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Presc e Dec civil I

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INTRODUÇÃO AO
 DIREITO 
Parte Geral 
3ª Aula
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A prescrição fundamenta-se na preservação da paz social através da consolidação no tempo das relações jurídicas, ou seja, trata-se de elemento de estabilidade social.
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A par de inúmeras visões acerca da prescrição, ora se entendendo que ela extingue o próprio direito, ora defendendo-se que ela extinguiria o direito de ação, parece que o acerto está na forma como o instituto se encontra disciplinado no artigo 189 do Código Civil que positivou o melhor entendimento doutrinário no sentido de que a prescrição extingue a pretensão, vista esta como a possibilidade de submeter o interesse alheio ao próprio ou como já se disse alhures a própria ação sob o ponto de vista do direito material e não processual.
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Com a lesão a um direito subjetivo nasce a pretensão que se extinguirá se for exercida dentro do prazo previsto em lei (art. 205 e 206, CC). Por isso é que se pode afirmar com segurança que a prescrição provoca o convalescimento de uma lesão. 
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 Para que haja prescrição é necessária a presença dos seguintes requisitos: direito subjetivo lesado fazendo nascer a pretensão + inação + transcurso de tempo previsto em lei.
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ME DÁ EXEMPLOS DE PRAZOS PRESCRICIONAIS
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Ex. prazo para reclamar da seguradora o pagamento da indenização, prazo para exigir indenização, prazo para pleitear a repetição do indébito, prazo cobrar alimentos, e, ainda, qualquer pretensão creditícia que não tenha prazo específico (art. 205) e que, por tal motivo, se submeterá ao prazo decenal genérico do artigo 206 do Código Civil.
Nota: A prescrição, via de regra, é alegada como matéria de defesa, mas pode servir como causa de pedir de uma petição inicial. Ex: mútuo com pacto adjeto de hipoteca. O débito está prescrito e o devedor quer vender. Cabe ação declaratória nesse sentido.
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Existem causas que obstam a verificação da prescrição. São elas as causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição disciplinadas nos artigos 197 a 201 do Código Civil. A presença de uma causa impeditiva (ex. o titular do direito subjetivo conta com menos de dezesseis anos de idade) leva a que o prazo prescricional não se inicie. As causas suspensivas
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Hum! Como se aplica na prática?
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 Ex. o credor está fora do país a serviço da União Federal paralisam temporariamente seu curso e depois o prazo continua a correr, computando-se o tempo decorrido antes dele.
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E o fundamento jurídico?
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Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Art. 197. Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
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 Art. 198. Também não corre a prescrição:
 I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
 II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
 III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
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 Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
 I - pendendo condição suspensiva; 
 II - não estando vencido o prazo; 
 III - pendendo ação de evicção.
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E nas causas interruptivas (ex. citação do devedor) o prazo se interrompe e se voltar a correr, recomeça a contar do zero.
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Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
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IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
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E a decadência?
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A decadência provoca a perda do direito potestativo pelo seu não exercício dentro de um prazo previsto em lei ou no próprio negócio jurídico. 
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 Ensina Agnelo Amorim Filho que “os únicos direitos para os quais podem ser fixados prazos de decadência são os direitos potestativos e, assim, as únicas ações ligadas ao instituto da decadência são as ações constitutivas que tem prazo especial de exercício fixado em lei.”
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Quero um exemplo!
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 ex. prazo para anulação do casamento, prazo para o exercício do direito de reclamar por vícios redibitórios, prazo para o exercício do direito de reclamar por vícios do produto ou do serviço na relação de consumo, prazo para escolher a prestação no caso de obrigação alternativa, prazo para o exercício da ação renovatória de contrato de locação não residencial, dentre outros.
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Afinal qual a diferença entre prescrição e decadência?
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Neste sentido, conquanto seja a decadência, instituto assemelhado à prescrição, com ela não se confunde, exigindo do intérprete que reconheça a diferença entre eles. Tais diferenças podem assim serem resumidas: 
A decadência extingue um direito potestativo; a prescrição, que apenas atinge direitos subjetivos, extingue a coercitividade inerente à ação (pretensão); 
2) A decadência tem sua origem no nascimento do direito; a prescrição se origina da lesão; 
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Só isso!
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3) a decadência, em regra, não admite suspensão ou interrupção (ver art. 26, § 2º da lei 8078/90); a prescrição sim; 
4) Somente as ações condenatórias podem sofrer os efeitos da prescrição, pois tais ações protegem direitos subjetivos que podem ser lesionados; a decad ência está ligada às ações constitutivas (direito potestativo) que possuem prazo para serem exercidos;
5) decadência pode ser voluntariamente estabelecida; a prescrição não.
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 A matéria não é tão fácil quanto parece no momento da aplicação ao caso concreto.
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CASO CONCRETO
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Maria compra uma bela casa na cidade do Rio de Janeiro. Duas semanas após a compra, tendo se mudado para a casa, Maria e sua família começam a se sentir incomodados com uma janela da casa vizinha, aberta a 80 cm da linha divisória entre os dois terrenos. 
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 Embora a família vizinha seja sociável, Maria se sente invadida em sua privacidade e decide tomar uma providência. Os vizinhos argumentam que aquela situação já existia em relação aos antigos proprietários da casa de Maria, com quem conviveram ao longo de 8 anos. 
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 Maria, pesquisando o Código Civil, vê que os artigos 1301 e 1302 proíbem janelas abertas a menos de metro e meio da linha divisória entre dois imóveis urbanos. Ela também percebe que o Código dá ao prejudicado o prazo de um ano e um dia para reclamar. 
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 Pergunta-se: 
 a-) O direito previsto no artigo 1302 do Código Civil é subjetivo ou potestativo? 
 
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 b-) O prazo em questão é de prescrição ou decadência? 
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 c-) É possível a Maria se beneficiar dos artigos em questão? Explique
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UFA!
 Para a maioria, mais uma etapa, vamos almoçar porque...
 Tá na hora de comer!
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