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CARCINOMA HEPATOCELULAR -

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Natael Almeida Gonçalves – Interno de Medicina – UNEB 
CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC) 
O hepatocarcinoma, ou Carcinoma Hepatocelular (CHC), é o tumor maligno primário mais comum do 
fígado e a terceira causa de morte por neoplasia no mundo. Possui como causa principal a cirrose, 
particularmente quando secundária à hepatite crônica pelos vírus B ou C. 
Com incidência crescente mediante a idade, é de duas a oito vezes mais comum em homens do que 
em mulheres, com os hormônios sexuais pouco tendo a ver com o desenvolvimento neoplásico. 
Fatores de Risco 
O principal fator de risco para CHC é a lesão do fígado por causas diversas, que leva à cirrose hepática, 
na maioria, mas não em todos os pacientes 
 Infecção crônica pelo vírus da Hepatite B ou C 
 Hemocromatose hereditária 
 Consumo excessivo de álcool 
 Esteato-hepatite não-alcoólica (NASH) 
 Deficiência de a-1-antitripsina, 
 Tirosinemia hereditária 
 Doença de Wilson 
 Cirrose biliar primária 
Obs.: O risco de desenvolvimento de CHC é substancialmente maior em pacientes com VHB que 
possuem cirrose, embora 20% dos casos ocorram em pacientes sem cirrose 
Obs.: A infecção crônica pelo VHC parece ser tão hepatocarcinogênica quanto a infecção crônica pelo 
VHB. Entretanto, na hepatite C crônica o CHC só se desenvolve após o surgimento de cirrose hepática. 
Quadro Clínico 
A apresentação clínica do CHC se faz principalmente de quatro formas: 
(1) Tríade clássica: dor em Quadrante Superior Direito do Abdome (QSDA) + aumento do volume 
abdominal + perda de peso. 
(2) Identificação incidental por método de imagem em paciente assintomático, com ou sem massa 
palpável em QSDA. 
(3) Piora do estado clínico ou trombose de veia porta em paciente cirrótico previamente compensado. 
(4) Manifestações paraneoplásicas: febre, leucocitose, caquexia, eritrocitose, hipercalcemia, síndrome 
carcinoide, hipoglicemia, porfiria cutânea tarda etc. 
Pacientes cirróticos com frequência apresentam descompensação hepática, que leva à ascite, 
encefalopatia, icterícia e hemorragia por varizes. Pacientes não cirróticos são mais propensos a 
apresentarem mais sintomas constitucionais tais como perda de peso, anorexia ou mal-estar. A dor 
abdominal é a queixa mais frequente tanto dos pacientes cirróticos como não cirróticos 
Diagnóstico 
É feito por exame de imagem com padrão típico, associado a marcadores tumorais, sendo a TC 
dinâmica (trifásica) com contraste hepatoespecífico ou RNM os melhores exames. 
Natael Almeida Gonçalves – Interno de Medicina – UNEB 
A Alfafetoproteína (AFP) é o principal marcador tumoral do CHC. Trata-se de uma proteína oncofetal 
produzida pelo fígado e saco vitelino que diminui após o nascimento. Uma AFP > 20 ng/ml em paciente 
com cirrose hepática já sugere CHC. Um valor acima de 200 ng/ml (400 ng/ml para alguns autores) 
num paciente cirrótico tem elevada especificidade para CHC. 
A USG pode identificar com facilidade lesões sólidas hepáticas acima de 2 cm que, num paciente 
cirrótico, costumam indicar CHC. Neste exame, lesões pequenas são tipicamente hipoecoicas em 
relação ao restante do parênquima hepático. Com o tempo, estas lesões tornam-se hiperecoicas, 
embora comumente produzam um halo hipoecoico. Ao Doppler, nota-se tipicamente uma 
vascularização arterial. 
Obs.: Pela disponibilidade e baixo custo do método, a USG é utilizada juntamente com a dosagem da 
AFP no rastreamento do CHC. 
O carcinoma hepatocelular são tumores altamente vascularizados. É tipicamente suprido pelo sangue 
da artéria hepática e não do sistema venoso portal, enquanto o parênquima hepático circundante 
recebe tanto o sangue arterial como da veia porta. Portanto, o TC trifásico é capaz de diferenciar as 
células tumorais do tecido normal obtendo-se imagens antes de contraste, durante a fase arterial, bem 
como a fase venosa portal. 
o Hiperrealce (hiperdenso) na fase arterial 
o Rápido wash out não periférico na fase portal (hipodenso) novamente 
o Realce periférico (hiperdenso) da cápsula na fase portal 
Obs.: A biópsia hepática é ainda o padrão-ouro no diagnóstico de CHC, já que o exame histológico é o 
único caminho verdadeiro para confirmar o diagnóstico. 
Rastreamento 
Na prática, o rastreamento é indicado em todo paciente cirrótico e em casos selecionados de 
portadores crônicos do vírus B, mesmo sem cirrose (história familiar de CHC, negros > 20 anos, asiáticos 
> 40 anos). 
De modo simplificado, o rastreamento deverá ser feito a cada seis meses com US abdominal, associada 
ou não à alfafetoproteína. 
Tratamento 
Pode ser intenção curativa: ressecção cirúrgica, transplante ou intenção paliativa com as terapias 
focais ou sistêmicas. Uma terceira possibilidade é utilizar uma terapia focal para tentar regredir o 
tumor e torna-lo possível de tratamento curativo. Esse é o conceito de downstaging, ou seja, diminuir 
os estadiamento. 
TRANSPLANTE HEPÁTICO 
É considerado por muitos como a terapia de escolha em casos de tumores pequenos em pacientes 
cirróticos, pis é capaz de tratar o tumor e a cirrose. 
A maneira mais acurada para a seleção destes pacientes é feita por meio do preenchimento de todos 
os critérios de inclusão de Milão. 
 
 
Natael Almeida Gonçalves – Interno de Medicina – UNEB 
Critérios de Milão 
• Nódulos - quantidade e tamanho: 
 – Único ≤ 5 cm; 
 – Múltiplos (no máximo três) ≤ 3 cm cada um. 
• Invasividade: 
 – Ausência de sinais de invasão vascular (trombose de veia porta); 
 – Ausência de lesões metastáticas. 
Uma vez selecionado, o transplante se dará mediante compatibilidade ABO, com a prioridade de 
transplante orientada pelo score MELD (Bilirrubinas, INR, creatinina - BIC). 
No Brasil excluem os nódulos < 2 cm da contagem. 
TERAPIAS LOCORREGIONAIS 
As terapias locorregionais são consideradas nos casos de tumores irressecáveis e com o objetivo de 
aliviar sintomas, podendo ter efeito positivo na sobrevida. Porém, poucos estudos têm avaliado a 
eficácia dessas terapias até o momento. 
Essas incluem injeção percutânea de etanol (IPE), crioterapia, ablação por radiofrequência ou micro-
ondas (RFA ou ARF), radioterapia estereotáxica, microesferas radioativas e embolização ou 
quimioembolização transarterial (TAE e TACE). 
Termoablação por Radiofrequência (TARV): 
É a mais utilizada das terapia focais. Os melhores resultados são para tumores de até 4 cm, com doença 
restrita ao fígado e cirróticos Child A ou B. 
É contraindicada em tumores próximos a via biliar ou ramos vasculares devido ao risco de lesão 
Ablação por Radiofrequência: 
Um eletrodo-agulha é introduzido no tumor (guiado por USG) e ligado no gerador de radiofrequência 
que, literalmente, “queima” o tumor. Os resultados são melhores para tumores < 3-5 cm e são 
semelhantes aos do método anterior. 
Embolização Transarterial: 
É uma outra opção terapêutica paliativa. É indicada para tumores irressecáveis grandes (> 5-10 cm) ou 
multifocais, não candidatos às demais terapias não cirúrgicas locais. 
Pacientes com baixa reserva funcional hepática (Child B ou C) ou com trombose de veia porta não 
devem ser embolizados. 
Injeção Intratumoral de Etanol: 
Indicado para tumores únicos menores de 5 cm de diâmetro.

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