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FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO IDOSO - 12-11-2021

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FISIOTERAPIA NA SAÚDE DO IDOSO
FLÁVIO LEÃO BORGES
Pós Graduado – Fisioterapia em Terapia Intensiva
Mestrando em Saúde da Família
1. EPIDEMIOLOGIA E ENVELHECIMENTO
1.1 Epidemiologia e envelhecimento no brasil
1.2 Definição de envelhecimento
Epidemiologia e envelhecimento no brasil
O processo de envelhecimento e sua consequência natural, a velhice, continuam sendo uma das preocupações da 
humanidade desde o início da civilização; a impressão que ainda hoje se tem é justamente o inverso...;
● Nem tão tão distante - envelhecimento e a incapacidade funcional;
● Século passado, mais precisamente em 1903, que Elie Metchnikoff, sucessor de Pasteur, defendeu a ideia da criação de
uma nova especialidade, a gerontologia, denominação obtida a partir dos termos gregos (géron - velho, ancião) e (logia -
estudo);
● 1909 Estudo clínico da velhice → Geriatria pesquisas sociais e biológicas sobre o envelhecimento.
Embora a visão abrangente da atenção à saúde do idoso e das pesquisas sobre a velhice seja importante para construir um
saber que tem como objetivo comum a construção de uma ciência dirigida ao processo de envelhecimento, não se pode
minimizar a importância de trabalhos científicos específicos de cada área que compõe a gerontologia;
O período situado entre o início das décadas de 50 e 70 foi útil quanto à formação de grupos de pesquisa sobre a vida
adulta e a velhice.
Nos anos 80 e 90, novas frentes geradas pelas necessidades sociais associadas ao envelhecimento populacional e à
longevidade, como, o apoio a familiares que cuidam de idosos dependentes, os custos dos sistemas de saúde e
previdenciário, a necessidade de formação de recursos humanos, a necessidade de ofertas educacionais
e ocupacionais para pessoas de meia-idade e idosas....deu o que falar..
1903
1950
1990
SUS
2021
1970
A política de desenvolvimento que domina as sociedades industrializadas e urbanizadas sempre teve mais interesse na
assistência materno-infantil e dirigida aos jovens. O investimento em uma criança tem um retorno potencial de 50 a 60 anos
de vida produtiva, enquanto cuidados médico-sociais direcionados à manutenção de uma vida saudável de um idoso não
podem ser encarados como investimento.
Grupo etário politicamente muito frágil, não tiveram vez e voz no atendimento a suas reivindicações mais elementares. Entre
tantas outras, essa foi, possivelmente, a principal causa da lentidão na produção de conhecimentos em geriatria,
gerontologia biomédica e gerontologia social durante décadas. Felizmente, nota-se hoje que as circunstâncias mudaram
radicalmente, de um lado, devido à tomada de consciência da existência de uma população cujo número tem crescido
acentuadamente.
Gerontologia como disciplina interdisciplinar e a ciência do envelhecimento
A ciência do envelhecimento tem sob si a responsabilidade de ser o centro do qual emanam suas ramificações –
gerontologia social E gerontologia biomédica – em conjunto, atuam sobre os múltiplos aspectos do fenômeno do
envelhecimento e suas consequências;
A gerontologia social, que aborda os aspectos não orgânicos, e a geriatria e a gerontologia biomédica, assim, a primeira
compreende os aspectos antropológicos, psicológicos, legais, sociais, ambientais, econômicos, éticos e políticas de saúde.
A geriatria tem sob seus domínios os aspectos curativos e
preventivos da atenção à saúde e, para realizar este mister, tem
uma relação estreita com disciplinas da área médica, como
neurologia, cardiologia, psiquiatria, pneumologia, entre outras...
E:
Além disso, mantém íntima
pertencentes ao currículo
profundamente relacionadas,
conexão com disciplinas não
médico, embora a este
como nutrição, enfermagem,
fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, 
odontologia e assistência social.
Multidisciplinaridade: a solução de um problema torna necessário obter informação de duas ou mais ciências.
Interdisciplinaridade: um mesmo fato ou tema pode ser observado e estudado a partir de diferentes pontos de vista.
Sobre o papel da interdisciplinaridade, a natureza do processo de envelhecimento, que permeia todos os aspectos da vida
de uma pessoa, dos biológicos aos sociais, exige que uma investigação seja feita de maneira integrada.
Não há dúvidas de que hoje a tendência mundial é o estabelecimento de pesquisas envolvendo estudos interdisciplinares
sobre o fenômeno do envelhecimento em si e estudos comparativos sobre aspectos biológicos do envelhecimento e
longevidade animal.
Idades biológica e cronológica
O limite de idade entre o indivíduo adulto e o idoso é 65 anos para as nações desenvolvidas e 60 anos para os países em
desenvolvimento. É esse critério cronológico que é adotado na maioria das instituições que procuram dar aos idosos
atenção à saúde física, psicológica e social. Sob alguns aspectos, principalmente legais, no entanto, o limite é de 65 anos
também em nosso país.
O Estatuto do Idoso é a Lei Federal 10.741/2003, destinada a regular os interesses e garantias das pessoas
idosas. Esta lei está vigente desde o ano de 2004 e é um importante instrumento de cidadania e proteção
às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que já contribuíram muito para com a sociedade.
https://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/estatuto_idoso2edicao.pdf
O critério cronológico é também adotado nos trabalhos científicos, devido à dificuldade de definir a idade biológica. Com
efeito, discute-se ainda hoje se o envelhecimento tem início logo após a concepção, no final da terceira década da vida ou
próximo do final da existência do indivíduo. Esse aspecto, associado à inexistência de marcadores biofisiológicos eficazes e
confiáveis do processo de envelhecimento, justifica a dificuldade de se definir a idade biológica.
Outro aspecto que merece ser assinalado é que, embora as manifestações da velhice sejam bem evidenciáveis, o mesmo
não se pode afirmar a respeito de elas serem exclusivamente dependentes do envelhecimento primário ou senescência, ou
se seriam resultantes de outros fatores, que, em seu conjunto, tornam difícil a mensuração da idade biológica.
Fatores como gênero, classe social, saúde, educação, fatores de personalidade, história passada e contexto socioeconômico
são importantes elementos que se mesclam com a idade cronológica para determinar as diferenças entre idosos, de 60 a
100 anos.
O conceito de idade funcional, possui estreita relação com a idade biológica, e pode ser definida como grau de conservação
do nível de capacidade adaptativa em comparação com a idade cronológica. Em decorrência das precárias condições de vida
nos países em desenvolvimento, o envelhecimento funcional precede o cronológico, fato que é mais evidente nas
populações mais carentes.
Idades cronológica e psicológica
O conceito de idade psicológica, à semelhança do significado da idade biológica, refere-se à relação que existe entre a
idade cronológica e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o potencial de
funcionamento futuro do indivíduo. Paralelamente, a idade psicológica tem sido relacionada também com o senso
subjetivo de idade, isto é, como cada pessoa avalia a presença de marcadores biológicos, sociais e psicológicos do
envelhecimento, comparando-se com outros indivíduos de mesma idade.
Idades cronológica e social
A idade social tem relação com a avaliação da capacidade de adequação de um indivíduo ao desempenho de papéis e
comportamentos esperados para as pessoas de sua idade, em um dado momento da história de cada sociedade. Dessa
forma, as experiências de envelhecimento e velhice podem variar no tempo histórico de uma sociedade, dependendo de
circunstâncias econômicas.
Pode ser observado que sociedades nas quais gerações nasceram, cresceram ou conviveram com velhos estão mais
dispostas a compreender, conviver e promover a velhice. Não ocorre o mesmo com gerações recentes, especialmente se
são de países industrializados, de zonasurbanas e de famílias nucleares. Seguramente, sua concepção de velhice não está
isenta de mitos, preconceitos e falsos estereótipos.
Envelhecimento, velhice e velho
O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o velho ou idoso (resultado final) constituem um conjunto cujos
componentes estão intimamente relacionados.
Envelhecimento
Pode-se considerar o envelhecimento, como a fase de todo um (continuum que é a vida, começando esta com a concepção e
terminando com a morte. Ao longo desse (continuum é possível observar fases de desenvolvimento, puberdade e
maturidade, entre as quais podem ser identificados marcadores biofisiológicos que representam limites de transição entre
as mesmas. O exemplo é a menarca como marcador do início da puberdade na mulher. Ao contrário do que acontece com as
outras fases, o envelhecimento não possui um marcador biofisiológico de seu início, pelos motivos já expostos.
O envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas,
funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente,
ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte;
Essa definição pode ser complementada com um outro conceito, este predominantemente funcional, segundo o qual o
envelhecimento se caracteriza por redução da capacidade de adaptação homeostática perante situações de sobrecarga
funcional do organismo.
Velho e velhice
Às manifestações somáticas da velhice, que é a última fase do ciclo da vida, e que são caracterizadas pela redução da
capacidade funcional, calvície, redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas dos
papéis sociais, solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas.
Alguns parecem velhos aos 45 anos de idade e outros jovens aos 70. Se o início exato da velhice é rigorosamente indefinido
e, portanto, torna-se difícil tentar fixá-lo, maior dificuldade talvez resida nas diferentes formas como a sociedade vê o
fenômeno e o idoso: preconceituosa com aqueles que têm origem em classes sociais mais baixas, benevolente com os que
ocupam classes sociais mais elevadas. Essas considerações deixam claro que, ao lado dos problemas médicos, psicológicos e
legais muito mais acentuados e frequentes na velhice, assumem particular importância os problemas sociais nas classes mais
desfavorecidas.
Envelhecimento comum e envelhecimento bem-sucedido
Admite-se que, na forma de envelhecimento comum, os fatores extrínsecos (tipo de dieta, sedentariedade, causas
psicossociais etc.) intensificariam os efeitos adversos que ocorrem com o passar dos anos, enquanto na forma de
envelhecimento saudável estes não estariam presentes ou, quando existentes, seriam de pequena importância.
Envelhecimento normativo
O envelhecimento normativo pode ser de dois tipos: primário e secundário. O primeiro seria universal, presente em todas
as pessoas, geneticamente determinado ou pré-programado. O segundo seria resultante de algumas influências externas e
variável entre indivíduos em diferentes meios. Seria decorrente de fatores cronológicos, geográficos e culturais.
Senescência ou senectude e senilidade
A distinção entre senescência ou senectude, que resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas 
próprias do envelhecimento normal, e senilidade, que é caracterizada por modificações determinadas por afecções que 
frequentemente acometem a pessoa idosa, é, por vezes, extremamente difícil. O exato limite entre esses dois estados 
não é preciso e caracteristicamente apresenta zonas de transição frequentes, o que dificulta discriminar cada um deles.
Outro fato que merece ser destacado é que, diferentemente das pessoas mais jovens, nos idosos portadores de doenças,
que frequentemente são múltiplas, somam-se os efeitos das alterações fisiológicas próprias do envelhecimento normal e
os decorrentes de modificações funcionais produzidas pela presença de doenças concomitantes.
Autonomia e independência
Independência e dependência são conceitos que só podem existir em
relação a alguma outra coisa. Na mesma pessoa é possível identificar,
por exemplo, independência financeira e dependência afetiva.
2. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DO IDOSO
2.1 Direitos humanos e estatuto do idoso
2.2 Políticas nacionais e estaduais de direitos de saúde da pessoa idosa
2.3 Política do envelhecimento ativo
A nação brasileira teve seus direitos à saúde assegurados, pela primeira vez, na Constituição Federal de 1988, destacando se
o enfoque social universalista registrado em seu artigo 196:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
A Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo II – dedicado à Seguridade Social –, a partir do artigo 194, cujo estabelece:
“A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e a sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”
O Artigo 198 estabelece o Sistema Único de Saúde (SUS), que institui:
“As ações e os serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I. descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II. atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III. participação da comunidade;
O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”.
A implantação do SUS foi apoiada pela Lei 8.080 de 19/09/1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, a
proteção e a recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências”. A Lei 8.142 de 28/12/1990, “dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde”
Em Janeiro de 2004 entra em vigor a Lei 10.741 de 1o outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, depois de
ampla discussão nacional com os diversos segmentos sociais, envolvidos na questão do envelhecimento. O Estatuto do
Idoso como importante instrumento legal culmina com ações concretas contra a violência e os maus-tratos à pessoa
idosa. Inclusive em relação às instituições de longa permanência para pessoas idosas (ILPI).
Este Estatuto regulamenta que “as entidades governamentais e não governamentais de assistência ao idoso ficam
sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da
Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de
atendimento”. (preenchendo uma lacuna nas políticas de atenção à pessoa idosa.
Apesar de as ILPI apresentarem características de instituição social, inseridas nas competências do Ministério do
Desenvolvimento Social, são de grande interesse para o setor saúde.
O envelhecimento da população e o aumento da sobrevivência de pessoas com redução da capacidade física, cognitiva e
mental estão requerendo que os asilos deixem de fazer parte apenas da rede de assistência social e integrem a rede de
assistência à saúde, ou seja, ofereçam algo mais que um Abrigo pois se tratam de instituições híbridas, uma vez que
acolhem tanto pessoas com questões sociais, como pessoas portadoras de enfermidades crônicas, de maneira que
deveriam ser instituições sóciosanitárias.
Assim sendo, a Seguridade Social será fortalecida quando se tornarreal a conjunção sinérgica de ações nos campos da
Saúde, Assistência e Previdência Social.
O Ministério da Saúde aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, Portaria Ministerial no 2.528 de outubro de
2006, que representa uma atualização da portaria anterior de no 1.395/99, reafirmando ser indispensável incluir a
situação funcional da população idosa, como instrumento de avaliação de risco de dependência e fragilidade, a fim de
nortear o planejamento das ações de acordo com estas especificidades.
A organização de rede de atenção à saúde, com foco na atenção primária deve ser baseada na manutenção e recuperação
da capacidade funcional voltada à autonomia e independência da pessoa idosa. As práticas devem incluir a Estratégia de
Saúde da Família, como eixo estruturante da atenção levando em conta as ações contínuas desenvolvidas na própria
comunidade, em caráter domiciliar e ambulatorial.
Atores
■ Pessoas idosas
Na realidade brasileira, as pessoas idosas emergem como novos agentes sociais, com sua maior presença e participação,
acrescentando demandas nos cenários nacionais socioculturais, sanitários e econômicos, revelando-se,
consequentemente, como novos atores políticos. Esses novos atores ganham representatividade, paulatinamente, não só
pelo crescimento numérico como também pelo envelhecimento saudável, definindo mais claramente suas demandas, não
satisfeitas em grande parte.
O crescimento numérico da população idosa, antevisto há anos pelos demógrafos, como mostraram as projeções do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vem demandando ajustes na legislação e na organização de serviços e instituições
de forma a possibilitar atender às demandas dos idosos.
À medida que a idade avança outras desigualdades associadas à raça, à etnia e ao gênero se exacerbam. As mulheres sofrem
mais desvantagens em relação à pobreza, porém os homens têm uma menor expectativa de vida. Vale salientar que os
idosos formam um grupo heterogêneo com demandas diversas, tanto no campo da saúde, quanto da previdência e
assistência social. Há que se observar essas diversidades, visando minimizar as vulnerabilidades desse grupo etário.
Família
Na tradição brasileira, a família tem importante papel na sociedade, abrigando várias gerações. Entretanto, recomposições
dos núcleos familiares nos últimos tempos, além de outros fatores, vêm restringindo a permanência das pessoas idosas no
seio da família e as possibilidades pessoais de destinar cuidados aos mesmos. As transformações ocorridas nas últimas
décadas e a migração rural-urbana modificaram os padrões comportamentais por força do trabalho, limitando o tempo do
cônjuge disponível para o lar e reduzindo os espaços domiciliares.
A Constituição de 1988 estabeleceu no artigo 229 que: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
No artigo 230: “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.”
Na falta da família, a atenção às demandas dos idosos não se circunscreve às ações governamentais; em grande parte, são
providas por instituições não governamentais sem fins lucrativos, tais como as filantrópicas e beneficentes e as com fins
lucrativos do setor privado.
Grande soma de encargos deveria competir às famílias participando das ações de atenção, inclusive aos idosos fragilizados e,
portanto, dependentes. Contudo, nem sempre as famílias são dotadas de recursos suficientes para prover atenção a esses
idosos, na maioria das vezes em longo prazo e custo elevado. Cabe, portanto, ao Estado e/ou à sociedade o papel de
mobilizar recursos complementares aos das famílias, institucionalizando a assistência domiciliar ou por intermédio de
maneiras alternativas de atenção, que incluem instituições tais como o hospital-dia e centro-dia, dentre outros.
Comunidade
Conceitualmente, pode-se entender comunidade como o conjunto de pessoas e famílias que em sua base territorial –
(habitat – vivem e convivem vinculadas entre si por princípios de solidariedade, laços afetivos, interesses e valores que lhes
conferem identidade e capacidade de resposta às intervenções nela praticadas, como um organismo vivo.
Daí sua importância para o planejamento de ações e intervenções para as quais se busca maior eficácia. Constituem-se,
portanto, as comunidades os locais hábeis para a identificação das questões de saúde e no caso dos idosos, incluindo-se os
modos alternativos de atenção e os recursos que solidariamente possam ser mobilizados pela comunidade.
Da comunidade partem os movimentos de integração social, com atividades associativas que convergem para a promoção
da saúde, que devem atrair as pessoas idosas e que são espaços de convivência social apropriados para os processos de
desenvolvimento coletivo. O compromisso com políticas públicas saudáveis das cidades envolve a participação popular, e
dela fazem parte os idosos, fortalecendo-se as relações intergeracionais.
Espera-se que medidas que facilitem a locomoção e o acesso dos idosos aos serviços tenham respaldo na comunidade, de
modo a diminuir ou eliminar as barreiras arquitetônicas urbanas, assim como a franquia de utilização aos transportes
coletivos. Devem ser fortalecidas as ações que estimulem a participação das pessoas idosas em atividades recreativas,
educativas e profissionalizantes.
Equipe de saúde
O coletivo de profissionais de saúde no papel de agentes que realizam a intermediação entre a instituição e a população
usuária dos serviços torna possível à instituição conhecer a clientela para estabelecer critérios de reformulação de políticas
e planejamento das ações práticas. A equipe multiprofissional mobilizada, em parte ou no todo, para a atenção à pessoa
idosa é integrada por profissionais:
– médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, 
nutricionistas, odontólogos, entre outros.
As práticas de saúde representam a aplicabilidade do conhecimento científico e de suas tecnologias e são partes importantes
do processo de planejamento de ações que visam a satisfazer demandas identificadas e valoradas no processo. Devem ser,
portanto, periodicamente avaliadas quanto ao custo, à efetividade e à eficiência, recomeçando o ciclo.
Ainda que em realidades diferentes, tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos, temos hoje uma
população mundial em crescimento e expectativa de vida muito maior que há poucos anos. Nunca houve no mundo tantos
idosos, demandando políticas (realçando a prevenção) capazes de promover a manutenção da capacidade funcional e, assim,
a vida integrada e participativa na comunidade, possibilitando reduzir as desigualdades sociais.
Dessa maneira, a promoção da saúde ao longo do ciclo da vida com vistas ao envelhecimento ativo, em todas as suas
dimensões – física, mental, social e espiritual –, deve fazer parte do empenho político em programas de desenvolvimento
humano.
Por outro lado, estruturar programas de envelhecimento e saúde deve ter como fundamento o envelhecimento como um
aspecto da vida em sua totalidade, e não apenas entender os idosos como um grupo estático, separado do resto da
população. Sendo assim, a Organização Mundial de Saúde (re)direciona suas estratégias para o desenvolvimento de
programas e práticas de maneira a:
• considerar o envelhecimento uma parte do ciclo vital, renunciando a compartimentar a assistência à saúde dos idosos;
• promover a saúde em longo prazo: tendência para concentrar a atenção no processo de envelhecimento saudável, por considerar que todas as
pessoas, tanto no princípio como no final da vida, têm muitas possibilidades de melhorar a saúde à medida que passam os anos;
• observar as influências culturais: o contexto em que vivemas pessoas como parte importante de sua saúde e de seu bem-estar;
• reconhecer as diferenças entre os sexos: existem importantes diferenças entre homens e mulheres no que se refere à saúde e ao modo de vida, essas 
diferenças se acentuam com o envelhecimento;
• adotar enfoques comunitários: a grande maioria dos idosos vive no seio da comunidade, em que os problemas devem;
ser abordados e as intervenções devem ser feitas, inclusive as extras sanitárias, que também comprometem a saúde.
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei no 8.742 de 1993, no artigo 1o, disciplina que:
“a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os
mínimos sociais, realizada por meio de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir
o atendimento às necessidades básicas”.
Direitos assegurados
Tanto a Lei no 8.842/94 quanto a Lei no 10.741/03, que tratam especificamente dos direitos das pessoas idosas, além de
assegurar os direitos sociais criando condições que promovam a autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade, também dispõem:
• Que o processo de envelhecimento diz respeito a toda a sociedade
• Que o idoso é o principal agente e destinatário das transformações sociais
• Que a atenção ao idoso deve ser integral e integrada
• Adoção de medidas protetivas quando os direitos são ameaçados ou violados
• Aplicação de sanções e punições às famílias, às instituições e ao Estado
• Definição dos princípios e dos atores do Sistema de Garantia de Direitos.
O Estatuto do Idoso preconiza como
na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, na Constituição Cidadã e
na Política Nacional do Idoso que é
obrigação da família, da comunidade,
da sociedade e do Poder Público
assegurar ao idoso o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, à
cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
§ 7o É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes 
condições:
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para
os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem 
não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
§ 2Aos maiores de sessenta anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
§ 2Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido
processo legal.
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado como
crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Direitos humanos saúde do idoso
É obrigação do Estado garantir, à pessoa idosa, proteção à vida e à saúde, que consistem no respeito à integridade
física e moral. Aos idosos, como sujeitos de direitos, são assegurados: respeito, liberdade e dignidade. É obrigação do
Estado e da sociedade assegurar esses direitos.
Leia-me na íntegra: https://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/estatuto_idoso2edicao.pdf
I - faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - prática de esportes e de diversões;
V - participação na vida familiar e comunitária; 
VI - participação na vida política, na forma da lei;
VII - faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
III - Conselho Municipal do Idoso;
IV - Conselho Estadual do Idoso;
V - Conselho Nacional do Idoso.
Leia-me: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_cuidado_pessoa_idosa_sus.pdf
Diretrizes para o cuidado das pessoas idosas no sus: proposta de modelo de atenção integral
A população idosa e suas especificidades – Mudando Paradigmas: 
Identifica as especificidades da população idosa que devem ser 
consideradas em todo o processo de produção de cuidado pelas 
equipes, serviços e ações de saúde → Promoção do 
envelhecimento ativo e saudável.
Leia-me também:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
Envelhecimento ativo: uma política de saúde
O Programa do Ministério da Saúde “Brasil Saudável” envolve uma ação nacional para criar políticas públicas que
promovam modos de viver mais saudáveis em todas as etapas da vida, favorecendo a prática de atividades físicas
no cotidiano e no lazer, o acesso a alimentos saudáveis e a redução do consumo de tabaco.
O que é “envelhecimento ativo”?
Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo 
de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas;
Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida;
A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não 
somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho;
Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental para indivíduos
Autonomia: habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais;
Independência: habilidade de executar funções relacionadas à vida diária;
Qualidade de vida: percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema 
de valores de onde vive;
Expectativa de vida saudável: uma expressão geralmente usada como sinônimo de “expectativa de vida sem
incapacidades físicas”.
3. FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO (CRÉDITO DIGITAL)
3.1 Reconhecimento das teorias biológicas do envelhecimento
3.2 Identificação das mudanças anatômicas e fisiológicas relacionadas ao envelhecimento
3.3 Descrição das condições patológicas observadas em indivíduos idosos
Reconhecimento das teorias biológicas do envelhecimento
Primeiro autor - teorias de base celular, teorias baseadas em órgãos e sistemas, teorias populacionais e, finalmente, 
teorias integrativas;
Segundo autor - Escalas mais restritas: teorias fundamentadas em órgãos, de base fisiológica e de base genômica; 
Terceiro autor - teorias sobre o envelhecimento em dois grandes grupos: evolutivas e não evolutivas;
Quarto autor - fundamentos das teorias que procuram explicar o fenômeno do envelhecimento biológico.
Teorias estocásticas
O processo de envelhecimento, apesar da grande variabilidade de padrões e ritmos observados entre indivíduos e
espécies, possui certa regularidade, no sentido de que as mudanças observadas ao longo do tempo se apresentam mais
ou menos gradualmente e, de modo progressivo, ocorre uma redução da capacidade funcional dos organismos;
O mesmo pode ser mais ou menos dito a respeito do tempo de vida máximo esperado para cada espécie, contudo, essa
ideia é a base das teorias que postulam ser a deterioração associada à idade avançada devida à acumulação de danos
moleculares ao acaso.
Necessidade de estabelecer quais células, tecidos ou organismos possuiriam tipos específicos de moléculas que são
particularmente sensíveis a certos tipos de dano; a segunda, a necessidadede assumir que espécies de vida longa são
mais capazes de tolerar tais danos que espécies de vida curta;
Em outras palavras, ou espécies de vida longa têm sistemas de reparo melhores, ou têm maior redundância funcional do
que espécies de vida curta.
Teorias de uso e desgaste
O acúmulo de agressões ambientais no dia a dia levaria ao decréscimo gradual da eficiência do organismo e, por fim, à
morte. Todos os organismos são constantemente expostos a infecções, ferimentos e agressões que causam danos às
células, aos tecidos e aos órgãos.
Uma fratura pode sarar, mas o osso não voltará a ser tão resistente quanto antes de o ferimento ocorrer Ao longo da
vida de um animal, ele provavelmente terá acumulado progressivamente uma grande quantidade de danos secundários
associados a doenças e lesões leves.
Proteínas alteradas
Mudanças que ocorrem em moléculas proteicas, após a tradução, e que são dependentes do tempo, provocariam 
alterações conformacionais e mudariam a atividade enzimática, comprometendo a eficiência da célula.
Possivelmente, as enzimas alteradas são moléculas de longa vida, isto é, com baixa taxa de (turnover, e residem na célula 
por um tempo longo o bastante para sofrerem uma desnaturação sutil no ambiente citoplasmático.
Mutações somáticas, dano ao DNA e instabilidade genômica
Dados sugerem que cada célula humana sofra, diariamente, em
média, mais 10.000 lesões oxidativas ao DNA. O número de eventos
danosos é tão elevado que, sem os mecanismos de reparação de
DNA, em poucos anos as células afetadas não seriam mais capazes de
replicar o DNA totalmente e com exatidão.
Também não seriam capazes de transcrever o DNA em mRNA (RNA
mensageiro), nem de traduzi-lo em proteína, culminando com a
morte.
Erro catastrófico
A ideia básica contida nessa teoria é de que a capacidade da
célula de produzir seu conjunto normal de proteínas funcionais
depende não apenas da correta especificação genética das
sequências polipeptídicas, mas também da fidelidade do
aparato de síntese proteica.
Mesmo que o genoma não contenha nenhuma mutação
somática ou dano no DNA, erros poderiam acontecer durante o
processo de tradução.
Desdiferenciação
O envelhecimento normal de um organismo resultaria do fato de as células que o compõem se desviarem de seu estado
apropriado de diferenciação. Células diferenciadas caracterizam-se por sua capacidade de reprimir seletivamente a
atividade de genes desnecessários para a sobrevivência da célula e suas funções particulares.
Assim, na hipótese de desdiferenciação, mecanismos errôneos de ativação e repressão gênica fariam a célula sintetizar
proteínas desnecessárias, diminuindo a eficiência celular até a morte.
Dano oxidativo e radicais livres
O princípio dessa teoria é que a longevidade seria inversamente proporcional à extensão do dano oxidativo e diretamente
proporcional à atividade das defesas antioxidantes.
O estilo de vida aeróbico impõe um dilema: o oxigênio, em sua forma molecular ou sob a forma de espécies ativas de
oxigênio, geradas na respiração celular (informalmente chamadas radicais livres), apresenta a propriedade de causar
danos por oxidação, ou seja, arrancar elétrons de substâncias inorgânicas (causando a ferrugem ou a pátina, nos metais,
por exemplo) ou diferentes tipos de danos à biomoléculas tais como DNA, proteínas, lipídios etc. Os efeitos das espécies
ativas de oxigênio foram relacionados com mais de 60 distúrbios diferentes, incluindo doença cardíaca, câncer e catarata.
Teorias sistêmicas
O programa de desenvolvimento em humanos origina uma criança em tomo de 266 dias. Entretanto, sabe-se que
aproximadamente 75% das crianças nascem entre 252 e 278 dias, e poucas nascem nos prazos mais curtos e mais longos,
sendo a diferença na taxa de desenvolvimento superior a 10%.
Assim, se o envelhecimento ocorre devido a um tipo de cascata sistêmica de interações entre os genes e o ambiente, seria
bastante plausível admitir variações comparáveis quanto ao tempo necessário para a manifestação dos diferentes
biomarcadores do envelhecimento.
Apesar de existirem grandes diferenças entre os mecanismos propostos por cada teoria sistêmica, todas são 
fundamentalmente enraizadas em uma abordagem genética para a análise do envelhecimento. Elas não são puramente 
deterministas, e a modulação ambiental do envelhecimento e da longevidade, divergem.
Teorias metabólicas
Os dois principais grupos de teorias metabólicas, o da taxa de vida e o do dano à mitocôndria, propõem diferentes
mecanismos para o declínio metabólico, originando assim previsões teóricas diferentes. A teoria da taxa de vida
estabelece que a longevidade seria inversamente proporcional à taxa metabólica.
Esse conceito foi inspirado em observações equivocadas nas quais espécies de mamíferos com diferentes longevidades
específicas gastavam uma quantidade similar de energia metabólica por grama de peso corporal por uma dada
longevidade. Isso equivaleria a dizer que células animais teriam uma quantidade fixa de calorias disponíveis para gastar ao
longo da idade. Essas primeiras interpretações foram descartadas
Teorias genéticas
As teorias desse grupo sugerem que mudanças na expressão gênica causariam modificações senescentes nas células mas
dados recentes indicam que o genoma é, na verdade, muito estável ao longo da vida adulta.
Apoptose
A morte celular programada, ou apoptose, é um mecanismo celular fundamental que leva as células à morte a fim de
remodelar os organismos durante o desenvolvimento ou eliminar células danificadas ou desnecessárias. Em torno de 10
bilhões de células são geradas a cada dia apenas para a reposição daquelas que morrem por apoptose.
Fagocitose e autofagia
Em um cenário de fagocitose, células senescentes apresentariam proteínas de membrana típicas, que as identificariam e 
as marcariam como alvo para a destruição por outras células, tais como os macrófagos. Sua ação é muito restrita, como 
ocorre com as células vermelhas do sangue.
Em relação à autofagia, do mesmo modo que organismos substituem células, células individuais capazes de divisão e que
reciclam moléculas e organelas que não são mais necessárias, estão danificadas ou desgastadas. A degradação de tais
estruturas tomam lugar da ação de calpaínas, proteossomos, implicando que qualquer célula é um local em permanente
construção.
Teorias neuroendócrinas
O envelhecimento é associado com o aumento dos processos inflamatórios crônicos. Esses processos se manifestam em
nível neuroendócrino por um aumento dos níveis de cortisol e hormônios adrenérgicos em indivíduos idosos. Os
hormônios do estresse, tais como o cortisol, podem contribuir para o desenvolvimento da resistência à insulina.
Em caso de eventos agudos, tais como doenças, o efeito desses hormônios de estresse pode ser acentuado, contribuindo
para a ocorrência de diabetes tipo 2. No caso específico do cortisol, a tolerância à glicose ou diabetes tipo 2 poderia ser
devido a efeitos dependentes da idade sobre a resposta imune inata ou interferência direta com o sistema de liberação de
insulina mediado pela glicose.
Teorias imunológicas
Do ponto de vista imunológico, a longevidade seria dependente das variantes de certos genes para o sistema imune
presentes nos indivíduos, alguns deles estendendo, outros encurtando a longevidade.
A falha desse mecanismo levaria à falência da homeostasia corporal e à morte. Estudos longitudinais de mudanças
relacionadas com a idade em primatas de laboratório sugerem que o número e os tipos de linfócitos mudam com a idade.
A hipótese básica é a de que essas reduções qualitativas e quantitativas na resposta imune seriam, em parte, direta ou
indiretamente devidas à involução inicial e ao envelhecimento do timo. Este parece estar envolvido na regulação da
intensidade da resposta imune. Entretanto, parece haver evidências de que as perdas relacionadas com a idade na função
imune podem ser revertidas, ao menos parcialmente, como no caso darestrição calórica.
Resistência ao 
estresse
Dieta, exercício físico e 
envelhecimento: efeitos do estilo 
de vida sobre a longevidade
• Os efeitos da restrição de calorias 
sobre a longevidade são 
amplamente conhecidos em uma 
grande variedade de organismos 
experimentais. A restrição de 
calorias pode retardar ou prevenir 
um notável conjunto de doenças e 
processos degenerativos 
dependentes da idade, sem causar 
defeitos irreversíveis sobre 
parâmetros do desenvolvimento ou 
da reprodução.
Genes, seleção natural e evolução do envelhecimento e da longevidade
“Nada na biologia faz sentido, exceto à luz da evolução.”
Fisiologia do Envelhecimento
Composição corporal
Há controvérsias em relação ao início do envelhecimento,
porém, por volta dos 25 anos, já podemos observar
modificações na composição corporal. Toda a celularidade
diminui, assim como a função dos órgãos, continuamente.
Ocorre redução da água intracelular fazendo com que o
organismo do idoso seja desidratado, fisiologicamente.
A musculatura vai diminuindo, especialmente as fibras tipo II,
de contração rápida. Com isso, a força muscular vai
diminuindo e, na oitava década de vida, está 40% menor
quando comparada à segunda década. Em substituição à
musculatura, há aumento proporcional da gordura,
especialmente em torno da cintura pélvica, provocando
modificações da silhueta.
Pele
A pele é um importante órgão pelas várias funções que exerce. Além de ser o
invólucro que nos separa do meio externo, previne a perda de água, regula o
equilíbrio hidreletrolítico, controla a temperatura corporal e recebe os estímulos
sensoriais de tato, pressão, temperatura e dor. Se torna seca, por diminuição das
glândulas sebáceas, e espessada, com as papilas dérmicas menos profundas,
facilitando a formação de bolhas e predispondo a lesões. Esse fato associado ao
alentecimento da reposição das células da epiderme, contribuem para o aumento
da incidência do câncer de pele.
Na derme do indivíduo idoso observa-se menor número de fibras elásticas e
colágenas levando a uma perda da resiliência e à formação de rugas. Há diminuição
da vascularização justificando a palidez e a diminuição da temperatura da pele
aumentando a frequência de dermatite.
Pálpebras
A flacidez das pálpebras superiores leva a uma limitação do campo visual lateral, podendo a pessoa não ver objetos ao
seu lado, não ver um veículo se aproximar ao atravessar a rua, aumentando o risco de sofrer acidentes.
Já s flacidez nas pálpebras inferiores desloca o orifício de entrada do canal lacrimal provocando um lacrimejamento
contínuo e incomodativo, obrigando a pessoa limpar os olhos – nem sempre com as mãos limpas – provocando
infecções oculares.
Cabelos, pêlos e unhas
A diminuição do número das glândulas sudoríparas somada à diminuição dos vasos sanguíneos da derme e à diminuição da
espessura do tecido celular subcutâneo dificultam a termorregulação. As glândulas sebáceas mantêm seu número
constante, mas seu tamanho aumenta enquanto a liberação de gordura, assim como a produção de cera, diminuem. O
embranquecimento dos cabelos ocorre pela perda progressiva de melanócitos nos bulbos capilares.
Musculatura
A força muscular é máxima por volta dos 25 a 30 anos. A partir daí, há um declínio constante e universal. O trabalho
muscular é necessário para a manutenção de quase todas as funções do corpo, como postura, locomoção, respiração e
digestão. A atividade física, independente da idade, aumenta a força e a velocidade muscular além de prevenir a perda
óssea, as quedas e melhorar a função articular.
Alterações cardiovasculares
Estrutura cardíaca
Ocorre hipertrofia do ventrículo esquerdo, provocando um aumento da pressão arterial dependente da idade. O volume
diastólico final diminui somente nas mulheres e, portanto, não está correlacionado com a idade. Também observa-se
aumento no número e na espessura das fibras colágenas presentes no miocárdio. Nos muito velhos, a massa ventricular
esquerda pode diminuir, provavelmente devido ao extremo sedentarismo.
Estrutura arterial
O aumento da rigidez da parede arterial é um fenômeno universal e contribui para muitas alterações do sistema
cardiovascular. A diferença se dá na camada média, diferentemente do que ocorre na aterosclerose, onde o
comprometimento está na camada íntima. Com o aumento da rigidez das paredes, as artérias aumentam de diâmetro e de
espessura. Após os 60 anos a elasticidade está bem diminuída, aumentando a impedância do fluxo sanguíneo.
Sistema nervoso
Alterações estruturais
A diferença do tamanho do cérebro entre indivíduos adultos e idosos tem pequeno significado funcional. Cada neurônio
tem, em média, 10.000 conexões. A perda do volume cerebral é de 2 a 3% por década depois dos 50 anos. Com o
envelhecimento, a perda neuronal está limitada a algumas áreas. No idoso, sem déficits aparentes, no córtex e no
cerebelo o número de células permanece o mesmo ao longo da vida.
Além das modificações do SNC, há também a alteração dos nervos periféricos e da musculatura. As células do corno
anterior da medula diminuem e ocorre redução da mielina nos nervos sensoriais. As consequências dessas mudanças
incluem perda da sensação vibratória, do tato e da dor, assim como a disfunção autonômica, a qual afeta a reatividade
pupilar, a regulação da temperatura corporal e o controle vascular cardíaco e periférico. Parte da cognição pode sofrer
certa deterioração nas pessoas idosas saudáveis, como a velocidade do processamento cognitivo, menor destreza para
executar movimentos finos e problemas com a memória recente.
O sistema nervoso participa, praticamente, de todas as funções orgânicas. Uma das mais importantes
para a pessoa idosa é o controle da marcha e do equilíbrio. A instabilidade postural representa um dos
gigantes da geriatria devido às suas complicações. Várias são as estruturas centrais e periféricas
responsáveis por essa função de independência motora.
Com o avanço da idade, a marcha se altera. Na maioria das vezes a mulher, tanto adulta jovem quanto
idosa, tem um desempenho pior quando comparada ao homem. É comum uma certa hesitação no
andar, menor balanço dos braços e passos menores. Ao mudar de direção no caminho, faz a volta com o
corpo em bloco. A postura típica, mais rígida, como se estivesse em alerta para se defender de alguma
queda, caracteriza-se pela base alargada, retificação da coluna cervical, um certo grau de cifose
torácica, flexão do quadril e dos joelhos. Esse conjunto de fatores indica piora da estabilidade, podendo
até nos fazer pensar em parkinsonismo.
Marcha, postura e equilíbrio
Sistema respiratório
Sistema urinário
Por volta dos 30 anos, a função renal começa a diminuir de maneira progressiva, chegando a sua metade aos 85 anos. Aos
60 anos, o rim pesa em média 250 g, aos 70 anos, 230 g e aos 80 anos, 190 g. Paralelamente, ocorre uma diminuição do
fluxo plasmático de 600 ml/min para 300 ml/min.
Diurese
Sistema 
endócrino
Sono
Nosso marca-passo circadiano localiza-se no hipotálamo acima do quiasma. O ciclo sono-vigília se modifica com o
envelhecimento. Há a tendência de dormir mais cedo e acordar mais cedo.
As queixas de insônia, sonolência diurna, despertares durante a noite e sono pouco reparador são frequentes. Isso ocorre
porque existem dois tipos de sono: (rapid eye movement – REM (movimento rápido do olho), quando acontecem os
sonhos, e o não REM, que se subdivide em quatro estágios. No idoso, o sono REM praticamente não se altera. Já no sono
não REM ocorre aumento dos estágios 1 e 2 (facilidade no despertar) e diminuição dos estágios 3 e 4 que são exatamente
os dois períodos de sono mais profundo.
A hipófise secreta melatonina, um hormônio derivado do neurotransmissor serotonina. Sua secreção é regulada pelo ritmo 
circadiano e ajuda na sincronia interna das funções orgânicas.
Memória
Na atualidade, admite-se que as partes do cérebro responsáveis pela memória envolvem o hipocampo, otálamo, o córtex
temporal, frontal e pré-frontal e o cerebelo.
Não há dúvidas de que neurotransmissores, como a acetilcolina (ACh) e o glutamato, transmissor excitatório que atua no
cérebro e na medula espinal, estejam envolvidos nos processos de memória e aprendizado. Tem-se atribuído ao glutamato
acúmulo de radicais livres nos neurônios com consequente degeneração neuronal.
A memória pode ser dividida, de acordo com o tempo que ela é guardada, em memória a curto prazo, longo prazo, memória 
prospectiva e memória remota.
Também pode ser dividida de acordo com o tipo de material arquivado – memória visual, verbal, para fatos ou eventos 
ocorridos ou assistidos pela pessoa.
Já a episódica começa a diminuir por volta dos 30 anos e declina, progressivamente, enquanto a semântica responsável pela
recordação de nomes, palavras e memória espacial pode ser mantida por toda a vida.
Embora o envelhecimento não seja causa de anemia, observa-se mudança do perfil hematológico sugerindo uma exaustão
das células-tronco hematológicas, tornando os idosos mais suscetíveis a essa doença. Também ocorre aumento da
produção de radicais livres, os quais alteram as funções celulares e a integridade de suas membranas. Com isso, as
hemácias deformadas são retiradas de circulação e a medula óssea acelera a produção em uma tentativa de reparar o dano.
Como as pessoas idosas vão mais ao médico do que ao dentista, é importante que identifiquemos precocemente
problemas orais para o devido encaminhamento, evitando não só problemas na boca como também as repercussões
sistêmicas por eles causados.
As cáries dentárias continuam sendo um dos principais problemas dos idosos, inclusive na raiz pela retração das gengivas,
raramente encontradas nos adultos jovens. As cáries radiculares e coronais foram preditores significativamente mais
importantes de perda dentária do que a condição periodontal. Esse fato justifica a aplicação de flúor nos idosos em
paralelo à adição de flúor na água. A baixa mineralização óssea observada em várias partes do esqueleto, na boca,
manifesta-se pela perda do osso alveolar que, associado à gengivite, constitui outra causa da perda dentária em adultos.
Boca
A mucosa oral se torna fina, lisa e seca. Perde a elasticidade e parece edemaciada. A língua também é lisa devido à perda
das papilas podendo trazer alterações no paladar e sensação de queimação. Isso pode ocorrer também devido à
deficiência de ferro e das vitaminas B.
A função das glândulas salivares permanece sem alterações na ausência de doenças e uso de medicamentos. Associada à
dentição estável, há manutenção adequada da mastigação e da deglutição dos alimentos. Quando a mastigação está
prejudicada, pode ocorrer comprometimento da saúde geral e do bem-estar.
A xerostomia, em geral associada a muitos medicamentos que o idoso precisa tomar, pode nem ser mencionada pelo
paciente ou não ser valorizada pelo examinador.
O ato de deglutir é bastante complexo, estando envolvidos a boca, a faringe e o esôfago coordenados por seis nervos
cranianos. Todas essas estruturas ainda são organizadas no centro da deglutição do sistema nervoso central para seu
perfeito funcionamento. Embora alterações funcionais possam ocorrer, elas não causam problemas com o envelhecimento.
A motilidade esofágica pode ser anormal no idoso pela redução da amplitude da contração muscular após a deglutição e
pelas contrações terciárias, raramente associadas a queixas.
Aqui há diminuição da secreção do ácido clorídrico e de pepsina, o que dificulta a digestão de alimentos, principalmente, os
ricos em proteína. Outras enzimas também estão envolvidas diretamente com a digestão como, por exemplo, a gastrina.
Elas sofrem modificações em todas as fases desde a síntese, passando pela liberação e resposta devido às alterações dos
receptores.
Com o avanço da idade, as vilosidades que cobrem toda a mucosa intestinal, em camada única de epitélio colunar,
diminuem de altura. A absorção de várias substâncias está diminuída, dificultando a compensação nos casos de carência
de algum elemento, como acontece com as pessoas antes dos 60 anos.
A constipação intestinal, uma das queixas mais comuns, ocorre por alimentação pobre em fibras, baixa hidratação oral e
falta da prática de exercícios físicos regulares. A diminuição do tônus e da força do esfíncter anal associados à menor
complacência retal aumentam a chance de incontinência fecal nas pessoas idosas.
Descrição das condições patológicas observadas em indivíduos idosos 
Diagnóstico de síndrome demencial
O diagnóstico de síndrome demencial, segundo critérios diagnósticos bem estabelecidos (DSM-IV) é eminentemente
clínico, baseado em avaliação objetiva do desempenho cognitivo e funcional. O diagnóstico da causa de demência, por sua
vez, depende de investigação complementar, constituída por exames laboratoriais e de neuroimagem estrutural
(tomografia computadorizada ou ressonância magnética de crânio).
Em situações específicas, outros exames, como eletroencefalograma, exame do liquor, exames de neuroimagem funcional
(como a tomografia de emissão de fóton único [SPECT] ou a tomografia por emissão de pósitrons [PET]), entre outros,
estão também indicados.
As síndromes demenciais são caracterizadas pela presença de declínio progressivo na função cognitiva, com maior ênfase
na perda de memória, e interferência nas atividades sociais e ocupacionais. Importante salientar que o diagnóstico da
síndrome demencial só pode ser feito quando o estado confusional ou (delirium for afastado (Quadro 13.1).
Doença de Alzheimer
Possui início insidioso e deterioração progressiva. O prejuízo de memória é o evento clínico mais marcado. Nos estágios
iniciais, podemos encontrar perda de memória episódica e dificuldades no aprendizado de novas informações, evoluindo
gradualmente com prejuízos em outras funções cognitivas, tais como julgamento, cálculo, raciocínio abstrato e
habilidades visuoespaciais.
Nos estágios intermediários, pode ocorrer apraxia ou disfasia, apresentando-se como anomia ou dificuldades para
escolher a palavra adequada para expressar uma ideia. Nos estágios mais avançados, encontram-se alterações do ciclo
sono-vigília; alterações comportamentais, como irritabilidade, agressividade, delírios e alucinações; e ainda incapacidade
de realizar cuidados pessoais.
Depressão maior e demência (anteriormente denominada pseudodemência)
Sabemos que a depressão maior tem alta prevalência na população idosa. Sabe-se ainda que pacientes deprimidos podem
apresentar falhas cognitivas. Desta forma, têm sido descritas diferenças de desempenho de memória em pacientes idosos
com depressão maior apenas e demência primária com ou sem depressão.
Em particular, os estudos têm procurado enfatizar o poder diagnóstico da avaliação neuropsicológica para demência leve
(várias etiologias, exceto depressão) e depressão maior sem demência.
Conceito de transtorno cognitivo leve
O conceito de transtorno cognitivo leve (TCL) foi proposto para se referir a indivíduos idosos não demenciados, portadores de
um leve déficit cognitivo que se expressa em alterações na memória. Em adição ao critério usual de exclusão de demência
(APA, 1994), o seu conjunto de critérios diagnósticos inclui: queixa de memória, relatada pelo paciente ou por um familiar.
Demência semântica (DS)
Os pacientes apresentam mau desempenho em provas de memória semântica, como o teste de fluência verbal (animais
ou frutas), nomeação de figuras e geração de definições para palavras e figuras. Cometem erros de categorização
semântica.
Doenças compressivas intracranianas
Hidrocefalia de pressão normal ou comunicante – o aumento da pressão do LCR ocasiona a expansão dos ventrículos
cerebrais. A fisiopatologia permanece desconhecida, mas, além da forma idiopática, a HPN pode manifestar-se como
sintoma tardio de hemorragia subaracnóidea, doença cerebral isquêmica, após traumatismo ou infecção do SNC.
Ohematoma subdural (HSD) constitui uma das formas mais comuns de hemorragia intracraniana encontradas na prática
clínica; podem ser agudos ou subagudos, porém, em pacientes idosos com quadros demenciais, a principal apresentação é
na sua forma crônica.
Tumores intracranianos
Os tumores primários ou metastáticos, particularmente os que envolvem os lobos frontais e temporais, com frequência
causam mudanças no estado mental, mas, quando não existem sinais neurológicos focais, o seu diagnóstico é sempre
subestimado.
Delirium
A palavra (delirium deriva do latim (delirare, que literalmente significa estar “fora dos trilhos”; em sentido figurado, designa
“estar perturbado, desorientado”. É uma manifestação neuropsiquiátrica de doença orgânica, que acomete principalmente
pacientes idosos, especialmente os hospitalizados.
As manifestações clínicas de (delirium refletem um largo espectro da disfunção cerebral. Caracterizam-se por apresentar
distúrbio da cognição, atenção e consciência, ciclo sono-vigília e comportamento psicomotor. Têm início agudo, com
sintomas precoces predominantemente no período noturno.
Porém, no paciente idoso, o início dos sintomas pode ser relativamente insidioso, precedido de alguns dias por
manifestações prodrômicas como diminuição da concentração, irritabilidade, insônia, pesadelos ou alucinação transitória.
Característica marcante do (delirium é a flutuação dos sintomas, que dificulta muitas vezes o seu diagnóstico.
Doença de Parkinson
O parkinsonismo é uma síndrome que se manifesta por bradicinesia acrescida de pelo menos mais um dos sinais a seguir:
tremor, rigidez e instabilidade postural. Classifica-se o parkinsonismo em 4 categorias: primário, secundário, síndromes
parkinsonismo-(plus e doenças heredodegenerativas. O Quadro 23.1 assinala as principais síndromes parkinsonianas que
ocorrem no idoso.
Doença de Parkinson
A doença de Parkinson é um transtorno neurológico complexo, progressivo que afeta a saúde e a qualidade de vida dos
pacientes e compromete a estrutura socioeconômica familiar. É caracterizado pela degeneração, especialmente, das
células da camada ventral da parte compacta da substância (nigra e do (locus ceruleus.
A patologia inclui a identificação dos corpos de Lewy, que são inclusões eosinofílicas intracitoplasmáticas constituídas por
várias estruturas proteicas, em neurônios remanescentes, na parte compacta da substância (nigra. O início das
manifestações clínicas corresponde à perda de 60% dos neurônios dessas regiões e 80% da dopamina do estriado.
Os transtornos do movimento são doenças em que se observam movimentos anormais hipocinéticos ou hipercinéticos.
São descritos como doenças extrapiramidais nas quais os movimentos anormais ocorrem por alterações na
espontaneidade e rapidez dos movimentos voluntários ou por movimentos involuntários adicionais. Os transtornos do
movimento resultam de doenças dos gânglios da base.
Postura parkinsoniana
A postura flexionada para frente na fase inicial pode não ser notada, porém, com a evolução, a cabeça e o tronco ficam
fletidos ventralmente, os braços estão à frente do corpo; cotovelos e joelhos flexionados acabam por configurar a
postura.
Marcha parkinsoniana
A marcha caracteriza-se por um deslocamento em bloco, com passos curtos e arrastados, sem a participação dos
movimentos dos braços. Pode ocorrer a festinação da marcha, que são passos curtos e rápidos quase sem deslocamento
que vão aumentando progressivamente sua amplitude, até conseguir andar.
O AVE isquêmico corresponde a, aproximadamente, 80% de todos os casos de DCV. O seu mecanismo mais
comum – principalmente nos idosos – é a aterosclerose dos vasos responsáveis pela circulação cerebral, tanto
nas suas porções extra quanto intracranianas. A formação de um trombo, que se adere às placas de ateroma,
leva à oclusão arterial e isquemia cerebral. Geralmente as placas se localizam nas bifurcações das artérias,
como, por exemplo, no bulbo carotídeo.
O ataque isquêmico transitório (AIT) é classicamente descrito como um evento neurovascular com duração
menor que 24 h. No entanto, a grande maioria dos AIT dura apenas poucos minutos.
Existem dados sugestivos de que as alterações do sistema de neurotransmissores podem ocorrer como consequência
de mudanças no número, assim como na sensibilidade dos neuroreceptores pré e pós-sinápticos no sistema nervoso
central, sem que haja, obrigatoriamente, uma alteração na quantidade do próprio neurotransmissor. As hipóteses
baseadas na (deficiência de neurotransmissores têm sido, pois, substituídas por hipóteses mais enfocadas nos
neurorreceptores.
As hipóteses atuais orbitam em torno dos neurorreceptores, os quais, em vez de estruturas rígidas, apresentam
neuroplasticidade, se adaptando e respondendo às alterações dos neurotransmissores. Em relação aos fatores
genéticos, a possibilidade de ocorrência de depressão entre familiares de primeiro grau de deprimidos é três vezes
maior do que de não deprimidos. Em gêmeos, a correlação chega a 40%.
O aumento da expectativa de vida e a multiplicação de pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas têm
impactado a realidade médica em todo o mundo.
As doenças crônico-degenerativas requerem acompanhamento constante, sendo necessária a adequação da avaliação
geriátrica, com a adoção de rotinas bem estabelecidas para essa faixa etária. O profissional deve estar preparado para
abordar corretamente o paciente idoso, respeitando as características próprias da faixa etária dele, partindo para uma
minuciosa avaliação funcional.
O principal objetivo da AGA é, com a participação de uma equipe multiprofissional e a utilização de escalas, identificar as
limitações do paciente geriátrico, quantificá-las e estabelecer a conduta terapêutica adequada. As principais áreas a
serem analisadas incluem a detecção das doenças crônicas, da função física e mental e das condições sociais e
familiares.
Peculiaridades na anamnese
Deficiências sensoriais
Visão
Audição
Incontinência urinária
• Teste de Equilíbrio e Marcha - A grande propensão dos idosos à instabilidade postural e à alteração de marcha
aumenta o risco de quedas. Isso torna fundamental o conhecimento das condições de equilíbrio e marcha nessa
população.

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