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Margareth Lage L. de Fornasari AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM SITUAÇÕES ESPECIAIS A avaliação do estado nutricional segue os mesmos parâmetros listados abaixo, de acordo com a idade do paciente. 1.1 Massa Corporal ü Peso atual ü Peso Habitual ou Usual ü Mudança de Peso corporal - involuntária ü Peso Adequado ou desejável: o IMC o Percentil 50 do Metropolitan Life Insurance o A partir da estrutura óssea e etc ü Perímetro Braquial – PB 1.2 Tecido Muscular ü Circunferência Muscular do Braço – CMB ü Área Muscular do Braço Corrigida – AMBc 1.3 Gordura Corporal ü Gordura subcutânea: o Dobra Cutânea Tricipital – DCT o Dobra Cutânea Subescapular – DCSE o Somatória das dobras DCT + DCSE ü Área de Gordura do Braço – AGB ü Gordura abdominal: o Circunferência da Cintura o Percentual de Gordura: § Somatória das dobras § Bioimpedância Margareth Lage L. de Fornasari PACIENTE HOSPITALIZADO/ACAMADO • ESTIMATIVA DO PESO CORPORAL Equações para estimar peso a partir da altura do joelho (AJ) e circunferência do braço (CB) de acordo com a raça e sexo para vários grupos. Equações para estimativa de PESO, segundo idade, raça, altura do joelho (AJ) e circunferência do braço (CB). Idade Raça Equação Mulheres 6 - 18 Negra Peso = (AJ X 0,71) + (CB X 2,59) - 50,43 6 - 18 Branca Peso = (AJ X 0,77) + (CB X 2,47) - 50,16 19 - 59 Negra Peso = (AJ X 1,24) + (CB X 2,97) - 82,48 19 - 59 Branca Peso = (AJ X 1,01) + (CB X 2,81) - 66,04 60 - 80 Negra Peso = (AJ X 1,50) + (CB X 2,58) - 84,22 60 - 80 Branca Peso = (AJ X 1,09) + (CB X 2,68) - 65,51 Homens 6 - 18 Negro Peso = (AJ X 0,59) + (CB X 2,73) - 48,32 6 - 18 Branco Peso = (AJ X 0,68) + (CB X 2,64) - 50,08 19 - 59 Negro Peso = (AJ X 1,09) + (CB X 3,14) - 83,72 19 - 59 Branco Peso = (AJ X 1,19) + (CB X 3,21) - 86,82 60 - 80 Negro Peso = (AJ X 0,44) + (CB X 2,86) - 39,21 60 - 80 Branco Peso = (AJ X 1,10) + (CB X 3,07) - 75,81 CB=Circunferência do Braço AJ= Altura do Joelho em cm. Fonte: Lee e Nieman,2012. Margareth Lage L. de Fornasari Equações para estimar o PESO corporal de Adultos (18 a 60 anos) de acordo com CP, AJ, CB, DCSE e sexo. Equações para estimar o Peso corporal de Idosos (acima de 65 anos) de acordo com o sexo. Mulheres* Peso = (CB X 1,63) + (CP X 1,43) - 37,46 Peso = (CB X 0,92) + (CP X 1,50) + (DCSE X 0,42) - 37,46 Peso = (CB X 0,98) + (CP X 1,27) + (DCSE X 0,40) + (AJ X 0,87) - 62,35 Homens* Peso = (CB X 2,31) + (CP X 1,50) - 50,10 Peso = (CB X 1,92) + (CP X 1,44) + (DCSE X 0,26) - 39,97 Peso = (CB X 1,73) + (CP X 0,98) + (DCSE X 0,37) + (AJ X 1,16) - 81,69 Fonte: Chumlea WC; Guo S, Roche AF; Esteinbaugh ML, 1988. Prediction of body weight for nonambulatory elderly from antropometry. JADA 88: 564:568. Homens = (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) – 81,69 Mulheres = (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,40 x DCSE) – 62,35 Onde: CP- Circunferência de panturrilha AJ - altura de joelho CB- circunferência de braço DCSE - dobra cutânea subescapular *Medidas em cm Fonte: Chumlea et al, 1988 Onde: PB : perímetro do braço CP: circunferência da panturrilha DCT: dobra cutânea tricipital AJ: altura do joelho Margareth Lage L. de Fornasari Equações para estimar o Peso corporal de Idosos de acordo idade, raça, altura do joelho (AJ) e circunferência do braço (CB). Idade Raça Equação Mulheres 60 - 80 Negra Peso = (AJ X 1,50) + (CB X 2,58) - 84,22 60 - 80 Branca Peso = (AJ X 1,09) + (CB X 2,68) - 65,51 Homens 60 - 80 Negro Peso = (AJ X 0,44) + (CB X 2,86) - 39,21 60 – 80 Branco Peso = (AJ X 1,10) + (CB X 3,07) - 75,81 Fonte: Ross Laboratories. Onde: CB : Circunferência/perímetro do braço AJ: altura do joelho • Estimativa de Estatura o EXTENSÃO DOS BRAÇOS: Distância entre os dedos médios o DEMISPAN: distância entre o meio supraesternal e o dedo médio multiplicado por 2 ou equação preditiva. § Equações – DEMISPAN: Estatura (mulher) cm = (1.35 x demispan ) + 60.1 Estatura (homem) cm = (1.40 x demispan ) + 57.8 • Comprimento do Indivíduo no leito. Margareth Lage L. de Fornasari o EQUAÇÕES PREDITIVAS: Equações de estimativa de ESTATURA em indivíduos, segundo altura do joelho, sexo e idade. Pessoas com problemas de mobilidade. Idade1 Equação2 Mulheres negras > 60 E = 58,72 + (1,96 AJ) 19 – 60 E = 68,10 + (1,86 AJ) – (0,06 I) 6 - 18 E = 46,59 + (2,02 AJ) Mulheres brancas > 60 E = 75,00 + (1,91 AJ) – (0,17 I) 19 – 60 E = 70,25 + (1,87 AJ) – (0,06 I) 6 - 18 E = 43,21 + (2,14 AJ) Homens negros > 60 E = 95,79 + (1,37 AJ) 19 – 60 E = 73,42 + (1,79 AJ) 6 - 18 E = 39,60 + (2,18 AJ) Homens brancos > 60 E = 59,01 + (2,08 AJ) 19 – 60 E = 71,85 + (1,88 AJ) 6 - 18 E = 40,54 + (2,22 AJ) Fonte: Adapted from Chumlea WC, Guo SS, Steinbaugh ML. 1994. Prediction of stature from knee height for black and white adults and children with application to mobility-impaired or handicapped persons. JADA 1994:1385-1388. E = Estatura; AJ = Altura do Joelho; I = Idade em anos Equações para estimar a Estatura de Idosos de acordo com: idade, raça, sexo e altura do joelho. HOMENS = 64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x AJ) MULHERES = 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x AJ) Fonte: Frisancho, 1990. Anthropometric Standards for the Assessment of Growth and Nutritional Status. Margareth Lage L. de Fornasari Brancos Homens = 59,01 + (2,08 x altura do joelho) Mulheres = 75,00 + (1,91 x altura do joelho) - ( 0,17 x idade) Negros Homens = 95,79 + (1,37 x altura do joelho) Mulheres = 58,72 + (1,96 x altura do joelho) *Altura do joelho em cm; Idade em anos. Fonte: Chumlea WC, Guo S, 1992 Avaliação Antropométrica Realizar normalmente no leito, anotando o braço tomado para as medidas. • Avaliações do TECIDO MUSCULAR: • Circunferência do Braço (CB) • Circunferência Muscular do Braço (CMB) • Área Muscular do Braço (AMB) • Circunferência da Panturrilha (CP) • Avaliação da GORDURA CORPORAL: • Dobras Cutâneas: • DCT • DCS • Soma das DCT + DCSE • Área de Gordura do Braço Margareth Lage L. de Fornasari Avaliação de Pacientes Edemaciados e/ou com Ascite Edema - Estativa do peso real: Peso real = Peso atual – Peso do edema Ascite - Estativa do peso real: Peso real = Peso atual – Peso da ascite Estimativa de Retenção Hídrica conforme o edema: Grau do edema Local do edema Peso hídrico (a ser subtraído) + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3 a 4 kg +++ Raíz da coxa 5 a 6 kg ++++ Anasarca (inchaço generalizado) 10 a 12 kg Fonte: Duarte e Castellani (2002); Riella e Martins (2001). Estimativa de Retenção Hídrica conforme a ascite: Intensidade Peso hídrico (a ser subtraído) Leve 2,2 kg Moderada 6,0 kg Grave 14 kg Fonte: James (1989). Margareth Lage L. de Fornasari Avaliação de Pacientes Amputados Porcentagem da amputação em relação ao peso corporal total Parte do Corpo Contribuição do Peso (%) Braço Inteiro 5,0 Braço 2,7 Antebraço 1,6 Mãos 0,7 Perna Inteira 16,0 Coxa 10,1 Perna 4,4 Pés 1,5Fonte: Orterkamp, 1995. Peso ajustado = peso após amputação x 100 100 - % amputação Utilizar o peso ajustado para todas as avaliações necessárias. IMC ajustado = peso ajustado Altura² Margareth Lage L. de Fornasari Crianças em Situações Especiais Crianças com paralisia cerebral apresentam baixo peso e a curva de crescimento fica abaixo da média; Crescimento na Síndrome de Down; Síndrome de Down: distúrbio genético causado pela presença de uma cópia extra do cromossomo 21 que afeta de 3 a 14 crianças em cada grupo de 10 mil. Gráficos de Tanner: para avaliar crescimento de acordo com a fase de maturação sexual. Todas as curvas disponíveis em: http://grhau.blogspot.com/2017/04/e-muito-comum-que-criancas-com.html Curvas para Síndrome de Down, Tanner e Prematuros: https://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/endocrinologia/graficos-de- crescimento/ Margareth Lage L. de Fornasari TRIAGEM NUTRICIONAL E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA A Associação Dietética Americana (ADA), o Comitê das Organizações de Saúde (JCHO) e a Iniciativa de Triagem Nutricional (NSI) definiram triagem nutricional como o processo de identificação das características que se sabe estarem associadas a problemas dietéticos ou nutricionais. É aplicada a um grupo ou população para identificar aqueles que estão em risco nutricional, e se uma avaliação nutricional mais detalhada será necessária. Os indivíduos identificados como em risco pela triagem devem ser submetidos à avaliação nutricional para se classificar seu estado nutricional e se planejar a terapia. Risco nutricional é “a presença de fatores que podem acarretar e/ou agravar a desnutrição em pacientes hospitalizados”. TIPOS de INSTRUMENTOS: • Mini Nutritional Assessment (MNA) – Mini avaliação Nutricional (MAN®)*; • Subjective Global Assessment – Avaliação Subjetiva Global (SGA)*; • Nutritional Risk Screening (NRS 2002); • Screening Tool Risk Nutritional Status And Growth (Strong Kids); • Malnutrition Screening Tool (MST) – Instrumento de Triagem de Desnutrição; • Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) – Instrumento de Triagem Universal de Desnutrição. • Nutritional Screening Initiave (NSI, 1991) * podem ser utilizadas tanto para triagem como para avaliação do estado nutricional. Margareth Lage L. de Fornasari NRS, 2002 Utilizada para detectar risco nutricional em pacientes ADULTOS e IDOSOS. Universidade São Judas Tadeu Curso de Nutrição – Profa. Margareth Lage L. de Fornasari NRS-2002 Etapa 1- triagem inicial sim não 1) O IMC é < 20,5Kg/m2 2) O paciente perdeu peso nos 3 últimos meses? 3) O paciente teve sua ingestão dietética reduzida na última semana? 4) O paciente é gravemente doente? Se obtiver alguma resposta “sim” passar para a 2a etapa. Repetir a cada 7 dias caso não obtenha nenhuma resposta positiva. Margareth Lage L. de Fornasari Etapa 2 Estado Nutricional Gravidade da doença (aumento das necessidades nutricionais) 0 ausência escore Estado nutricional normal. 0 ausência escore Necessidades nutricionais normais 1 leve escore Perda de peso > 5% em 3 meses ou ingestão alimentar na última semana entre 50-75% das necessidades nutricionais. 1 leve escore Fratura pacientes p articular complicaçõ es agudas: cirrose, DPOC, hemodiálise, diabetes, oncologia. Paciente fraco, mas deambula. de quadril, crônicos, em com 2 moderado escore Perda de peso > 5% em 2 meses ou IMC entre 18,5 – 20,5 + condição geral prejudicada (enfraquecida) ou ingestão alimentar na última semana entre 25-60% das necessidades nutricionais. 2 moderado escore Cirurgia abdominal de grande porte, AVC. Pneumonia grave, doença hematológica maligna (leucemia, linfoma). Paciente confinado ao leito. 3 grave escore Perda de peso > 5% em 1 mês (> 15% em 3 meses) ou IMC < 18,5 + condição geral prejudicada (enfraquecida) ou ingestão alimentar na última semana entre 0- 25% das necessidades nutricionais. 3 grave escore Trauma,transplante de medula óssea, paciente em terapia intensiva (APACHE > 10). Escore nutricional= Escore gravidade da doença= *Somar 1 ponto para idosos acima de 70 anos Escore total: Classificação: < 3 pontos= sem risco nutricional. Reavaliar a cada 7 dias. ≥ 3 pontos= risco nutricional. Conduta: proceder com a avaliação nutricional e planejamento da terapia nutricional. Atendimento Integral. Margareth Lage L. de Fornasari STRONG KIDS • Crianças de 1 mês a 18 anos Universidade São Judas Tadeu Profa. Margareth Lage L. de Fornasari STRONG kids Nome do paciente: DN: Sexo: M ( ) F ( ) Diagnóstico: Parte 1. Perguntas a serem respondidas pelo profissional de saúde: Existe alguma doença com risco de desnutrição ou previsão de cirurgia de grande porte? ( ) Sim = 02 pontos ( ) Não = 0 pontos A criança apresenta algum sinal que sugere estado nutricional precário (avaliado por avaliação clínica subjetiva)? ( ) Sim = 01 ponto ( ) Não = 00 pontos Parte 2. Perguntas a serem questionadas ao cuidador da criança: Alguma destas situações está presente ? ( ) Diarreia excessiva (> 5 episódios/dia) e/ou vômitos (> 3 episódios/dia) ( ) Redução da ingestão oral nos últimos 5 dias ( ) Intervenção nutricional pré-existente ( ) Ingestão oral insuficiente por dor ( ) Sim = 1 ponto ( ) Não = 00 pontos Ocorreu perda ou ganho de peso insuficiente (em crianças menores de 1 ano) durante a última semana ou mês? ( ) Sim = 1 ponto ( ) Não = 00 pontos Escore total = Classificação: ( ) Alto risco: 4-5 pontos ( ) Médio risco: 1-3 pontos ( ) Baixo risco: 0 ponto Conduta Alto risco: 4-5 pontos. Consultar especialista ou médico para diagnóstico clínico. Consultar médico e nutricionista para aconselhamento nutricional e acompanhamento. Avaliar prescrição de suplemento oral ou adequação da dieta via oral ou por outra via. Atendimento Integral. Universidade São Judas Tadeu Profa. Margareth Lage L. de Fornasari STRONG kids Nome do paciente: DN: Sexo: M ( ) F ( ) Diagnóstico: Parte 1. Perguntas a serem respondidas pelo profissional de saúde: Existe alguma doença com risco de desnutrição ou previsão de cirurgia de grande porte? ( ) Sim = 02 pontos ( ) Não = 0 pontos A criança apresenta algum sinal que sugere estado nutricional precário (avaliado por avaliação clínica subjetiva)? ( ) Sim = 01 ponto ( ) Não = 00 pontos Parte 2. Perguntas a serem questionadas ao cuidador da criança: Alguma destas situações está presente ? ( ) Diarreia excessiva (> 5 episódios/dia) e/ou vômitos (> 3 episódios/dia) ( ) Redução da ingestão oral nos últimos 5 dias ( ) Intervenção nutricional pré-existente ( ) Ingestão oral insuficiente por dor ( ) Sim = 1 ponto ( ) Não = 00 pontos Ocorreu perda ou ganho de peso insuficiente (em crianças menores de 1 ano) durante a última semana ou mês? ( ) Sim = 1 ponto ( ) Não = 00 pontos Escore total = Classificação: ( ) Alto risco: 4-5 pontos ( ) Médio risco: 1-3 pontos ( ) Baixorisco: 0 ponto Conduta Alto risco: 4-5 pontos. Consultar especialista ou médico para diagnóstico clínico. Consultar médico e nutricionista para aconselhamento nutricional e acompanhamento. Avaliar prescrição de suplemento oral ou adequação da dieta via oral ou por outra via. Atendimento Integral. Margareth Lage L. de Fornasari MST – MALNUTRITION SCREENING TOOL O MST é um instrumento simples, barato e fácil de ser empregado por qualquer profissional da saúde, familiar ou pelo próprio paciente. Uso para pacientes Adultos e hospitalizados. Médio risco: 1-3 pontos. Considerar intervenção nutricional. Pesagem duas vezes por semana e avaliar risco nutricional uma vez por semana. Se necessário consultar médico ou especialista para diagnóstico. Atendimento Integral. Baixo risco: 0 ponto. Nenhuma intervenção nutricional é necessária. Checar peso regularmente e avaliar risco nutricional semanalmente (ou de acordo com protocolo hospitalar). Atendimento Vigilância. TRIAGEM NUTRICIONAL HOSPITALAR | 591 Rev. Nutr., Campinas, 21(5):589-601, set./out., 2008 Revista de Nutrição contatos com os autores para aquisição de algumas publicações. Foram avaliados os artigos originais que descreveram métodos de triagem nutricional quanto ao seu objetivo inicial, ao procedimento de derivação e a validação e aos principais resul- tados. Métodos de Triagem Nutricional Malnutrition Screening Tool O Malnutrition Screening Tool (MST)15 originou-se de um questionário derivado da revisão da literatura e da experiência dos autores. Foi aplicado em 408 adultos internados em diferentes especialidades de clínica e cirurgia de um hospital australiano, especialmente em pacientes das áreas de ginecologia e cirurgia plástica (34,6% da amostra). Os autores atribuíram valores entre 0 e 5 para as possíveis respostas categorizadas às 21 questões que versavam sobre: perda de peso, apetite e morbidade. A Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG), descrita por Detsky et al. (categorias B e C), foi adotada como padrão- ouro para o diagnóstico de desnutrição15. A ANSG e o questionário elaborado foram aplicados nas primeiras 48h da admissão e os pacientes tiveram seu Índice de Massa Corporal (IMC) calculado a partir do peso e altura corporal referidas. Prega tricipital e circunferência muscular do braço foram aferidos. Resultados de testes laboratoriais (pro- teínas totais, albumina, pré-albumina, contagem de linfócitos e de leucócitos totais e proteína-C reativa) foram revisados nos prontuários. Várias combinações das 21 questões foram testadas. As questões identificadas como de maior sensi- bilidade e especificidade (“Você tem se alimen- tado menos por apresentar diminuição do apeti- te?” e “Você apresentou perda de peso não intencional recentemente?”) passaram a constituir o Malnutritional Screening Tool (MST) (Tabela 1), embora também integrassem a ANSG. Para cada questão do MST foram atribuídos pontos que, quando somados, constituíam um escore. Os valores de escore >2 foram escolhidos como ponto de corte para identificação de risco nutricional, por apresentarem sensibilidade e especificidade de 93% em detectar desnutrição (categorias B e C da ANSG). Posteriormente, os parâmetros objetivos de avaliação do estado nutricional foram comparados nos grupos de pacientes classificados em risco nutricional (MST=2 a 5) ou sem risco de desnu- trição (MST=0 a 1). Foram identificadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, com exceção dos valores de linfócitos e leucócitos totais. Em uma amostra de 32 pacientes, a repro- dutibilidade do instrumento foi testada por 3 diferentes duplas de nutricionistas. A menor concordância obtida entre as duplas foi de 93% (kappa=0,84) e a maior foi de 97% (kappa=0,93). Os autores concluem que o MST é um instrumento fácil, simples, reprodutível e válido, que pode ser empregado por qualquer profissional de saúde, por familiar ou pelo próprio paciente na admissão hospitalar. Cabe considerar que o instrumento de ANSG, adotado como padrão de referência, con- tém ambas as questões incluídas no MST. Sendo assim, seria esperado que estes fossem itens identificados como de elevada sensibilidade e especificidade, quando comparados à ANSG. Short Nutritional Assessment Questionnaire O Short Nutritional Assessment Questionnaire (SNAQ©)16 foi desenvolvido e validado no intuito Tabela 1. Formato final do Malnutrition Screening Tool. Você teve perda recente de peso? Não Não sabe Se sim, de quanto (em kg) foi a sua perda de peso? 1-5 6-10 11-15 >15 Você está comendo menos por redução do apetite? Não Sim Total 0 2 1 2 3 4 0 1 13 Questões Pontuação Soma do valores > ou = 2 ponto de corte para RISCO NUTRICIONAL. Margareth Lage L. de Fornasari MUST • adultos, idosos, lactantes e gestantes, principalmente na comunidade, mas também a pacientes ambulatoriais, clínicos ou hospitalizados. MUST Universidade São Judas Tadeu – Profa. Margareth Lage L. de Fornasari MUST (Malnutrition Universal Screening Tool) Margareth Lage L. de Fornasari CURSO DE NUTRIÇÃO E METABOLISMO ESTÁGIO EM DIETOTERAPIA AO PACIENTE HOSPITALIZADO ATIVIDADES DE ATENÇÃO NUTRICIONAL 16 Margareth Lage L. de Fornasari CURSO DE NUTRIÇÃO E METABOLISMO ESTÁGIO EM DIETOTERAPIA AO PACIENTE HOSPITALIZADO ATIVIDADES DE ATENÇÃO NUTRICIONAL 18 Medidas alternativas para estimar altura e IMC sugeridas: Altura a partir do comprimento cubital, braço esquerdo. IMC a partir da CB. Margareth Lage L. de Fornasari DETERMINE – Idosos acima de 65 anos Nutritional Screening Initiative, 1991. DETERMINE Use esse quadro abaixo para fazer um CHECKLIST para saber se apresenta algum risco nutricional. Circule o número na coluna SIM para aqueles itens que se aplicam a você ou a alguém que esteja avaliando. Some o total e avalie segundo o escore nutricional abaixo. SIM Possui alguma doença que fez mudar o tipo ou a quantidade de comida que come? 2 Come menos que duas refeições por dia? 3 Come poucas frutas, vegetais ou produtos lácteos? 2 Bebe três ou mais doses de cerveja, licor ou vinho quase todos os dias? 2 Tem problemas dentais ou bucais que tornam difícil sua alimentação? 2 Eu não tenho dinheiro suficiente para comprar a comida que necessito? 4 Come sozinho a maior parte do tempo? 1 Toma três ou mais medicamentos diferentes prescritos por dia? 1 Adquiriu ou perdeu de 5 a 10 Kg durante os últimos meses sem querer? 2 Eu não estou sempre disposta (o) para comprar, cozinhar e/ou se alimentar? 2 Total Escore Nutricional Total 0-2 BOM! Faça a reavaliação em 6 meses. 3-5 VOCÊ ESTÁ EM RISCO NUTRICIONAL MODERADO. Deve conversar com um profissional de saúde, especialmente Nutricionista a respeito do resultado dessa triagem. Peça que o(a) auxilie a melhorar sua saúde nutricional Fonte: The Nutrition Screening Initiative, American Academy of Family Physicians and The American Dietetic Association, 2007. Margareth Lage L. de Fornasari AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA 1) História Clínica do paciente • Alterações recentes de peso corporal • Mudanças em hábitos alimentares • Alterações gastrintestinais •Mudanças na capacidade funcional • Avaliação do estresse da doença(s) atual (ais) 2) Exame físico • Perda de tecido subcutâneo de gordura • Perda de massa muscular • Presença de edema ou ascite 3) Classificação Subjetiva • A: BEM NUTRIDO • B: moderadamente DESNUTRIDO ou com suspeita de desnutrição • C: Gravemente DESNUTRIDO Modificada a partir de Detsky e colaboradores é a mais utilizada na prática clínica! Há variações para pacientes HIV+; Renal Crônico, Oncológicos. Margareth Lage L. de Fornasari UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE NUTRIÇÃO – DISCIPLINA DIETOTERAPIA Prof.a. Margareth Lage Leite de Fornasari AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL ANSG Nome: Idade: Registro: A. História: 1. Peso Corpóreo: (1) Mudou nos últimos 6 meses ( ) sim ( ) não (1) Continua perdendo atualmente ( ) sim ( ) não (2) Quantidade de perda ______ Kg ( ) % perda ___ (> 10%) ( ) Peso atual ( ) Peso habitual Total Parcial de Pontos: ________ 2. Dieta (1) Mudança da dieta ( ) sim ( ) não A mudança foi para: (1) ( ) dieta hipocalórica (1) ( ) dieta pastosa hipocalórica (2) ( ) dieta líquida há 15 dias ou infusão intravenosa > 5 dias (3) ( ) jejum > 5 dias (2) ( ) mudança persistente > 30 dias Total Parcial de Pontos: ________ 3. Sintomas Gastrointestinais ( persistentes há pelo menos 2 semanas ) (1) ( ) disfagia e/ou odinofagia (1) ( ) náuseas (1) ( ) vômitos (2) ( ) anorexia/ distensão abdominal/ dor abdominal Total Parcial de Pontos: _______ 4. Capacidade funcional física ( há pelo menos 2 semanas ) (1) ( ) abaixo do normal (2) ( ) acamado Total Parcial de Pontos: _______ 5. Diagnóstico (1) ( ) baixo estresse (2) ( ) moderado estresse (3) ( ) alto estresse Total Parcial de Pontos: _______ B. Exame Físico: ( ) perda de gordura subcutânea ( tríceps, tórax ) (0) Normal ( ) músculo estriado (+1) Levemente depletado ( ) edema sacral (+2) Gravemente depletado ( ) ascite ( ) edema de tornozelo C. Categoria da ANSG Bem Nutrido ( ) 1 – 17 pontos Desnutrido Moderado ( ) 17 – 22 pontos Desnutrido Grave ( ) > 22 pontos. Margareth Lage L. de Fornasari O QUE OBSERVAR? Apostila de Avaliação Nutricional 32 Local Manifestações clínicas Deficiências Cabelo Perda do brilho, seco, quebradiço, despigmentação, fácil de arrancar. Proteína e zinco Face Seborréia nasolabial, edema de face B2, Fe e Proteína Olhos Palidez conjuntival, xerose, blefarite angular Fé, vit. A, B2 e B6 Lábios Estomatite angular, queilite B2 Língua Glossite, língua magenta, atrofia e hipertrofia das papilas B2, B3, B9, B12 Gengivas Esponjosas, sangramento Vitamina C Pele Xerose, hiperceratose folicular, petéquias, equimoses excessivas Vitaminas A, C e K Unhas Coiloníquea, quebradiças Ferro Tecido subcutâneo Edema, pouca gordura Proteína e calorias Sistema músculo- esquelético Atofia muscular, alargamento epifisário, perna em “x”, flacidez das panturrilhas, fraturas Vitamina D, B1 e Cálcio Sistema cardiovasc. Cardiomegalia B1 Sistema nervoso Alterações psicomotoras e sensitivas, depressão, fraqueza motora, formigamento(mãos/pés) B1, B6 e B12 Fonte: DUARTE; CASTELLANI, 2002. 6.3 Exame físico do estado nutricional da Avaliação Subjetiva Global Gordura subcutânea Dicas Desnutrição Grave Desnutrição Leve/Moderada Bem nutrido Abaixo dos olhos Círculos escuros, depressão, pele solta flácida, “olhos fundos” Depósito de gordura visível Região do tríceps e bíceps Cuidado para não prender o músculo ao pinçar o local; movimentar a pele entre os dedos Pouco espaço de gordura entre os dedos ou os dedos praticamente se tocam Tecido adiposo abundante Massa Muscular Têmporas Observar de frente, olhar os dois lados Depressão Depressão leve Músculo bem definido Clavícula Observar se o osso está proeminente Osso protuberante Osso levemente proeminente Em homens não está visível; em mulheres pode estar visível, mas Apostila de Avaliação Nutricional 33 não proeminente Ombros O paciente deve posicionar os braços ao lado do corpo; procurar por ossos proeminentes Ombro em forma quadrada (formando um ângulo reto), com ossos proeminentes Acrômio levemente protuberante Formato arredondado na curva na junção do ombro com o pescoço e do ombro com o braço Escápula Procurar por ossos proeminentes; o paciente deve estar com o braço esticado para a frente e a mão encostada numa superfície sólida Ossos proeminentes, visíveis; depressão entre a escápula, as costelas, ombro e coluna vertebral Depressões leves ou ossos levemente proeminentes Ossos não proeminentes, sem depressões significantes Músculo interósseo Observar no dorso da mão o músculo entre o polegar e o indicador quando esses dedos estão unidos Área entre o dedo indicador e o polegar achatada ou com depressão Com pequena depressão ou levemente achatada Músculo proeminente, pode estar levemente achatado (sobretudo nas mulheres) Joelho (a parte inferior do corpo é menos sensível às alterações nutricionais) O paciente deve estar sentado com os pés apoiados em uma superfície sólida Ossos proeminentes Músculos proeminentes, ossos não protuberantes Quadríceps Pinçar e sentir o volume do músculo Parte interna da coxa com depressão Parte interna da coza com leve depressão Sem depressão Edema/Ascite Tentar identificar a existência de outras causas não relacionadas a desnutrição Pacientes com mobilidade observar o tornozelo; naqueles com atividade muito leve observar o sacro Edema aparente significante Edema leve a moderado Sem sinais de retenção de líquidos Fonte: CUPPARI, 2002. Margareth Lage L. de Fornasari Oncológicos, Ottery (1996). Universidade São Judas Tadeu Curso de Nutrição Estágio Nutrição Clínica Prof. Margareth Lage L. de Fornasari ANSG para pacientes Oncológicos – Adaptado Ottery, FD, 1996. A. Histórico 1. Alteração do Peso: Peso cerca de ____ kg. Minha Altura é cerca de ___ m ___ cm. Há um ano, pesava cerca de ___ kg. Há 6 meses, pesava cerca de ___ kg. Nas últimas duas semanas meu peso : (1) diminuiu __ (0) não se alterou __ (0) aumentou __ 2. Classificaria minha ingestão de alimentos no mês passado ( em comparação ao meu normal), como: (0) sem alteração ___ (0) mais que o normal ___ (1) menos que o normal ___ Agora eu estou comendo: □ alimentos normais, mas menos que o habitual (1) □ poucos alimentos sólidos (2) □ somente líquidos (3) □ somente suplementos nutricionais (3) □ muito pouco ou nada (4) □ somente alimentação por sonda ou veia (4) 3. Nas últimas duas semanas, apresentei os seguintes problemas que me impediram de me Alimentar suficientemente ( marque todos os itens que se aplicam ): (0) sem problemas para me alimentar ___ (2) sem apetite, não tive vontade de me alimentar ___ (0) náusea ___ (1) obstipação ___ (2) dores na boca ___ (3) diarréia ___ (4) vômito ___ (1) secura na boca ___ (2) dores, onde ? ___, _________________ (1) os alimentos tem gosto estranhoou não tem sabor ___ (1) o odor me incomoda ___ (1) Outros ( depressão, problemas dentários ) ___ Margareth Lage L. de Fornasari 4. Capacidade Funcional. No último mês, classificaria minhas atividades em geral, como: (0) normais, sem limitações (1) não o meu normal, mas sou capaz de estar em dia com as atividades normais. ___ (2) não me sentindo apto para a maioria das atividades, mas na cama quase a metade do dia ___ (3) capaz de executar poucas atividades e fico a maior parte do dia acamado ou sentado (3) maior parte do tempo acamado ( raramente em pé ) ___. O restante do formulário será preenchido pelo seu Médico, Enfermeiro ou Nutricionista. 5. A doença e suas relações com as necessidades nutricionais: Diagnóstico Primário ( especifique ) _____________________________. Estágio, se conhecido: _________________________. Demanda metabólica: □ sem estresse □ baixo estresse □ estresse moderado □ alto Físico ( para cada um especifique: 0= normal; +1= leve; +2= moderado; +3= grave ) ___ perda de gordura subcutânea ( tríceps, peitoral ) ___ desgaste muscular ( quadríceps, deltóide ) ___ edema de tornozelo ___ edema sacral ___ ascite Classificação : ___ Bem Nutrido ___ desnutrição moderada ( ou suspeita ) ___ desnutrição grave Assinatura:______________________________ Data: ________ ANSG para pacientes oncológicos – Margareth Lage Leite de Fornasari – CRN 3 1677 Margareth Lage L. de Fornasari MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL IDOSOS – 2 PARTES TRIAGEM E AN 1 1 Universidade São Judas Tadeu Curso Nutrição Estágio em Nutrição Clínica Mini Avaliação Nutricional MNA Nome: Sexo: Data: Idade: Peso Atual: Estatura: Registro: Triagem A) Nos últimos 3 meses houve diminuição da ingestão alimentar devido a perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir ? 0 = Perda severa de apetite 1 = Perda moderada de apetite 2 = Nenhuma perda de apetite Pergunte ao paciente: • Vc tem se alimentado menos que o normal nos três últimos meses ? • Se sim, esta perda de apetite seria causada por dificuldade de engolir ou mastigação ? • Se sim, vc tem comido muito menos ou só um pouco menos que antes ? Se esta é uma reavaliação refaça a pergunta: • A quantidade de comida mudou desde a última avaliação ? B) Perda de peso nos últimos três meses ? 0 = Superior a 3 kg 1 = Não sabe informar 2 = Entre 1 a 3 kg 3 = Sem perda de peso Pergunte ao paciente: • Você perdeu peso nos últimos três meses ? • Você perdeu cintura ou barriga ? • Quanto peso você acha que perdeu ? Então sugira : • Mais ou menos 3 kg ? C) Mobilidade ? 0 = Restrito ao leito ou a cadeira de rodas 1 = Deambula mas não é capaz de sair de casa 2 = Sai de casa ( normal ) Pergunte ao paciente : • No momento é capaz de sair da cama / cadeira ? • É capaz de sair de casa ? Margareth Lage L. de Fornasari 2 2 D) Passou por algum estresse psicológico ou doença aguda nos últimos três meses ? 0 = Sim 2 = Não Pergunte ao paciente : • Você sofreu alguma perda recentemente ? • Mudou de casa recentemente ? • Se sentiu indisposto recentemente ? E) Problemas neuropsicológicos ? 0 = Demência ou depressão graves 1 = Demência leve 2 = Sem problemas psicológicos Algumas indicações do estado mental do paciente podem ser obtidas da pessoa que cuida, enfermagem ou anotações médicas. Se o paciente tiver respostas confusas às questões que se seguem ( A, B, C, D, G, J, K, L, M, O e P ), então deve-se checar com o cuidador ou enfermagem. F) IMC 0 = IMC < 19 1 = IMC = 19 ou IMC < 21 2 = IMC = 21 ou IMC < 23 3 = IMC > ou = a 23 ESCORE DA TRIAGEM 12 PONTOS OU MAIS NORMAL : NÃO É NECESSÁRIO CONTINUAR A AVALIAÇÃO 11 PONTOS OU MENOS POSSIBILIDADE DE DESNUTRIÇÃO :CONTINUAR A AVALIAÇÃO Margareth Lage L. de Fornasari 3 3 Avaliação Global: G) O paciente mora em sua própria casa ( não em casa geriátrica ou hospital ) ? 0 = Não 1 = Sim H) Utiliza mais de três medicamentos diferentes por dia ? 0 = Sim 1 = Não I) Lesões de pele ou escaras ? 0 = Sim 1 = Não Pergunte ao paciente : • Você tem feridas por ficar na cama ? J) Quantas refeições faz por dia ? 0 = 1 refeição 1 = 2 refeições 2 = 3 refeições Pergunte ao paciente : • Você normalmente toma café da manhã, faz almoço e jantar ? ( Uma refeição completa é definida como uma refeição na qual o paciente senta para comer e consome mais do que 2 itens ou pratos ) K) Ingestão protéica, o paciente consome : • Pelo menos uma porção diária de leite ou derivados ( queijo ou iogurte ) ? Sim Não • Duas ou mais porções semanais de leguminosas ou ovos ? Sim Não • Carne, peixe ou aves todos os dias ? Sim Não 0,0 = se nenhuma ou uma resposta ‘’sim’’ 0,5 = se duas respostas ‘’sim’’ 1,0 = se três respostas ‘’sim’’ Pergunte ao paciente: • Você consome algum produto lácteo diáriamente ? • Você come feijão ou ovos ? Qual a frequência que vc os ingere ? • Você come carne, peixe ou frango todos os dias ? L) O paciente consome duas ou mais porções diárias de frutas ou vegetais ? 0 = Sim 1 = Não • Uma porção pode ser classificada como: 1 pedaço de fruta, 1 copo de suco, 1 porção de vegetais ( não incluindo a batata ) M) Quanto líquido ( água, suco, café, chá, leite ) é consumido por dia ? 0,0 = menos que 3 xícaras 0,5 = de 3 a 5 xícaras 1,0 = mais que 5 xícaras Pergunte ao paciente : Margareth Lage L. de Fornasari 4 4 • Você normalmente tem uma xícara ou caneca ? • Você toma água, leite ou suco de frutas ? Uma xícara equivalente a 190 ml. N) Modo de se alimentar 0 = não é capaz de alimentar-se sozinho 1 = Alimenta-se sozinho porém com dificuldades 2 = Alimenta-se sozinho sem dificuldades Pergunte ao paciente: • Você está apto para alimentar-se sozinho ? • Você tem ajuda para se alimentar ? O) Visão própria do estado nutricional 0 = Acredita estar desnutrido 1 = Está incerto sobre estado nutricional 2 = Acredita não ter problema nutricional Pergunte ao paciente: • Você se considera: mal nutrido ? Incerto ? Sem problemas ? P) Em comparação com outras pessoas de mesma idade, como o paciente considera a sua própria saúde ? 0,0 = Não muito boa 0,5 = Não sabe 1,0 = Boa 2,0 = Melhor Pergunte ao paciente: Você se sente bem ? Sugira: • Não tão bem como os outros da sua idade • Não tem certeza • Tão bom quanto os outros da sua idade • Melhor ? Q) Circunferência do Braço, em centímetros 0,0 = CB<21 0,5 = CB de 21 a 22 1,0 = CB maior ou igual a 22 R) Circunferência da panturrilha, em centímetros 0 = CP menor que 31 1 = CP maior ou igual a 31 ____________________________________________________________________________Pontuação Geral Avaliação Global = Escore da triagem = Escore total = AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL • de 17 a 23,5 pontos : Risco de Desnutrição • menos de 17 pontos : Desnutrido Referência: Traduzido e adaptado de Nestlè Clinical Nutrition: A guide to completing the Mini Nutritional Assessment MNA!. Margareth Lage L. de Fornasari GLIM – INICIATIVA DE LIDERANÇA GLOBAL SOBRE DESNUTRIÇÃO Aplicação deve ser feita em duas etapas: 1) rastreamento para identificar a situação de risco nutricional, pelo uso de qualquer ferramenta de triagem validada; 2) é realizada avaliação para diagnóstico e classificação da gravidade da desnutrição. • Os critérios de classificação da desnutrição são divididos em critérios fenotípicos (perda de peso não voluntária, índice de massa corporal (IMC) e massa muscular reduzida); e critérios etiológicos (ingestão alimentar reduzida e inflamação ou gravidade da doença). • Para diagnosticar a desnutrição, pelo menos 1 critério fenotípico e 1 critério etiológico devem estar presentes. • Recomenda-se que os critérios etiológicos sejam usados para orientar a intervenção e resultados esperados na terapia nutricional. Fonte: Modelo publicado pelo portal Nutritotal, 2020. Critério GLIM Para Diagnóstico de Desnutrição – Adaptado de T. Cederholm et al. / Clinical Nutrition xxx (2018) Realização de Triagem Nutricional NRS-2002, MNA-SF, MUST, ESPEN 2015, ASPEN/AND, SGA, Evans 2008, PEW 2008, Fearon 2011 Avaliação de Critérios de Diagnóstico ( ) Ingestão ou absorção alimentar ( ) Gravidade da doença/inflamação Seguir critérios estabelecidos nas ferramentas de triagem nutricional Indicadores de inflamação: febre, balanço nitrogenado negativo, gasto energético de repouso elevado, alteração em PCR, albumina e pré-albumina Avaliar: Doença crônica ou aguda <50% das necessidades por mais de 1 semana ou Qualquer redução alimentar por mais de 2 semanas ou Condição gastrintestinal que altera a assimilação/absorção de nutrientes (Doenças: Síndrome do intestino curto, insuficiência pancreática e Pós cirurgia bariátrica. Distúrbios: estenoses esofágicas, gastroparesia e pseudo-obstrução intestinal. Sintomas: disfagia, náusea, vômito, diarreia, constipação e dor abdominal) Etiológico Fenótipo ( ) Perda de peso não intencional ( ) Baixo IMC ( ) Redução de Massa Muscular > 5% nos últimos 6 meses ou >10% em mais de 6 meses <20 em <70 anos ou <22 em > 70 anos Ásia: <18,5 em <70 anos ou <20 em >70 anos DEXA, BIA, Ultrassom, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética. Se indisponíveis – circunferência da panturrilha e circunferência muscular do braço Classificação – Tabela 1 Força de pressão palmar pode ser utilizada como medida de apoio Diagnóstico 1 ou mais critérios Etiológicos + 1 ou mais critérios Fenótipos ( ) SIM - Desnutrido ( ) NÃO – Não Desnutrido Gravidade ( ) Estágio 1/ Desnutrição Moderada ( ) Estágio 2/ Desnutrição Grave 1 ou mais critérios: ( ) Perda de peso 5-10% nos últimos 6 meses ou 10-20% em mais de 6 meses ( ) IMC <20 em <70 anos ou <22 em >70 anos ( ) Déficit de massa magra leve a moderado 1 ou mais critérios: ( ) Perda de peso >10% nos últimos 6 meses ou >20% em mais de 6 meses ( ) IMC <18,5 em <70 anos ou <20 em >70 anos ( ) Déficit de massa magra grave Margareth Lage L. de Fornasari Fonte: Publicado pelo portal Nutritotal, 2020. Avaliação da Redução da Massa Muscular - Adaptado de T. Cederholm et al. / Clinical Nutrition xxx (2018) Parâmetro Ponto de corte – Homens Ponto de corte - Mulheres Índice de Massa muscular apendicular (Kg/m²) Cruz-Jentoft AJ et al, 2010 <7.26 <5.25 Índice de Massa muscular apendicular (Kg/m²) Alfonso Cruz-Jentoft, Personal communication for EWGSOP2 (a ser publicado) <7 <6 Índice de Massa muscular apendicular – DEXA (Kg/m²) Chen LK et al, 2016 <7 <5.4 Índice de Massa muscular apendicular – BIA (Kg/m²) Chen LK et al, 2016 <7 <5.7 Índice de Massa Livre de Gordura (Kg/m²) Cederholm T et al, 2015 <17 <15 Massa Muscular Apendicular (Kg) Baumgartner RN et al, 1998 <21.4 <14.1 Massa Muscular Apendicular (MMA) ajustada pelo IMC (MMA/IMC) Chiles Shaffer N et al, 2017 <0.725 <0.591 Margareth Lage L. de Fornasari EXAMES BIOQUÍMICOS NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A avaliação laboratorial é utilizada para confirmar suspeitas de deficiência nutricional e para acompanhar o tratamento e a recuperação de indivíduos desnutridos. Apesar da grande disponibilidade de testes bioquímicos e imunológicos, não há, ainda, bateria de testes que possa fornecer uma avaliação completa e abrangente de todos os nutrientes. Para muitos nutrientes, não está claramente estabelecido se os níveis normais publicados representam níveis ideais. Uma anormalidade bioquímica pode ser observada antes que apareça qualquer sinal clínico, no entanto alguns testes bioquímicos podem permanecer em níveis normais, apesar de existir uma deficiência nutricional importante. A Resolução nº 306 de 25 de fevereiro de 2003 do Conselho Federal de Nutricionista (CFN) aborda a competência do Nutricionista na solicitação de exames laboratoriais necessários avaliação, prescrição e a evolução nutricional do paciente. Importância da avaliação bioquímica: ¡ Identificar os distúrbios nutricionais, possibilitando uma interpretação adequada de forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde de um indivíduo. ¡ Identificar aqueles que necessitam de apoio nutricional mais intenso; ¡ Recuperar ou manter o estado nutricional do indivíduo; ¡ Identificar a terapia nutricional apropriada e monitorar a eficácia dessas terapias. ¡ Evidenciar alterações precoces do estado nutricional, antes de alterações celulares e/ou orgânicas. Margareth Lage L. de Fornasari PROTEÍNAS CIRCULANTES E O ESTADO NUTRICIONAL Massa protéica somática: Para determinar o grau de depleção protéica somática, foi proposto em 1975, o uso de uma relação entre a excreção de creatinina de um paciente durante 24 horas e a excreção de creatinina esperada em 24 horas num adulto normal do mesmo sexo e altura. A excreção de creatinina em 24 horas reflete diretamente o nível de creatinina corporal total e consequentemente a massa muscular corporal total. A creatina é uma molécula de depósito energético sintetizada pelo fígado e concentrada principalmente dentro da massa muscular orgânica, que se desidrata espontaneamente numa velocidade constante para formar a creatinina, que é excretada pela urina. 1. INDICE CREATININA-ALTURA (ICA) O ICA compara a eliminação efetiva da creatinina em urina de 24 horas em dado paciente, com o valor que o seria de esperar, de acordo com a altura. • Preditor de massa muscular esquelética. ICA = eliminação de creatinina em 24 horas x 100 eliminação ideal de creatinina em 24 horas Excreção de creatinina urinária ideal • HOMEM: 23 mg/kg de peso • MULHERES: 18 mg/kg de peso CLASSIFICAÇÃO : Classificação % ICA Eutrofia Depleção leve Depleção moderada Depleção severa > 80 60 - 80 40 - 60 ≤ 40 Margareth Lage L. de FornasariDesvantagens: - requer coleta de urina durante 24 horas - não deve ser utilizado em pacientes portadores de nefropatias (níveis de creatinina elevados e excreção diminuída). 2- Avaliação de proteínas somáticas Excreção urinária de creatinina Creatina: molécula de depósito energético sintetizada pelo fígado e concentrada principalmente dentro da massa muscular. Creatina: desidrata espontaneamente numa velocidade constante para formar a creatinina, que é excretada pela urina. Excreção de creatinina em 24 horas: ¡ Reflete diretamente o nível de creatinina corporal total e consequentemente a massa muscular corporal total. RELAÇÃO: excreção de creatinina de um paciente (em 24 horas) X excreção de creatinina esperada em 24 horas num adulto normal do mesmo sexo e altura. MASSA PROTEICA VISCERAL As técnicas de avaliação nutricional utilizadas para medir diretamente a massa proteica, avaliam as concentrações séricas das proteínas de transporte sintetizadas pelo fígado. Supõe-se que uma redução nas concentrações séricas das proteínas sintetizadas pelo fígado, representa uma consequente diminuição da biossíntese hepática, que por sua vez, é devido tanto a uma diminuição do substrato associado com a má nutrição, quanto a uma verdadeira redução da massa orgânica. Margareth Lage L. de Fornasari Proteínas circulantes: vida média, uso clínico e limitações. 1. ALBUMINA: É um indicador sensível do estado proteico dos órgãos internos. Em estudos populacionais tem sido utilizada como indicador do Kwashiorkor, com redução da ingestão de proteínas alimentares. A albumina é um indicador precário da má nutrição proteico inicial, pois os níveis séricos caem e se recuperam lentamente com as alterações havidas na nutrição. Essa resposta vagarosa é devida principalmente à meia vida sérica relativamente longa (21 dias) assim como à grande reserva corporal (3 - 5g/kg) Margareth Lage L. de Fornasari Diagnóstico Albumina sérica (g/dL): Sauberlich, 1974. Deficiente (alto risco) Baixo (médio risco) Aceitável (baixo risco) 0 – 11 meses -- < 2,5 > = 2,5 1- 5 anos < 2,8 < 3,0 > 3,0 6 – 17 anos < 2,8 < 3,5 > = 3,5 Adultos < 2,8 2,8 – 3,4 > = 3,5 Gestantes (1o trimestre) < 3,0 3,0 – 3,9 > = 4,0 Gestantes (2o e 3o trimestre) < 3,0 3,0 – 3,4 > = 3,5 De acordo com Blackburn: ¡ Normal: > 3,5 g/dℓ ¡ Depleção leve: de 3 a 3,5 g/dℓ ¡ Depleção moderada: de 2,4 a 2,9 g/dℓ ¡ Depleção grave: < 2,4 g/dℓ. 2. TRANSFERRINA A transferrina sérica é uma β-globulina que transporta o ferro no plasma. Apesar da reserva corporal menor e a vida média sérica mais curta, em relação à albumina, é considerada como um marcador negativo da fase aguda de um processo de carência nutricional. Os níveis de transferrina podem estar alterados na deficiência de ferro, aumentados na gravidez e hepatite aguda e diminuídos na nefropatia, infecções crônicas, enteropatia perdedora de proteínas e uremia. Transferrina sérica: ¡ Interpretação dos resultados, segundo Blackburn: ¡ 150 a 200 mg%: depleção leve ¡ 100 a 150 mg%: depleção moderada ¡ < 100 mg%: depleção grave. Margareth Lage L. de Fornasari ¡ A literatura parece controversa com relação à medição habitual; alguns consideram-na desnecessária, sem finalidade de pesquisa, enquanto outros já não incluem a transferrina na avaliação do estado proteico. Desvantagem: alto custo. ¡ Os valores de referência no soro são: ¡ Para recém-nascidos: de 130 a 275 mg/dL ¡ Para crianças: de 203 a 360 mg/dL ¡ Para adultos: de 250 a 425 mg/dL ¡ 3. PROTEÍNA TRANSPORTADORA DE RETINOL (RBP) RBP: transporte de Vitamina A (retinol) do tecido hepático para outros tecidos. • Vida média: 12 h • Reservas: baixa • Sensibilidade muito grande: restrição energética e proteica; • Monitoramento da terapia nutricional enteral, parenteral. • Os valores de referência no soro são de 30 a 60 mg/L ou de 1,43 a 2,86 mol/L; e na urina, até 0,4 mg/L. 4. PRÉ-ALBUMINA Proteína sintetizada pelo fígado: transporte de tirosina. • Vida média: 2 dias • Desnutrição: redução dos níveis • Enfermidades hepáticas: redução pois é sintetizada no fígado. • Os valores de referência no soro são (Fischbach FT, 2005): Normal: de 19 a 38 mg/dℓ Deficiência leve: de 10 a 15 mg/dℓ Deficiência moderada: de 5 a 10 mg/dℓ Deficiência grave: de 0 a 5 mg/dℓ. Margareth Lage L. de Fornasari Diagnóstico: NHANES II (Grant 1981) parâmetro Sem déficit déficit baixo déficit moderado déficit severo Transferrina (mg/dL) > 200 150-200 100-150 <100 RBP (mg/dL) 2,6 – 7,6 - - - Pré-albumina (mg/dL) 15,7– 20,6 10-15 5-10 <5 Fase aguda Proteínas plasmáticas Diminuem - albumina - transferrina - pré-albumina - proteína ligadora de retinol Aumentam - proteína C reativa Marcadores negativos de fase aguda Marcador positivo de fase aguda Margareth Lage L. de Fornasari 5. ESTADO NUTRICIONAL EM FERRO Estágios de depleção de ferro Estágio Termo descritivo Teste bioquímico Primeiro Depleção das reservas de ferro (sem sintoma clínico) Nível de ferritina sérica Segundo Deficiência de ferro sem anemia (início da sintomatologia) Saturação da transferrina Protoporfirina eritrocitária Terceiro Anemia ferropriva Hemoglobina Hemoglobina - Molécula contendo ferro, carreadora de oxigênio, encontrada nas células vermelhas - Medida de hemoglobina: método mais utilizado para medir deficiência de ferro - Quantidade total de hemoglobina depende do número de células vermelhas e da quantidade de hemoglobina na célula vermelha Hematócrito - Porcentagem de células vermelhas do volume total de sangue - Depende do número e do tamanho das células vermelhas Margareth Lage L. de Fornasari Diagnóstico sexo Valor Aceitável Moderadamente Reduzido Gravemente Reduzido Hemoglobina (g/100ml) Masculino > 12.0 10.0 – 12.0 < 10.0 Feminino > 10.0 8.0 – 10.0 < 8.0 Hematócrito (%) Masculino > 36.0 31.0 – 36.0 < 31.0 Feminino > 31.0 24.0 – 31.0 < 24.0 Ferritina: proteína responsável pelo armazenamento de ferro. ¡ Há relação direta do nível sérico com a quantidade armazenada. é inflamação. ê desnutrição, anemia microcítica e hipocrômica. Valor de referência: H 36 a 262 mcg/dL M 24 a 155 mcg/dL Diagnóstico de Anemia ferropriva (SISVAN, 2008 – Protocolo): Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2001), é considerado anêmico quando: ¡ Criança de 6 a 59 meses de idade - hemoglobina sérica inferior a 11,0 g/dL ¡ Crianças com idade entre 5-11 anos - hemoglobina sérica inferior a 11,5 g/dL ¡ Adolescentes com idade entre 10-11 - hemoglobina sérica inferior a 11,5 g/dL Margareth Lage L. de Fornasari ¡ Adolescentes com idade a partir de 12 anos - hemoglobina sérica inferior a 12,0 g/dL ¡ Adultos – hemoglobina sérica < 12,5 g/dL. Anemia por deficiência de vitamina B12 ¡ Vitamina B12: hematopoese e mielina.é Leucemias, disfunção hepática. ê Anemia megaloblástica, neuropatia periférica e degeneração da medula espinal. Valor de referência: > 300 ng/L Limítrofe 190-300 ng/L Deficiente < 190 ng/L VITAMINA D é hipercalcemia. ê osteopenia, osteoporose.Aumento do risco de mortalidade, esclerose múltipla, inflamação. ü Valor de referência: > 20 ng/dL desejável para a população geral saudável. (SBEM, 2017) 30 a 60 ng/mL recomendado para grupos de risco como idosos, geatantes, pacientes com osteomalácia, osteoporose, DRC e doenças inflamatórias Baixo risco de remodelação óssea e perda de massa óssea (risco fraturas) 10 a 20 ng/mL Muito baixa < 10 ng/mL e com risco de evoluir com defeito na mineralização óssea, raquitismo e osteomalácia; Acima de 100 ng/mL elevado; hypercalcemia e intoxicação. Margareth Lage L. de Fornasari 6. ESTADO NUTRICIONAL E SISTEMA IMUNE Resposta inespecífica: (imunidade inata) • barreiras naturais (pele, mucosas, microbiota intestinal..) • Inflamação (células fagocitárias, substâncias antimicrobianas, ..) Resposta específica • anticorpos Má nutrição: associação com depleção da resposta imunológica do indivíduo Medição da competência imunológica A má nutrição está associada, com frequência, com depleção da resposta imunológica do paciente. A avaliação de sistema imunológico tem incluído apenas a determinação da contagem total de linfócitos e a reatividade aos antígenos comuns dos testes cutâneos. Contagem total de linfócitos (CTL): muitas vezes já existe a contagem no próprio exame da série branca. A CTL deriva do hemograma completo de rotina CTL = % linfócitos x leucócitos 100 Classificação: Eutrofia > 1800 mm3 Depleção leve 1200 – 1800 mm3 Depleção moderada 800 – 1199 mm3 Depleção severa < 800 mm3 Margareth Lage L. de Fornasari Testes cutâneos Na desnutrição ocorre uma diminuição da competência imunológica, comprometendo a reação aos antígenos dos testes cutâneos como o vírus da caxumba, tuberculina entre outros. É administrado por via intradérmica 0,1ml de antígeno cutâneo padronizado e feito a leitura da reação da área endurecida em 24, 48 e 72 horas. Classificação: - A reação é considerada positiva, se o diâmetro da pápula é superior a 5mm, ou segundo alguns autores acima de 10mm. - Quando não existe a formação de uma pápula, a resposta é anérgica, frequentemente presente em desnutridos graves. Margareth Lage L. de Fornasari ÍNDICES NUTRICIONAIS ¡ Devido à complexidade do diagnóstico nutricional, a partir de métodos mais simples (anamnese, antropometria e bioquímicos), é possível ter um diagnóstico nutricional mais rápido. ¡ Índices nutricionais: são combinações dos métodos citados acima, para se conseguir um diagnóstico nutricional. ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN) Com o objetivo de identificar o paciente sujeito a riscos de complicações, BUZBY e colaboradores elaboraram um modelo relacionando alguns testes nutricionais : albumina sérica, transferrina sérica, prega cutânea do tríceps e hipersensibilidade cutânea tardia. IPN = 158 - 16.6 x (albumina) - 0.78 x (PCT) - 0,20 x (T) - 5.8 x (HT) onde: Albumina (g/100 mL) PCT - prega cutânea tricipital (mm) T - transferrina sérica (mg/100 mL) HT- hipersensibilidade cutânea tardia com 3 antígenos (caxumba, estreptoquinase- estreptodornase e cândida) Classificados como: não reativo = 0 < 5 mm = 1 ≥ 5 mm = 2 Classificação IPN (%) Alto risco Risco intermediário Baixo risco ≥ 50 40 – 49 ≤ 40 Margareth Lage L. de Fornasari ÍNDICE NUTRICIONAL HOSPITALAR (INH) INH = (0.91 x albumina) - (1 x TC) - (1.44 x sepsis) + (0.98 x diagnóstico) onde: TC - testes cutâneos > 5mm = 1.3 < 5 mm = 1.0 Sepsis: ausência = 1 presença = 2 Diagnóstico: com câncer = 1 sem câncer = 2 Classificação INH Sobrevida de 25% Sobrevida de 50% Sobrevida de 90% ≤ -1 0 ≥ 2,5 RISCO DE ÍNDICE NUTRICIONAL (RIN) RIN = (15.9 x albumina) + (0.417 x peso usual) CLASSIFICAÇÃO: Classificação RIN (%) Eutrofia Desnutrição moderada Desnutrição severa ≥ 100 97,5 – 99,9 < 97,5 Margareth Lage L. de Fornasari SEMIOLOGIA NUTRICIONAL Do grego sèmeion (sinal) e logos (estudo, ciência), designa a ciência dos sinais, ou seja, a ciência que estuda a organização dos sistemas significantes. Compreende o estudo dos sinais e sintomas do indivíduo: • SINAIS: representam as manifestações clínicas de uma doença observadas pelo examinador por meio da inspeção, palpação ou ausculta. • SINTOMAS são sensações subjetivas, sentidas pelo indivíduo e não visualizada pelo examinador. Para avaliação dessas alterações e/ou manifestações semiológicas, no que se refere aos problemas nutricionais, o nutricionista dispõe da anamnese nutricional para a identificação dos sintomas clínicos nutricionais e do exame físico na avaliação dos sinais clínicos nutricionais. EXAME CLÍNICO NUTRICIONAL O exame clínico nutricional consiste em avaliar as alterações orgânicas expressas nos tecidos externos do indivíduo, ou mesmo a evolução de doenças já existentes no organismo. Estas situações possivelmente podem associar-se à inadequação alimentar, seja por deficiência ou excesso na ingestão. Através da semiologia nutricional, busca-se determinar as condições nutricionais do paciente, identificar os sinais e sintomas de carência ou excesso de nutrientes e associá-los aos hábitos alimentares. É um indicador subjetivo, uma vez que sua avaliação não resulta em um valor, e sim nas impressões individuais do avaliador e do avaliado. Avaliação minuciosa: cabelo, face, olhos, lábios, língua, cavidade oral, pele, unhas, abdome, tecido subcutâneo, tecido muscular esquelético, sistema nervoso, desidratação ou edema. Margareth Lage L. de Fornasari Poderíamos dividir em passos (consulte material de aula) Passo 1: Estado Geral do Paciente Passo 2: Cabelo Passo 3: Face Passo 4: Olhos Passo 5: Lábios Passo 6: Língua Passo 7: Cavidade Oral Passo 8: Pele Passo 9: Unhas Passo 10: Abdome Passo 11: Tecido subcutâneo Passo 12: Tecido muscular esquelético Passo 13: Sistema Nervoso Passo 14: Desidratação ou Edema Margareth Lage L. de Fornasari 3 O exame físico depende muito do avaliador, especialmente de treinamento e de olhar crítico, portanto para auxiliar o exame físico o quadro abaixo pode ser consultado. Quadro 1: Sinais e sintomas de deficiências nutricionais de acordo com a região do corpo. Sistema ou Área Sinal Sinais Associados Possível deficiência nutricional Possível problema não nutricional Cabelo Afinamento ou perda de cabelos Ausência de brilho natural; Apagados e secos; finos e escassos; despigmentados Kwashiorkore menos frequente marasmo. Proteína Zinco Descoloração excessiva do cabelo; Alopécia. Face Edemaciada Seborréia nasolabial; face inchada (face de lua ); palidez. Riboflavina Ácido fólico; B12 Kwashiorkor e Proteína Acne vulgar Olhos Fotofobia e Alterações conjuntiva Conjuntiva pálida. Manchas de Bitot; Xerostomia e ceratomalácia. Conjuntivite Inflamação córnea Oftalmoplegia Xantelasma (pequenas bolsas amareladas ao redor) Vitamina A Riboflavina Vitamina E Hiperlipidemia Ausência de sono; fumaça ou álcool. Lábios Queilose Queilose angular (lesões brancas ou róseas nos cantos ) Queimação Riboflavina Piridoxina Niacina Salivação excessiva. Língua Edema Língua púrpura Atrofia ou hipertrofia das papilas e ulceração Edema e sensibilidade Vermelhidão e queimação Riboflavina Niacina Piridoxina Ácido fólico Cobalamina Biotina Leucoplasia Dentes Manchas Esmalte manchado; Fluorose (excesso F) Doença periodontal Gengivas Sangramento Esponjosas; sangrando Gengivas retraídas Estomatite Dor e edema Vitamina C Piridoxina Biotina Doença periodontal Glândulas Alargamento da tireoide (frente do pescoço) Alargamento da parótida (bochechas inchadas ) Iodo Desnutrição Bulimia Edema alérgico ou inflamatório da tireoide. 3 O exame físico depende muito do avaliador, especialmente de treinamento e de olhar crítico, portanto para auxiliar o exame físico o quadro abaixo pode ser consultado. Quadro 1: Sinais e sintomas de deficiências nutricionais de acordo com a região do corpo. Sistema ou Área Sinal Sinais Associados Possível deficiência nutricional Possível problema não nutricional Cabelo Afinamento ou perda de cabelos Ausência de brilho natural; Apagados e secos; finos e escassos; despigmentados Kwashiorkor e menos frequente marasmo. Proteína Zinco Descoloração excessiva do cabelo; Alopécia. Face Edemaciada Seborréia nasolabial; face inchada (face de lua ); palidez. Riboflavina Ácido fólico; B12 Kwashiorkor e Proteína Acne vulgar Olhos Fotofobia e Alterações conjuntiva Conjuntiva pálida. Manchas de Bitot; Xerostomia e ceratomalácia. Conjuntivite Inflamação córnea Oftalmoplegia Xantelasma (pequenas bolsas amareladas ao redor) Vitamina A Riboflavina Vitamina E Hiperlipidemia Ausência de sono; fumaça ou álcool. Lábios Queilose Queilose angular (lesões brancas ou róseas nos cantos ) Queimação Riboflavina Piridoxina Niacina Salivação excessiva. Língua Edema Língua púrpura Atrofia ou hipertrofia das papilas e ulceração Edema e sensibilidade Vermelhidão e queimação Riboflavina Niacina Piridoxina Ácido fólico Cobalamina Biotina Leucoplasia Dentes Manchas Esmalte manchado; Fluorose (excesso F) Doença periodontal Gengivas Sangramento Esponjosas; sangrando Gengivas retraídas Estomatite Dor e edema Vitamina C Piridoxina Biotina Doença periodontal Glândulas Alargamento da tireoide (frente do pescoço) Alargamento da parótida (bochechas inchadas ) Iodo Desnutrição Bulimia Edema alérgico ou inflamatório da tireoide. SINAIS OU SINTOMAS DE DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS DE ACORDO COM A REGIÃO Margareth Lage L. de Fornasari 3 O exame físico depende muito do avaliador, especialmente de treinamento e de olhar crítico, portanto para auxiliar o exame físico o quadro abaixo pode ser consultado. Quadro 1: Sinais e sintomas de deficiências nutricionais de acordo com a região do corpo. Sistema ou Área Sinal Sinais Associados Possível deficiência nutricional Possível problema não nutricional Cabelo Afinamento ou perda de cabelos Ausência de brilho natural; Apagados e secos; finos e escassos; despigmentados Kwashiorkor e menos frequente marasmo. Proteína Zinco Descoloração excessiva do cabelo; Alopécia. Face Edemaciada Seborréia nasolabial; face inchada (face de lua ); palidez. Riboflavina Ácido fólico; B12 Kwashiorkor e Proteína Acne vulgar Olhos Fotofobia e Alterações conjuntiva Conjuntiva pálida. Manchas de Bitot; Xerostomia e ceratomalácia. Conjuntivite Inflamação córnea Oftalmoplegia Xantelasma (pequenas bolsas amareladas ao redor) Vitamina A Riboflavina Vitamina E Hiperlipidemia Ausência de sono; fumaça ou álcool. Lábios Queilose Queilose angular (lesões brancas ou róseas nos cantos ) Queimação Riboflavina Piridoxina Niacina Salivação excessiva. Língua Edema Língua púrpura Atrofia ou hipertrofia das papilas e ulceração Edema e sensibilidade Vermelhidão e queimação Riboflavina Niacina Piridoxina Ácido fólico Cobalamina Biotina Leucoplasia Dentes Manchas Esmalte manchado; Fluorose (excesso F) Doença periodontal Gengivas Sangramento Esponjosas; sangrando Gengivas retraídas Estomatite Dor e edema Vitamina C Piridoxina Biotina Doença periodontal Glândulas Alargamento da tireoide (frente do pescoço) Alargamento da parótida (bochechas inchadas ) Iodo Desnutrição Bulimia Edema alérgico ou inflamatório da tireoide. 4 Sistema Nervoso Alterações motoras Mudanças psicomotoras Confusão mental Perda Sensorial; Fraqueza motora; queimação e formigamento das mãos e pés; Perda da sensação de posição Demência Letargia Irritabilidade Kwashiorkor Tiamina Cobalamina Piridoxina Niacina Biotina Ácido fólico AVC Alterações na coluna TPM Unha Alterações na estrutura Unhas em colher Quebradiças Ferro Ferro e Selênio Doenças fúngicas Pele Alterações na cor Hiperpigmentação em áreas expostas ao sol Hematoma fácil Dermatite Dermatite esfoliativa Niacina Vitamina C ou K Manganês Biotina Sensibilidade ao sol Ossos Alterações ósseas Deformidades ósseas Joelho valgo ou varo Ossos frágeis Vitamina D Cálcio Vitamina D DRC Má formação Extremidades Edema Edema Proteína Alterações vasculares hepáticas renais e cardíacas Fonte: Morley JE, 2017 (7); Vanucchi, 2007 (8) Glossário: *Fácies agudo: aspecto de cansaço e exaustão; mostra-se incapaz de manter os olhos abertos por muito tempo. Esse achado deve ser diferenciado de pacientes que estão com alteração do nível de consciência. **Fácies crônico: aspecto de depressão, tristeza, falta de comunicação, comprometimento do estado de humor sendo confundido com a depressão. +Arco córneo lipídico: halo de cor branca que aparece na córnea ao redor da íris. #Xantelasma: bolsa amarelada que se forma na região das pálpebras pelo depósito de lipídeos na pele. &Turgor: refere-se a elasticidade da pele. @Abdome escavado: redução da gordura ao redor do umbigo resultando em escava ão do abdome; tamb m chamado de abdome c ncavo. Margareth Lage L. de Fornasari REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BLACKBURN, G. L.; THORNTON, P. A. Nutritional assessment of the hospitalized patients. Medical Clinics of North America, v. 63, p. 1103-115, 1979. BLACKBURN, G. L.; BISTRIAN, B. R. Nutritional and metabolic assessment of the hospitalized patient. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, v. 1, n. 1, p. 11-22, 1977. BEVILACQUA, F. et al. 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