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FISIOLOGIA DIGESTÓRIA

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FISIOLOGIA DIGESTÓRIA 
ANATOMIA FUNCIONAL 
O trato gastrointestinal (TGI) possui como função 
ofertar ao organismo os nutrientes, eletrólitos, água e 
vitaminas necessárias para a vida. 
- O alimento e líquidos devem se movimentar pelo 
trato, sofrer secreção das soluções digestivas, durante 
o processo de digestão, seguido pela absorção dos 
nutrientes, água, eletrólitos e vitaminas, finalizando 
com a eliminação dos restos não processos e 
absorvidos. 
O TGI é composto por: boca, faringe, esôfago, 
estomago, intestino delgado, intestino grosso (ou 
cólon), reto e anus. Tais partes são separadas por 
esfíncteres que controlam a passagem do bolo 
alimentar. 
Além disso, o TGI possuem os órgãos anexos, com 
funções digestórias, assim temos: glândulas salivares, 
pâncreas, fígado e vesícula biliar, além de pequenas 
glândulas exócrinas pequenas, no qual secretam 
conteúdo para a luz do TGI. 
GLÂNDULAS SALIVARES 
Ao todo são 3 glândulas maiores que secretam saliva. 
Saliva: solução aquosa viscosa, levemente alcalina 
que tem como função umedecer a boca, amolecer o 
alimento e iniciar a digestão dos carboidratos, através 
da enzima alfa-amilase (também chamada de ptialina 
ou amilase salivar), facilitando a digestão (mais 
importante). 
GLÂNDULAS PARÓTIDAS 
- Maior glândula salivar 
Localização: atrás do ramo da mandíbula, e seus 
ductos abrem-se na cavidade oral junto ao segmento 
molar superior, esquerdo e direito. 
GLÂNDULA SUBMANDIBULAR 
Localização: porção posterior do assoalho da boca, 
seus ductos abre-se abaixo da língua e lateralmente, 
esquerdo e direito, ao frênulo lingual. 
GÂNDULA SUBLINGUAL 
- Menor glândula salivar 
Localização: assoalho da boca, entre as porções 
laterais da língua e os dentes. Seus diminutos ductos 
se abrem próximos das pregas sublingual 
 
ESÔFAGO 
Trata-se de um tubo que conduz o alimento da boca ao 
estomago, após a deglutição, através de movimentos 
peristálticos, sem alterar o bolo alimentar. 
- NÃO possui propriedade de 
secretar soluções. 
Constituído por: 
Parte superior: musculo estriado 
(passivo de controle) 
Parte medial: transição (gradual) 
Parte inferior: musculo liso (não possui controle). 
ESTÔMAGO 
Órgão em forma de bolsa, semelhante a letra “J”. 
- Armazenar cerca de 1-2 litros de alimento, podendo 
chegar, em casos excepcionais, até 4 litros. 
Localização: abdome, 
entre esôfago e 
duodeno. 
Divisão: fundo, corpo e 
antro (comunicação com 
duodeno). 
Possui 4 camadas que 
são, adotando de fora 
para dentro, a serosa peritoneal, muscular (circular, 
longitudinal e oblíqua), e as submucosas e mucosas. 
Glândulas gástricas: produzem suco gástrico, 
composto principalmente de HCl e enzimas (pepsina e 
lipase gástrica). 
→ Por ser um meio ácido, o estomago não digere 
carboidrato, pois este necessita de um meio mais 
alcalino. 
 
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INSTESTINO DELGADO 
Este órgão vai do estômago ao intestino grosso, 
medindo cerca de 6-10 metros. 
- É muito vascularizado, o que 
colabora para a absorção, e 
bastante inervado pelo SNA. 
- Sua parte apical, voltada para o 
lúmen, apresenta diversas 
vilosidade, que contribuem para a digestão e absorção 
dos nutrientes, aumentando o contato com o alimento. 
-Recebe secreções pancreáticas e da bile, formada no 
fígado. 
Duodeno: menor e mais importante parte do intestino 
delgado (digestão e absorção dos alimentos), possui 
25cm. Nesta região, as secreções pancreáticas 
(bicarbonato e enzimas) e a bile atingem a luza do 
intestino (pelo ducto pancreático e pelo colédoco). 
Jejuno: 2,5-4m, possui parede espessa e com muitas 
células do tipo caliciformes, sendo este o principal local 
de absorção de aminoácidos e lipídeos. 
Íleo: não possui demarcação clara. Possui menor 
espessura de parede e luz com menor diâmetro. Seu 
comprimento é de 3,5-6m, com presença de muitos 
linfonodos. 
INTESTINO GROSSO 
Corresponde a penúltima parte do TGI. Possui 
comprimento de 1,5-1,8m. 
Função: absorção de água e 
eletrólitos, além de formar a 
consistência e armazenar as 
fezes. 
- Possui rica flora bacteriana, que 
sintetiza as vitaminas K, e algumas do complexo B. 
Ceco: tem comunicação com o intestino delgado 
através do esfíncter ileocecal, além disso apresenta o 
apêndice vermiforme. Possui comprimento de 5-8cm. 
Cólon ascendente: apresenta 15-20cm 
Cólon transverso: atravessa o abdome da direta para 
a esquerda, com 30-60cm 
Cólon descendente: apresenta 20-25cm 
Sigmoide: possui aparência de letra “S”, com 30-40cm, 
sendo este a parte final, onde consistência das fezes é 
formada. 
Obs: intestino grosso é composto por 4 camadas 
distintas, sendo a serosa (rica em tecido ferroelástico), 
muscular (fibras circulares e longitudinais, em forma de 
feixes*), submucosa e mucosa, seguindo a ordem de 
dentro para fora. 
*Apresenta junções comunicantes, com baixa 
resistência elétrica, assim, a despolarização pode ser 
propagar por um conjunto muito grande de fibras 
musculares e suas contrações ocorrem quase que 
simultaneamente, e forma-se assim um sincício 
funcional. A excitação da camada longitudinal também 
excita a camada circular e vice-versa. 
- Toda a absorção acontece na camada mucos. 
RETO 
Corresponde a última parte do TGI. Possui 15-20cm, 
com seu diâmetro variável. 
-Fezes preenchem imediatamente 
antes da defecação. 
-Apresenta 2 esfíncteres, sendo o interno e o externo, 
que controlam a defecação. 
PÂNCREAS 
Trata-se de uma glândula triangular, que se divide em 
cabeça, corpo e cauda, e faz parte do sistema 
digestório e endócrino. 
Pâncreas endócrino: 
produz nas ilhotas de 
Langerhans os hormônios 
insulina e glucagon, ambos 
relacionados ao controle da 
glicemia. 
Pâncreas exócrino: nos ácinos pancreáticos, secreta 
para o duodeno uma solução alcalina, com pH de 8,0-
8,4, de bicarbonato de sódio e enzimas. Portanto, está 
relacionado ao TGI. 
- o Bicarbonato de sódio no duodeno possui função de 
tamponar o HCl vindo do estomago, e as enzimas 
digestivas (amilase, tripsina, quimiotripsina, lipase 
pancreática e nucleases) agem na digestão dos 
nutrientes para a futura absorção. 
 
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Na imagem acima, é possível observar os ácinos 
pancreáticos, sendo elas a grande maioria das células 
pancreáticas, além das ilhotas de Langerhans e o ducto 
pancreático. 
- Nas Ilhotas de Langerhans possui células beta, 
responsável pela produção de insulina. Possui também 
células alfa, responsáveis pela produção de glucagon. 
- Células ácinos pancreáticos se reúnem se formando 
uma luz, túbulo, que vai desaguar no ducto principal dos 
pâncreas. Elas produzem o bicarbonato. 
VESÍCULA BILIAR 
Possui formato de pera, com aparência verde-escuro, 
localizado logo abaixo do lóbulo direito do fígado. 
 Função: armazenar e 
concentrar a bile. 
Bile: formada no 
fígado, com cerca de 
1-2litros/dia. É 
armazenada na 
vesícula, com volume 
de 20-50ml de bile, com atuação na emulsificação das 
gorduras, formando micelas. 
- Através do ducto colédoco a bile é lançada no 
duodeno. 
ESFÍNCTER 
Esfíncter esofágico superior, ou cricofaríngeo: 
separa faringe e esôfago. 
Esfíncter esofágico inferior, ou cárdia: separa 
esôfago do estômago. 
Esfíncter piloro: separa estômago do intestino 
delgado – importante para a digestão, pois dependendo 
do tipo de alimento, ele fica um tempo maior fechado. 
Ex: digestão de carne, necessita de um tempo maior, 
sendo assim, o esfíncter permanece fechado por mais 
tempo. 
Esfíncter ileocecal: separa intestino delgado do 
intestino grosso. 
Esfíncteres interno e externo: reto e ânus. 
O TGI APRESENTA 5 PROCESSOS ALTAMENTE 
ESPECIALIZADOS E COORDENADOS, SENDO ELES: 
Motilidade: o bolo alimentar passa por um processo 
continuodurante todo o TGI (progressão cefalocaudal), 
mas ele vai sempre com movimento de “vai e vem”, o 
que proporciona a mistura e trituração dos alimentos. 
Secreção: sintetizados pelos órgãos anexos ou pelo 
próprio TGI, pra a hidrolise enzimático dos alimentos. 
Digestão: processo de hidrolise enzimática dos 
alimentos, que transformam os macronutrientes em 
estruturas menores para que ocorra a absorção pelos 
capilares teciduais ou pelo linfático. 
Absorção: conjunto de processos de transporte dos 
nutrientes hidrolisados, água, eletrólitos e vitaminas da 
luz do TGI para a circulação sistêmica ou linfática. 
Excreção: parte do bolo alimentar que não foi 
processado e absorvido, no qual fica 
momentaneamente armazenados antes de sua 
eliminação na forma de fezes. 
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO (SNE) 
A atividade elétrica do musculo liso do TGI (excitado por 
atividade elétrica intrínseca), consiste na geração de 
dois tipos de ondas elétricas, sendo elas: 
Ondas lentas: mais frequente, ocorrem com 
ritmicidade e não são verdadeiros potenciais de ação, 
são variações ondulantes e lentas do potencial da 
membrana (frequência entre 3-12/min, sendo 3-5 
estomago, 8-12 duodeno e 7-9 no íleo), com voltagem 
de 5-15 mV. 
Função: não é bem estabelecida, contudo guarda 
relação com as células de Cajal, que seria células 
marca-passo do TGI (possuem canais iônicos que se 
abrem espontaneamente, permitindo o influxo iônico e 
a despolarização). 
Potenciais em espícula: verdadeiros potenciais de 
ação, que se formam automaticamente. O potencial de 
repouso da musculatura lisa do TGI é em torno de - 50 
a - 60 mV e quando atinge cerca de - 40 mV ocorre a 
despolarização. 
- Quanto maior o potencial de ondas lentas, maior a 
frequência dos potenciais em espícula, podendo variar 
de 1-10 espículas/seg. (potenciais de ação), com 
duração media de 10-20mseg. 
 
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O SNE está localizado na parede intestinal, desde o 
esôfago ate o ânus, com maior desenvolvimento no 
estomago e intestino delgado → o nº de neurônios que 
compõe o SNE é cerca de 100 milhões e ele coordena 
toda a função gastrointestinal. 
o SNE é composto por dois plexos, sendo eles 
mioentérico e submucoso. Ambos recebem inervação 
simpática e parassimpática, além disso, fibras 
aferentes sensoriais do epitélio ou da parede intestinal 
enviam informações para os dois plexos, para a medula 
vertebral, para os gânglios pré-vertebrais (SNS) e o 
tronco cerebral (SNPS), via vago. 
PLEXO MIOENTÉRICO OU PLEXO DE 
AUERBACH 
Está localizado entre as camadas musculares 
longitudinal e circular. 
De maneira geral, o plexo mioentérico controla os 
movimentos do TGI. 
Ele se estende por todo o TGI (entre as camadas 
musculares lisas), é praticamente excitatório. 
Suas ações correspondem: aumento do tônus da 
parede intestinal, aumento da intensidade e frequência 
das contrações rítmicas e aumento da velocidade das 
contrações, com elevação do peristaltismo. 
PLEXO SUBMUCOSO OU PLEXO DE 
MEISSNER 
Está localizado na submucosa, sendo então, um plexo 
interno. 
De maneira geral, o plexo submucoso controla a 
secreção do TGI e a circulação local. 
Além disso, ele pode ser inibitório (secreta o VIP- 
Peptídeo Intestinal Vasoativo) ou excitatório (principal), 
com elevações da taxa de secreção no TGI, da 
circulação local e interfere, assim, na absorção dos 
micronutrientes. 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA) 
O SNA também participa do controle do TGI. 
A inervação eferente parassimpático (SNPS) para o 
TGI chega pelos nervos vagos (80%) inervando 
esôfago, estomago, pâncreas, intestino delgado e parte 
do intestino grosso e pelos nervos sacrais (20%), que 
leva a formação dos nervos pélvicos que inerva a parte 
distal do intestino grosso ate o ânus. 
- A estimulação do SNPS é excitatório e o 
neurotransmissor é a acetilcolina. 
A estimulação simpática (SNS) se origina na medula 
(T5 a L2), que leva a formação dos gânglios celíaco, 
mesentérico superior e inferior e deste uma inervação 
regular para todo o TGI. 
- A estimulação do SNS é inibitória sobre o SNE e no 
TGI e o neurotransmissor é a noradrenalina. 
CONTROLE HORMONAL DA 
MOTILIDADE NO TGI 
Os hormônios produzidos no TGI, são liberados na 
circulação porta-hepática exercem suas funções em 
células alvo à distância, afetando a motilidade ou 
principais os processos secretórios. 
Os principais hormônios entéricos são: a gastrina, 
colecistocinina (CCK), secretina, peptídeo inibidor 
gástrico (GIP), peptídeo intestinal vasoativo (VIP) e 
motilina. Além disso temos, acetilcolina e noradrenalina 
mediados pelo SNA. 
- Os hormônios entéricos são proteicos e, em geral, a 
presença do alimento, em um determinado segmento 
do TGI, ativa a secreção hormonal para ativar (ou inibir) 
as funções secretoras ou a motilidade. 
A estimulação dos SNE é feito por 3 vias: Estimulação 
tátil; Irritação química ou distensão. 
 
 
*A acetilcolina e a noradrenalina tem origem 
autonômica, os demais tem origem entérica. 
A motilidade no TGI é mantida pelo peristaltismo e os 
movimentos de mistura. 
Peristaltismo: uma região se contrai (ponto A) e há 
distensão da região seguinte (ponto B), cerca de 2-3cm 
adiante, assim o alimento sai de A e vai para B. Em 
seguida ocorre a contração do ponto B e relaxamento 
dos pontos A e C (ponto C é anterógrado ao ponto B). 
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O estimulo principal para o peristaltismo é a distensão, 
quando há acumulo de alimentos em algum ponto do 
intestino. Ela é mediada pelo SNE e pelo SNA. 
 
Contração propulsiva: o quimo é impulsionado em 
direção ao íleo terminal por ondas peristálticas numa 
velocidade de 0,5 a 2 cm/seg. e percorrem cerca de 5 
cm e desaparecem, quando surge então novas ondas. 
Isto faz com que a velocidade resultante efetiva seja de 
apenas 1 cm/min e o tempo de trânsito no intestino 
delgado é de 3 a 5 horas. O estímulo para estas ondas 
propulsivas é a distensão da parede do duodeno, 
quando ocorre o esvaziamento gástrico. 
Movimento de mistura: trata-se de contrações 
intermitentes de curta duração (15-30s), indo para 
frente e para trás. Sua função é misturar o bolo 
alimentar, quimo, com as secreções digestivas. As 
contrações deste tipo causam segmentação de 
diferentes formas e divide o bolo alimentar de 2-3 vezes 
por minuto. 
 
Contrações de Mistura: além do tratado acima, 
também é responsável também pela retirada do quimo 
junto da mucosa intestinal para favorecer a absorção 
dos nutrientes e são controladas pelo SNE e SNA 
MASTIGAÇÃO E DEGLUTIÇÃO 
MASTIGAÇÃO 
Objetivo: diminuir o tamanho das partículas dos 
alimentos e misturar com a saliva produzida pelas 
glândulas salivares, facilitando a deglutição. 
- A redução do tamanho das partículas não interfere 
diretamente nos processos de digestão, somente 
facilita a deglutição. 
A alfa-amilase, presente na saliva, promove o inicio da 
hidrolise dos carboidratos, porem o tempo de 
permanência do alimento na boca é pequeno e esta 
etapa é de pouca importância. 
A presença do alimento na boca e a mastigação 
estimulam os mecanoceptores e os quimioceptores que 
irão provocar vários reflexos, tais como o ato da 
mastigação (ato involuntário ou voluntário), da 
deglutição e as secreções salivar, gástrica e 
pancreática. 
DEGLUTIÇÃO 
Representa a passagem do alimento da boca para o 
estômago através do esôfago. De início, temos um ato 
voluntário e, em seguida, de um ato reflexo. 
O esôfago não contribui para o processamento dos 
alimentos, pois não produz nenhum tipo de secreção. 
Ele é mecanicamente o elo entre a boca e o estômago, 
atravessando o tórax e penetrando no abdômen 
através do hiato do diafragma. 
-Na parte superior doesôfago, a musculatura é 
estriada, enquanto, nas partes intermediárias e inferior, 
a musculatura é lisa. 
Entre a orofaringe e o início do esôfago há um esfíncter 
(esfíncter esofágico superior) que mantém fechado o 
início do esôfago, exceto no ato da deglutição, 
possuindo uma pressão local de 40 mmHg, sendo 
superior à pressão do esôfago, que é ligeiramente 
subatmosférica. 
 Ainda, entre o esôfago e o estômago há um esfíncter 
(esfíncter esofágico inferior ou cárdia) que impede o 
refluxo do conteúdo gástrico e sua pressão local é de 
30 mmHg maior que no esôfago. 
FASES DA DEGLUTIÇÃO 
Ela pode ser dividida em 3 fases distintas: 
Fase Oral: ela tem início pressionando o bolo alimentar 
pela ponta da língua contra o palato duro e 
direcionando à orofaringe contra o palato mole. Nesta 
região, o bolo alimentar estimula os receptores 
sensoriais e inicia-se a fase de deglutição (estimula o 
reflexo de deglutição). 
Fase Faríngea: É totalmente reflexa. As dobras 
palatofaríngeas impedem a entrada do alimento na 
nasofaringe. As cordas vocais se mantêm juntas, o que 
eleva a epiglote, levando ao fechamento da abertura da 
laringe, o que impede a entrada de alimento na 
traqueia. A respiração é bloqueada e o esfíncter 
esofágico superior relaxa, permitindo a entrada do bolo 
no esôfago. 
Fase Esofágica: tem início com uma onda peristáltica 
esofagiana, contração do esfíncter esofágico superior e 
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relaxamento do esfíncter esofágico inferior, permitindo 
a passagem do bolo alimentar para o estômago. 
-Caso a única onda peristáltica primária não impulsione 
todo o bolo alimentar para o estômago, há o surgimento 
de outras. Este processo é totalmente reflexo e 
regulado pelo centro da deglutição e por reflexos 
intramurais. 
MOTILIDADE ESOFAGIANA E 
GÁSTRICA 
A motilidade esofagiana está intimamente relacionada 
com o processo de deglutição. 
 Como dito anteriormente, Uma onda peristáltica 
primária percorre o esôfago e quando o bolo alimentar 
chega nos esfíncteres esofagianos superior e inferior 
ocorre o relaxamento destes e também o relaxamento 
gástrico, permitindo a chegada do alimento no 
estômago sem elevação da pressão intragástrica, ao 
contrário, ocorre pequena redução pressórica. 
 
 
 
 
 
 
 
As funções do estomago: armazenar grandes 
quantidades de alimento, trituras grandes quantidades 
de alimentos, triturar o alimento com secreções 
gástricas até a formação de uma mistura pastosa 
denominada de quimo e, por fim, se esvaziar de 
maneira lenta o seu conteúdo para o intestino delgado. 
Sua capacidade limite é de 0,8-1,5 litros de alimentos 
sem alterar a pressão intragástrica, devido ao 
relaxamento reflexo (reflexo vasovagal), com 
modulação do tronco cerebral. 
- Enquanto houver alimento no estômago há o 
aparecimento de ondas fracas de contração 
denominadas de ondas de mistura, que deslocam do 
fundo em direção ao antro, a cada 15 segundos. Tais 
ondas são desencadeadas pelo ritmo elétrico básico 
(REB) da parede gástrica e se tornam mais fortes 
próximas ao antro. 
Retropropulsão: as ondas de mistura muitas vezes 
encontram o piloro completamente fechado, fazendo 
com que o quimo retorna para o corpo do estomago, 
propiciando grande efeito de mistura. 
Na parte proximal do estômago (fundo) existe uma 
região não bem definida que tem a propriedade de auto 
gerar potenciais elétricos para a contração gástrica. 
Esta região de marca-passo age independente do SNC, 
apresenta a formação de ondas de contração com 
frequência de 3 a 8 ondas/min e é denominada de ritmo 
elétrico básico. Esta atividade elétrica forma 
potenciais de ação lentos, com duração de 100 a 5.000 
mseg. 
Ondas de fome: quando o estomago está vazio, 
durante o jejum prolongado, há o aparecimento de 
contrações gástricas intensas. 
ABERTURA DO PILORO 
Ocorre quando ondas de pressão intragástrica são 
elevadas, de 50 a 70 cm H2O, e parte do quimo passa 
para o duodeno. 
Ondas de baixa pressão permitem uma abertura muito 
discreta do piloro, e permite a passagem apenas da 
água, por esta razão a absorção da água duodenal é 
muito mais rápida do que os elementos sólidos. 
O hormônio gastrina (produzido pelas células G 
gástricas) tem a propriedade de aumentar a produção 
de ácido clorídrico gástrico (HCl), aumentar a 
motilidade e relaxar parcialmente o piloro, facilitando o 
esvaziamento gástrico. 
O hormônio colecistocinina (CCK), a secretina e o 
GIP, são hormônios inibidores do esvaziamento 
gástrico. 
MOTILIDADE NO INTESTINO 
DELGADO 
as contrações intestinais são as propulsivas e de 
mistura. 
A motilidade no intestino delgado é potenciada pelos 
níveis de acetilcolina, gastrina, colecistocinina, motilina, 
serotonina e insulina. É inibida pelos níveis de 
noradrenalina, secretina e glucagon. 
Normalmente o esfíncter ileocecal encontra-se fechado 
e faz com que o quimo permaneça no íleo terminal. 
Após outra refeição o reflexo gastroileal promove a 
abertura do esfíncter ileocecal e permite a passagem 
do quimo para o intestino grosso. 
MOTILIDADE NO INTESTINO GROSSO 
Como dito antes, o intestino grosso possui musculatura 
circular e longitudinal. 
A contração das circulares chega quase ocluir o lúmen 
do intestino, formando segmentos definidos, 
denominados de haustra. 
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A contração das fibras longitudinais (com relaxamento 
das fibras circulares) promove os movimentos de 
propulsão do quimo ao longo do cólon (movimento de 
massa). 
- Pode haver contrações simultâneas mais fracas que 
promovem a mistura do quimo no cólon. 
A atividade propulsiva, sob o controle do SNE, é pouco 
eficiente e a velocidade pode variar entre 6 horas até 
um máximo de 5 dias, com grande variação individual e 
o tempo contrátil médio é de 1 minuto. 
Aumento da motilidade: ocorre quando o bolo 
alimentar provoca distensão do estomago (reflexo 
gastrocólico) ou do duodeno (reflexo duodenocólico), o 
que pode levar a vontade de defecar. 
A estimulação da motilidade ocorre por meio do SNE e 
SNA. Assim, as terminações colinérgicas vagais 
estimulam a motilidade, e a estimulação simpática 
inibe, provocando constipação. O SNE atua somente 
estimulando a motilidade. 
FUNÇÕES MOTORAS DO INTESTINO 
GROSSO 
• Movimentação com retropropulsão; 
• Mistura, amassamento e lubrificação; 
• Propulsão cefalocaudal; 
• Expulsão das fezes (defecação). 
Não existe no cólon presença de enzimas digestivas, 
assim não há digestão e absorção de nutrientes nessa 
estrutura, somente a absorção de água, e eletrólitos. 
- Pode-se absorver até 2 litros de água por dia, com 
perda de 100-200ml nas fezes. 
DEFECAÇÃO E VÔMITO 
DEFECAÇÃO 
A maior parte do tempo o reto está vazio, sem fezes, e 
não há vontade de defecar. Quando o movimento de 
massa força as fezes para o reto, então imediatamente 
surge a vontade de defecar. 
Quando a vontade não é atendida, o reto se acomoda 
a seu novo volume e as fezes retornam no sigmoide. 
O esfíncter anal interno: constituído por músculo 
espesso e involuntário, com vários centímetros na 
região do ânus, permanece com uma contração tônica. 
O esfíncter anal externo: constituído por músculo 
estriado e voluntário que circunda o esfíncter interno, 
também permanece contraído. 
Agora, quando a vontade é atendida, ocorre a 
contração reflexa do reto e relaxamento dos esfíncteres 
anais, iniciando o reflexo de defecação, sob o controle 
do SNE, parte involuntária. 
- A chegada dasfezes no reto e sua distensão 
desencadeia informações aferentes ao plexo 
mioentérico que dão início às ondas peristálticas fortes 
no cólon descendente, sigmoide e reto, deslocando as 
fezes para completar o enchimento do reto. Neste 
momento há o relaxamento do esfíncter anal interno 
(involuntário) por sinais inibidores do plexo mioentérico, 
e também do esfíncter anal externo (voluntario) por 
inibição das fibras nervosas do nervo pudendo. 
Além disso, é acionado reflexo de defecação 
parassimpático, que envolve a região sacral da medula 
(pelo nervo pélvico) e aumenta-se as ondas 
peristálticas fortes. 
Ao mesmo tempo, de maneira reflexa, a defecação é 
acompanhada por inspiração profunda, fechamento da 
glote e contração dos músculos abdominais, forçando 
o conteúdo fecal para baixo em direção ao reto. 
Se existir apenas flatulência, o musculo puborretal não 
se relaxa, e os gases 
passam de forma 
apertada pelo ângulo 
agudo do retroanal, e 
as fezes ficam retidas 
no reto ou sigmoide. 
 
 
VÔMITO (OU ÊMESE) 
Trata-se da expulsão do conteúdo gastrointestinal, para 
o exterior através da cavidade oral. 
O vômito pode ter diversas origens, sendo eles: 
• Irritação importante do TGI superior (estomago e 
intestino delgado) 
• Estruturas do TGI hiperdistendidas ou hiperexitadas 
• Obstrução de qualquer parte do TGI. 
• Descarga acentuada do SNA, em especial do 
parassimpático. 
• Fatores emocionais: estresse e dor intensa. 
• Estímulos mecânicos ou químicos na orofaringe. 
• Fatores psíquicos: ansiedade, medo, descontrole 
emocional. 
• Intoxicação alimentar (alimentos estragados). 
• Cinetose: hiperestimulação do labirinto. 
• Uso de alguns fármacos 
Os sinais sensoriais para o vômito, tem início no 
orofaringe, esôfago, estomago e intestino delgado (o 
grosso não participa). Estes sinais são transmitidos 
pelos nervos vagos e simpático para a área postrema 
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do bulbo, denominada de centro do vômito. A 
estimulação desta área gera impulsos motores (em 
especial pelo vago e glossofaríngeo) para as áreas do 
TGI superior, e pelos nervos espinhais motores para o 
músculos diafragma e abdominais. 
- Antes do vômito propriamente dito, inicia-se uma onda 
antiperistáltica que pode iniciar-se em qualquer região 
do TGI superior e tem como função empurrar o 
conteúdo do intestino delgado ou estômago em direção 
ao esôfago; esta onda tem uma velocidade de 2 a 3 
cm/seg. 
Os sinais aferentes do TGI e orofaringe (químicos, 
mecânicos, irritantes, entre outros), as informações do 
labirinto, do sistema límbico e do córtex são 
processadas pelo Centro do Vômito e, quando ativado, 
gera respostas motoras para a musculatura esofágica, 
abdominal e para o diafragma, desencadeando a 
êmese (vômito). 
A partir disso, no inicio do vômito ocorre fortes 
contrações do duodeno e estomago, relaxamento do 
esfíncter esofagogástrico e então contrações dos 
músculos abdominais , iniciando o ato do vômito. 
ETAPAS DO VÔMITO 
• Respiração profunda; 
• Elevação do osso hioide e da laringe para abertura do 
esfíncter esofágico superior; 
• Fechamento da glote; 
• Elevação do palato mole para fechar as narinas; 
• Contrações vigorosa dos músculos diafragma e 
abdominais, com elevação da pressão intragástrica; 
• Emissão da massa do vômito sob pressão pela boca. 
O vômito pode ser precedido de náuseas, que é uma 
sensação consciente do centro do vômito, que leva a 
sudorese, taquicardia, salivação intensa, taquipneia, 
enjoo, palidez, sensação de desmaio e ânsia. 
-Medicações pode evitar a gênese do processo do 
vômito e são utilizados em casos específicos como 
coadjuvantes à quimioterapia. 
Drogas antieméticas: domperidona, nausedron e 
metoclopramida. 
Droga emética: xarope de ipeca. 
FUNÇÕES SECRETORAS NO TGI 
Secreções digestivas: são soluções que contém 
água, eletrólitos, proteínas, agentes humorais ou outros 
constituintes que servem para auxiliar no processo de 
digestão e absorção dos nutrientes, produzidas por 
glândulas especificas. 
Seu volume e composição são variadas, algumas ricas 
em enzimas, outras ácidas (HCl gástrico) ou básicas 
(suco pancreático), de proteção de células (muco), para 
lubrificação (saliva) ou tornar o meio mais aquoso, entre 
outras. 
PRINCIPAIS SECREÇOES NO TGI 
Secreção salivar: é produzida por 3 pares de 
glândulas salivares, as parótidas, submandibulares e 
sublinguais. 
FUNÇÃO: lubrificação e umidificação do alimento 
triturado pela mastigação para o processo de 
deglutição, facilitando a solubilização para o paladar e 
o ato de falar. 
A função de digestão dos carboidratos pela alfa amilase 
ou ptialina é limitada pelo pequeno tempo de ação da 
saliva durante a mastigação. 
Há uma produção média de 1,0 a 1,5 litros de saliva por 
dia, possui baixa osmolaridade (hiposmótica, cerca de 
300mOsm). 
 COMPOSIÇÃO IÔNICA: é composta de altas 
concentrações de potássio e bicarbonato, e menores 
de sódio, cloreto e cálcio. 
COMPOSIÇÃO NÃO IÔNICA: inclui enzimas (alfa-
amilase ou ptialina e pouca lipase), mucina (uma 
Nacetil glicosamina) e prolina com pH na faixa de 6,5 a 
7,0. 
A salivação é mediada pelos núcleos salivatórios 
superior e inferior localizados na parte superior do 
bulbo e apresenta as vias aferentes e eferentes 
parassimpáticas. O ato de mastigar o alimento, ver, 
sentir o cheiro ou gosto e, mesmo os horários das 
refeições, são estímulos condicionados para o início da 
salivação. 
Os ácinos da glândula 
salivar produzem uma 
secreção primária 
semelhante ao plasma, 
contendo mucina e 
ptialina. 
Nos ductos, o sódio é 
absorvido ativamente 
em troca com o 
potássio, bomba de sódio e potássio, (o cloreto “segue” 
o sódio); já o bicarbonato é secretado para o ducto pela 
troca com o cloreto (ou ativamente). Por esta razão a 
saliva é pobre em cloreto de sódio e rica em potássio e 
bicarbonato. 
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 No entanto, se a velocidade de secreção salivar for 
muito aumentada, a concentração de NaCl salivar se 
eleva. 
Secreção gástrica: é composta por um liquido claro e 
ácido que contem água, HCl, enzimas e muco. Sua 
produção diária é cerca de 1,5-2 litros, e pH na faixa de 
1,0-3,5. 
A mucosa gástrica possui três tipos de glândulas: 
• GLÂNDULAS OXÍNTICAS OU GÁSTRICAS: 
localizadas no corpo e fundo do estomago, e 
secretam HCl, pepsinogênio, fator intrínseco (fator 
que atua no crescimento/renovação da mucosa 
gástrica) e muco. São compostas por 3 tipos de 
células: mucosas do cólo (secretam o muco), 
peptídicas (secretam o pepsinogênio) e parietais ou 
oxínticas (secretam o HCl e fator de crescimento, 
além disso, possuem muitas mitocôndrias e 
canalículos intercelulares- HCl é produzido nestes 
canículos até a abertura secretora da célula). 
• GLÂNDULAS PILÓRICAS: localizadas na porção do 
antro gástrica, e secretam pequenas quantidades de 
pepsinogênio, e grandes de muco que lubrificam e 
protegem a parede gástrica do ácido, além de 
produzir o hormônio gastrina. 
• GLÂNDULA PRODUTORA DE MUCO: são muito 
pequenas, localizadas em toda a mucosa gástrica e 
produzem um muco viscoso e alcalino, que recebe a 
mucosa gástrica com cerca de 1mm de espessura (no 
qual protege o estomago do ácido). 
 
Produção de HCl 
Acontece pelas células parietais, sendo um mecanismo 
ativo, pela ação da bomba H+- k- ATPase, no qual 
consegue concentrar o íon hidrogênio cerca de 3 
milhões de vezes em relaçãoao plasma, e com um 
gasto energético muito alto (ex: em uma dieta de 
2000Kcal, cerca de 10% de energia é usada na 
secreção de HCl). 
 
- Produção de 1 litro de HCl gasta 1.500 cal, numa 
concentração de 160 mmol/l de HCl e com pH gástrico 
na faixa de 0,8 a 1,2 (muito ácido). 
 
A estimulação da secreção de HCl é dada pela gastrina 
e histamina; a acetilcolina estimula, simultaneamente, 
a secreção de HCl (nas células parietais), pepsinogênio 
(nas células pépticas) e de muco (nas células da 
mucosa). 
O pepsinogênio (PM 42.500 é inativo), em contato 
com o HCl é clivado em pepsina ativa (PM 35.000), uma 
enzima proteolítica que atua em pH ácido (1,8 a 3,5). 
ETAPAS DE SECREÇÃO DO HCL 
PELAS CÉLULAS PARIETAIS 
1-A água dentro da célula parietal dissocia-se em H+ e 
OH-, um processo ativo catalisado pela bomba H+-K+ 
ATPase. (água foi clivada, o hidrogênio produzido é 
importante para a formação do HCl). 
 2- O CO2 proveniente 
da própria célula 
gástrica ou do interstício 
(circulação) reage com 
a o OH-, formando o íon 
bicarbonato, catalisado 
pela anidrase carbônica 
(CO2 + OH- HCO3- ). 
 
3-O HCO3 - é transportado para o líquido extracelular 
em permuta com o cloreto. O íon cloreto (Cl-) é 
secretado para os canalículos da célula parietal; 
4- O íon H+ é bombeado para o lúmen dos canalículos, 
transporte ativo pela bomba H+-K+ ATPase. Há uma 
permuta entre o H+ (secretado para o lúmen) e o K+ 
(para dentro da célula), porém o K+ tem livre transporte 
na membrana; 
5-Nos canalículos há alta concentração de H+ (155 
mEq/l) e de Cl- (173 mEq/l) o que leva a formação do 
ácido clorídrico (HCl) que é secretado para o estômago 
pela extremidade do canalículo da célula parietal; 
6-Na membrana basolateral há o influxo de K+ e efluxo 
de Na+ pela bomba Na+-K+ ATPase. O K+ escoa para 
o lúmen; 
7-A água se desloca por osmose do interstício para o 
lúmen, formando a solução de HCl, numa concentração 
de 160 mEq/l, de cloreto de potássio (15 mEq/l) e NaCl 
(3 mEq/l). 
*A secreção do fator intrínseco pelas células não tem 
seu mecanismo muito conhecido, mas há evidências 
que esteja ligado a absorção da vitamina B12 no íleo e, 
de alguma forma, uma proteção e/ou proliferação da 
borda em escova no TGI. 
-A secreção do pepsinogênio pelas células pépticas 
nas glândulas oxínticas é estimulada pela acetilcolina 
produzida pelo plexo mioentérico e pela acidez do 
estômago, através de algum reflexo local. 
FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA 
Fase cefálica: aqui o encéfalo promove ajustes gástricos. 
Assim, a secreção inicia-se antes da chegada do alimento no 
estomago, enquanto está sendo ingerido. Isso acontece 
devido as aferências visuais, gustativas, olfatórias e ate a 
lembrança do alimento (memória gustativa). 
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Sua origem é no córtex cerebral, nos centros do apetite na 
amigdala e hipotálamo (contribui com 30% da secreção 
gástrica). 
Fase gástrica: a chegada do alimento no estômago excita os 
reflexos vasovagais e locais, e pela ação da gastrina há 
estimulação da secreção gástrica por algumas horas 
(contribui com 60%). 
Fase intestinal: : o quimo no duodeno estimula a 
secreção gástrica, isso acontece devido à pequena 
produção de gastrina pela mucosa do duodeno 
(contribui com 10%, bem menos que no estômago). 
 
Secreção pancreática: trata-se de uma secreção 
alcalina, rica em bicarbonato (pH entre 8-8,3), que 
contem também enzimas digestivas, produzidas pelas 
células dos ductos pancreáticos e pelas células dos 
ácinos (pâncreas exócrino), respectivamente. 
Possui secreção média de 1 litro/dia, que flui pelo ducto 
pancreático até a papila de Vater, que é envolta pelo 
esfíncter de Oddi. 
 FUNÇÃO: neutralizar o ácido clorídrico gástrico 
liberado no duodeno (bicarbonato) e promove a 
digestão do quimo (parte enzimática da secreção do 
pâncreas). 
As enzimas digestivas pancreáticas atuam na digestão 
de proteínas, lipídeos e carboidratos. 
As enzimas envolvidas na digestão das proteínas são a 
tripsina (a mais abundante), quimotripsina e 
carboxipolipeptidase. A tripsina e a quimotripsina 
hidrolisam as proteínas a peptídeos menores e a 
carboxipolipeptidase cliva os peptídeos menores em 
aminoácidos individuais. 
As enzimas envolvidas na digestão dos lipídeos são a 
lipase pancreática (principal), colesterol esterase e a 
fosfolipase. A lipase hidrolisa gorduras neutras a ácidos 
graxos livres e monoglicerídeos; a colesterol esterase 
hidrolisa o colesterol e a fosfolipase hidrolisa os 
fosfolipídeos. 
A enzima envolvida na digestão dos carboidratos é a 
amilase pancreática. Ela hidrolisa o amido, glicogênio e 
outros carboidratos para a forma de dissacarídeos 
(ainda não passa a ser monossacarídeos). 
A concentração de bicarbonato no suco pancreático 
lançado no duodeno é 5 vezes mais concentrada do 
que no plasma, da ordem de 145 mEq/l. Sua secreção 
é estimulada pela acetilcolina, colecistocinina (CCK) e 
secretina. 
SECREÇÃO DE BICARBONATO PELAS 
CELULAS DO DUCTO PANCREÁTICO 
1- O CO2 proveniente da 
própria célula pancreática 
ou do interstício 
(circulação) reage com a 
água, catalisado pela 
anidrase carbônica, o que 
leva a formação do ácido 
carbônico (CO2 + H2O→ 
H2CO3) que se dissocia 
em bicarbonato e íon 
hidrogênio (HCO3 + H+); 
2- Íons bicarbonato também entram na célula vindos do 
interstício em co-transporte com o sódio e é trocado 
como cloreto na membrana apical (o cloreto tem a 
finalidade de transportar o bicarbonato para o lúmen); 
 3- O cloreto advindo do lúmen (trocado com o 
bicarbonato) escoa novamente para o lúmen, por 
canais especiais de cloreto; 
4- O H+ formado pela dissociação do H2CO3 é trocado 
pelo sódio na membrana basolateral. O Na+ que entrou 
na célula sai pela bomba de Na+-K+ ATPase em troca 
com o potássio. O K+ deixa a célula para o interstício 
(sem esse mecanismo de entrada e saída de sódio, e 
entrada e saída de potássio, não iria ter o transporte do 
H+ para o interstício); 
5- A água e o sódio difundem-se do interstício para o 
lúmen (a favor de seu gradiente elétrico) pela borda 
luminal. A água “segue” o sódio; 
 6- No lúmen ocorre a formação da solução de 
bicarbonato de sódio, o qual será secretado pelo ducto 
pancreático no duodeno para neutralizar o ácido 
clorídrico vindo do estômago. 
Secreção biliar: é ligeiramente alcalina, amarga e de 
cor amarelada-esverdeada, produzida pelo fígado e 
armazenada e concentrada na vesícula biliar (que 
concentra muito a bile). Possui produção diária da bile 
de cerca 0,6-1,0 litro, e seu pH é entre 7,5 a 7,8. Sua 
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atuação é no duodeno, promovendo a emulsificação 
das gorduras. 
A bile é formada no fígado em duas etapas: 
1- A bile produzida pelos hepatócitos é secretada para 
os canículos biliares (entre as células hepáticas), e 
em seguida flui em direção aos ductos biliares e 
atingem o ducto hepático e ducto biliar comum. 
 
2- A bile flui diretamente para o duodeno ou é 
armazenada na vesícula biliar, através do ducto 
cístico, onde permanece armazenada por ate 12h. 
 
A vesícula biliar tem a propriedade de concentrar a bile 
entre 5 a 20 vezes, retirando a água e parte dos 
eletrólitos, assim, por exemplo, um volume de 450ml da 
bile hepática, pode formar de 30-80ml bile vesicular. 
 
A bile tem duas funções importantes na digestão e 
absorção das gorduras (apesar de não ter nenhuma 
enzima específica na sua constituição). 
 Os sais biliares promovem a emulsificaçãodas 
gorduras (ação detergente), levando a formação de 
moléculas menores para a ação enzimática e para a 
absorção pela mucosa intestinal ou pelo linfático na 
forma de micelas. 
Uma outra função da bile é ser uma forma de excreção 
de elementos do sangue, em especial a bilirrubina, 
advinda da hemólise. 
Lipídeos no duodeno estimulam a contração da 
vesícula biliar cerca de 20 a 30 minutos após a refeição. 
O esvaziamento da vesícula biliar é estimulado pela 
colecistocinina (a mais potente) e também pela 
acetilcolina do SNPS – se o alimento for rico em 
gordura, a contração da vesícula vai ser mais intensa. 
 
 
Secreção intestinal: é um tipo de secreção aquosa, 
que contém muito muco e pouco material enzimático. É 
produzida por dois tipos de pequenas glândulas, tanto 
no intestino delgado quanto no intestino grosso. 
 
INSTESTINO DELGADO: existe dois tipos de glândulas 
secretoras, as glândulas de Brunner e as criptas de 
Lieberkühn. 
As glândulas de Brunner estão localizadas no duodeno 
entre o piloro e a papila de Vater; elas secretam um 
muco alcalino cuja função é proteger a parede 
duodenal da secreção gástrica ácida. Sua taxa de 
secreção é cerca de 200 ml por dia. 
Estas glândulas são estimuladas por estímulos táteis 
ou irritativos (ácidos), ou seja, estimulo local; 
estimulação vagal (SNPS) e pelo hormônio secretina. 
São inibidas pela estimulação simpática (SNS), por 
esta razão que pessoas muito tensas tem grandes 
possibilidades de apresentar úlceras pépticas nesta 
região 
 
Ao longo do intestino delgado existem muitas 
depressões denominadas de criptas de Lieberkühn, 
localizadas nas vilosidades intestinais e estas 
apresentam dois tipos de células: caliciformes e 
enterócitos. 
 
Células caliciformes: secretam muco para lubrificar e 
proteger toda a parede intestinal delgada. 
Células enterócitos: secretam água, eletrólitos e 
algumas enzimas. 
 
A taxa de secreção das criptas de Lieberkühn é 
elevada, cerca de 1,6 a 2,0 litros/dia, com pH alcalino 
na faixa de 7,5 a 8,0, o que facilita a absorção dos 
nutrientes do quimo em contato com as vilosidades. 
 
As enzimas produzidas pelos enterócitos das 
criptas de Lieberkühn são: 
• Diversas peptidases (para a hidrólise de pequenos 
peptídeos), 
• Sacarase, 
• Lactase, 
• Maltase 
• Dextrinase (todas para a hidrólise de dissacarídeos 
em monossacarídeos) 
• e pequena quantidade de lipase intestinal (cliva as 
gorduras neutras em glicerol e ácidos graxos). 
 
As ações destas enzimas decorrem da descamação 
contínua destas células para o lúmen intestinal e sua 
taxa de mitose é muito alta; o ciclo de vida destas 
células é cerca de apenas 5 dias. 
 
 
INTESTINO GROSSO: só há as criptas de Lieberkühn, 
porém sem a formação de vilosidades, e secretam 
apenas o muco com um pouco de bicarbonato. 
Este muco tem como funções a proteção da parede 
intestinal, ser meio adesivo para as fezes e proteger a 
parede intestinal da atividade bacteriana existente nas 
fezes. A taxa de secreção no intestino grosso é baixa, 
de apenas 200 ml em condições normais. 
 
A diarreia é uma forma de eliminar fatores irritativos 
intestinais, como na enterite (infecção bacteriana), com 
a perda de muito muco, água e eletrólitos e, às vezes, 
marco
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poucas fezes advindas de todo o intestino, delgado e 
grosso. 
 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NA BOCA E 
ESTÔMAGO 
Condensação: na formação dos macronutrientes 
(exemplos: amido, triglicerídeos e proteínas) ocorre a 
retirada do H+ do terminal de uma molécula e de OH- 
de sua vizinha e então as duas se ligam, pela retirada 
de uma molécula de água. Este mecanismo ocorre com 
as outras moléculas, gerando um macronutriente e este 
processo é denominado de condensação. 
Hidrólise: a reinserção de uma molécula de água entre 
duas moléculas de um macronutriente (reação inversa 
à condensação) é denominada de hidrólise e é 
catalisada por enzimas específicas, que reduzem o 
tamanho destas moléculas (para glicose, ácido graxo 
livre e aminoácidos isolados), promove a digestão e 
facilita o processo de absorção destes nutrientes. 
A alimentação típica ocidental, em países ricos, é em 
geral composta por: 
Carboidratos: existe 3 fontes básicas, a sacarose 
(dissacarídeo vindo da cana), lactose (dissacarídeo do 
leite) e grandes polissacarídeos como o amido, um 
polímero de glicose, cujas fontes principais são os 
grãos e os tubérculos. Constitui cerca de 55% da 
ingesta alimentar, o que corresponde de 300 a 500 
gramas/dia, dependendo da ingesta calórica. Outras 
fontes menores são o glicogênio (encontrado nas 
carnes), o ácido lático (via glicolítica) e dextrina 
(polissacarídeo vindo do amido). 
Lipídeos: podem ser advindos de fonte animal (carnes, 
manteiga e leite) ou vegetal (óleos). A ingesta diária 
média é de 90 a 120 gramas e corresponde a cerca de 
25% da dieta. Predomina os triglicerídeos (3 AGL + 1 
glicerol), fosfolipídeos, colesterol e éster de colesterol. 
 Proteínas: advindas também de fonte animal (carnes 
e leite) e vegetal (leguminosas). É formado por uma 
reunião de aminoácidos de cadeia longa e a ingesta 
diária é de 70 a 100 gramas e corresponde, em média, 
a 20% da dieta. 
O epitélio absortivo da mucosa intestinal é 
caracterizado por ser em borda de escova, a qual 
amplia a área absortiva (na faixa de 600 a 1.000 vezes), 
que é observado nas vilosidades e microvilosidades 
das criptas de Lieberkühn. 
- Um epitélio que não tenha esta característica 
praticamente não tem a capacidade absortiva de 
nutrientes; pode, porém, ter alguma absorção de 
líquidos, como a água e o álcool. – a absorção da água 
na depende das vilosidades, embora parte aconteça 
nessas vilosidades. 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NA BOCA 
CARBOIDRATOS 
Digestão: a saliva contém a amilase salivar ou ptialina 
a qual, quando misturada com os carboidratos da 
alimentação, durante a mastigação, tem início o 
processo de digestão do amido, porém o tempo de 
permanência do alimento na boca é reduzido, 
ocorrendo a digestão de apenas 5% do amido em 
maltose (um dissacarídeo de glicose). 
Absorção: não há a absorção dos carboidratos na 
boca, pois não há vilosidades típicas. 
LIPÍDEOS 
Digestão: existe pequenas quantidades da enzima 
lipase salivar, porém sua atividade na boca é muito 
discreta, gerando alguns ácidos graxos livres (AGL) e 
monoglicerídeos. 
 Absorção: não há tecido absortivo, então não há 
absorção de lipídeos na boca. 
PROTEÍNAS 
Digestão: não há na saliva enzimas que hidrolisam as 
proteínas, pois necessitam de ambiente muito ácido e 
a boca é um ambiente alcalino. 
Absorção: não há absorção. 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO 
ESÔFAGO 
Como esôfago é uma estrutura de ligação mecânica 
entre a boca e o estômago, não haver a produção de 
nenhuma enzima para a digestão de nenhum nutriente, 
o tempo de trânsito do alimento é muito e não há 
também nenhum processo absortivo. 
 Portanto, não tem nenhuma função digestiva ou 
absortiva de carboidratos, lipídeos ou proteínas. 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO GÁSTRICA 
CARBOIDRATOS 
Digestão: a digestão do amido continua no estômago 
enquanto o bolo alimentar ficar protegido do HCl, isso 
ocorre no corpo e fundo gástrico por cerca de 1 hora. A 
digestão dos carboidratos é cerca de 30 a 40% do total. 
Quando ocorre a mistura do bolo alimentar com o HCl, 
o meio se torna ácido e inibe a ação da amilase salivar; 
o amido é hidrolisado em maltase. 
Absorção: Há apenas a absorção de substâncias 
muito lipossolúveis, como o álcool e alguns fármacos 
(aspirina). Sendo assim, Não há a absorção de 
carboidratos no estômago. 
LIPÍDEOS 
Digestão: existe a produção da enzima lipase gástrica, 
mas em baixa concentração, produzida pelas células 
principais gástricas, ocorrendo assim, pouca hidrólise 
dos lipídeos, pois o pH não é favorável e não ocorre 
emulsificação das gorduras.Absorção: como as moléculas de lipídeos são grandes 
e estão agrupadas, o pH é muito ácido e sem a mucosa 
absortiva, não ocorre a absorção dos lipídeos no 
estômago. 
PROTEÍNAS 
Digestão: a enzima pepsina é ativa em pH ácido (de 
2,0 a 3,0) pelo HCl gástrico. A enzima é secretada na 
forma de pepsinogênio e convertida a pepsina pelo HCl. 
A pepsina digere as proteínas (hidrolisa as ligações 
pépticas) e é responsável pela digestão de 10 a 20% 
de todas as proteínas e as converte em peptonas ou 
polipeptídios pequenos, durante a fase secretora 
gástrica. Atua principalmente nas ligações dos 
aminoácidos fenilalanina, tirosina e triptofano. 
Absorção: não há absorção gástrica de proteínas ou 
aminoácidos 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO 
INSTESTINO DELGADO 
CARBOIDRATOS 
Digestão: a secreção pancreática é rica em amilase, e 
é liberada no duodeno, com capacidade de hidrolisar 
carboidratos complexos (amido) no lúmen, formando 
carboidratos simples, que são a maltose e 
oligossacarídeos (dextrinas). Atua principalmente no 
duodeno e é uma enzima muito potente, entre 15 a 30 
minutos após a chegado do quimo estes carboidratos 
já foram digeridos. 
As enzimas dissacaridases (ou hidrolases) tem a 
propriedade de reduzir estes compostos em 
monocarboidratos (glicose, frutose e galactose) para a 
absorção; estas enzimas estão nos enterócitos das 
microvilosidades que, após descamação, atuam na luz 
intestinal. 
Assim, as dissacaridases e seus substratos são: 
Sacarase: cliva o dissacarídeo sacarose em glicose e 
frutose. 
Lactase: cliva a lactose em galactose e glicose. 
Maltase: cliva a maltose em duas moléculas de glicose. 
Dextrinase: cliva a dextrina em glicose. 
- Em uma alimentação típica, rica em amido, a glicose 
corresponde a 80% dos produtos finais da digestão dos 
carboidratos. 
Absorção: a absorção da glicose se faz por um 
mecanismo de transporte associado ao sódio (co-
transporte). O transporte de galactose é idêntico ao da 
glicose (co-transporte com o sódio) e a frutose é por 
difusão facilitada. Parte da frutose absorvida do lúmen 
(pelo GLUT 5) e presente na célula do intestino delgado 
é convertida em glicose e transportada na membrana 
basolateral para o interstício. 
ETAPAS DE ABSORÇÃO DA GLICOSE 
(EM ESPECIAL NO DUODENO E 
JEJUNO) 
 
1. Transporte de sódio pela membrana apical (borda 
em escova) é passivo, pela diferença de 
concentração, porém exige um cotransportador 
(glicose ou galactose). 
2. Na membrana basolateral o sódio é agora 
transportado ativamente pela bomba de sódio-
potássio indo para o interstício. 
3. A glicose é transportada na membrana basolateral 
passivamente em direção ao interstício pelo 
transportador GLUT 2. 
4. Transporte idêntico também é realizado pela 
galactose e parte da frutose (difusão facilitada). 
5. Parte da frutose é transportada por outro carreador, 
ainda não totalmente esclarecido. 
 
LIPÍDEOS 
Digestão: inicialmente deve ocorrer a quebra física dos 
glóbulos de gordura para a ação das enzimas 
digestivas. Esta emulsificação é realizada pelos sais 
biliares e lecitina presentes na bile e secretadas, via 
esfíncter de Oddi, no duodeno. 
 A ligação dos sais biliares e lecitina nas gotículas de 
lipídeos reduz a tensão superficial e a agitação do 
quimo no intestino, assim, as transformam em 
partículas menores para poder haver a ação da enzima 
lipase. 
 Existe duas lipases, a pancreática e a produzida pelos 
enterócitos (lipase entérica). 
Lipase pancreática: é a mais potente, rápida e em maior 
concentração. O produto final da ação das lipases é a 
formação dos ácidos graxos livres (AGL) e 
monoglicerídeos. 
Outros ácidos graxos, tem enzimas pancreáticas 
específicas, assim a hidrólise do éster de colesterol é 
hidrolisado pela enzima hidrolase de éster de colesterol 
e os fosfolipídeos pela enzima fosforilase A2, e ambas 
resultam na formação de AGL. 
 Os AGL e monoglicerídeos são agrupados pelos sais 
biliares e formam estruturas denominadas de micelas. 
Elas apresentam diâmetros de 3 a 6 nm, são solúveis 
no quimo e é a forma de absorção dos lipídeos do 
lúmen para a célula epitelial intestinal. 
Absorção: os AGL e monoglicerídeos na forma de 
micelas difundem-se pela membrana borda em escova 
para a célula epitelial intestinal, são captados pelo 
retículo endoplasmático liso destas células onde são 
ressintetizados e agrupados a uma série de proteínas 
especiais, denominadas de apoliproteína, formando 
uma estrutura conhecida como quilomícron. Na forma 
de quilomícrons os lipídeos são reabsorvidos. 
Lipídeos de cadeias carbônicas pequenas (exemplo a 
gordura do leite) são absorvidos diretamente para o 
sangue do sistema porta hepático; lipídeos maiores 
(AGL) são absorvidos pelo terminal linfático (tornando 
a linfa gordurosa na condição pós-prandial). 
PROTEÍNAS 
Digestão: uma proteína é um conjunto de aminoácidos 
conectados por ligações peptídicas. A hidrólise destas 
ligações tem inicio no estômago e continua no intestino 
delgado. As principais enzimas intestinais que 
hidrolisam as proteínas são: tripsina, quimotripsina, 
carboxipolipeptidase e elastase. 
 A tripsina e a quimotripsina clivam as proteínas 
grandes em pequenos polipeptídios; a 
carboxipolipeptidase atua nos pequenos peptídeos 
formando tri, di ou monopeptídeos (3, 2 ou 1 
aminoácidos) e a elastase digere o colágeno (elastina) 
das carnes. 
O estágio final no lúmen é realizado pelos enterócitos 
que revestem a borda em escova (vilosidades) e ele 
contém algumas peptidases, em especial a 
aminopeptidase e a dipeptidase que completam a 
hidrólise proteica formando grupos de 1, 2 ou 3 
aminoácidos que são absorvidos pelas 
microvilosidades. 
Absorção: no citoplasma dos enterócitos todos os tri 
ou di peptídeos são hidrolisados em aminoácidos 
individuais e transportados para o interstício. 
Na membrana apical da borda em escova, a absorção 
dos tri, di ou monopeptídeos são transportados em co-
transporte com o sódio. Já na membrana basolateral a 
difusão dos aminoácidos individuais para o interstício é 
por difusão simples, mas há evidências de 5 tipos 
distintos de transportadores. 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO 
INTESTINO GROSSO 
A mucosa do intestino grosso não apresenta 
vilosidades, assim os processos de digestão e 
absorção dos nutrientes não ocorrem. 
Digestão: não há a digestão de qualquer tipo de 
nutriente. 
Absorção: na parte do cólon absortivo (metade 
proximal) há a absorção de água, eletrólitos, vitaminas 
B e K (produzidas pelas bactérias) e, eventualmente, a 
absorção de ácidos graxos de cadeia curta ainda não 
absorvidos no delgado (são o butirato, propionato e 
acetato). Na parte do cólon de armazenamento (das 
fezes), pode ocorrer ainda alguma absorção somente 
de água. 
ABSORÇÃO DE ÁGUA E 
ELETRÓLITOS 
ABSORÇÃO DE ÁGUA 
A ingesta de água (e outros líquidos), aquela contida 
nos alimentos e nas secreções digestivas somam em 
média 10 litros/dia; a absorção ocorre no intestino 
delgado (82%) e no grosso (18%) que somados dão um 
valor de 9,8 l/dia, com perda fecal de apenas 0,2 
litros/dia. 
Formas de entrada de água no organismo: 
• Água e/ou líquidos = 2,0 l/dia; 
• água nos alimentos = 1,0 l/dia; 
• secreção salivar = 1,5 l/dia; 
• gástrica = 2,5 l/dia; 
• bile = 0,5 l/dia; 
• pâncreas = 1,5 l/dia 
• intestinos = 1,0 l/dia. Total: 10,0 l/dia. 
 
Absorção de água: 
• intestino delgado = 8,0 l/dia; 
• intestino grosso = 1,8 l/dia. 
• Total: 9,8 l/dia. Perca fecal: 0,2 l/dia 
 
A absorção de água e solutos são interdependentes, a 
absorção do sódio, que cria um gradiente osmótico que 
permite a osmose da água, um processo passivo. A 
boca, esôfago e estômago não têm a capacidade de 
absorver a água, somente os intestinos (delgado e 
grosso). 
A absorção da água ocorre pelos capilares sanguíneos 
e linfáticos. 
ABSORÇÃO DE ELETRÓLITOS 
A absorção dos eletrólitosocorre muito em função dos 
mecanismos da absorção do sódio. 
Em média, 20 a 30 gramas/dia de sódio são lançados 
no TGI pelos sucos digestivos; são ingeridos pela 
alimentação de 5 a 8 gramas/dia e são absorvidos 
cerca de 25 a 30 gramas/dia pelo sistema digestório, 
com uma perda fecal de apenas 0,5% deste total. 
 
ETAPAS DO MECANISMO DE ABSORÇÃO DO 
SÓDIO E OUTROS ÍONS 
 
1. Transporte ativo de sódio na membrana 
basolateral e nos espaços paracelulares, ação 
da bomba Na+-K+ ATPase. 
2. O cloreto segue o sódio na membrana 
basolateral, formando NaCl no interstício. 
3. Na membrana apical, o sódio move-se do 
lúmen para a célula intestinal por gradiente 
eletroquímico, um sistema de co-transporte 
com aminoácidos e glicose e sistema trocador 
sódio-hidrogênio. 
4. Sistema trocador cloreto-bicarbonato: o cloreto 
é absorvido e difunde-se para o interstício 
(pelos canais de cloreto) e o bicarbonato 
difunde-se para a luz intestinal. 
5. A água é absorvida por osmose pelos espaços 
peritubulares e transcelulares. 
6. O mecanismo de absorção do sódio pode ser 
potenciado pela aldosterona (semelhante ao 
que ocorre nos rins). 
7. Outros íons são transportados ativamente pela 
mucosa intestinal (potássio, magnésio, fosfato 
e ferro); a absorção do cálcio é pouca.

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