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INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – Interceptação Telefônica: há a captação das conversas por um terceiro sem conhecimento dos interlocutores – Escuta Telefônica: há a captação das conversas por um terceiro com o conhecimento de ao menos um dos interlocutores – Gravação: Um dos interlocutores realiza a gravação - não é regulado pela lei de interceptação telefônica e não precisa de autorização judicial. - Só pode ser usado pela defesa. OBS: Nas conversas envolvendo absolutamente incapazes os responsáveis passam a ser os interlocutores, sendo possível e lícito a gravação dos pais de ligação dos filhos. ● Causa de quebra de sigilo de dados telefônicos não depende de autorização judicial, sendo os dados telefônicos pretéritos. ● STJ HC 66.368/PA – últimas chamadas do telefone. ● O assunto de agenda telefônica também possui um julgado que entende que também configura dados telefônicos. Assim, desde que devidamente fundamentado, não há a necessidade de autorização judicial. ○ O STF ainda não se manifestou, estando a pauta 2x1 para a necessidade de autorização judicial. ● A interceptação telefônica também abrange as comunicações telemáticas. ● O acesso do policial as ligações feitas é licito Geração de provas Direito probatório de 1º geração: o caso Omstead - A policia instalou um equipamento pela fiação da empresa telefônica. Como não houve a realização de qualquer tipo de busca no interior da casa de Olmstead, concluiu-se que não teria havido violação ao direito à intimidade. Restou-se, assim, com base nesse primeiro caso, o que se chamou de teoria proprietária (Trespass Theory). Direito probatório de 2ª geração: caso Katz - Nesse caso o criminoso realiza ligações por meio de telefone público, nesse caso a polícia instalou o equipamento no mesmo, entretanto, a suprema corte americana entendeu que nesse caso havia violação da intimidade. Direito probatório de 3a geração: o caso Kyllo - Foi instalado um equipamento fora da casa do acusado para verificar a temperatura da residência, com base nisso a polícia pediu o mandado de busca e apreensão, mas a suprema corte também não aceitou a prova, considerando-a invasiva . É nesse cenário que se inserem as chamadas provas de terceira geração, ou um direito probatório de terceira geração, que devem ser compreendidas como “provas invasivas, altamente tecnológicas, que permitem alcançar conhecimentos e resultados inatingíveis pelos sentidos e pelas técnicas tradicionais”. -Quando o aparelho é entregue pela vítima ou alguém ligado a ela no caso de morte não é ilícita. - Impossibilidade de espelhamento de wpp, não havendo legislação que autorize a possibilidade de quem realiza a interceptação se tornar interlocutor. Pode ser usado para benefício do réu. Acesso ao posicionamento das estações rádio base (ERB’s) ● Divergência doutrinária acerca da necessidade ou não de autorização judicial ● Art 13-B CPP - “se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o Delegado de Polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados - como sinais, informações e outros - que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso”. ● Art. 13-B, §2º, inciso III, do CPP, para períodos superiores a 60 (sessenta) dias, será necessária a apresentação de ordem judicial. ● O art. 13-B, §4º, do CPP, também confirma a desnecessidade de prévia autorização judicial ao prever que o decurso do prazo de 12 (doze) horas sem manifestação do magistrado autoriza que as empresas prestadoras de serviços de telecomunicações disponibilizem o acesso imediato ao posicionamento das estações rádio -base. A autorização tem que ser prévia e o juiz deve ser o competente no momento do pedido, sendo valida ainda que o juiz aparentemente seja competente será posteriormente sendo considerado incompetente. A autorização somente pode ser feita pelo usuário que tem o uso do telefone, independente de quem tenha a titularidade da linha. O TST autoriza nos casos de e-mail corporativo que o dono do provedor tem direito ao monitoramento. SERENDIPIDADE ● 1º GRAU: Descoberta de provas de outra infração penal que tenha conexão ou continência com a infração investigada. ● 2º GRAU: Ocorre quando não existe conexão ou continência com a infração investigada, pode ser usada apenas como notitia criminis para a instauração do inquérito. ● Objetiva: Surge novo crime ● Subjetiva: Surge nova pessoa REQUISITOS Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova poderá ser feita por outros meios disponíveis; Ultima ratio probandi. III - o fato investigado constitui infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Não existe a interceptação prospectiva, sem uma infração específica. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. - Pode ser feita em linha publica, aberta ao publico ou a entidade publica. Crimes materiais contra a ordem tributária - Segundo o STJ,antes de encerrado o procedimento administrativo fiscal - constituição definitiva do crédito tributário - não cabe interceptação. HC 128.087/SP Cabe interceptação de crimes de responsabilidade? Para Brasileiro, essas infrações não possuem natureza jurídica de infração penal, mas sim, político-administrativa, afirmando não ser possível. Remessa dos autos nos casos de prerrogativa de foro. Antes de fazer a remessa deve ser analisado o contexto e o possível envolvimento da autoridade com a prática do crime, não deve ser imediata a remessa. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; Não pode após oferecida da denúncia ou no momento do relatório II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal Apesar da letra da lei admitir a possibilidade de ofício de decretação pelo juiz ela é inconstitucional e não deve ser aplicada sob pena de violação do sistema acusatório. Silêncio eloquente - A defesa não possui legitimidade para a interceptação telefônica. Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. A concessão deve ser reduzida a termo, já a negativa pode ser verbal. Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. ● O prazo começa a correr após a efetiva possibilidade de gravação ● Pode ser renovada quantas vezes forem necessárias dentro da razoabilidade. ● É cristalino o entendimento de que poderá ser determinado o prazo sucessivo de 30 dias para a interceptação telefônica, quando as complexidades do caso concreto se mostrarem imperiosas para tanto, entendendo a Suprema Corte que é possível a prorrogação sucessiva do prazo, entendendo-se a fixação de 30 dias consecutivos como uma soma dos prazos sucessivos permitidos pela lei. STJ HC 106.129/M Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao MinistérioPúblico, que poderá acompanhar a sua realização. § 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição. § 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas. § 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério Público. Se por algum erro a conversa não seja gravada conforme entendimento doutrinário, a conversa ouvida pode ser trazida aos autos, mas não na forma de interceptação telefônica, mas sim de prova testemunhal É desnecessária a transcrição integral da gravação, sendo necessário os trechos para o oferecimento da denúncia, mas é permitido o acesso da outra parte. Quebra da cadeia de custódia das provas. Perda de Unidade da prova - Em suma, a ausência de uma parte da conversa por quebra da cadeia de custódia das provas faz com que toda a interceptação seja nula Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal. Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art10%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art407 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art502 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art538 CRIMES Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para in- investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. §1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. captação ambiental clandestina ou gravação § 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judiciaL PACOTE ANTI CRIME Interceptação ambiental Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. § 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. § 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno, exceto na casa, nos termos do inciso XI do caput do art. 5º da Constituição Federal. § 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. - A gravação de conversas em local público não gera ilicitude pela ausência de autorização. § 4º A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação. § 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática TESE DA BUSCA EXPLORATÓRIA O próprio Supremo Tribunal Federal, no Inquérito 2424/RJ, analisou uma escuta ambiental instalada em escritório de advocacia (que goza da mesma proteção do domicílio). Entendeu-se que a inviolabilidade não era absoluta, devendo ser flexibilizada, assim como todos os outros direitos, argumentou-se ainda pela excepcionalidade da medida, e o fato de não poder ser comparado um escritório vazio a um domínio em que reside pessoas. E qual a diferença entre sinais eletromagnéticos, sinais opticos e acústicos? ● Sinais eletromagnéticos: ondas de rádio, TV, celulares e internet. ● Sinais ópticos: manifestações visuais. ● Sinais acústicos: sons, falas etc ● OBS: O uso do radinho é captação ambiental. I. É admissível a utilização da técnica de fundamentação per relationem para a PRORROGAÇÃO de interceptação telefônica quando mantidos os pressupostos que autorizaram a decretação da medida originária. Ou seja, quando o juiz usa a fundamentação de alguém e aceita como sua motivação também. (RHC 70.560/SP, j. 04/12/2018). II. O art. 6º da Lei n. 9.296/1996 não restringe à polícia civil a atribuição para a execução de interceptação telefônica ordenada judicialmente, logo a interceptação por outras fontes de investigação criminal não invalida a interceptação, desde que cumpra os requisitos legais. (STJ e STF). (HC 343.737⁄SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18⁄08⁄2016, DJe 29⁄08⁄2016). III. É desnecessário que as degravações das escutas sejam feitas por peritos oficiais. (AgRg no AREsp 583.598/MG, j. 12/06/2018). IV. É legítima a prova obtida por meio de interceptação para apuração de delito punido com detenção, SE CONEXO com outro crime apenado com reclusão. (AgRg no REsp 1.717.551/PA, j. 24/05/2018).
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