 · cos(i)︸ ︷︷ ︸ ei·i+e−i·i 2 = e −1+e 2 ̸= O , segue que a função ϕ tornar-se-á uma função holomorfa sobre e no interior do caminho fechado C2. Deste modo, temos que a função f terá um polo simples em zo = i e, além disso, segue que Rf(i) = ϕ(i) = − 1 4 · cos(i) . (12) Assim, de (11) e (12), segue que∫ C2 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz (11),(12) = − π 2 · i · cos(i) . (13) (c) (0.75): Como z1 = −i é o único ponto singular isolado da função f que pertence ao interior do caminho fechado C3 e o ponto zo = i pertence ao exterior do caminho fechado C3, do teorema dos resíduos, segue que ∫ C3 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz = 2π · i · Rf(−i) , (14) onde Rf(−i), denota o valor do resíduo da função f no ponto z1 = −i. Cálculo de Rf(−i): Consideremos a função ϕ : D → C, dada por ϕ(z) . = (z+ i)2 · f(z) (9) = cos(z) z− i , para z ∈ D . Notemos que, definindo-se ϕ(−i) . = cos(−i) −i− i = 1 4 · cos(i)︸ ︷︷ ︸ ei·i+e−i·i 2 = e −1+e 2 ̸= O , segue que a função ϕ tornar-se-á uma função holomorfa sobre e no interior do caminho fechado C3. 6 Observemos que ϕ ′(z) = d dz [ cos(z) z− i ] = − sen(z) · (z− i) − cos(z) · 1 (z− i)2 , logo: ϕ ′(−i) = 2 · i · sen(−i) − cos(−i) −4 = cos(i) + 2 · i · sen(i) 4 . (15) Deste modo, temos que a função f terá um polo de ordem 2 em z1 = −i e, além disso, segue que Rf(−i) = ϕ ′(i) (15) = cos(i) + 2 · i · sen(i) 4 . (16) Assim, de (14) e (16), segue que∫ C3 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz (14),(16) = π 2 · i · [cos(i) + 2 · i · sen(i)] . (17) (d) (0.75): Neste caso temos que os pontos z=−i e z1 = i estão no interior do caminho fechado C4, do teorema dos resíduos, segue que ∫ C4 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz = 2π · i · [Rf(−i) + Rf(i)] , onde Rf(−i) e Rf(i) denotam os valores do resíduo da função f no ponto zo = −i e z1 = i, respectiva- mente.Logo, de (12) e (16), teremos∫ C4 cos(z) (z− i) · (z+ i)2 dz = 2π · i · [Rf(−i) + Rf(i)] (12),(16) = 2π · i · [ − 1 4 · cos(i) + cos(i) + 2 · i · sen(i) 4 ] = −π · sen(i) . (18) 3.a Questão (2.0): Obter a representação em série de Laurent da função f : D .= C \ {2 , 3} → C, dada por f(z) . = 1 (z− 3) · (z− 2) , para z ∈ D , e (19) m zo . = O, em cada uma das seguintes regiões do plano complexo: (a) D1 . = {z ∈ D ; |z| < 2}; (b) D2 . = {z ∈ D ; 2 < |z| < 3}; (c) D3 . = {z ∈ D ; 3 < |z|}. Resolução: 7 Utilizando frações parciais, para cada z ∈ D, teremos: f(z) (19) = 1 (z− 3) · (z− 2) = A z− 3 + B z− 2 = A · (z− 2) + B · (z− 3) (z− 3) · (z− 2) , logo: A+ B = 0 , e − 2A− 3B = 1 , ou seja, A = 1 e B = −1 , isto é, f(z) (19) = 1 (z− 3) · (z− 2) = 1 z− 3 − 1 z− 2 = 1 2− z − 1 3− z . (20) Lembremos que se w ∈ D1 . = {z ∈ C ; |z| < 1}, então a série numérica ∞∑ n=0 wn será convergente e, além disso, teremos ∞∑ n=0 wn = 1 1−w . (21) (a) (0.5): Notemos que se |z| < 2 < 3 , então ∣∣∣z 2 ∣∣∣ < 1 (22) e ∣∣∣z 3 ∣∣∣ < 1 . (23) Neste caso teremos: 1 2− z = 1 2 · 1 1− z 2 como (22), w .= z 2 em (21) = 1 2 ∞∑ n=0 (z 2 )n = ∞∑ n=0 zn 2n+1 . (24) e 1 3− z = 1 3 · 1 1− z 3 como (22), w .= z 3 em (21) = 1 3 ∞∑ n=0 ( z 3 )n = ∞∑ n=0 zn 3n+1 . (25) 8 Logo f(z) (19) = 1 (z− 3) · (z− 2) (20) = 1 2− z − 1 3− z (24),(25) = ∞∑ n=0 zn 2n+1 − ∞∑ n=0 zn 3n+1 = ∞∑ n=0 ( 1 2n+1 − 1 3n+1 ) zn , ou seja, f(z) = ∞∑ n=0 ( 1 2n+1 − 1 3n+1 ) zn , para cada z ∈ {z ∈ C ; |z| < 2}. (26) (b) (0.75): Observemos que se 2 < |z| < 3 , então ∣∣∣∣2z ∣∣∣∣ < 1 (27) e ∣∣∣z 3 ∣∣∣ < 1 . (28) Neste caso teremos: 1 2− z = − 1 z 1 1− 2 z como (27), w .= 2 z em (21) = − 1 z ∞∑ n=0 ( 2 z )n = − ∞∑ n=0 2n zn+1 . (29) e 1 3− z = 1 3 1 1− z 3 como (28), w .= z 3 em (21) = 1 3 ∞∑ n=0 (z 3 )n = ∞∑ n=0 zn 3n+1 , (30) 9 ou seja, f(z) (19) = 1 (z− 3)(z− 2) (20) = 1 2− z − 1 3− z (29),(30) = − ∞∑ n=0 2n zn+1 − ∞∑ n=0 zn 3n+1 , (31) isto é, f(z) = − ∞∑ n=0 2n zn+1 − ∞∑ n=0 zn 3n+1 , para cada z ∈ {z ∈ C ; 2 < |z| < 3} . (32) (c) (0.75): Notemos que se 3 < |z| , então, 2 < |z| logo: ∣∣∣∣3z ∣∣∣∣ < 1 (33) e ∣∣∣∣2z ∣∣∣∣ < 1 (34) Neste caso, teremos: 1 2− z = − 1 z · 1 1− 2 z como (34), w .= 2 z em (21) = − 1 z · ∞∑ n=0 ( 2 z )n = − ∞∑ n=0 2n zn+1 (35) e 1 3− z = − 1 z · 1 1− 3 z como (33), w .= 3 z em (21) = − 1 z · ∞∑ n=0 ( 3 z )n = − ∞∑ n=0 3n zn+1 , (36) 10 ou seja, f(z) (19) = 1 (z− 3) · (z− 2) (20) = 1 2− z − 1 3− z (35),(36) = = − ∞∑ n=0 2n zn+1 + ∞∑ n=0 3n zn+1 , isto é, f(z) = − ∞∑ n=0 2n zn+1 + ∞∑ n=0 3n zn+1 , para cada z ∈ {z ∈ C , 3 < |z|} . (37) 4.a Questão (Valor 1.0): Calcular o valor da integral de linha∫ C e 1 z2 dz , onde C é um caminho fechado contendo o ponto zo . = 0 no seu interior e está orientado positivamente. Resolução: Sabemos que para cada w ∈ C, ew = ∞∑ n=0 wn n! . (38) Logo, para z ̸= 0 teremos; e 1 z2 w . = 1 z2 em (38) = ∞∑ n=0 ( 1 z2 )n n! = ∞∑ n=0 1 n! z2 n = 1+ 1 z2 + 1 2 z4 + 1 3! z6 + · · · (39) Logo o resíduo da função f no ponto singular isolado zo . = O será K(O) = 0 , (40) que é coeficiente da parcela 1 z , na expansão da função f em série de Laurent em zo = O. Logo, do Teorema dos Resíduos, segue que∫ C e 1 z2 dz = 2π · i · K(O) (40) = O , ou seja, ∫ C e 1 z2 dz = 0 . (41) 5.a Questão (Valor 3.0): Utilizando a teoria dos resíduos encontrar o valor da (a) integral definida ∫ 2 π 0 4 5+ 4 sen(θ) dθ . (42) 11 (b) (1.5) da integral imprópria real de 1.a espécie∫∞ 0 x2( x2 + 1 ) ( x2 + 4 ) dx . (43) Resolução: (a) (1.5): Notemos que o denominador da função do integrando em (42) não se anula para todo θ ∈ [0 , 2π]. z . = ei·θ , para cada θ ∈ [0 , 2 π) , (44) e lembrando que sen(θ) = ei·θ − e−i·θ 2 · i (44) = z− z−1 2 · i = z2 − 1 2 · i · z , (45) e dz (44) = i · ei·θ dθ , ou seja dθ = 1 i · z dz . (46) Além disso, se z ∈ C1, onde o caminho fechado C1 é a circunferência unitária centrada na origem, orientada positivamente, ou seja, C1 . = {z ∈ C ; |z| = 1} , (47) então, de(45), teremos que: 5 4 + sen(θ) (45) = 5 4 + z2 − 1 2 · i · z = 2 · z2 + 5 · i · z− 2 4 · i · z (48) Portanto, ∫ 2 π 0 4 5+ 4 sen(θ) dθ = ∫ 2 π 0 1 5 4 + sen(θ) dθ (48) = ∫ C1 1 2 · z2 + 5 · i · z− 2 4 · i · z · 1 i · z dz = ∫ C1 2 z2 + 5 2 · i · z− 1 dz . (49) Consideremos a função f : C → C, dada por f(z) . = 2 z2 + 5 2 · i · z− 1 , para z ∈ C \ { −2 · i ,− i 2 } O , para z ∈ { −2 · i ,− i 2 } , (50) 12 temos que os únicos pontos singulares da função f são z1 . = −2 · i e z2 . = − i 2 . (51) Notemos que o ponto z2 = − i 2 pertence ao interior do caminho fechado C1 e o ponto z1 = −2 · i pertence ao exterior do caminho fechado C1. A figura abaixo ilustra a situação acima - 6 z1 = −2 · i z2 = − i 2 C1 Notemos que a função ϕ : C \ { − i 2 } → C, dada por ϕ(z) . = (z− z2) · f(z) (51),(50) = ( z+ i 2 ) · 2 z2 + 5 2 · i · z− 1 = ( z+ i 2 ) · 2( z+ i 2 ) · (z+ 2 · i) = 2 z+ 2 · i (52) pode ser estendida, de modo holomorfo, ao ponto z2 = − i 2 , se considerarmos ϕ(z2) (51),(52) = 2 − i 2 + 2 · i Exercício = 4 3 · i ̸= O . (53) Portanto a função f, dada por (50), tem um polo simples em z2 = − i 2 e, além disso, K ( − i 2 ) = K (z2) = ϕ(z2) (53) = 4 3 · i . (54) 13 Logo, do Teorema dos resíduos (ou seja, do Teorema(9.1.1) da página 334 das notas de aula), segue que: ∫ C1 2 z2 + 5 2 · i · z− 1 dz = 2π · i · K ( − i 2 ) (54) = 2π · i · 4 3 · i = 8 3 π . (55) Logo, (49) e (55), segue que ∫ 2 π 0 4 5+ 4 sen(θ) dθ = 8 3 π . (56) (b) (1.5): Consideremos a função f : R → R, dada por f(x) . = x2( x2 + 1 ) ( x2 + 4 ) , para x ∈ R . (57) Notemos que, como a função f é uma função par, segue que∫∞ −∞ f(x)dx = 2 ∫∞ 0 f(x)dx (57) = 2 ∫∞ 0 x2( x2 + 1 ) ( x2 + 4 ) dx . (58) Observemos também que ∫∞ −∞ f(x)dx = limR→∞ ∫R −R f(x)dx , (59) e, se o limite acima for um número real, diremos que a integral imprópria de 1.a espécie (??) será convergente e o valor do limite acima será o valor da integral imprópria. A figura abaixo ilustra a situação acima. - 0−R R Notemos que o valor da integral imprópria (59) é igual ao valor da integral da função F, sobre o eixo real, onde a função F : C \ {−i , i ,−2 · i , 2 · i} → C, dada por F(z) . = z2( z2 + 1 ) ( z2 + 4 ) = z2 (z− i) · (z+ i) · (z− 2 · i) · (z+ 2 · i) (60) 14 para z ∈ C \ {−i , i ,−2 · i , 2 · i}, que tem z1 . = 3 · i , z2 . = 2 · i , z3 . = −3 · i e z4 . = −2 · i (61) como seus únicos pontos singulares isolados. Para cada R > 2 , consideremos a semi-circunferência de centro em zo = O e raio igual a R, contida no semi-plano superior, que indicaremos por CR, ou seja: CR . = {z ∈ C ; |z| = R e ℑ(z) ≥ O} . (62) Consideremos o caminho fechado, que indicaremos por DR, formado pelo segmento de reta que une os pontos z = −R e z = R, juntamente com a semi-circunferência CR, orientado positivamente, ou seja, DR . = [−R , R] ∪ CR . (63) A figura abaixo ilustra as situação acima. - O−R R CR 6 z1 = 2 · i z2 = i Portanto, do Teorema dos resíduos (isto é, o Teorema (9.1.1) da página 334 das notas de aula), segue que ∫ DR F(z)dz = 2π · i · [K(z1) + K(z2)] (61) = 2π · i · [K(i) + K(2 · i)] . (64) Mas, ∫ DR F(z)dz (63) = ∫ [−R ,R]∪CR F(z)dz 5. da Proposição (7.4.1), da página 185 das notas = ∫ [−R ,R] F(z)dz+ ∫ CR F(z)dz (57) e (60) = ∫R −R f(x)dx+ ∫ CR F(z)dz . (65) Logo, (64) e (65), segue que∫R −R f(x)dx = 2π · i · [K(i) + K(2 · i)] − ∫ CR F(z)dz . (66) Calculemos K(i). 15 Para isto considerando-se a função ϕ1 : C \ {i ,−i , 2 · i ,−2 · i} → C, dada por ϕ1(z) . = (z− z1) · F(z) z1=3·i e (60) = z2 (z+ i) · (z− 2 · i) · (z+ 2 · i) , (67) pode ser estendida a z1 = i, de modo holomorfo, considando-se ϕ1(z1) = ϕ1(i) . = i2 (i+ i) · (i− 2 · i) · (i+ 2· i) Exercício = i 6 ̸= O . Logo a função F terá um polo simples em z1 = i e, além disso (veja o item 1. da Observação (9.2.2) da página 343 das notas de aula), teremos: K(i) = K(z1) = lim z→z1 [(z− z1) · F(z)] z1=i e (67) = lim z→i [ z2 (z+ i) · (z− 2 · i) · (z+ 2 · i) ] Exercício = i 6 . (68) Calculemos K(2 · i). Para isto considerando-se a função ϕ2 : C \ {i ,−i , 2 · i ,−2 · i} → C, dada por ϕ2(z) . = (z− z2) 2 · F(z) z2=2·i e (60) = z2 (z− i) · (z+ i) · (z+ 2 · i) , (69) pode ser estendida a z2 = 2 · i de modo holomorfo, definido-se ϕ2(z2) = ϕ2(2 · i) . = (2 · i)2 (2 · i− i) · (2 · i+ i) · (2 · i+ 2 · i) Exercício = − i 3 ̸= O . Logo a função F terá um polo de ordem mo . = 2 em z1 = 2 · i e, além disso (veja o item 1. da Observação (9.2.2) da página 343 das notas de aula), , teremos: K(2 · i) = K(z2) = lim z→z2 [(z− z2) · F(z)] z2=2·i e (67) = lim z→2·i [ z2 (z− i) · (z+ i) · (z+ 2 · i) ] Exercício = − i 3 . (70) 16 Portanto, de (66), (68) e (70), teremos∫R −R f(x)dx = 2π · i · [ i 6 − i 3 ] − ∫ CR F(z)dz Exercício = π 3 − ∫ CR F(z)dz . (71) Notemos que, para z ∈ CR, temos: |z| = R , (72) assim: ∣∣∣z2 + 1∣∣∣ ≥ ∣∣∣z2∣∣∣− 1 = |z|2 − 1 (62) = R2 − 1 R>2>1 > 0 , (73) e: ∣∣∣z2 + 4∣∣∣ ≥ ∣∣∣z2∣∣∣− 4 = |z|2 − 4 (62) = R2 − 4 R>2 > 0 , (74) logo: |F(z)| (60) = ∣∣∣∣∣∣ z 2( z2 + 1 ) ( z2 + 4 ) ∣∣∣∣∣∣ = |z|2∣∣∣z2 + 9∣∣∣ ∣∣∣z2 + 4∣∣∣ (73) e (74) ≤ R 2( R2 − 1 ) ( R2 − 4 ) . (75) Logo, do item 6. da Proposição (7.4.1) da página 185 das notas de aula, segue que∣∣∣∣∫ CR F(z)dz ∣∣∣∣ ≤ R2( R2 − 9 ) ( R2 − 4 )2 lCR = πR3( R2 − 1 ) ( R2 − 4 ) (76) Logo, fazendo R → ∞ em (71), como ∣∣∣∣∫ CR F(z)dz ∣∣∣∣ (76)≤ πR3( R2 − 1 ) ( R2 − 4 ) → 0 , e ∫R −R f(x)dx → ∫∞ −∞ f(x)dx , segue que: ∫∞ −∞ f(x)dx = π 3 , e, de (58), teremos: ∫∞ 0 f(x)dx = π 6 , ou seja: ∫∞ 0 x2( x2 + 1 ) ( x2 + 4 ) dx = π 6 .
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