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Ciência e Higiene dos Alimentos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Maria Lucia Perrella de Carvalho Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos Introdução à Nutrição • Conceitos Relacionados à Nutrição • Macronutrientes • Carboidratos • Micronutrientes • Alimentos Funcionais · Identificar os nutrientes presentes em cada alimento, de forma a oti- mizar a composição nutricional das preparações culinárias. OBJETIVO DE APRENDIZADO Introdução à Nutrição Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Introdução à Nutrição Conceitos Relacionados à Nutrição A História da nutrição e da alimentação ocorre paralelamente à história do homem na Terra. Durante a Pré-História e a História, o homem sempre procurou localizar-se onde poderia suprir suas necessidades em termos de alimentos, água e condições ambientais que favorecessem sua sobrevivência. Verifica-se, dessa maneira, que, em razão da obtenção do alimento, surgiram os grupos sociais, os quais formaram sociedades coletoras, baseadas na busca do alimento a partir do que a natureza oferecia. Entretanto, quando o homem domina a agricultura, inicia- se o processo civilizatório, uma vez que a produção e o fornecimento de alimentos podem ser controlados (SHILS et al.,2003). Observa-se, portanto, a essencialidade dos alimentos por consequência da adequada nutrição na manutenção da sobrevivência humana, apontando para a importância da alimentação, do alimento e dos nutrientes (CANDIDO et al., 2008). É conceituado como alimentação o processo que se inicia no momento que se escolhe um alimento, abrangendo a seleção, seguida da obtenção, preparo culinário, ingestão, digestão e absorção (CANDIDO et al., 2008). São considerados alimentos as substâncias digeríveis que servem para alimentar ou nutrir, ou seja, responsáveis pelo fornecimento de nutrientes necessários à formação, ao desenvolvimento e à manutenção dos seres vivos. Os alimentos também podem ser classificados como naturais, isto é, de origem animal, ou vegetal, ou ainda os industrializados, o que remete a produtos tanto de origem animal quanto vegetal, os quais são submetidos a processos industriais (BENETTI et al., 2013). Já os nutrientes são todas as substâncias químicas indispensáveis à saúde e à atividade do organismo. Os nutrientes estão contidos nas substâncias alimentares, exemplo glicídios, lipídeos, proteínas, minerais e vitaminas (BENETTI et al., 2013). A energia é extraída dos alimentos por intermédio dos nutrientes como carboidratos, proteínas e lipídeos. Ela é utilizada para satisfazer às necessidades energéticas do organismo, relacionadas à realização de processos como síntese e manutenção dos tecidos e temperatura corporal, atividade cerebral e trabalho muscular (CANDIDO et al., 2008). Macronutrientes São nutrientes, cuja necessidade é diária e em grande quantidade, ou seja, em gramas. Inicialmente, serão apresentados os carboidratos, seguido, pelas proteínas e, finalmente, as gorduras (CANDIDO et al., 2008). 8 9 Carboidratos Também são chamados de glicídios ou hidratos de carbono, são formados a partir da fotossíntese, sendo compostos por carbono, hidrogênio e oxigênio. Constituem fontes primárias de energia para o organismo humano, uma vez que cada 1 grama de carboidrato fornece 4 kcal (CANDIDO et al., 2008). A sua principal função é o fornecimento de energia, sendo utilizado como primeira fonte em relação às proteínas e gorduras. Por ser facilmente armazenado na forma de glicogênio no fígado e músculo, exerce também uma ação poupadora de energia (CANDIDO et al., 2008). Podem ser classificados em monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Os monossacarídeos são também chamados de açúcares simples, ou seja, são os compostos mais simples, sendo solúveis em água e facilmente transportados por todo o organismo. São exemplos a glicose, principal açúcar do organismo humano, a frutose, encontrada nas frutas e mel, e a galactose, presente no leite e derivados. Quanto aos dissacarídeos, são formados por dois monossacarídeos, também são solúveis em água, sendo necessário passarem por hidrólise para melhor aproveitamento pelo organismo. Os principais dissacarídeos são: a sa- carose, conhecida como açúcar de mesa, obtida a partir da cana-de-açúcar, da beterraba ou do mel, sendo formada por glicose + frutose. Em seguida, vem a lactose, conhecida como açúcar do leite, que é formada nos mamíferos, sendo composta por glicose + galactose; e, finalmente, a maltose, encontrada nos grãos em germinação, sendo formada por duas moléculas de glicose. Em relação aos polissacarídeos, constitui característica principal a composição, a qual é baseada em vários monossacarídeos ligados entre si. São eles: o amido, o qual é compos- to por amilose e amilopectina encontradas nas plantas; também são importantes as dextrinas, originárias da quebra do amido, podendo ser encontradas no orga- nismo ou em produtos industrializados. Além dos polissacarídeos já mencionados anteriormente, destacam-se também o glicogênio, encontrado armazenado nos tecidos animais, sendo liberado à medida que o organismo necessita de energia, mantendo, por consequência, as taxas normais de glicose no sangue, e, comple- tando esta classificação, encontra-se a celulose, a qual confere estrutura, dando sustentação aos vegetais. Salienta-se, entretanto, que a celulose não é digeri- da pelo organismo humano, sendo conhecida como uma das fibras alimentares (CANDIDO et al., 2008). As principais fontes alimentares dos carboidratos são: cereais (arroz, trigo, milho, quinoa), pães, massas em geral, tubérculos (batata asterix, batata monalisa) e raízes (inhame, mandioca, ou aipim, ou, ainda, macaxeira) (CANDIDO et al., 2008). 9 UNIDADE Introdução à Nutrição Proteínas Na sua composição, são encontrados: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogê- nio, como também enxofre, fósforo, ferro e cobalto. Entretanto, a estrutura das proteínas é formada por elementos denominados aminoácidos, os quais são com- postos pelas substâncias acima mencionadas. Os aminoácidos ligam-se entre si por meio de ligações peptídicas, para dar origem a uma molécula proteica, logo doisaminoácidos formarão um dipeptídeo, três aminoácidos, um tripeptídeo, e vários, um polipeptídeo. Vale lembrar que os aminoácidos podem ser classificados em essenciais, ou seja, aqueles que o organismo não é capaz de produzir, isto é, só podem ser obtidos via alimentação, e em não essenciais, aqueles que o orga- nismo pode produzir. As proteínas consideradas de alto valor biológico (PAVB) são constituídas por todos os aminoácidos essenciais, em proporções adequadas, o que favorece o melhor aproveitamento pelo organismo, sendo encontradas nos alimentos de origem animal, enquanto que as proteínas encontradas nos alimentos de origem vegetal são consideradas incompletas, por não apresentar quantidades adequadas de aminoácidos essenciais. As leguminosas são consideradas as me- lhores fontes proteicas entre os alimentos de origem vegetal, já a soja é apontada como o alimento de origem vegetal com composição proteica mais próxima àquela encontrada em um alimento de origem animal (CANDIDO et al., 2008). São consideradas funções das proteínas o papel estrutural, caracterizado pela presença na constituição de hormônios, enzimas e anticorpos; a contribuição na homeostase, ou seja, manutenção do equilíbrio no funcionamento do organismo humano; a construção e manutenção dos tecidos; o fornecimento de energia, pois 1 grama de proteína fornece 4 kcal; e a ação no transporte de gorduras no sangue (CANDIDO et al., 2008). As proteínas podem ser classificadas, segundo a sua composição, quanto ao número de cadeias polipeptídicas e quanto à sua forma (CANDIDO et al., 2008). As principais fontes alimentares das proteínas são: carne bovina, peixes, aves, leite e derivados, ovos e vísceras, quando são reportados os alimentos de origem animal; já para os alimentos de origem vegetal destacam-se as leguminosas, como feijão, soja, ervilha, lentilha, grão de bico etc. (CANDIDO et al., 2008). Lipídeos São substâncias as quais podem ser de origem animal ou vegetal, solúveis somente em solventes orgânicos, tais como benzeno. Os lipídeos possuem na sua composição carbono, hidrogênio, oxigênio, ácidos graxos e glicerol, também podem conter nitrogênio, fósforo e enxofre raramente (CANDIDO et al., 2008). Entre suas inúmeras funções, encontra-se o fornecimento de energia, destacando- se o fato de que 1 grama de lipídeo fornece 9 kcal (alta densidade energética), também devem ser lembrados a proteção dos órgãos, o isolamento térmico, a formação de sais biliares e a atuação como veículo de vitaminas lipossolúveis (CANDIDO et al., 2008). 10 11 Os lipídeos podem ser classificados em simples, abrangendo os monogliceríde- os , diglicerídeos e triglicerídeos , ressaltando-se que 95% das gorduras presentes na alimentação humana são triglicerídeos . Em sequência, apresentam-se os lipí- deos classificados como compostos, os quais são formados por ácidos graxos e glicerol, e uma substância não lipídica, por exemplo, a lipoproteína (formada por lipídeos mais proteína) e, completando a classificação, encontram-se os lipídeos derivados, onde o mais conhecido deles é o colesterol, substância essa derivada de uma espécie de gordura esteroide oriunda apenas de alimentos de origem animal (CANDIDO et al., 2008). É importante destacar os vários papéis desempenhados pelo colesterol no funcionamento do organismo, ora como componente das membranas celulares, ora como precursor da vitamina D, hormônios e sais biliares. Entretanto, o excesso de colesterol, circulando no interior dos vasos sanguíneos por intermédio do seu transportador, uma lipoproteína, pode prejudicar a circulação sanguínea, predispondo ao aparecimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) (CANDIDO et al., 2008). Além da classificação anteriormente mencionada para as gorduras, também devem ser consideradas as seguintes classificações: Quanto à essencialidade (1) Quanto à saturação (2) Ácidos graxos essenciais são obtidos somente por meio da alimentação. São eles: Ácidos graxos saturados são encontrados nos alimentos de origem animal e em alguns óleos vegetais, como óleo de coco e dendê. Geralmente são sólidos à temperatura ambiente, e apresentam apenas ligações simples na cadeia do ácido graxo. Linolênico (W 3) – está presente nos óleos de canola e de soja, como também nas nozes; Ácidos graxos insaturados são encontrados nos alimentos de origem vegetal, destacando-se: O ácido EPA e o DHA pertencem à família dos W3, sendo encontrados nos peixes como a cavalinha, salmão, sardinha, anchova, tainha, arenque, manjuba, truta e atum. Monoinsaturados (MUFA) – apresentam uma dupla ligação na cadeia do ácido graxo, como exemplo o azeite de oliva. Os ácidos graxos W3 reduzem a síntese hepática dos triglicerídeos (TG), e em altas doses podem reduzir os TG e aumentar discretamente o HDL-C. Poli-insaturados (PUFAS) – apresentam duas ou mais duplas ligações, como exemplo o óleo de soja e outros óleos vegetais. Linoleico (W6) – está presente nas sementes , nozes e óleos vegetais de milho, soja, algodão, gergelim e girassol. Os ácidos graxos W6 reduzem a resposta inflamatória, nos casos de artrite reumatoide. Existem também os ácidos graxos não essenciais, os quais recebem esta classificação por serem sintetizados pelo organismo. Quanto à cadeia lipídica (3), ou seja: • Ácido graxo de cadeia curta: com 4 a 6 carbonos; • Ácido graxo de cadeia média: com 8 a 12 carbonos; • Ácido graxo de cadeia longa: com 14 ou mais carbonos (CANDIDO et al., 2008). Os ácidos graxos trans ou gorduras trans são obtidos a partir das gorduras insa- turadas. Os ácidos graxos insaturados passam pelo processo de hidrogenação na in- dústria, isto é, são adicionados hidrogênios, que melhoram a consistência e conferem maior palatabilidade aos alimentos industrializados (CANDIDO et al., 2008). 11 UNIDADE Introdução à Nutrição As principais fontes alimentares dos lipídeos são: creme de leite, manteiga, tou- cinho, banha, nata, queijos amarelos, ovos, carnes e gema de ovo todos de origem animal, enquanto que margarina, óleos, azeitona, chocolate, frutas oleaginosas e gordura vegetal hidrogenada são de origem vegetal (CANDIDO et al., 2008). Micronutrientes Vitaminas As vitaminas são essenciais ao metabolismo do organismo humano, não apresentam valor calórico, e suas necessidades diárias são pequenas, mas sua carência ou excesso podem desencadear algumas doenças. É importante ressaltar que são sensíveis à ação mecânica, calor e luz, significando que se perdem para o meio externo quando submetidas a essas condições. Logo, não é recomendável fracionar demasiadamente os alimentos, realizar cocção prolongada e exposição contínua à luz solar direta, ou seja, o armazenamento deve ser em ambiente fresco, arejado e sem a exposição direta aos raios solares. Podem ser classificadas em vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis, destacando- se as seguintes características: • Vitaminas Lipossolúveis – são solúveis em gordura; » são transportadas até o fígado onde são armazenadas; » neste grupo, encontram-se as vitaminas A, D E e K (SHILS et al.,2003). • Vitaminas Hidrossolúveis – são solúveis em água; » não são armazenadas, apresentando excreção acentuada na urina; » atuam como coenzimas nos processos bioquímicos do organismo; » neste grupo, entre outras vitaminas encontram-se a B1 (Tiamina), B2 (Ribo- flavina), Niacina, Ác. Fólico, Ác. Pantotênico, B6 (Piridoxina), B12 (Cobala- mina) Biotina e C (Ác. Ascórbico) (SHILS et al.,2003). A seguir, descrevem-se as principais considerações relativas a cada vitamina lipossolúvel (SHILS et al.,2003): Vitaminas Lipossolúveis Principais Considerações A – tem como função auxiliar na integridade da visão noturna; – a deficiência desta vitamina provoca a nictalopia; – o excesso desta vitamina relaciona-se à pele seca e unhas quebradiças; – as fontes alimentares desta vitamina são: produtos lácteos, cenoura, abóbora, frutas e hortaliças amarelas. D – tem como função auxiliar na absorçãodo cálcio; – a deficiência desta vitamina em crianças pode provocar raquitismo; – o excesso desta vitamina pode ocasionar anorexia, náuseas e vômito; – as fontes alimentares desta vitamina são: gema de ovo, fígado, manteiga e óleo de fígado de peixe (arenque, cavala, sardinha e atum). 12 13 Vitaminas Lipossolúveis Principais Considerações E – tem como função proteger a membrana celular; – a carência desta vitamina está associada à má absorção, ou sintomas de neuropatia; – a doença por excesso desta vitamina é rara; – as fontes alimentares desta vitamina são: óleo de germe de trigo, porém, também é encontrada em frutas, vegetais e gorduras animais. K – atua no processo da coagulação sanguínea; – a deficiência desta vitamina está associada à má absorção de lipídeos ou destruição da flora intestinal; – o excesso da vitamina K sintética pode produzir anemia hemolítica; – as fontes alimentares desta vitamina são: brócolis, repolho e alface A seguir, descrevem-se as principais considerações relativas a algumas das vita- minas hidrossolúveis (SHILS et al.,2003) : Vitaminas Hidrossolúveis Principais Considerações Tiamina ou Vitamina B1 – atua como componente de coenzima (TPP); age também no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. – a deficiência desta vitamina ocasiona a Beribéri, a qual afeta os sistemas nervoso e cardiovascular; provoca também fadiga; instabilidade emocional; depressão; anorexia e retardo no crescimento. Tiamina ou Vitamina B1 – as fontes alimentares desta vitamina são: carnes magras, cereais integrais, gema de ovo e vísceras (fígado, coração). Riboflavina ou Vitamina B2 – atua na formação das hemácias; na regulação das enzimas tireoideanas e age também como coenzima; – a sua carência provoca: a queilose (rachadura no canto da boca), a dermatite seborreica (descamação da pele), a estomatite (presença de aftas na cavidade oral), a glossite (inflamação da língua) e a anemia (diminuição na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue). – as fontes alimentares desta vitamina são: leite e derivados, fígado e rins. Niacina – atua como componente de coenzimas (NAD/NADP); – a sua carência provoca: a pelagra com dermatite (descamação e rachaduras), demência e diarreia; – as fontes alimentares desta vitamina são: carnes magras, vísceras, levedura de cerveja, amendoim, aves e peixes. Ácido Fólico – atua na síntese do DNA e RNA; – a sua carência provoca: diminuição do crescimento, anemia megaloblástica; – as fontes alimentares desta vitamina são: vísceras, feijão, vegetais de folhas verdes (espinafre, aspargo, brócolis) e farinha de trigo fortificada. Ácido Pantotênico – tem como função participar no metabolismo dos carboidratos, das proteínas e gorduras; – não se tem relatos de doença carencial em relação à essa vitamina, porém, existem relatos de diarreia; – as fontes alimentares desta vitamina são: ovos, fígado, rins, leveduras, couve-flor e brócolis. Piridoxina ou Vitamina B6 – é encontrada na forma de coenzima, agindo no metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas; – a sua carência provoca: dermatite (descamação da pele); esteatose hepática(presença de gordura no fígado);diminuição do crescimento; anemia(diminuição na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue) e diminuição na resposta imunológica; – as fontes alimentares desta vitamina são: leveduras, germe de trigo, vísceras e cereais integrais. 13 UNIDADE Introdução à Nutrição Vitaminas Hidrossolúveis Principais Considerações Cobalamina ou Vitamina B12 – é um fator importante no metabolismo dos ácidos nucleicos; atua no sistema nervoso, na formação da bainha de mielina e finalmente também atua no metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas; – a sua carência provoca: anemia perniciosa; problemas neurológicos, problemas de pele, diarreia e perda de apetite; – as fontes alimentares desta vitamina são: vísceras, leite e ovos. Biotina – atua como coenzima na síntese e oxidação de ácidos graxos e o uso da suplementação de biotina por via oral, parece atuar no tratamento da acne e da seborreia; – a sua carência provoca: dermatite, dores musculares, anorexia (falta de apetite), glossite (inflamação da língua), depressão, hipercolesterolemia (aumento da taxa de colesterol no sangue), anormalidades cardíacas; – as fontes alimentares desta vitamina são: leite, fígado e gema de ovo. Ácido Ascórbico ou Vitamina C – atua como antioxidante; age na produção e manutenção do colágeno e favorece a absorção do ferro; – a sua carência provoca: escorbuto, o qual é caracterizado por hemorragia, fraqueza, perda de apetite, anemia (diminuição na quantidade de glóbulos vermelhos do sangue), edema (inchaço), inflamação nas gengivas, podendo ocorrer perda dos dentes e dor; – as fontes alimentares desta vitamina são: frutas cítricas (laranja, limão), folhas cruas (repolho, espinafre, brócolis) e frutas (morango e acerola). Minerais Os minerais desempenham diversas funções no organismo, assim como as vitaminas são imprescindíveis na alimentação humana (SHILS et al.,2003). São classificados em macrominerais, o cálcio, o sódio, o cloro, o potássio, e, em microminerais, o ferro, o iodo e o zinco. Os macrominerais são necessários ao organismo em quantidades relativamente altas, quando comparados aos micromi- nerais, cujas necessidades são menores (SHILS et al.,2003). A seguir, descrevem- -se as principais considerações relativas a alguns dos minerais (SHILS et al.,2003). Macrominerais Principais Considerações Cálcio – é o mineral mais abundante encontrado no organismo, sendo 99% presente na constituição dos ossos e dentes, e 1% participando na composição do sangue e líquidos extracelulares; atua também no processo de coagulação sanguínea; é responsável pela transmissão nervosa e na regulação dos batimentos cardíacos; – a sua carência provoca: o raquitismo, e o excesso a calcificação excessiva de ossos e dentes; – as principais fontes alimentares desse mineral são: leite e derivados, vegetais de folha verde-escura, sardinha, mariscos, ostras e soja. Sódio, Cloro e Potássio – estes minerais fazem parte de todos os líquidos; corporais, o sódio e o cloro estão presentes no meio extracelular, já o potássio encontra-se no meio intracelular, isto revela a importância deles na homeostase (equilíbrio) do organismo; – a carência desses minerais pode levar respectivamente a algumas doenças, como a hiponatremia, hipocloremia e hipocalemia; – o excesso de sódio leva à hipertensão e a edemas ; – as principais fontes alimentares destes minerais são: o sódio, que é encontrado no sal de cozinha e nos alimentos em conserva, enquanto que o cloro também provém do cloreto de sódio/sal de cozinha e o potássio está presente nas frutas e vegetais. 14 15 Microminerais Principais Considerações Ferro – atua na formação da hemoglobina; no processo metabólico relativo ao DNA e RNA, assim como em relação aos neurotransmissores; a ingestão de alimentos ricos em ferro, juntamente com alimentos fontes de vitamina C, melhora a absorção do mineral; – a carência de ferro pode promover a anemia ferropriva; – já o excesso de ferro pode provocar cefaleia, náuseas e vômito; – as principais fontes alimentares deste mineral são: carne vermelha, leguminosas, vísceras e hortaliças de folha verde-escura. Iodo – este mineral é essencial no controle do metabolismo corporal, pois está presente nos hormônios T3, T4 e TSH; – a carência provoca o hipotireoidismo e o cretinismo, o qual atinge bebês e é caracterizado por retardo mental congênito; – o excesso de iodo pode provocar o hipertireoidismo; – as principais fontes alimentares deste mineral são: peixes, frutos do mar e sal de cozinha iodado (1953, adição de iodo no sal). Zinco – as maiores concentrações são encontradas na musculatura, ossos e secreções de fluídos corporais; também atua na formação de enzimas; no sistema imunológico e no crescimento; – acarência está associada ao retardo no crescimento, cicatrização prejudicada e baixa resistência a infecções; – o excesso de zinco expõe a náuseas e vômitos, além de tontura e diarreia; – as principais fontes alimentares deste mineral são: carne bovina, frutos do mar, vísceras, grãos integrais e castanhas. Alimentos Funcionais São aqueles que abrangem produtos potencialmente saudáveis, incluindo qualquer alimento modificado ou ingredientes alimentares que possam proporcionar um benefício à saúde, além dos nutrientes que ele contém (SHILS et al.,2003). Com o propósito de normatizar a tratativa referente aos alimentos funcionais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2017), determinou: • Alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico do nutriente ou não nutriente no crescimento, desenvolvimento, manu- tenção e outras funções do organismo humano. • Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma ou sugere a relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. Assim, antes de o produto ser liberado para o consumo/comercialização, deve obter registro no Ministério da Saúde (MS) na categoria de “Alimentos com Alegações de Propriedade Funcional e/ou de Saúde”. O registro de alimentos somente será possível se houver comprovação científica de sua eficácia e segurança de uso (ANVISA, 2017). Quando se fala em alegações da propriedade de saúde, significa que se pode fazer referência à manutenção geral da saúde, à redução de risco, mas não à cura de doenças. 15 UNIDADE Introdução à Nutrição As propriedades relacionadas à saúde dos alimentos funcionais podem ser provenientes de seus constituintes normais, como antioxidantes (vitamina C e betacaroteno), presentes nos vegetais em geral, ou através da adição de ingredientes aos alimentos que modifiquem suas propriedades originais, como, por exemplo, leite fermentado (SHILS et al., 2003). Alguns alimentos industrializados possuem concentrações muito baixas dos componentes funcionais, sendo necessário o consumo de uma grande quantidade para obtenção do efeito positivo mencionado no rótulo, como, por exemplo, o leite adicionado de ácido graxo ômega 3 (SHILS et al., 2003). O simples consumo do alimento funcional com a finalidade de obter um menor risco para o desenvolvimento de doenças não atingirá o objetivo proposto se não for associado a um estilo de vida saudável, levando em consideração uma alimentação equilibrada associada à atividade física, ausência de tabagismo e livre do consumo de bebidas alcoólicas. A seguir, descrevem-se as principais considerações, relativas a alguns alimentos considerados funcionais (SHILS et al., 2003): Fonte Alimentar Compostos Ativos Benefício Potencial à Saúde Suco natural de uva, vinho tinto Flavonoides Antioxidante que diminui o risco de câncer e de doenças cardiovasculares. Iogurtes e leite fermentado Probióticos Contribui para o equilíbrio da flora intestinal; inibe o crescimento de micro-organismos patogênicos. Goma de mascar Manitol Xilitol Sorbitol Neutraliza os ácidos que danificam os dentes, entretanto, o consumo do produto não substitui hábitos adequados de higiene bucal e de alimentação. Fonte Alimentar Compostos Ativos Promove Benefício Potencial à Saúde Tomate Carotenoides (licopeno) Reduz o risco de câncer. Alho, cebola Alicina, Dialil Dissulfeto Estimula o sistema imunológico, reduz as taxas de colesterol no sangue, e remove radicais livres. Soja e derivados Isoflavonas Reduz os sintomas menopáusicos e do risco de câncer. Recomenda-se, portanto, que as preparações a serem servidas nas refeições diárias incluam ingredientes que apresentem os compostos ativos benéficos à saúde do organismo. As preparações denominadas entradas podem ser compostas por vegetais benéficos à saúde, como tomate, alho, cebola e soja, guarnecidos com molhos à base de iogurte natural. Em relação aos pratos principais compostos por carnes de diferentes origens, como bovina, aves e peixes também podem ser adicionadas de alho, cebola e tomate, estendendo-se esta prática para as preparações que acompanham as carnes, que podem ser à base de massas ou de vegetais em geral. O suco de uva pode ser utilizado na elaboração de refrescos e sobremesas, à base de sorvete, ou raspadinhas. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Alimentos Funcionais e Nutracêuticos: Definições, Legislação e Benefícios à Saúde Fernanda P. Moraes & Luciane M. Colla. Revista Eletrônica de Farmácia – Vol. 3(2), 109-122, 2006. https://goo.gl/xMJ0uz Ácidos Graxos Poli-Insaturados Ômega-3 e Ômega-6: Importância e Ocorrência em Alimentos Clayton Antunes MARTIN, Vanessa Vivian de ALMEIDA, Marcos Roberto RUIZ, Jeane Eliete Laguila VISENTAINER, Makoto MATSHUSHITA, Nilson Evelázio de SOUZA, Jesuí Vergílio VISENTAINER. Rev. Nutr., Campinas, 19(6):761-770, nov./ dez., 2006. https://goo.gl/fjBXBi 17 UNIDADE Introdução à Nutrição Referências ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Alimentos com Alegações de Propriedades Funcionais e ou de Saúde, Novos Alimentos/ Ingredientes, Substâncias Bioativas e Probióticos. Disponível em: www.anvisa.gov.br/ alimentos/comissoes/tecno-lista-alega.htm Acesso em: 19 /01/2017. BENETTI, G. B. et al. Manual de Técnicas Dietéticas. São Caetano do Sul: Yendis, 2013. CANDIDO, C. C. et al. Nutrição Guia Prático. 2. ed. São Paulo: Iátria, 2008. SHILS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9. ed. São Paulo: Manole, 2003. 18
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