Diagnóstico de Saúde Rede de Atenção Psicossocial - CAPS

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
Graduação em Psicologia 
 
 
HANNA KEMEL BRUM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DE SAÚDE 
Rede de Atenção Psicossocial - CAPS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cachoeira do Sul - RS 
2020 
Para a realização do presente trabalho de Diagnóstico de Saúde da disciplina 
de Políticas Públicas e Gestão em Saúde, da Universidade Luterana do Brasil 
(ULBRA) Campus Cachoeira do Sul, foi escolhida a Rede de Atenção Psicossocial, 
mais especificamente os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) do município de 
Porto Alegre. Não houve escolha de um dos CAPS específicos da cidade, pois não 
existem muitas informações a respeito dos mesmos no site da prefeitura do 
município, assim como em outros sites. Assim, o trabalho traz uma revisão dos 
CAPS em geral do município, de acordo com o que foi possível encontrar em 
pesquisas online. 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) propõe um novo modelo de atenção 
em saúde mental, baseado na convivência dentro da sociedade, a partir do acesso 
e a promoção de direitos das pessoas. A rede tem como objetivo articular ações e 
serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade. 
A Política de Atenção Psicossocial tem como fundamento legal a Lei Federal nº 
10.216/2001 (BRASIL, 2001a), a Lei Estadual nº 9.716/1992 (RIO GRANDE DO 
SUL, 1992) e a Portaria MS/GM nº 3.088/2011/13 (BRASIL, 2011c), que dispõem 
sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, 
redirecionam o modelo assistencial em saúde mental, e instituem a Rede de 
Atenção Psicossocial (RAPS) no âmbito do SUS. 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são pontos de atenção 
estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário 
constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e 
realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno 
mental, incluindo aquelas viciadas em álcool e/ou outras drogas, em sua área 
territorial, substituindo o modelo asilar. 
Existem diversas modalidades de CAPS, que serão descritas abaixo: 
• CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais 
graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende 
cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes. 
• CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais 
graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende 
cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. 
• CAPS i: Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais 
graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende 
cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes. 
• CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento a todas faixas etárias, especializado 
em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões 
com pelo menos 70 mil habitantes. 
• CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e 
observação; para todas as faixas etárias; transtornos mentais graves e 
persistentes inclusive pelo uso de substâncias psicoativas, atende cidades e ou 
regiões com pelo menos 150 mil habitantes. 
• CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento e 8 a 12 vagas de acolhimento 
noturno e observação; funcionamento 24h; para todas as faixas etárias; 
transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, atende cidades e ou regiões com 
pelo menos 150 mil habitantes. 
No município de Porto Alegre, a Rede de Atenção Psicossocial oferece múltiplos 
serviços com o objetivo de oferecer cuidado integrado às pessoas em sofrimento 
psíquico e/ou portadoras de transtornos mentais. Tem como premissa o cuidado 
integral, a ênfase no cuidado ambulatorial, a desinstitucionalização, a atenção às 
urgências e a hospitalização apenas quando estritamente necessária, além da 
reabilitação psicossocial. Assim, a RAPS conta com 141 unidades de atenção 
primária, 12 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) (três CAPS I, quatro CAPS II, 
três CAPS AD III, dois CAPS AD), nove EESMA, nove EESCA e Plantões de 
Emergência em Saúde Mental (PESM) no Centro de Saúde IAPI e no Centro de 
Saúde Vila dos Comerciários. 
A RAPS de Porto Alegre conta também com atendimento de urgência em saúde 
mental nas demais portas de urgência, leitos de saúde mental em hospitais gerais, 
leitos contratualizados em clínicas psiquiátricas e em hospitais psiquiátricos e 
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) Nova Vida (tipo II) e Cristiano Fischer 
(tipo I), disponibilizando um total de 12 vagas. Há, também, um esforço de 
reabilitação centralizado no Geração POA e monitoramento da 
desinstitucionalização por meio da estratégia De Volta Para Casa, além de um 
esforço para implantar um sistema de monitoramento e vigilância focado em duas 
situações: tentativa de suicídio e transtornos mentais ligados ao trabalho. 
Das informações encontradas sobre cada um dos CAPS da cidade de Porto 
Alegre, temos: 
• CAPS II - adulto (Cais Mental Centro) 
Rua José Bonifácio, 71 
Telefones: (51) 3289-5519 / (51) 3289-5520 
• CAPS II Glória/Cruzeiro/ Cristal 
Rua Jaguari, 918 
Telefones: (51) 3289-5727 / (51) 3289-5728 
• CAPS II - adulto (Hospital de Clínicas de Porto Alegre) 
Rua Ramiro Barcelos, 2350 
Telefone: (51) 2101-8710 
• CAPS II - adulto (Grupo Hospitalar Conceição) 
Rua Marco Polo, 279 
Telefone: (51) 3337-0726 
• CAPS Álcool e Drogas III (Grupo Hospitalar Conceição) 
Avenida Sertório, 7170 
Telefone: (51) 3345-1759 
• CAPS Álcool e Drogas III (Cruzeiro) 
Rua Raul Moreira, 253 
Telefone: (51) 3289-5733 
• CAPS Álcool e Drogas III (Partenon-Lomba do Pinheiro) 
Rua Dona Firmina, 144 
Telefone: (51) 3230-6360 
• CAPS Álcool e Drogas IV (Centro Céu Aberto) 
Rua Comendador Azevedo, 97 
Telefone: (51) 3230-6366 
• CAPS Infância e Adolescência (Hospital de Clínicas de Porto Alegre) 
Rua Ramiro Barcelos, 2550 
Telefone: (51) 2101-8710 
• CAPS Infância e Adolescência (Casa Harmonia) 
Avenida Loureiro da Silca, 1995 
Telefones: (51) 3289-2836 / (51) 3289-2690 
 
Os CAPS de Porto Alegre realizam acompanhamento de pessoas com 
problemas de saúde mental graves e persistentes, como esquizofrênicos, portadores 
de transtorno esquizoafetivo, transtorno bipolar, autismo e indivíduos usuários de 
drogas, com atendimento feito por equipe multiprofissional. 
O encaminhamento desses indivíduos é feito pela Unidade de Saúde através de 
consulta marcada ou acolhimento sem agendamento após internação hospitalar e 
exposição à violência. Os CAPS AD (unidades IAPI, Vila Nova, PLP, GCC e GHC) 
têm acolhimento sem agendamento para qualquer pessoa com problemas com uso 
de álcool e outras drogas. 
Dentro das principais etapas do serviço dos CAPS, temos: 
• Avaliação inicial de cada pessoa e definição do tipo de tratamento indicado. 
• Acompanhamento em consulta individual, atendimento em grupo, oficinas 
terapêuticas e atividades de reinserção social. 
• Permanência em leito de observação e indicação de internação hospitalar, 
quando necessário. 
• Encaminhamento para atenção primária em saúde. 
A previsão de prazo para realização do serviço depende do tipo de paciente e do 
encaminhamento ou procura pelo atendimento. Há atendimento regionalizado no 
momento da procura do serviço para situações de sofrimento mental agudo para os 
CAPS AD e situações de alta hospitalar e violências para todos os demais. Já para 
pacientes encaminhados das Unidades de Saúde, o início do acompanhamento 
acontece em média em até 3 meses. 
Os tipos de prestação de serviço encontradas nos CAPS são: acolhimento e 
atendimento inicial; atendimento em psicoterapia individual, atendimento em 
psicoterapia em grupo. atendimento médico com psiquiatra; atendimento médico 
com psiquiatra infantil (CASPi); atendimento com assistente social; atendimento com 
psicólogo; atendimento com médico clínico (CAPS-AD); atividades de reinserção 
social; e oficinas dereabilitação. Cada CAPS possui suas atividades e sua maneira 
de trabalhar com os pacientes. 
No Brasil, conforme destacado no Documento Orientador da Equipe de Saúde 
Mental Adulta (PORTO ALEGRE, 2016a), o Ministério da Saúde estima que 3% da 
população necessitem de cuidados contínuos (transtornos mentais severos e 
persistentes) e que mais 9% (totalizando 12% da população geral do país – 20 
milhões de pessoas) precisem de atendimento menos frequente, mas regular 
(transtornos menos graves, mas crônicos), esses dados seguem o padrão 
internacional, de acordo com o Ministério da Saúde. 
Aproximadamente 90% dos casos de transtornos mentais na população geral 
são transtornos de humor, ansiedade e somatoformes. Apenas uma pequena parte 
das pessoas com transtornos mentais menores já está sendo atendida na atenção 
básica, apresentando queixas psicossomáticas, abuso de álcool e drogas, 
depressão leve, transtornos de ansiedade menos graves, etc. 
Dentre os usuários que procuram assistência médica na atenção básica, entre 
25% a 50% apresentam pelo menos um transtorno psiquiátrico ou neurológico. 
Contudo, a não detecção dos casos pode ser de 55% para diagnóstico de depressão 
e até 77% para transtorno de ansiedade generalizada, evidenciando um percentual 
elevado de pessoas sem a devida assistência para os transtornos mentais. 
Em Porto Alegre, a Rede de Atenção Psicossocial conta com Equipes de Saúde 
Mental Adulto que prestam assistência aos casos de média gravidade matriciados 
na atenção básica – cerca de 12% dos casos de transtornos mentais. Essas equipes 
realizam também avaliações relacionadas a casos menos graves, mas que precisam 
de acompanhamento (PORTO ALEGRE, 2016). 
Infelizmente não foi possível se aprofundar tanto em cada local dos serviços, já 
que algumas informações não puderam ser obtidas apenas em consultas online. 
Todavia, com o que foi coletado pode-se concluir que a respectiva Portaria de Rede 
de Atenção Psicossocial atende ao exigido na cidade de Porto Alegre, tendo em 
vista que existem diversos tipos de CAPS no município, cada qual com suas 
atividades e atendendo as suas demandas. 
Abaixo seguem duas imagens obtidas durante a pesquisa, anexo A - CAPS AD 
III (Partenon-Lomba do Pinheiro), anexo B – CAPS AD IV (Centro Céu Aberto). 
ANEXO A 
 
ANEXO B 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). 
Brasília (DF), 2017. 
PMPOA/SMS - PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. SECRETARIA 
MUNICIPAL DE SAÚDE. 2017, Plano Municipal de Saúde 2018-2021. Porto 
Alegre: SMS. 
PMPOA/SMS - PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. SECRETARIA 
MUNICIPAL DE SAÚDE. Serviços da Saúde, Centro de Atenção Psicossocial. 
Porto Alegre: SMS.