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A dispepsia é a principal expressão clínica das doenças que acometem o estômago. Consiste em um grupo heterogêneo de sintomas como sensação de dor ou desconforto localizados na parte superior do abdome (epigástrio). Acomete 25% da população geral – ¼ da população 1 dia teve ou terá Caracterização da síndrome Dispéptica: Sintomas de 4 semanas em 6 meses, essas 4 semanas podem ser consecutivas ou não Sintomas 12 semanas em 15 meses (Roma II), essas 12 semanas, também, podem ser consecutivas ou não. Então se o paciente chega pra gente caracterizando sintomas de dispepsia e dizendo que, em termos de tempo, se caracteriza dessa forma, anteriormente dita (uma ou outra), pode-se dizer q esse paciente tem dispepsia. Sintomas: Periodicidade Isso quer dizer que o indivíduo tem períodos de melhora e de piora espontâneos indiferentemente se está tratando ou não, então tratando ou não vai ter épocas que vai haver mais sintomas, e épocas menos sintomáticos. Ritmicidade: Refere-se a períodos do dia que eu vou estar melhor e períodos do dia q eu vou estar pior. Sintomas Dispépticos mais comuns: Epigastralgia ( dor centrada na região epigástrica) - ela pode ser caracterizada de diversas formas, em pontada, cólica, em queimação, dor em queimação, do tipo facada. Pirose Retroesternal (dor restroesternal) - ela pode ser caracterizada de diversas formas ora em queimação, ora em aperto e outras formas. Quando ele caracteriza como em aperto faz diagnóstico diferencial com doença coronariana, inicialmente deve-se pensar em doença coronariana, principalmente em homens de meia idade, mulheres pós-menopausa, vai se pedir eletro e enzimas, para excluir essa hipótese e se deve excluí-la pq a pessoa morre disso e raramente uma dor no esôfago vai matar. É correto pedir eletro e enzimas para afastar doença coronariana, temos que lembrar q nem todos os pacientes vão ter uma dor coronariana típica (retroesternal, que piora com atividade física e melhora ao repouso e tem curta duração) e, por isso, temos q pedir os exames para afastar essa hipótese. Há doenças de esôfago que simulam sintomas de doenças coronarianas, deve-se sempre primeiro avaliar com o cardiologista. Azia (regurgitação ácida)- é quando o paciente percebe q volta um ácido e sente queimação. Na prática clínica, a gente usa pirose como sinônimo de azia, pq quando tem o refluxo ácido, geralmente, ele tem dor em queimação, ou seja, a pirose está relacionado a azia, mas há essa diferença semântica. Náuseas Vômitos Empachamento ou plenitude – é aquele paciente q chega e diz “eu como um pouco e parece q eu comi um boi” Eructação (arroto) Dependendo dos sintomas e da história do paciente nós podemos pensar mais em uma ou outra doença que está mais relacionada com a dispepsia, como a dispepsia funcional, a doença do refluxo, a gastrite ou úlcera. A importância disso é q faz o nosso raciocínio se direcionar para uma doença ou não. SINAIS E SINTOMAS DE ALARME EMAGRECIMENTO ANEMIA – descorada, hipocorado SANGRAMENTO DIGESTIVO – vomitou sangue, vomitou igual borra de café, evacuou sangue, evacuou preto. VISCEROMEGALIA VOMITOS INCOERCÍVEIS – vômitos muito frequentes e q não são tratáveis com plasil USO DE ANTINFLAMATÓRIOS IDADE AVANÇADA – fez uso de antinflamatório e possui idade avançada, temos q pensar numa ulcera gástrica, numa gastrite erosiva ou hemorrágica. Além disso, idade avançada associada a emagrecimento, temos q pensar na possibilidade de neoplasia. **Pergunta: O que se caracteriza como idade avançada? R: Há estudos q caracterizam como acima de 60 anos outros acima de 55 anos, mas em geral se vou pensar em tumor eu penso acima de 50/60 anos, mas se vou pensar em uso de antinflamatório levando a ulcera eu penso em alguém a cima de 60 anos, mas isso é extremamente relativo o mais importante é q a gente perceba ao examiná-los como eles estão em relação ao estado geral de saúde, quanto mais comorbidade, comprometimento físico, maior a chance de ela complicar com qualquer coisa. CAUSA DE DISPEPSIA Só coloquei oq ele ficou falando o restante ele apenas leu. Úlcera péptica- dá dispepsia do tipo úlcera, geralmente úlcera cursa com epigastralgia, mas uma porcentagem pequena dos pacientes não apresentam sintomas dispépticos, e abrem o quadro de úlcera com, por exemplo, pneumoperitônio, com a úlcera perfurado, com um quadro agudo sem nunca ter dor anteriormente. Alguns pacientes abrem o quadro de ulcera duodenal com hemorragia digestiva, vomitando sangue, evacuando preto, sem nunca apresentar dor abdominal. Isso acontece, mas não é o mais frequente , o mais frequente é a pessoa apresentar uma dor crônica. Refluxo Gastresofágico- é uma causa de dispepsia, pirose e azia são sintomas dispépticos q falam a favor da doença do refluxo. Doença biliar- por exemplo, um calculo biliar pode irradiar a dor para o estômago, hipocôndrio direito para epigástrio. Muitas vezesse faz um diagnóstico diferencial entre uma cólica biliar e uma úlcera, por exemplo, uma colecistite aguda e uma úlcera perfurada. Pancreatite- o pâncreas é retroperitonial, mas ele fica atrás do estômago , então posso ter uma dor pancreática referida no epigástrio q é onde fica o pâncreas e vou fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças q causam dispepsia. Neoplasia- de estomago, esôfago, pâncreas, via biliar, vários tumores dão a sensação de plenitude, empachamento. Doença de infiltração- por exemplo, eosinofílica, posso ter uma gastrite eosinofílica, uma gastrite eosinofílica, uma colite eosinofílica, isso tudo pode levar a sintomas dispépticos. Causas não digestiva: Diabetes Melitos- ocorre uma gastroparesia, por comprometimento do plexo demeissner e auerbach, logo esvazio esse estomago mais lentamente, podendo levar a sensação de plenitude. Tireoidopatias – se tenho hipotireoidismo vai haver uma hipomotilidade, no hipertireoidismo vai haver uma hipermotilidade do tubo digestório. No hiper posso ter emagrecimento, diarreia, dor. Já no hipo vou ter plenitude, edema de alça. Alterações eletrolíticas – por exemplohipocalemia, hipocalcemia, podem levar a sintomas dispépticos. Isquemia coronariana – a doença coronariana se for de parede anterior de coronária esquerda de descendente anterior, eu posso ter uma dor retroesternal, q pode mimetizar uma doença do refluxo com espasmo do esôfago. E se tiver uma doença coronariana de coronária direita de parede diafragmática, eu posso ter uma dor de doença coronariana no epigástrio, então há pacientes q chegam com dor epigástrica, mas está correndo um angina. Então vai haver mimetização de sintomas dispépticos tanto em doenças referente a coronária direita quanto esquerda. Os sintomas dispépticos podem ser vistos em diversas situações e por diversos sintomas. Deve-se sempre avaliar o paciente como um todo! Fatores que excluem dispepsia funcional Sintomas agudos – dispepsia geralmente ocorre periodicidade e ritmicidade, são sintomas mais arrastados q vão e voltam. Sintomas digestivos baixos – a dispepsia corresponde a sintomas digestivos altos Sinais sistêmicos- nesses casos se pensa em doenças sistêmicas e não localizadas como a síndrome dispéptica. Uso de antinflamatórios – os sintomas podem estar relacionados ao uso do aniflamatório ou posso ter uma gastrite hemorrágica e uma úlcera, inclusive, gástrica decorrente do uso do antinflamatório. Então não se pensa em dispepsia funcional se pensa em outro tipo de dispepsia. Visceromegalias– vou pensar em hipertensão porta, cirrose, neoplasia, linfoma, fígado metastático, q dá uma sensação de plenitude, por exemplo, se eu tenho um fígado muito grande q comprima meu estômago e não é possível distende-lo, o pouco q se come já é suficiente pra q der a sensação de plenitude, quando ocorre isso é necessário fazer um diagnóstico diferencialq não relacionados com a síndrome dispéptica ou com a dispepsia funcional propriamente dita. Sangramento digestivo – provavelmente é algo orgânico, uma gastrite, ou uma úlcera, ou um tumor. Doença péptica conhecida- se tem ,por exemplo, uma úlcera péptica eu já tenho esse diagnóstico, eu não tenho uma dispepsia funcional. Sintomas dispépticos tipo refluxo – nesse caso vou muito mais pensar em doença do refluxo do q na dispepsia funcional. Relação dos sintomas com esforço ou repouso -se eu tenho um sintoma epigástrico ou retroesternal q piora com o esforço e melhora ao repouso, preciso necessariamente descartar doença coronariana. Os sintomas dispépticos podem estar relacionados a várias patologias digestivas ou não. Em relação à dispepsia em si, nós vamos ter a dispepsia funcional, sintomas dispépticos relacionados ao refluxo e sintomas dispépticos relacionados a úlcera ou gastrite. O que é dispepsia funcional? É quando você tem esses sintomas dispépticos e todos os exames que você faz não demonstram nenhuma lesão orgânica, então não há uma dispepsia orgânica, não há úlcera, não há doença do refluxo, eu tenho uma disfunção do meu aparelho digestório alto, por isso se chama dispepsia funcional. Ela é mais frequente em pacientes jovens e está muito relacionado com aspectos psicológicos, possui fator psicogênico forte. Ex: antes da prova sente muita dor no estômago. O médico diz q é gastrite nervosa. Não acredite nesse diagnóstico, gastrite nervosa não existe!! Isso é dispepsia funcional, a gastrite nervosa nada mais é do que a dispepsia funcional. Como abordar?? Sintomas de refluxo ( azia e pirose)- se eu tiver o paciente se queixando de dor em queimação retroesternal e com percepção de refluxo ácido, provavelmente estou diante de uma doença do refluxo. Sintomas digestivos baixos – “ estou sempre com o destino preso e as vezes solta, ai prende de novo ai fica um tempo normal, tô sempre com gases a barriga tá sempre estufada” , provavelmente estou diante da síndrome do intestino irritável, q é um quadro funcional sim, relacionado ao aparelho digestório sim, mas ele acomete o aparelho digestório inferior. Dispepsia, com sintomas por 4 semanas em 6 meses ou 12 semanas em 12 meses ( mas la no começo da aula ele disse 15 meses ) na região do epigástrio, jovem , sem sinal de alarme, relatando q sente quando fica mais ansioso realizar o tratamento empírico. Paciente idoso ou com sinais de alarme realizar endoscopia digestiva. No EUA realiza-se a endoscopia a partir os 60 anos, pois é um exame caro, já no Brasil é um exame barato então não esperamos fazer 60 anosse o cara tem dispepsia e tem 40/45 anos a gente faz endoscopia nele a partir dessa idade. Causas como verminose pode levar a dispepsia, então é necessário realizar o exame de fezes, é necessário levar em consideração a realidade do paciente. Vc não faz endoscopia para buscar H.pylori em paciente jovens, porque boa parte da população tem e é assintomático, então o fato de ter ou não, não vai dizer muita coisa, é importante em caso de paciente q possui úlcera saber q tem H. pylori ou não, mas na população em geral o paciente tiver H.pylori ou não, não é feito. Não está provado q ela possui relação com dispepsia, assim como a relação dele com adenocarcinoma, são assuntos ainda em discussão, mas com úlcera e linfoma MALT apresenta relação comprovada. Paciente jovem, que não tem sinal de alarme, faz tratamento empírico ele melhora, para o tratamento e o paciente reincidiva sintoma, esse paciente precisa ser melhor investigado e fazer endoscopia. No paciente jovem de início, sem sinal de alarme não faz endoscopia, mas se for como no caso a cima se faz a endoscopia. No paciente de mais idade (50 anos, por exemplo) eu não faço tratamento empírico,pq a chance de haver uma patologia orgânica é muitíssimo maior q um jovem de 20/30 anos. Gastrites Essa é a primeira causa de dispepsia orgânica. GAS- estômago, ITE- inflamação, logo nada mais é do que um processo inflamatório gástrico, a gente faz esse diagnóstico através da endoscopia digestiva, pra fazer o diagnóstico de gastrite eu tenho q fazer uma endoscopia digestiva alta. Podem ser agudas ou crônicas AGUDA • • • • • • AAS Helicobacterpylori – a prima infecção por H.pylori pode levar a uma gastrite aguda Bacterianas (Shigella, Salmonella, Streptococcus beta hemolítico) Virais (CMV) Giardialamblia Strongyloidesstercoralis CRÔNICA • • Helicobacterpylori Anemia perniciosa – gastrite atrófica onde há a produção de anticorpos contra as células do estômago e deixa de produzir o fator intrínseco, com isso não há como absorver a vitamina B12. A vitamina B12 se liga ao fator intrínseco e é absorvida no ílio terminal, então se eu não tenho o fator intrínseco eu não consigo absorver a vit. B12. Gastrite e Anemia Perniciosa Auto-imune, com destruição das cels parietais e celsfúndicas zimogênicas, produtoras de Fator intrínseco. Acloridria e malabsorção de B12 Hipergastrinemia ( >1000pg/dl), devido a perda da inibição das cels G, pq se diminui a produção de ácido clorídrico, a produção de gastrina aumenta para estimular essas células a produzirem ácido clorídrico, como eu não tenho células pq há anticorpo destruindo elas, então não aumenta a produção de ac. Clorídrico apesar do aumento da gastrina. Então há uma hipergastrinemia com hipocloridia/acloridria (acredito ser uma das duas, o áudio falho na hora q ele fala a palavra) e isso fecha o diagnóstico de anemia perniciosa. As gastrites podem estar relacionadas ao uso de antinflamatórios. Fatores de Risco para AINEs Acima de 60 anos- o idoso toma muito antiflamatório por causa de dor, pois sente dor em diversos lugares. Só q por ser mais idoso possui menos defesa de mucosa, logo tem mais chance de fazer gastrite com o uso de AINEs. Se uso anticoagulante e uso antiflamatório tenho mais risco de sangrar, pq o AINEs geralmente é um antiagregante plaquetário, então ao usar os dois tenho maior chance de ter uma hemorragia digestiva. Imagens de gastrite Tem uma gastrite erosiva elevada, tem uma erosão no meio da lesão, uma vermelhidão (enantema) em volta da lesão e essa lesão está mais elevada em cima de uma prega gástrica. Há várias erosões, algumas recobertas por fibrina q é essa placa mais esbranquiçada e outras recobertas por hematina q são essas áreas mais enegrecidas, q nada mais é do que sangue digeridos. Essa é uma gastrite hemorrágica. De novo, uma outra gastrite erosiva, vocês percebam no antro várias erosões planas, a maioria delas vai ser coberta por fibrina, mas uma delas tem fibrina e hematina. Então essa é uma gastrite erosiva plana. Agora temos uma gastrite hemorrágica, vocês podem ver várias erosões, algumas cobertas por fibrina e a maior parte cobertas por hematina, ou seja, as que são mais escuras. A maior parte dos pacientes vai contar que tem dor no estomago ou na boca do estomago como eles costumam dizer. Essa dor vai e vem, piora quando eu tomo café, quando eu como algo ácido, quando eu bebo, é uma dor que me incomoda muito. O paciente pode ou não referir sangue nas fezes, vômito em borra de café. Geralmente sangue nas fezes esta relacionado com intestino mais baixo. DRGE No Brasil 12% da população já teve pirose ( já teve queimação retroesternal) 7,3% da população tem o diagnóstico de DRGE. E como a gente característica a doença do refluxo gastroesofágico? Tem que ter sintomas no mínimo 2 x por semana por 4 a 8 semanas, então eu tenho que ter azia, pirose ou sintomas extra esofágicos. O que acontece nessa doença? Você vai ter refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Como o estômago produz ácido clorídrico, lógico eu vou ter refluxo de conteúdo acido para o meu esôfago. Porque que acontece isso? 1º Existe um refluxo fisiológico, 100% da populaçãoreflui, mas de forma fisiológica e a pessoa nem percebe, pois temos mecanismos de clareamento desse conteúdo refluído, logo não causa nenhuma lesão. Temos também o refluxo patológico, que é quando esse refluxo se torna sintomático e nós vamos ou podemos apresentar alterações esofágicas ou extra esofágicas. Mecanismos anti- refluxo. Esfíncter inferior do esôfago ( o mais importante mecanismo),relaxa transitoriamente de forma fisiológica de uma maneira bastante rápida, até permite que aconteça uma refluxo muito discreto, mas que rapidamente é clareado. Quando esse relaxamento transitório se torna mais prolongado, eu permito que haja maior refluxo e ele passa a ser patológico. Diafragma crural. Ele pinça o esôfago na altura da junção esofagogástrica, onde eu tenho a mudança do epitélio escamoso para epitélio colunar. Ângulo de His. É o ângulo formado entre o esôfago e o fundo gástrico, é um angulo agudo que ajuda na contenção desse conteúdo gástrico. Efeitos da hérnia de hiato. A hérnia de hiato nada mais é que parte do meu estomago que sobe através desse hiato diafragmático que sobe para a parede torácica, então eu vou ter pinçamento diafragmático mais baixo do que o meu esfíncter inferior do esôfago. Quem tem hérnia de hiato tem maior probabilidade de ter a DRGE. Conteúdo Gástrico Agentes cáusticos: acido clorídrico, pepsina, bile e enzimas pancreáticas, se eles refluírem eles podem lesar o meu esôfago por terem ação direta na mucosa do esôfago. A mucosa gástrica produz muco importante que a protege dessas substancias que estão presentes no estomago, mas o esôfago não, então você pode ter lesões esofágicas, ulceras, estenoses, esôfago de Barret. Esse conteúdo é refluído quanto maior dor o retardo do esvaziamento gástrico. Se eu tiver diabetes e tiver uma gastroparesia, o meu estomago vai levar mais tempo para esvaziar, por que a peristalse desse estomago vai estar comprometida. Se eu tenho por exemplo um tumor de antro que compromete o meu piloro, ou estenose pilórica por alguma razão, eu vou ter o retardo do meu esvaziamento gástrico. Mecanismos de Clareamento Esofágico. Que mecanismos eu tenho para fazer que o refluxo se desfaça? Ação da Gravidade. Se eu estiver em pé ou sentado, a ação da gravidade vai ajudar no sentido que esse conteúdo que refluiu do estomago para o esôfago volte para o estomago. Se eu estiver deitado eu perco a ação da gravidade, ou seja, eu perco esse componente que me ajuda no clareamento gástrico. Peristalse. O esôfago tem peristalse, e quando eu refluo eu tenho o peristaltismo secundário, que é o esôfago contraindo para jogar o conteúdo gástrico de volta para o estomago. Eu dependo de um bom peristaltismo para que eu tenha um bom clareamento, ou seja, se eu tenho um esôfago que contrai mal ou não contrai, eu não vou ter um bom clareamento. Salivação. Ela é rica em bicarbonato, e se eu tenho refluxo e degluto saliva, eu vou bloquear esse acido e lavar ao mesmo tempo o esôfago. O professor contou que ele tinha uma paciente que ele gostava muito e que era da roça, e um dia ela contou que tinha dor no peito e que salivava igual a uma vaca. Ela tinha sialorréia (salivava muito), como mecanismo reflexo de defesa em decorrência da DRGE. É preciso falar com o paciente, explicar para ele em uma linguagem que ele consiga entender o que ele tem, da mesma forma que você tem que interpretar e diagnosticar o que ele tem na linguagem dele. Defesa do Epitélio Esofagiano. Camada de muco. Não é tão importante quanto a do estomago. Camada de água. Íons bicarbonato. Junções intercelulares. Presença de mucina e lipídeos no espaço intercelular. Isso é suficiente para proteger o esôfago de forma fisiológica, mas não patologicamente. Sintomas. Pirose Regurgitação Disfagia ( dificuldade para deglutir) Odinofagia ( dor ao deglutir) Sialorréia ( excesso de salivação) Manifestações extra-esofagianas. Lembra que os pacientes quando estão descrevendo a dor, podem colocar a mão na região esternal. O sintoma mais comum estra-esofágico é a rouquidão, muitos dos pacientes com DRGE tem edema de laringe. Eles fazem infecção de garganta recorrente e procuram um otorrino, esse otorrino faz uma laringoscopia e diagnostica um laringite posterior que fala a favor da DRGE. Por isso eles tem rouquidão, pois tem edema de cordas vocais. Tosse crônica é um sintoma bastante presente em pacientes com DRGE. O paciente pode ter dor torácica de origem não cardíaca, o paciente acha que ta enfartando e na verdade ele não tem infarto nenhum, o que ele tem é um dor torácica não cardíaca, normalmente de origem esofagiana. O paciente pode ter asma brônquica em decorrência do refluxo, pois o paciente pode bronco aspirar e fazer bronco espasmo, também pode apresentar sibilo. O paciente faz esofagite de refluxo, pode ter otite, rinite, faringite, sufocação noturna. Sintomas de Alarme Disfagia Odinofagia Anemia HDA Emagrecimento (importa de maneira crucial) História familiar de câncer Náuseas e vômitos (muita intensidade/noturnos) Nessa primeira imagem, pode-se ver uma junção esôfago gástrica normal, vocês podem ver que o epitélio gástrico é um epitélio alaranjado, e tem uma linha irregular (normal), pra cima da linha se tem uma mucosa mais esbranquiçada (rosea palida), e mais pra baixo é a mucosa gástrica (alaranjada), vocês percebem que as pregas gástricas terminam na junção esôfago gástrica. Nessa você pode ver feridas longitudinais, uma menor a esquerda e uma maior a direita, isso são duas erosões (esofagite erosiva), essa erosão já é em conseqüência do refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Nessa foto você pode ver várias erosões que estão separadas uma das outras. Nessa você pode ver uma lesão mais importante, uma esofagite erosiva. Nessa foto você pode ver uma esofagite mais importante, lesões mais extensas, diminuição do calibre do esôfago e com bastante fibrina, com todas as paredes comprometidas. Nessa foto você pode ver uma estenose péptica do esôfago. ( queixa de disfagia) Nessa foto você pode ver o esôfago de Barret, você pode ver que a mucosa alaranjada do estomago subiu para o esôfago, a junção esta irregular e esta no meio do esôfago. É um epitélio metaplásico, sofreu o que nós chamamos de metaplasia completa ( acontece em anos de refluxo). O tumor mais frequente de esôfago é o tumor epidermoide, mas o que gera pelo Barret é o adenocarcinoma. Úlcera Péptica É um defeito da mucosa que se estende até a muscular da mucosa, submucosa ou camadas mais profundas. A úlcera pode perfurar, então se você tem úlcera perfurada você vai ter comprometimento até a serosa. Ocorre principalmente no estomago e no duodeno, na grande maioria das vezes ela vai estar associada ao Helicobacter pylori e ou AINH. Anamnese O que é importante perguntar na anamnese desse paciente? Primeiro a dor abdominal que vai estar relacionada com a região epigástrica na grande maioria das vezes. Essa dor vai ter 1001 características, hora em queimação, hora em pontada, hora em facada. A intensidade dessa dor também é extremamente variável, desde pouca intensidade até 10/10. Muito importante guardar desde já é que os sintomas e a intensidade dos sintomas não estão relacionados com a gravidade da doença. Eu posso ter paciente com dispepsia funcional, ou seja, sem lesão orgânica, muito sintomático e posso ter pacientes com úlcera assintomáticos ou pouco sintomáticos. Os pacientes podem referir anorexia e perda ponderal, se o paciente tem dor normalmente ele tem perda ponderal. Fatores associados Fumo Álcool Dieta Doenças - DPOC, Cirrose, IRC. ( uma maior chance de fazer úlcera) Genético. Fisiopatologia da úlcera. 90% tem relação com o HP. Na úlcera duodenal você tem um aumento da produção do acido clorídrico. Aumento de células parietaisinduzidas geneticamente. Aumento da sensibilidade das células parietais a fatores estimuladores ( histamina/gástrica/acetilcolina) Diminuição da sensibilidade das células G a fatores inibitórios (somatostatina). Então se eu tenho uma menor sensibilidade a somatostatina que inibe minha produção de gastrina, então eu tenho uma maior produção de gastrina e tenho uma maior sensibilidade a essa gastrina, lógico que minha produção de Hcl vai ser gigante (hipercloridria), isso é que nós vemos nas úlceras duodenais. Se eu tenho o aumento da produção de Hcl, esse acido começa a banhar o duodeno e de cara pega a parede anterior do duodeno. Da mesma forma que o nosso esofago, o nosso duodeno não esta preparado para suportar esse Hcl e começa a sofrer uma metaplasia. Por que ele sofre essa metaplasia? Para tentar se resguardar desse acido, só que quando ele faz essa metaplasia, o HP que povoa o estomago desse individuo vai conseguir povoar essa área metaplásica do duodeno e se proliferar ali. Então o HP nessa região, começa a lesar a mucosa e induzir a úlcera duodenal. Úlcera Gástrica. Tem uma fisiopatologia completamente diferente, aqui 60 a 70% estão relacionados com o HP. Primeiramente temos uma diminuição do muco e do bicarbonato, pela própria idade(vasculopatia), uso de cigarro, pelo uso de AINH ( pois são inibidores de prostaglandinas, e elas aumentam a produção de muco), com isso nós temos uma diminuição da produção de muco, das defesas da mucosa, comprometimento da microcirculação, por isso a idade e o uso de cigarro estão relacionados. Na mucosa gástrica eu não tenho hipercloridria, eu tenho hipocloridria. A úlcera gástrica não se da por hipercloridria, ela se da por comprometimento das defesas da mucosa. Exame físico Podemos ter... Emagrecimento - ectoscopia/peso/síndrome consuptiva (caquético) Anemia - pele e mucosas Pode estar desidratado - pele e mucosas Abdome - dor epigástrico (normalmente dor a palpação profunda de epigástrio) Irritação peritoneal - Abdome em tábua/DB ( se tiver úlcera perfurada) Pneumoperitôneo - Sinal de Jobert ( Jobert positivo, hipertimpanismo na loja hepática que deveria ser maciça devido a perfuração de alça. No raio-x você pode ver jobert +, acima do fígado e logo abaixo do estomago, vocês vêem uma área mais escura que é de ar entre o pulmão e o fígado, logo baixo do diafragma direito. Foto de úlceras gástricas.
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