Buscar

Exoneracao de alimentos - Mario Gomes NPJ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE NOVA IGUAÇU – RIO DE JANEIRO. 
 
 
 
 
 
 
Distribuição por dependência ao processo prevento nº 
002211349.1998.8.19.0038 
 
 
 
 
 
 
MARIO GOMES, brasileiro, divorciado, servidor público, portador da carteira 
de identidade nº 12345, CPF sob o nº 333.222.111.00, residente e domiciliado na Av. 
Marechal Floriano, nº 2, Centro, Nova Iguaçu – RJ, CEP: 26.300-000, vem à presença 
de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar 
 
AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. 
 
Em face de MARIO GOMES FILHO, brasileiro, solteiro, motorista de aplicativo, 
portador da carteira de identidade nº 12000, CPF sob o nº 000.111.222-44, 
residente e domiciliado na Av. Mirandela, nº 02, Centro, Nilópolis – RJ, CEP: 
26.300-000, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. 
 
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
Inicialmente, afirma a requerente, ser merecedora do benefício da 
gratuidade de justiça, conforme o artigo 4º da Lei 1.060/50 e com suas respectivas 
alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, haja vista não possuir a capacidade de 
arcar com o pagamento das custas processuais e honorárias advocatícias sem 
prejuízo de sua subsistência, conforme afirmações de hipossuficiência econômica da 
autora em anexo. 
 
II DOS FATOS 
 
 Nos autos do processo nº 0022113-49.1998.8.19.0038, restou acordado 
que o Autor pagaria ao Requerido, a título de prestação alimentícia, o equivalente a 
30% (trinta por cento) dos seus ganhos líquidos, sendo tais descontos diretos em 
folha de pagamento. 
 A quantia fora homologada, conforme sentença em anexo, todavia, faz-se 
necessário o presente pedido de exoneração de alimentos haja vista que o 
Requerido completou a maioridade, 
 Ocorre que com toda dificuldade o autor tem prestado os alimentos e 
com o atingimento da maioridade do alimentado o mesmo já possui meios de 
prover seu próprio sustento, não havendo mais motivação para a 
continuidade da obrigação alimentar pelo alimentante. 
Pleito que deve ser conferido liminarmente, uma vez que o alimentado já 
exerce atividade remunerada, bem como possui 30 (trinta) anos e, ainda, possui 
filho menor, residindo com sua companheira, indicando a desnecessidade do 
alimentando na pensão, sendo necessária a comprovação da continuidade da verba 
alimentar, conforme precedentes sobre o tema: 
 Diante do inequívoco direito e da maioridade alcançada pela presente ré; 
requer a exoneração da pensão alimentícia descontada em folha e concedida no 
processo prevento. 
 
III. DO DIREITO. 
DA MAIORIDADE CIVIL. 
Dispõe o Código Civil, em seu art. 1.699: 
“Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação 
financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá 
o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, 
exoneração, redução ou majoração do encargo”. 
A obrigação alimentar, com fundamento do dever de sustento, encerra-se 
com o advento da MAIORIDADE ou CASAMENTO/ EMANCIPAÇÃO. Entretanto, 
esse encerramento não é automático, devendo ser requerido judicialmente pelo 
devedor. 
Conforme decorre da Súmula 358 do STJ: 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10615037/artigo-1699-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
“O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a 
maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante 
contraditório, ainda que nos próprios autos.” 
Aliás, reza o artigo 1635 do Código Civil, art. 1.635: 
“Extingue-se o poder familiar: III - pela maioridade.” 
Em regra, há possibilidade de exoneração do encargo alimentar quando o 
alimentado não mais necessita ou o alimentante não mais os pode prover por 
alterações em suas possibilidades supervenientes à Sentença que fixou os 
alimentos. 
Assim, a obrigação alimentar deve permanecer somente enquanto o 
alimentando permanece com a necessidade de sustento, o que se presume existir 
somente até o advento da maioridade. 
A maioridade é entendida como presunção de capacidade, devendo o credor 
evidenciar a sua necessidade na continuidade dos alimentos, conforme leciona a 
doutrina sobre o tema: 
"A aquisição da maioridade (...) faz com que se presuma 
a desnecessidade dos alimentos, cometendo ao 
alimentando provar a exceção de que ainda subsiste o 
seu crédito alimentar, e somente em casos especiais 
subsistiria a obrigação alimentar e esta exceção é ônus 
do credor, (...)." (MADALENO, Rolf. Manual de Direito de 
Família. Forense, 2018. Versão kindle, p. 9472) 
Pleito que deve ser conferido liminarmente, uma vez que o alimentado já 
exerce atividade remunerada, bem como possui 30 (trinta) anos e, ainda, possui 
filho menor, residindo com sua companheira, indicando a desnecessidade do 
alimentando na pensão, sendo necessária a comprovação da continuidade da verba 
alimentar, conforme precedentes sobre o tema: 
AÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE. Como a maioridade afasta a 
presunção de necessidade da alimentada, é seu ônus comprovar que 
ainda depende da verba alimentar. No caso, não comprovada a 
necessidade de receber os alimentos paternos, é de ser mantida a 
decisão recorrida. RECURSO DESPROVIDO. (Agravo Nº 
70080575186, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 20/03/2019). 
ALIMENTOS. MAIORIDADE DOS FILHOS. AUSÊNCIA DE PROVA DA 
CONTINUIDADE DOS ESTUDOS E NECESSIDADE DO 
PENSIONAMENTO. EXONERAÇÃO ALIMENTAR MANTIDA. A 
jurisprudência tem amparado os alimentos aos filhos até a 
maioridade civil, com prorrogação até os 24 anos de idade, caso o 
alimentando siga estudando em curso superior ou técnico, como 
comprovada a impossibilidade de prover a subsistência por seus 
próprios esforços. Inexistindo provas de que os Requerentes deram 
continuidade aos estudos (CPC, art. 373, inciso I), a exegese dos arts. 
1.694 e 1.695 do Código Civil respalda a manutenção do 
indeferimento dos alimentos por eles pretendidos. SENTENÇA 
MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0024163-
20.2009.8.24.0023, da Capital, rel. Des. João Batista Góes Ulysséa, 
Segunda Câmara de Direito Civil, j. 01-02-2018) 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO ALIMENTAR.PLEITO DE 
REFORMA DA SENTENÇA. INVIABILIDADE. FILHA QUE ATINGIU A 
MAIORIDADE E NÃO COMPROVOU CABALMENTE SUA 
DEPENDÊNCIA FINANCEIRA. NECESSIDADES QUE DEVEM SER 
COMPROVADAS. SENTENÇA CONFIRMADA. Maioridade atingida que, 
por si só, não enseja a exoneração da prestação dos alimentos. Caso 
dos autos em que a apelante não se desincumbiu de demonstrar que 
precisa dos alimentos para suprir suas necessidades, até mesmo 
porque conta com 25. (TJRS, Apelação 70077649143, Relator(a):José 
Antônio Daltoe Cezar, Oitava Câmara Cível, Julgado em: 19/07/2018, 
Publicado em: 24/07/2018, #33815250) 
 Portanto, com base na documentação probatória que junta em anexo, 
imperioso o reconhecimento da desnecessidade do alimentando, para fins de 
exonerar o autor do pagamento da pensão alimentícia em tela. 
DA TUTELA DE URGÊNCIA 
Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será 
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo." 
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, 
vejamos: 
A probabilidade do direito resta caracterizada diante da demonstração 
inequívoca da desnecessidade do alimentado na pensão haja vista a sua 
maioridade cível e por possuir meios de prover seu próprio sustento. 
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o desfecho 
do processo, quando diante de direito inequívoco: 
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em 
obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas 
dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o 
autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à 
provados fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." 
/lei/CPC/codigo-processo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-373
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-373,inc-I
/lei/CC/codigo-civil/art-1.694
/lei/CC/codigo-civil/art-1.694
/lei/CC/codigo-civil/art-1.695
/lei/CC/codigo-civil
/lei/CPC/codigo-processo-civil/art-300
/lei/CPC/codigo-processo-civil
(MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da 
Evidência. Editora RT, 2017. p.284) 
 Já o risco da demora, fica caracterizado pela dificuldade do autor a 
prestar os alimentos e, sobretudo, o atingimento da maioridade do 
alimentado e do mesmo já possuir meios de prover seu próprio sustento, ou 
seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do 
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior: 
"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse 
demonstrado pela parte", em razão do "periculum in mora", risco 
esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a 
plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito 
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni 
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366). 
 Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta 
irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu . 
 Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de 
dano irreparável, sendo imprescindível a exoneração dos alimentos, nos termos do 
Art. 300 do CPC. 
 
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 A distribuição do ônus da prova no processo civil brasileiro, disposta no 
art. 333 do CPC, estabelece que compete, em regra, a cada uma das partes o ônus 
de fornecer os elementos de prova das alegações de fato que fizer. A parte que 
alega deve buscar os meios necessários para convencer o juiz da veracidade do fato 
deduzido como base da sua pretensão/exceção, afinal é a maior interessada no seu 
reconhecimento e acolhimento. 
 A regra estabelecida pelo CPC leva em consideração três fatores: a) a 
posição da parte na causa - se autor ou réu; b) a natureza dos fatos em que funda 
sua pretensão/exceção; c) e o interesse em provar o fato. Desta forma, ao autor 
cabe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito e ao réu a prova do fato 
extintivo, impeditivo ou modificativo deste. 
 A teoria clássica de distribuição do ônus da prova distribuindo prévia e 
abstratamente o encargo probatório, sem levar em consideração as peculiaridades 
e particularidades do caso concreto. Por isso, nem sempre a parte que possui o 
encargo probatória, prévia e abstratamente distribuído, apresenta condições de 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
atender a esse ônus que lhe foi rigidamente atribuído, o que pode vir a inviabilizar 
o desfecho efetivo e equânime da demanda. 
 Em contraposição ao regramento estático de distribuição do ônus da prova, 
foi desenvolvido pela doutrina e adotado pela jurisprudência pátria a teoria 
dinâmica da distribuição do ônus da prova, que propõe novo paradigma para a 
distribuição do encargo probatório, de forma a se contemplar as peculiaridades e 
particularidade do caso concreto, a partir da atribuição do encargo probatório à 
parte que apresenta maiores e melhores condições na produção/apresentação. 
 A aplicação da teoria da carga dinâmica da prova denota destacada 
relevância nas relações familiares, nas quais os processos judiciais apresentam 
peculiar dificuldade na produção de provas. Neste ramo do direito, que se destina 
ao regramento da própria vida privada, mas que busca a tutela de direitos 
personalíssimo, a dinamicidade na norma jurídica aplicável é preponderante, 
sendo, por vezes, imprescindível para solver a lide. 
 Diante portanto da necessidade de provar a maioridade e da 
impossibilidade de o autor arrolar aos autos certidão de nascimento e ou 
identidade da ré, requer a inversão do ônus da prova, entendemos que em 
situações como essa o juiz pode, de ofício ou a requerimento do alimentando, 
aplicar a técnica de distribuição dinâmica do ônus da prova, prevista no art. 373, § 
1º, CPC, para impor ao réu o ônus da prova de sua capacidade econômica: 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo 
ou extintivo do direito do autor. 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva 
dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à 
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, 
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde 
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar 
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi 
atribuído. 
 
IV. DOS PEDIDOS. 
Ante o exposto, requer: 
1. O deferimento dos benefícios da Gratuidade de Justiça, nos termos do 
art. 98 e seguintes do CPC/2015; 
2. O deferimento da antecipação de tutela, para fins de imediata exoneração 
dos alimentos, nos termos do Art. 300 do CPC/15; 
3. A citação da parte Ré para tomar conhecimento dos termos do pedido, e, em 
querendo, apresentar resposta, sob pena dos efeitos da revelia e confissão, nos 
termos do art. 242 CPC/ 2015 c/c art. 344 do CPC/2015; 
4. A intimação do órgão do Ministério Público para que acompanhe o presente 
feito; 
5. Exonerar o Autor de pagar em favor da requerida obrigação alimentícia. 
6. Seja a empregadora do autor oficiada para tomar ciência do fim dos 
descontos em folha de pagamento. 
7. Seja determinada a inversão do ônus da prova, com fulcro no art. 6º, VIII, 
Lei 8078/90 uma vez comprovada a hipossuficiência do requerente, na forma do 
que trata o art. 4º, inciso I do CDC c/c art. 373 do CPC/2015; 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito, 
notadamente depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas e juntada 
posterior de documentos. 
 
Dá-se ao valor da causa de R$ 1.000,00 (Mil reais). 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
Cidade, data. 
Assinatura, OAB. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895641/artigo-98-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15

Continue navegando