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Trabalho - AV2 - Prática Trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 50ª VARA DO
TRABALHO DE JOÃO PESSOA - PB
Reclamação Trabalhista nº 1234
LOTERIA ALFA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº …, com
sede na Rua …, endereço eletrônico, vem, por seu advogado infra-assinado,
devidamente constituído conforme procuração anexa, com escritório profissional na
Rua …, local de recebimento das futuras intimações do presente feito, oferecer
CONTESTAÇÃO nos autos da reclamação trabalhista em epígrafe movida por
HAMILTON, já qualificado, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe.
1) DAS PRELIMINARES
DA INÉPCIA DO PEDIDO DE HORAS DE SOBREAVISO
O Reclamante afirma que trabalhou na empresa, ora Reclamada, no período
compreendido entre 13 de janeiro de 2010 a 25 de março de 2018, quando foi
dispensado sem justa causa. Ademais, afirma que trabalhava de 2ª a 6ª feira, das
7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição.
Ocorre que o Reclamante falha em indicar a causa de pedir relativa ao
pedido de horas de sobreaviso. Desta forma, é inepto o referido pedido, nos termos
do art. 330, §1º, inciso I do CPC, devendo ser indeferida a petição inicial, e extinto o
feito sem resolução do mérito, nos termos do art. 330, inciso I, bem como art. 485,
inciso I, ambos do CPC.
2) DAS PREJUDICIAIS
DA PRESCRIÇÃO PARCIAL
O Reclamante trabalhou na empresa no período compreendido entre 13 de
janeiro de 2010 a 25 de março de 2018, tendo sido a presente reclamação
trabalhista ajuizada somente em 30 de abril de 2018.
Conforme dispõe o art. 7º, XXIX da CF e art. 11 da CLT, as verbas
trabalhistas prescrevem em 5 anos. Esse prazo prescricional deve ser contabilizado
a partir do ajuizamento da ação, nos termos da súmula 308, inciso I, do TST. Desta
forma, deve ser declarada a prescrição das pretensões anteriores a 30 de abril de
2013.
3) DO MÉRITO
DA PERICULOSIDADE
Conforme estabelece a súmula 364, I, do TST, o adicional de periculosidade
é indevido quando o contato se dá por tempo extremamente reduzido. No caso em
comento, o Reclamante narra que permanecia em área de risco por apenas 10
minutos, o que não lhe assegura direito ao adicional almejado.
DA INADEQUAÇÃO DE APLICAÇÃO DAS VANTAGENS DEVIDAS AOS
BANCÁRIOS
O Reclamante sustenta que realizava atividade bancária referente a saques e
pagamentos de contas de serviços públicos e, portanto, faria jus às vantagens
previstas nas normas coletivas dos bancários.
Entretanto, a Reclamada não explora atividade bancária, mas sim de loteria.
Desta forma, o Reclamante não faz jus aos benefícios da categoria de bancários,
conforme dispõe o art. 511 da CLT.
DA REINTEGRAÇÃO
A súmula 369, V do TST estabelece que o registro da candidatura do
empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda
que indenizado, não lhe assegura a estabilidade.
Desta forma, é indevido o pedido de reintegração, considerando que a
candidatura do Reclamante se deu durante o período de aviso prévio, não lhe sendo
assegurada a garantia de estabilidade.
DAS HORAS EXTRAS
O Reclamante afirma que seu período de trabalho era de 2ª a 6ª feira, de 7h
às 14h, com intervalo de uma hora para refeição. Portanto, 7 horas diárias, com
intervalo de uma hora para refeição, o que não excede, nem viola os dispositivos
constitucionais e legais, nos termos do art. 7º, XIII da CF e art. 58 da CLT.
DO TICKET
O Reclamante afirma que jamais teria recebido o benefício do
ticket-alimentação, supostamente previsto em acordo coletivo assinado pela
sociedade empresária Beta LTDA. Ocorre que, o referido benefício é indevido pois o
acordo coletivo juntado não foi assinado pela Reclamada, que, portanto, não está
obrigada a respeitá-lo, conforme dispõe o art. 611, §1º da CLT.
DO VALE TRANSPORTE
O Reclamante requer o pagamento do benefício de vale-transporte pelo
período em que trabalhou em regime de home office.
O referido pedido é indevido porque, evidentemente, o empregado não tem
gasto com transporte público quando trabalha em domicílio. Esta previsão consta no
art. 1º da Lei nº 7.418/85 e art. 2º do Decreto nº 95.247/87.
DO VALE CULTURA
O Reclamante afirma que recebia benefício de vale-cultura no valor de R$
30,00 mensais, requerendo a integração do referido valor ao seu salário.
Tal pedido é indevido por disposição expressa do art. 458, §2º, VIII da CLT,
devendo ser julgado improcedente.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) O acolhimento da preliminar de inépcia do pedido com julgamento sem
resolução do mérito;
b) Caso assim não entenda, requer o acolhimento da prescrição quinquenal
parcial, com julgamento com resolução de mérito;
c) Ademais, requer a total improcedência dos pedidos formulados pelo autor,
condenando-o ao pagamento de custas e honorários, nos termos do art.
791-A da CLT.
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive o
depoimento pessoal do Reclamante.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local, data
Advogado, OAB nº ...

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