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116 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Unidade III 5 ADMINISTRAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS Antes de começarmos a falar sobre como administrar a força de vendas, é preciso entender o conceito de vendas. Você sabe o que é vender? Para você, o conceito de vendas é igual ao conceito de marketing? Você, como um futuro gestor de marketing, precisa ter em mente que vendas é um dos componentes do marketing. Neste tópico abordaremos como se dá sua administração. Pelo que você estudou, venda pessoal diz respeito à comunicação pessoal que se estabelece quando o responsável por fazer negócios tenta convencer o cliente a adquirir um produto, contratar um serviço, aderir a uma ideia. Essa forma de explicar as vendas pessoais envolve o relacionamento entre, no mínimo, duas pessoas, em que uma precisa ou deseja algo e a outra tem como atender ao desejo ou à necessidade da primeira. O profissional de vendas frequentemente trabalha com clientes ou clientes em potencial, avaliando suas necessidades, oferecendo informação, sugerindo um produto que satisfaça suas necessidades e oferecendo um serviço de pós- vendas para garantir a satisfação a longo prazo (FUTRELL, 2014, p. 8). Essa definição abrange estabelecer um relacionamento por meio da comunicação entre vendedor e comprador, em que ambos abordam necessidades e conversam a respeito de um produto. Caso o produto vá ao encontro do que o cliente precisa, o vendedor empenhará esforços para realizar a venda, mas, para que isso aconteça, muito trabalho há de ser feito, que é a administração da força de vendas. Uma das contribuições para o tema vem de Churchill Jr. e Peter (2012), cujo modelo de administração de vendas é estruturado em três fases, descritas a seguir. Primeira fase – Desenvolvimento de um programa estratégico de vendas O desenvolvimento do programa estratégico de vendas, alinhado com a estratégia competitiva da organização, tem por base a análise de fatores dos ambientes externo e interno. No ambiente externo, são analisados fatores como características dos prospects/clientes, pontos fortes e fracos dos concorrentes, acesso a inovação/tecnologia/know-how, acesso e utilização de recursos externos e características do ambiente social. No ambiente interno, a análise tem foco nos recursos da organização (financeiros, operacionais e tecnológicos) e nas competências essenciais. 117 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA A análise dos dois ambientes e de seus respectivos fatores deve estruturar os planos de marketing e vendas, que irão detalhar as diversas políticas que afetam a atividade comercial: política de crédito, política de descontos, política de preços, política de remuneração variável (o que inclui comissionamentos), política de áreas/territórios de vendedores e outras. Segunda fase – Implementação do programa de vendas A implementação do programa de vendas tem ligação com o comportamento dos vendedores e com fatores motivacionais. É preciso levar em consideração o ambiente externo e o interno para trabalhar as questões de desenvolvimento das competências pessoais e profissionais da força de vendas, como capacidade de entender tarefas e objetivos e de aprender o que for necessário. Terceira fase – Avaliação de controle e desempenho de vendas Trata-se de desenvolver e implantar procedimentos de controle das atividades de vendas. Qualquer planejamento necessita de controle para verificar o atingimento de metas e para realizar correção de rota quando necessário. Para averiguar o desempenho de vendas, a ferramenta clássica envolve a comparação entre a meta definida e o resultado efetivamente alcançado. Sugerem-se ao menos três níveis de análise: vendas e custos como variáveis quantitativas e comportamento da força de vendas como variável qualitativa. Kotler e Keller (2012, p. 598) também contribuem apresentando as atividades voltadas para o gerenciamento da força de vendas. A pessoa responsável (normalmente o gerente ou o supervisor de vendas) deve realizar cinco tarefas: Supervisão de vendedores Treinamento de vendedores Motivação de vendedores Avaliação de vendedores Recrutamento e seleção de vendedores Gerenciamento da força de vendas Figura 30 – Gerenciamento da força de vendas 118 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III 1) Recrutamento e seleção de vendedores: o trabalho de gerenciamento de uma equipe de vendas começa logo no período do recrutamento dos profissionais, quando as empresas buscam no mercado de trabalho o tipo de profissional que desejam ter como vendedores. Nesse momento as empresas divulgam as características físicas e psicológicas bem como as experiências profissionais anteriores e a formação que o candidato deverá possuir. A seguir, dá-se início ao processo de seleção dos candidatos que reúnem o maior número de características solicitadas pela empresa – a escolha, para participar do processo, daqueles que apresentam o perfil adequado à função e à organização. 2) Treinamento de vendedores: cabe ao contratante treinar os profissionais de vendas no que tange ao portfólio de produto e seus pontos fracos e fortes, bem como à estrutura da empresa e às escalas de remuneração. Além desse treinamento inicial, muitas empresas oferecem periodicamente treinamentos sobre técnicas de negociação, avaliação de mercado, precificação, aspectos técnicos dos produtos vendidos e outros. 3) Avaliação de vendedores: como qualquer profissional, o vendedor deve passar por processos de avaliação, sejam eles formais ou informais. Adequação às políticas da empresa, atendimento aos padrões éticos e comportamento público, entre outros, são normalmente fatores utilizados nas avaliações. Claro que no caso específico de vendedores outro critério de avaliação muito comum é o atingimento de metas comerciais. 4) Motivação de vendedores: há várias maneiras de motivar a força de vendas, e a mais comum é a adoção de critérios de remuneração variável em razão do alcance de metas, em que as cotas de vendas, quando atingidas, resultam em acréscimos financeiros no pagamento. Outro critério muito usado é a da comissão direta, em que determinado percentual da venda reverte em pagamento para o vendedor. Além de motivações financeiras, há outras possíveis de serem utilizadas: benefícios como carro/celular da empresa, planos de saúde e cooperativa de compras podem ser encontrados em vários empregadores. 5) Supervisão de vendedores: o gerente ou supervisor responsável deve coordenar as atividades da força de vendas no que se refere a condições de trabalho, metas, responsabilidades, resolução de conflitos etc. Essas atividades de gerenciamento serão detalhadas mais adiante. 5.1 Perfil do profissional de vendas Você sabia que a profissão de vendedor é uma das mais antigas de que se tem conhecimento? Porém, o perfil do profissional de vendas de nossos dias em nada se compara com o dos antigos vendedores, cuja fama era a de pessoas insistentes, que apenas visavam a vantagens para si e para as suas organizações. Hoje em dia não se aceita mais a ideia de que profissionais de vendas sejam pessoas sem formação técnica ou acadêmica. Atualmente, para ter sucesso na atividade, os profissionais de vendas precisam ser bastante educados, agradáveis, muito bem preparados para responder a todas as dúvidas dos clientes e, ainda, devem conseguir manter um relacionamento que se perpetue além do momento da compra. 119 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA A construção de uma relação mais duradoura garante o retorno do cliente, assegurando assim a continuidade do negócio. O trabalho realizado pelos vendedores é, portanto, um investimento de longo prazo. Pense, por exemplo, em uma vendedora de uma loja de roupas femininas que deve estar sempre atualizada sobre as tendências da moda e, assim, deve ser apta a indicar a peça que melhor se adapta ao biótipo da consumidora, que, por sua vez, saberá distinguir perfeitamente se a indicação é correta ou se o objetivo é apenas vender. Trabalhando dessa forma, a confiança passa a ser a base da relação, propiciando novas vendas. A atuação do vendedor pode se dar de diversas formas, de acordo com a distribuição dos produtos comercializados e com o contato entre as organizações e seus mercados. Existem os vendedores que fazem contato direto com o consumidor final e podem ser encontrados atrás de um balcão, como acontece no varejo; entre suas funções, destacam-se atender pedidos dos clientes, apresentar opções, tirar dúvidas, fazer recomendações, explicar formas de pagamento – algumas vezes, até negociar preços –, acompanhar a realização do pagamento e entregar a mercadoria comprada. Esses profissionais podem ainda ser encontrados circulando pelo estabelecimento comercial, em lojas de autoatendimento, mas também oferecem apoio aos consumidores em suas compras, quando podem dirimir dúvidas ao longo do percurso; alguns exemplos são os profissionais que encontramos em lojas de departamentos, como os magazines, em alguns supermercados e em lojas especializadas, como as de material de construção e as peixarias. Figura 31 – Peixaria Os vendedores também podem desempenhar suas funções fora da empresa, indo até o cliente para oferecer seus produtos; podem ser aqueles que vão de porta em porta, como os mascates ou galegos, como são chamados de acordo com a região geográfica do país, ou ainda podem trabalhar visitando empresas e se relacionando com os departamentos de compras das organizações. Esse tipo de atuação é considerado indispensável para a venda de alguns produtos e serviços, como os que são classificados como não procurados – a exemplo de consórcios e planos funerários – e aqueles que demandam suporte técnico. 120 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Figura 32 – Profissionais de vendas Há ainda os profissionais de vendas que são chamados de missionários, que realizam apenas a tarefa de orientar os compradores ou despertar neles o desejo de comprar. Os representantes das indústrias farmacêuticas são exemplos clássicos de vendedores missionários. Por meio da prescrição médica, os pacientes compram os medicamentos apresentados pelos representantes aos médicos. Figura 33 – Médico Contudo, uma questão necessita ficar bem clara: seja qual for o tipo de atividade realizada pelo vendedor, ele jamais poderá se esquecer de que está representando uma empresa, e todo comportamento desempenhado por ele estará relacionado diretamente a essa organização e sua imagem no mercado. 121 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA O vendedor, portanto, é parte do processo de comunicação da empresa e deverá estar alinhado com o discurso estabelecido pelo plano de comunicação. Em nenhuma dessas situações o consumidor deverá sentir algum tipo de pressão do vendedor para realizar uma compra e muito menos perceber descaso ou irritação por parte deste, caso muitas perguntas sejam feitas, como o questionamento sobre o preço ou a qualidade do produto. Todas as perguntas deverão ser respondidas com total solicitude e segurança. Por esse motivo, as empresas se preocupam com o comportamento dos vendedores, e tanto varejistas como fabricantes destinam grandes investimentos para o treinamento e para a capacitação das suas forças de vendas: os varejistas, pela necessidade de trabalhar com uma equipe que os ajude a realizar as vendas da forma mais eficaz possível; os fabricantes, pelo desejo de ver seus produtos apresentados de forma correta, para que o consumidor não deixe de realizar a compra em decorrência de desatenção por parte do vendedor ou de dúvidas quanto a especificações do produto, garantias, formas e prazos de pagamento, assistência técnica e outros serviços pós-vendas. Quais são as principais características de um profissional de vendas? É importante ter identificação pessoal com o negócio da organização e estar alinhado à missão e à visão da empresa, o que é a confirmação de que o profissional acredita na organização e no que ele vende, permitindo obter êxito ao transmitir confiança aos clientes. Há outras atribuições necessárias para o bom desempenho da função? Ser inquieto, sempre buscar o autodesenvolvimento e traçar ações com foco em resultados também são pontos que diferenciam um profissional de vendas de um vendedor de alto desempenho, além de: • Organização: profissionais organizados têm facilidade para cumprir com seus compromissos; além da necessária pontualidade, o profissional organizado tem condições de se preparar para atender seus clientes e levar a eles ofertas e propostas adequadas às suas necessidades e características. • Inteligência emocional: da parte do vendedor, que tem no fechamento das vendas as metas a serem alcançadas, o controle emocional é ponto-chave para o bom andamento das negociações; além disso, é importante lembrar que da parte do comprador diversos aspectos emocionais também envolvem os processos de compra, seja em negociações B2B, quando a competência técnica e o resultado econômico da compra serão computados no desempenho do comprador, seja em negociações B2C, quando, de acordo com o bem ou serviço em questão, sentimentos como ansiedade, preocupação ou frustração poderão estar fortemente presentes. O bom vendedor consegue administrar os seus sentimentos, sem se deixar levar pelas emoções do seu interlocutor, em benefício da realização de boas negociações. • Habilidade de comunicação: saber se expressar de forma clara e com coerência e saber ouvir são componentes importantes para que um relacionamento duradouro e de confiança se estabeleça entre vendedor e clientes, concretizando a venda. 122 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III • Criatividade e curiosidade: essas características são importantes na medida em que contribuem com a possibilidade de buscar soluções viáveis e produzir propostas personalizadas, que de fato atendam às necessidades do cliente; implicam ouvir com atenção as necessidades do cliente para entendê-las bem e conseguir viabilizar entregas. • Resiliência: a flexibilidade é imperiosa no cotidiano dos profissionais de vendas, que precisam administrar sua agenda com demandas inesperadas e imprevistos. Lembre-se de que conhecimento técnico sobre o mercado e o produto/serviço não devem ser determinantes em um momento de contratação, uma vez que a empresa pode e deve treinar os profissionais na sua admissão. Figura 34 – Vendedor 5.2 Definição do tipo de vendedor A definição do perfil do vendedor depende do tipo de empresa, bem como do seu segmento de atuação. Entretanto, qualquer que seja a categoria de produto ou de serviço a ser comercializado, determinadas perguntas devem ser respondidas para que seja elaborada a definição do perfil do profissional de vendas adequado à organização: • Quais tarefas os vendedores irão desempenhar? • Quais esforços serão necessários para a concretização da venda? • Como será o contato dos vendedores com clientes? • A empresa é orientada para marketing ou para vendas?• O que mais interessa: vender ou construir relacionamentos? 123 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA Você deve estar percebendo que essas questões remontam ao perfil da empresa. Isso porque o vendedor deve ter a capacidade de representá-la de forma sistêmica. Em outras palavras, não basta que ele conheça seu histórico ou saiba responder claramente sobre as especificações dos produtos comercializados por ela. O vendedor, como dito anteriormente, deve espelhar a organização que representa, e isso se dará ao atuar de acordo com os propósitos e a própria forma de atuação da empresa. O vendedor precisa, portanto, sentir-se parte da organização que representa e perceber a importância da sua atuação no contexto geral. É certo que o cliente nota esse detalhe no momento da compra e prefere realizá-la com quem consegue passar maior segurança e satisfação na hora da venda. Seja na posição de consumidor, seja negociando com fornecedores da empresa em que você trabalha, você provavelmente se sentirá mais seguro caso o vendedor transmita confiança, passe informações claras e esteja alinhado com o discursos da organização que representa. Portanto, somente com as respostas às perguntas anteriores será possível desenvolver as estratégias e as orientações direcionadas aos vendedores. 5.3 Recrutamento e seleção de vendedores Uma vez definido o perfil do vendedor, o próximo passo é captar esses profissionais no mercado. Via de regra, cabe à área de Recursos Humanos (RH) a tarefa de procurar os profissionais. Os recrutadores das empresas buscam candidatos em diversos lugares, como agências de empregos, faculdades, banco de currículos da própria empresa, e ainda publicam anúncios em mídias diversas, além de receber indicações. Um ponto bastante importante que de certa forma facilita a ação dos recrutadores refere-se à mudança positiva sofrida pelo estereótipo do atual vendedor. Hoje profissionais qualificados se interessam pela atividade, trazendo mais possibilidades de escolha para as empresas. Se o recrutamento capta os candidatos, a seleção é o momento de escolher os que reúnem o maior número de características exigidas pela empresa. É o momento de aplicação de testes, realização de entrevistas e uso de outras técnicas de seleção. O RH será o mediador desse processo, buscando eleger perfis que coincidam com as exigências da empresa. 5.4 Treinamento da força de vendedores Já houve época em que muitas empresas evitavam realizar qualquer tipo de treinamento com seus vendedores por considerarem um gasto excessivo e desnecessário de tempo e de dinheiro. Essas empresas costumavam colocar seus vendedores em campo tão logo eles fossem contratados. Os vendedores tinham então de aprender tudo sobre a empresa e seus produtos sem nenhum tipo de apoio. Para essas empresas, o vendedor, em vez de participar da capacitação, deveria imediatamente dar início à realização das vendas. Esse pensamento se traduzia na importância de economia de tempo e dinheiro, já que seria necessária a utilização de material, instrutor e espaço físico para o treinamento. Hoje, essa concepção é bastante diferente, pois as empresas não estão dispostas a arriscar seus negócios com o emprego de uma força de vendas despreparada. Organizações de portes e segmentos diversos acreditam na importância de ter, em seus quadros, vendedores preparados e dispostos a realizar 124 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III uma perfeita comunicação com os clientes, capazes de iniciar ou mesmo consolidar um relacionamento de longo prazo. Veja a seguir alguns dos temas que norteiam os treinamentos dos quais participam os vendedores: • Apresentação da empresa: suas áreas de atuação, mesmo aquelas que não são de competência do vendedor; sua história, certificações, reputação e outras informações institucionais valorizadas pelo mercado. Aqui percebemos o início do alinhamento da comunicação entre vendedor e empresa que é enviada aos diversos públicos, colocando o vendedor em situação de igualdade. • Conhecimento profundo dos produtos: o vendedor, como já conversamos, precisa estar apto a responder sobre as características e aplicações do produto ou serviço, bem como sobre a forma de venda, entrega, pagamento, além da existência de garantias e assistência técnica. • Conhecimento do mercado e dos perfis dos clientes: dominar esse tipo de informação irá facilitar o contato e a interação pessoal, economizando tempo do vendedor tanto para o entendimento geral das necessidades do mercado como das necessidades de cada cliente. • Identificação dos maiores concorrentes e suas características: essas informações, somadas ao conhecimento sobre os produtos ou serviços oferecidos pela empresa, contribuirão com um melhor desempenho nas argumentações junto ao cliente quando houver questionamentos; perceba que as outras ferramentas de comunicação desempenham seus papéis no que tange a levar mensagens informativas, persuasivas ou de lembrança para os públicos-alvo e provocar um movimento em direção à compra. Porém, não eliminam a possibilidade de o cliente ainda requisitar mais explicações e, muitas vezes, comparar os produtos oferecidos pela empresa com os dos seus concorrentes. • Apresentação das metas a serem alcançadas: o vendedor precisa estar ciente de quais são os resultados pretendidos pela empresa e de qual é a parte que lhe cabe fazer; dessa forma, poderá planejar os seus esforços de forma a corresponder às metas traçadas. • Técnicas de negociação: o vendedor tem como instrumento de trabalho o conhecimento dos diversos perfis de negociadores e deve entender a forma de comportamento desses perfis. Apenas dessa maneira ele terá condições de conduzir uma negociação favorável, de forma que todos os envolvidos saiam satisfeitos. 5.5 Remuneração dos vendedores Um dos maiores atrativos que uma empresa pode ter para os seus empregados ainda é o seu plano de remuneração, também conhecido como plano de compensação. Cada empresa, dependendo de sua cultura organizacional, desenvolve seu próprio plano de remuneração, porém sempre de acordo com a média dos planos praticados por outras empresas de segmentos semelhantes. 125 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA A compensação, que deve funcionar como um meio de motivação para os vendedores, pode ser de vários tipos: quantia fixa, quantia variável, bônus, comissões, benefícios adicionais, plano de saúde, cesta básica, entre outros. Esses benefícios não devem apenas ser oferecidos para motivar os vendedores a venderem volumes cada vez maiores, mas também devem proporcionar níveis elevados de satisfação no trabalho, em decorrência dos sentimentos de segurança e de reconhecimento. O plano de compensação de uma empresa deve ser muito bem estruturado, ou seja, desenhado de acordo com as receitas possíveis, o orçamento estabelecido, o valor para o empregado e jamais deve estar apenas condicionado ao alcance de metas. A não observância dessas recomendações pode fazer a empresa correr o sério risco de que sua equipe se esforce somente enquanto a meta não for alcançada, relaxando esses esforços a partir deste momento e impedindo que a empresa cresça ainda mais. Outras formas de compensação são as subjetivas ou intangíveis. Apesar de não serem fisicamente existentes, esse tipo de compensação tem uma força motivacional muito grande. Os exemplos mais típicos das compensações subjetivas ou intangíveis são a formatação dos quadros de funcionário padrão, funcionário do mês, destaque organizacional e outros reconhecimentospor desempenho e comportamento. Nesse caso, não há compensação financeira, mas a recompensa emocional é fortemente alcançada. Existem ainda os eventos de endomarketing, geralmente promovidos pelo Departamento de Recursos Humanos. Esses eventos têm a finalidade de vender a empresa e seus objetivos aos próprios funcionários, desenvolvendo e mantendo uma imagem positiva da organização junto a eles. Atividades como jogos, premiações e comunicação interna ajudam a motivar os funcionários a compartilhar da cultura organizacional e ainda os incentivam a executar as boas práticas e outros comportamentos favoráveis aos negócios. 5.6 Planejamento de vendas O gerenciamento de vendas tem início com o planejamento das vendas, etapa que precede o processo de implementação das operações de vendas, que, por sua vez, é finalizado com o procedimento de avaliação do desempenho dos vendedores. A base do gerenciamento de vendas, bem como da equipe, é o planejamento global de marketing, que, por sua vez, responde ao planejamento estratégico da organização. Portanto, os objetivos de vendas estão diretamente atrelados aos objetivos estratégicos. Observação O planejamento de vendas contempla o estabelecimento de metas, decisões de cunho estratégico e a definição das táticas que serão aplicadas. Para começar a elaboração do planejamento de vendas o gestor precisa trabalhar na previsão destas e na elaboração do orçamento. É justamente a previsão de vendas que norteará todos os esforços do planejamento. 126 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III O que é uma previsão de vendas? Prever vendas é o ato de estimar em valores monetários ou em unidades de produtos quanto uma empresa poderá vender em determinado período futuro, em certo mercado e conforme a proposição de um plano de marketing. Previsões de vendas podem ser feitas para um item de produto ou para uma linha inteira de produtos, podendo ainda ter foco em segmentos de mercado ou em todo o mercado de atuação da empresa. A previsão de vendas é baseada, geralmente, nas estimativas do período seguinte e reúne informações coletadas nas carteiras de clientes pelos gerentes de vendas. Lembrete Potencial de vendas e previsão de vendas são conceitos diferentes. Potencial de vendas é o que a empresa poderia alcançar em condições ideais. Os números obtidos pela previsão de vendas são a base para a alocação de recursos dos demais departamentos e áreas da empresa, daí sua importância. Tomemos como exemplo uma montadora de automóveis: com base na previsão de vendas, a alta administração definirá os orçamentos e as alocações de recursos das áreas funcionais para o período seguinte de trabalho. A área de produção utiliza as previsões de vendas a fim de definir a programação da produção e as quantidades necessárias de matéria-prima e de insumos para regular os estoques e garantir a disponibilidade de produtos. O Departamento de Recursos Humanos se baseia nela para determinar novas contratações e definir outros investimentos e despesas em pessoal. O Departamento Financeiro se orienta pela previsão de vendas para definir os orçamentos operacionais e para projetar fluxos de caixa. A área de Marketing depende da previsão de vendas para definir a alocação dos recursos nos seus diversos esforços. Figura 35 – Planejamento de vendas Os objetivos estratégicos são definidos tendo em vista aonde a empresa quer chegar e a sua situação atual. Já a implementação dos planos de ação (planos operacionais) levará a empresa ao alcance dos objetivos definidos. A previsão de vendas, portanto, é ponto-chave para a definição segura dos objetivos e dos esforços que serão empreendidos – desde a definição e a obtenção de capital de giro, passando pela utilização racional das unidades de produção, pela programação de recursos da produção e das instalações, pelo ajuste de volume de mão de obra e pela compra de matérias-primas e de insumos, até o planejamento da própria força de vendas e dos valores de pró-labore. 127 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA Uma empresa precisa estabelecer estratégias e metas de marketing – a essência do plano de marketing – antes de fazer uma previsão de vendas. Estas, por sua vez, diferirão de acordo com a meta de marketing, que pode ser liquidar o estoque ou expandir a participação de mercado da empresa com uma publicidade agressiva ou alguma outra meta (SPIRO; RICH; STANTON, 2010, p. 350). Para quanto tempo as empresas fazem previsões de vendas? As previsões de vendas abrangem períodos superiores a três meses, no caso das empresas que possuem ciclos operacionais curtos, como o segmento de moda, que tem pelo menos quatro coleções por ano, porém o mais comum é o período de um ano. Muitas empresas fazem a previsão para o período que coincide com o seu ano fiscal, para o qual também é feito o planejamento de despesas. Uma vez que há a preocupação com o tamanho do ciclo operacional e que os orçamentos operacionais dependem da previsão de vendas, é fácil concluir que erros nessa tarefa comprometem a organização. Imagine se a alta direção fizesse uma previsão muito otimista; a empresa poderia sofrer grandes perdas, em razão de despesas e investimentos que serão realizados acima do retorno que de fato seria possível. Em contrapartida, se a previsão de vendas fosse muito pessimista, abaixo do que a empresa pudesse realizar, a organização estaria despreparada para atender às reais demandas de mercado, deixando de ganhar em faturamento e ainda perdendo mercado para a concorrência. Não raro, os gestores podem ter dificuldade para fazer a previsão de vendas dos produtos que comercializam. As razões podem variar muito, mas podemos destacar duas situações: • quando o volume de vendas de determinado produto varia muito de um período para o outro; • quando a empresa está trabalhando com novos produtos e, portanto, não possui um histórico de suas vendas. A previsão de vendas precisa considerar o dinamismo do mercado, ou seja, que mudanças acontecem e podem impactar fortemente as vendas. Spiro, Rich e Stanton (2010) afirmam que os planos de marketing, bem como as condições da indústria, do mercado e do negócio, são os fatores que podem afetar as vendas. Vamos analisar cada um deles: • Planos de marketing: as vendas estão diretamente relacionadas à estrutura de preço, aos canais de distribuição utilizados para escoar os produtos, aos planos de promoção e às demais políticas de marketing; portanto, mudanças no mix de marketing certamente afetarão o volume das futuras vendas, mesmo no caso de produtos consagrados no mercado. A tarefa nesse caso é avaliar e estimar quanto essas alterações poderão afetar os resultados de vendas. Pense na situação da empresa quando se faz necessário aumentar o preço de um produto. O aumento por si só pode gerar rejeição por parte do cliente e, em consequência, queda nas vendas. Pense também que muitas vezes o tamanho do produto é reduzido para manter o preço praticado em valor monetário. Somamos aqui mais uma alteração no mix de marketing: preço e tamanho do produto. É bem provável que o volume de vendas sofra uma queda significativa. 128 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III • Condições dentro da indústria: o volume de vendas de uma empresa é parte ou o total do volume de vendas da indústria, ou seja, da demanda existente. É natural supor que, se a indústria sofrer modificações, a empresa também será afetada. Uma modificação possível é a entrada de um novo competidor com força para dividir o mercado, por exemplo. • Condiçõesdo mercado: aqui nos referimos a mudanças no mercado, como forma de consumo ou produtos substitutos; o acompanhamento da evolução da indústria e da chegada de novas tecnologias é de relevância ímpar na composição da previsão de vendas. O mercado fonográfico é um exemplo. As novas tecnologias levaram os consumidores de música a fazerem downloads da Internet ou a ouvirem em streaming, e assim o volume de compra de mídias, como CDs e DVDs, foi reduzido drasticamente. • Condições gerais dos negócios: por fim, temos de lembrar a situação econômica geral do ambiente de atuação da empresa. Spiro, Rich e Stanton (2010) lembram que muitos dos métodos de previsão de vendas são, em geral, simples reflexos da opinião da maioria sobre como a economia estará durante o próximo período. Quanto a métodos utilizados na realização de previsão de vendas, tanto de produtos como de serviços, Spiro, Rich e Stanton (2010) classificam-nos em três categorias gerais: 1) Métodos de levantamento: a previsão é feita com base em opiniões e análises de especialistas de mercado, incluindo vendedores (representantes e profissionais na empresa) e clientes. São os menos usados. 2) Métodos matemáticos: a previsão é resultante dos cálculos matemáticos e estatísticos baseados em dados históricos de vendas da empresa e do segmento. Mais comum entre as empresas. 3) Métodos operacionais: a previsão se baseia em informações obtidas em testes de mercado e na capacidade de produção e atendimento da própria empresa. Assim como os métodos de levantamento, são usados por poucas empresas. 5.7 Supervisão da área de vendas As empresas utilizam a supervisão não somente para o monitoramento das atividades de seus vendedores, mas também para orientá-los melhor em suas atividades. Realizadas com uma periodicidade predefinida e constante, a supervisão deverá acontecer em um clima de total entrosamento entre supervisores e supervisionados para que seja mantida uma atmosfera de amizade, respeito e confiança. Esse processo, portanto, jamais poderá acontecer sob qualquer tipo de pressão ou coação, sob o risco de desestimular a força de vendas e até mesmo de provocar a sua demissão voluntária. A supervisão de vendas abrange ainda verificar se as regras estabelecidas para contato com os clientes estão sendo seguidas, as normas para contatos de prospecção e o uso eficaz do tempo. 129 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA As regras para contato com os clientes referem-se à frequência em que determinado cliente é visitado ou contatado e a qual o resultado desse esforço. Tal preocupação se justifica para evitar que contas menores recebam mais esforço que o necessário para o resultado possível. As empresas também estabelecem quanto tempo os vendedores devem se dedicar à conquista de novos clientes. Essa ação é necessária tanto para evitar muito esforço em contatos que estão dando sinais de resultados incoerentes com os objetivos estratégicos como para evitar que a força de vendas se dedique apenas aos clientes atuais, com quem, naturalmente, resultados positivos têm muito mais chances de serem alcançados. Planejar o trabalho traz economia de tempo e dinheiro e com certeza maiores chances de resultados satisfatórios. O uso eficaz do tempo requer planejamento, o que abrange questões como obtenção de informações sobre o cliente e preparação da estratégia da visita; seleção dos transportes mais adequados para a realização das visitas – item de suma importância quando o contato com o cliente envolve viagem; tempo dedicado para alimentação e repouso; tempo de espera, na empresa do cliente ou em aeroportos, rodoviárias etc.; tempo dedicado à venda em si – o contato com o cliente, pessoalmente, por telefone ou por outro meio; administração da venda, que se refere a produção de relatórios, participação em reuniões internas ou no cliente, além da dedicação a outros assuntos pertinentes. 5.8 Avaliação da área de vendas O processo de avaliação das vendas de uma empresa acontece periodicamente, de acordo com o seu ciclo (de venda), e pode ser diário, semanal, quinzenal, mensal etc. Por meio dos relatórios de vendas é possível identificar o volume e os produtos ou serviços comercializados, bem como o desempenho de cada vendedor. É por meio dos relatórios (informações organizadas sobre as atividades do processo de vendas – visitas, levantamento de informações, feedbacks etc.) que a gerência de vendas tem condições de avaliar formalmente os membros de sua equipe. A avaliação formal resulta em quatro benefícios para os vendedores: 1) Os padrões para avaliação do desempenho devem ser previamente elaborados e comunicados de forma clara: essa prática traz conforto e segurança para a equipe de vendas ao fornecer esclarecimentos sobre como o trabalho será avaliado. 2) A empresa deve coletar informações precisas sobre a atuação de cada vendedor: da mesma forma, a equipe se sentirá mais segura ao entender que o empenho de cada profissional está sendo avaliado, assegurando a distinção dos esforços individuais. 3) A empresa comunica de forma construtiva como o desempenho foi avaliado e colabora dessa forma com a melhoria do seu desempenho futuro. 4) A empresa trabalha para motivar a equipe de vendas, que deverá reunir-se periodicamente com o seu gestor para apresentar os esforços empenhados. 130 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III O estabelecimento dessas práticas de supervisão e avaliação, que perfaz um monitoramento constante dos passos e da forma de agir da equipe, deve ser transparente e muito bem coordenado, para que não seja entendido como invasão de privacidade, o que poderá causar mal-estar e desestimular os profissionais. Essas práticas, quando mal planejadas e desvinculadas das estratégias, são os chamados, segundo os especialistas de mercado, excessos de marketing, que apenas burocratizam o trabalho e expõem de forma negativa os profissionais. Saiba mais Leia o estudo de caso “Administração de vendas e a cocriação de valor”, publicado em: KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. p. 541. 6 COMUNICAÇÃO DE MARKETING DIGITAL A comunicação de marketing já se expandiu com significativa força para a Internet, por ações realizadas pelas empresas que operam exclusivamente nesse meio, por aquelas que possuem negócios tanto no meio físico como no eletrônico ou até por aquelas organizações que concentram seus negócios apenas no ambiente físico. É importante lembrar que o marketing foi altamente impactado pela chegada das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC). Quando falamos em interatividade nos contextos empresarial e comercial, estamos nos referindo ao marketing digital, que tem sua base nos conceitos e ferramentas do marketing tradicional e seu desenvolvimento com o apoio de conceitos e instrumentos próprios. Por essa razão, é necessário que os gestores de marketing voltem seus estudos para a interatividade e para a comunicação via web e conheçam as suas funcionalidades, o perfil do público usuário dessas novas mídias e ainda entenda como tirar o melhor proveito da combinação de estratégias on-line e off-line. Pesquisas apontam, segundo Limeira (2003), que a principal função da Internet para os internautas é ser um meio que combina informação, comunicação e entretenimento. Para a comunicação de marketing, essa afirmação representa simultaneamente uma grande oportunidade e um grande desafio. A comunicação pela Internet precisa considerar o enorme e crescente volume de informações colocadas à disposição dos internautas, como também a grande facilidade e rapidez do internautaem transitar de um site para outro. 131 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA Comunicação de marketing na Internet exerce o mesmo papel que no mundo físico. Em outras palavras, envolve o mesmo conjunto de ferramentas que deve ser usado de forma integrada, cujos principais objetivos são o posicionamento da marca, o envio de uma mensagem única, consistente, compreensível e convincente sobre os produtos, serviços e marcas, a construção de uma imagem de marca diferenciada, a oferta de informações e benefícios e ainda a geração de atitudes favoráveis para as iniciativas da empresa. Porém, quando avaliamos a comunicação de marketing na web, mesmo notando todas as similaridades com o mundo físico, notamos também uma característica que provoca mudanças significativas na forma de elaboração das mensagens: a possibilidade de interatividade – oportunidade para o cliente deixar de ter um comportamento passivo e passar a interagir com a empresa em tempo real. No mundo virtual, a necessidade de conhecer o cliente em profundidade cresce exponencialmente devido à possibilidade de customização de produtos e serviços e de personalização das mensagens e à necessidade de atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana. Para atrair e manter clientes no ambiente eletrônico, que é por natureza um ambiente altamente competitivo, dinâmico e com poucas barreiras de entrada de novos competidores, Limeira (2003) apresenta algumas implementações essenciais em propaganda e marketing direto na Internet para que as organizações possam alcançar os resultados desejados. Lembrete Marketing digital é o conjunto de estratégias elaboradas para promover determinada marca na Internet. Difere do marketing tradicional por contemplar a utilização de distintos canais on-line, bem como por possuir métodos que propiciam analisar os resultados em tempo real. 6.1 Propaganda na Internet A veiculação de propagandas na Internet, da mesma forma que no meio físico, traz para o ambiente eletrônico a oportunidade de estabelecer e fortalecer a marca no segmento de atuação da empresa. Por esse motivo, a propaganda ainda é, entre as ferramentas do mix de comunicação, a mais utilizada no ambiente eletrônico; porém, ao contrário do que muitos gestores imaginam, especialistas afirmam que às estratégias de propaganda na Internet devem se combinar ações on-line e off-line. Essa combinação é conhecida como cross-media e permite ampla divulgação e promoção da marca. A elaboração de campanhas híbridas é uma estratégia recomendada para aumentar a eficácia da campanha. Uma ação básica de propaganda que combina ações on-line e off-line é a inserção da URL (endereço eletrônico do website) em peças diversas de comunicação, como anúncios, peças de marketing direto, cartões de visita, outdoors, painéis e todos os outros tipos de mídias físicas. Um dos objetivos dessa ação pode ser a divulgação das operações da empresa no mundo eletrônico, também uma forma de colaborar com o esforço de obtenção de reconhecimento da marca (awareness) junto ao público-alvo, atraindo os visitantes para o website. 132 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Figura 36 O anúncio anterior apresenta o produto (um dispositivo no-break da marca Champion), telefone, e-mail e website, combinando o mundo on-line e o off-line. 6.1.1 Tipos de propaganda on-line O banner é o formato mais comum de propaganda utilizado no mundo virtual e é desenvolvido com o objetivo de atrair internautas para determinado website. Os banners contêm o link da página da empresa na Internet e, em geral, são produzidos com imagens em formato .jpg ou .gif, ou animações em Java, Shockwave ou Flash, podendo ter vários recursos multimídia, como som, cor e movimento em terceira dimensão, em oposição aos banners do tipo outdoor. A combinação desses vários recursos multimídia é chamada de Rich Media Advertising (RMA). As dimensões (tamanho) dos banners são medidas em pixels. Observação Pixel é uma unidade de medida; é o menor ponto que forma uma imagem. Os banners não variam apenas de tamanho. A sua forma de exposição nos websites também pode e deve ser planejada de acordo com os objetivos de comunicação e o perfil do internauta. Veja quais são as variações disponíveis: • Estático: esse modelo de banner representa aqueles que são fixos, que estão sempre no mesmo local da página do website. • Rotativo: esse modelo corresponde a banners que dividem o mesmo espaço com outros, ou seja, estão na mesma página que outros, porém são apresentados periodicamente, obedecendo a algum critério de exibição. Por exemplo, quando você acessa um portal como UOL ou Terra, pode 133 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA perceber que há banners aparecendo quando você entra na página, e quando volta a ela mais tarde o banner mudou de conteúdo e aparece com outro anunciante. Figura 37 – Banner rotativo publicado no portal UOL • Segmentado: o banner é visto apenas por uma audiência de perfil específico, previamente selecionado com base em cookies; neste caso, de acordo com a navegação, que é possível observar pelos cookies, são traçados os perfis dos internautas. • ROS (run of site): são os banners veiculados aleatoriamente dentro do website. • Keyword banner: corresponde a banners que aparecem quando certa palavra é digitada em um mecanismo de busca. Por exemplo, se você digitar faculdade em determinado site de busca, o logo da UNIP poderá aparecer na página de resultado, se essa ação tiver sido programada pela universidade. • Audiobanner e/ou videobanner: são banners que trazem links com vídeos ou áudios de anúncios. • Chat banner: são banners publicados dentro de uma sala de bate-papo. A utilização de banners em websites deve ser apoiada por um plano estratégico, para que o público- alvo seja atingido. Você, gestor de marketing, pode definir que o banner seja exibido toda vez que a página que o contém for acessada. Figura 38 – Banner UNIP publicado no portal UOL em 19-12-2011 Toda vez que o banner é exibido em determinada página, é contada uma impressão. Como já explicado, os banners devem carregar o link para a página do anunciante. Assim que o internauta 134 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III clicar no banner, ele será direcionado para o website do anunciante. Esse direcionamento é chamado click-through. Ao dividir o número de acessos ao site (click-throughs) pelo número de vezes que o banner foi exibido (impressões), obtém-se a taxa de click-throughs, ou seja, a proporção de internautas que ao visualizarem o banner se interessaram e visitaram o website anunciado. Essa taxa varia entre 0,1% e 1% e fornece ao gestor a informação sobre o resultado da exibição do banner em determinado website. Para os gestores de marketing, a vantagem da veiculação de propaganda na Internet é sua possibilidade precisa de mensuração. O anunciante pode conhecer o índice de retorno da campanha com base em dados como: • o número exato de pessoas que clicaram no banner; • qual website deu origem ao maior número de cliques; • de qual cidade ou região são as pessoas que clicaram no banner; • em quais horários o banner foi mais clicado. Figura 39 – Gestão de marketing Esses resultados permitem não só avaliar e acompanhar o desempenho da campanha como também executar ajustes na estratégia em plena veiculação. É importante lembrar que a eficácia das campanhas publicitárias na Internetdepende, assim como no meio off-line, da frequência, cobertura e profundidade do plano de mídia. As divulgações pela rede requerem comunicação regular, informação de qualidade e adequação ao público-alvo para atingir seus objetivos, sejam eles voltados para atrair clientes, fixação de marca etc. 135 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA A veiculação de banners em páginas da Internet, principalmente aqueles que se movimentam pela tela – os floaters –, é considerada por muitos internautas como ações de comunicação muito invasivas e desconfortáveis, pois tiram a atenção da página e consomem parte da banda de conexão. Uma ferramenta dos navegadores que deve ser considerada no planejamento das campanhas publicitárias pela Internet é a que permite a desativação de pop-ups ou o bloqueio de imagens de sites previamente selecionados. Outra prática dos internautas para eliminar a presença de banners é a utilização de web proxies, pois estes ocultam seu endereço de IP e assim sua navegação é anônima. Existem diversas formas de apresentação de banners e propagandas pela Internet: • Ad rotation: esse termo significa rotação de anúncio, ou seja, um mesmo banner é exibido em diferentes páginas de determinado website. • Anúncio intersticial (ou interpage): normalmente é exibido temporariamente após um clique, muitas vezes enquanto você está aguardando um download, por exemplo. Neste caso, o internauta não tem nenhum recurso para fechar a página. Diferente de um banner, que é apenas uma figura, o anúncio intersticial é uma combinação de linguagens HTML, Flash, Java etc., portanto é outra página HTML carregada automaticamente pela página inicial do site; sugere-se cautela, pois pode irritar o internauta. • Button: peça semelhante ao banner, porém de menor tamanho. • Floater: é um pop-up flutuante que se movimenta pela página, acompanhando os movimentos do visitante, e tem a duração de apenas 24 horas, para não cansar os usuários. • Hotsite (sitelet ou minisite): muito utilizado em lançamentos de produtos, é diferente de um website por ficar no ar por tempo determinado, apresentar menos conteúdo, ser mais objetivo e divulgar produtos e serviços específicos de uma marca. • In-stream ads: anúncios em vídeo que são enviados enquanto o internauta os assiste. • Point-roll: é a veiculação de mensagens que surgem próximas da área do anúncio (banner) de acordo com a posição do mouse do internauta. A mensagem desaparece quando o internauta retira o mouse de cima do banner. • Pop-up: são as janelas flutuantes que se abrem sobrepondo-se à página. Os pop-ups são recomendados em promoção de vendas ou para a veiculação de mensagens rápidas. • Push advertising: propaganda veiculada junto aos serviços especiais de envio de notícias. Esse recurso permite a apresentação do anúncio diretamente ao usuário, diversas vezes e sem que seja solicitado; a sua veiculação é baseada na tecnologia de push media. • Push media: é uma tecnologia que traz qualquer tipo de conteúdo da Internet para o computador, mesmo quando o usuário não está navegando. Esse tipo de envio deve ser feito com a permissão do internauta. 136 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III • Rich Media Banner (RMB): são banners que, por serem produzidos em linguagens como Flash, Shockwave e Java, podem combinar áudio, animação e imagens estáticas. Têm a função de levar informações em tempo real para o internauta, permitindo interação, como a realização de compras e o recebimento de informações, sem que o usuário saia da página web original. • Rollover/Expanding Banner: são banners que podem ser expandidos a um tamanho de até 468 x 240 pixels pelo próprio internauta, apenas movendo o cursor sobre ele; é automaticamente fechado quando o internauta retira o mouse da sua área. • Splash page: é uma página especialmente elaborada, que é exibida por algum tempo na página principal e que tem a função de divulgar uma promoção ou direcionar o internauta para determinada página do website. Buscas pagas Uma das formas mais utilizadas é a propaganda veiculada em função de mecanismos de busca. Nesse caso, o anunciante apenas paga a veiculação caso o internauta clique no banner da campanha. Figura 40 Mídia programática O próprio nome explica a ação – forma de programar a mídia na Internet, por meio de um processo automatizado. Você já deve ter percebido que, depois de ter feito alguma pesquisa – pode ter sido de um produto que você gostaria de comprar ou de uma viagem que você pretende fazer –, anúncios relativos a esse produto pesquisado ou à viagem começam a aparecer nas páginas da Internet que você visita. Lembra-se dos cookies? Eles são a fonte para a mídia programática. Isso se dá por uma segmentação comportamental que rastreia os seus hábitos de navegação (pelos cookies) somada a um sistema de leilão em que o anunciante interessado em um mesmo perfil de internauta que der o maior lance ganhará o direito de exibir o seu anúncio. 137 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA O processo se baseia em compras decididas por um computador, que estabelece qual anúncio deve ser exibido para quais pessoas. Enquanto a veiculação tradicional de banners pode ser exibida para qualquer pessoa que acessar determinado site, a mídia programática é segmentada para cada usuário. Há também os anúncios contextuais, que são veiculados de acordo com o teor do conteúdo da página visitada pelo internauta. Nesse caso, a ideia é aliar o tema da página com a categoria dos produtos ou serviços. 6.1.2 Métodos de avaliação de propaganda on-line Não se pode mais chamar de experimental a prática de propaganda da Internet. As campanhas são elaboradas tendo em vista rígidos processos de controle de resultados, o que é favorecido pela própria tecnologia. A avaliação dos resultados da propaganda on-line requer métricas próprias, como a contagem do número de vezes que os usuários clicam em determinado anúncio, a verificação de como ocorre o tráfego na página e no website e a verificação de quantas pessoas foram expostas a esse anúncio. Da mesma forma, existem vários métodos com características e aplicações próprias, para a medição dos resultados quanto a índice de percepção e lembrança da marca, eficiência absoluta da campanha, número de visitas repetidas, tempo de exposição, grau de interatividade, cálculo do valor por click-through para definição da taxa a ser paga por clique etc. Veja a seguir alguns métodos próprios para avaliação das campanhas na Internet: • Método baseado em CPM: é o mais utilizado, muito semelhante ao que se pratica para a avaliação da propaganda tradicional. • Método baseado em click-through: é usado para medir a eficiência da propaganda – quanto o banner chamou a atenção do internauta e o atraiu para o clique. • Método baseado na compra efetiva: nesse caso é verificada a eficiência absoluta, isto é, o resultado das vendas diretamente relacionado ao anúncio. • Método baseado na interatividade: esse é um método mais sofisticado, pois utiliza métricas baseadas na repetição de visitas, no tempo de exposição do anúncio e em outras formas de medição da interatividade. • Métodos para estabelecimento do valor pago pelo anunciante: esse método trabalha com o valor por click-through, que é baseado na definição de uma taxa a ser paga por clique. • Valor por CPM: método baseado no número de vezes em que determinado anúncio é exposto (impressão). 138 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fers on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III • Métodos híbridos: a combinação de duas ou mais métricas de acordo com os resultados que se pretende medir e avaliar. Ao navegar pela Internet, você já deve ter reparado que além dos banners existem outras formas pagas que os anunciantes utilizam para divulgar suas marcas, bem como seus produtos e serviços. Dessas diversas formas de propaganda on-line, algumas se mostram mais eficazes e têm apresentado crescimento em sua aplicação. Uma forma que tem se destacado é o link patrocinado, uma forma de divulgação que tende a atrair cada vez mais os anunciantes, pelo seu alto poder de destaque nos mecanismos de busca. Além dos links patrocinados, continuamente percebe-se a criação de novos modelos e formatos de propaganda on-line, incentivada pelo advento de novas mídias e pela validação comercial da convergência das mídias, como televisão digital, comunicação por aparelhos celulares, tablets, smartphones etc. 6.2 Marketing direto na Internet Já estudamos a ferramenta marketing direto de forma concentrada em seus conceitos e na sua aplicação em meios físicos (off-line). Porém, da mesma forma que a propaganda teve sua aplicação direcionada para a web com enorme sucesso, o marketing direto abriu seu espaço, consolidando-se de forma eficaz para o alcance dos públicos-alvo, como meio de divulgação de mensagens comerciais. 6.2.1 O e-mail marketing Diversos estudiosos conduziram suas pesquisas para um melhor entendimento da utilização do e-mail como forma de alcançar públicos-alvo, nos moldes do marketing direto. Limeira (2003) e Deitel, Deitel e Steinbuhler (2001), por exemplo, descrevem o e-mail marketing como uma forma rápida de campanha promocional, que oferece custos baixos e pode atingir mercados potenciais. Como na utilização das outras ferramentas, a elaboração de uma campanha de marketing digital requer estabelecimento de objetivos, detalhamento do alcance desejado (com base na segmentação de público conforme determinado no posicionamento de mercado da empresa) e determinação do nível de personalização da campanha e da intensidade (quando, com qual frequência e como serão enviadas informações específicas), entre outras tarefas e decisões. Com a utilização do marketing digital é possível fazer uma forte conexão entre a empresa e sua marca com o público-alvo por meio da personalização e do direcionamento das ofertas. As campanhas de e-mail marketing, pela sua própria natureza, podem ser facilmente personalizadas e ainda enriquecidas com recursos de áudio, vídeo e computação gráfica. O tratamento e o formato personalizados das mensagens produzidas em HTML tendem a ser mais eficazes graças à possibilidade de mais criatividade; e, por serem ainda recentes, elas são consideradas inovadoras. Mas é importante relembrar que a utilização de recursos multimídia requer, por parte da empresa anunciante, a verificação da capacidade do público-alvo de receber e abrir as mensagens, ou seja, é necessário verificar qual o aparato tecnológico a que o público tem acesso. 139 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA O envio de campanhas por e-mail marketing tem vantagens e desvantagens. Entre as vantagens destacamos: • o custo relativamente baixo, tanto de desenvolvimento da peça como de envio para o público-alvo; • a possibilidade de obtenção de resposta com grande rapidez pela facilidade e pelo baixo custo de retorno por parte do público-alvo; • a velocidade e a abrangência, que permitem o alcance de um grande número de clientes. Com relação a desvantagens e dificuldades do e-mail marketing, podemos mencionar: • Rápido desenvolvimento e adesão a recursos que impedem a entrega de e-mails, como os firewalls, em decorrência do uso indiscriminado de e-mail marketing – spam. • Baixo nível de resposta, em decorrência dos envios sem critério, que forçaram as pessoas a se protegerem do recebimento indesejado de e-mails comerciais. O e-mail marketing pode ser um instrumento de comunicação de marketing muito eficiente para transmitir mensagens e oferecer incentivos de vendas a grandes públicos ou a grupos menores selecionados. Todavia, essa forma de comunicação on-line foi de certa forma prejudicada por profissionais de marketing que enviam junk mail, em uma prática conhecida como “spamming” (CRESCITELLI; SHIMP, 2012, p. 343). Marketing de permissão A implementação de campanhas de e-mail marketing exige um cuidado importante, que é a anuência do receptor da mensagem, e por isso temos que entender o conceito e a prática do marketing de permissão. Você há de concordar que é muito desagradável abrir a caixa de e-mail e vê-la lotada de mensagens comerciais que muitas vezes nem são do seu interesse. Para que a eficácia das campanhas de e-mail marketing seja alcançada, é necessário que a empresa anunciante já tenha conquistado o direito, junto aos seus clientes, de poder lhes enviar mensagens. Portanto, nas campanhas de e-mail marketing, o cliente deve ter a possibilidade de decidir se quer ou não ser abordado por meio dessa forma de comunicação. Essa capacidade de decisão oferecida pela empresa ao cliente, que é chamada de marketing de permissão, baseia-se na autorização explícita do cliente para que a empresa possa lhe enviar mensagens comerciais por e-mail. Cobra e Brezzo (2010) dizem que o enfoque básico do marketing de permissão consiste em estabelecer vínculos e relacionamento com nossos clientes que permitam conseguir que eles nos deem permissão para o envio de nossa comunicação (COBRA; BREZZO, 2010, p. 215). 140 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Além da permissão para envio de mensagens, a empresa anunciante deve adotar políticas de privacidade e ética, que garantam a utilização devida do endereço eletrônico do cliente, mantendo sempre o sigilo dos dados. Outro recurso obrigatório na utilização de e-mail marketing é deixar disponível, tanto no website como em todas mensagens enviadas por e-mail marketing, a ferramenta opt-in/opt-out, que permite ao cliente aceitar ou não o envio das mensagens. Opt-in (opção por estar dentro da campanha, em tradução literal) significa que o cliente quer participar, quer continuar recebendo mensagens. Opt-out (opção por ficar de fora da campanha, igualmente em tradução literal) significa que o receptor não quer mais mensagens. Aparece assim Ao clicar, fica assim OPT-OUT OPT-IN Aparece assim Ao clicar, fica assim Figura 41 Um formulário ou página com opt-out apresenta uma opção já clicada, por exemplo, “Quero receber mensagens personalizadas” com o quadradinho preenchido. Se o internauta não clicar na opção, desmarcando o quadradinho, estará aceitando aquela opção. Entretanto, se o formulário ou a página tiver opt-in, apresentará uma opção sem estar clicada, como “Quero receber mensagens personalizadas” com o quadradinho em branco. Se o internauta não clicar na opção, marcando o quadradinho, não estará aceitando aquela opção. O opt-in é menos invasivo, pois o internauta escolhe entrar na opção dada. Já o opt-out permite que internautas desavisados aceitem a opção sem ter pensado muito a respeito disso. O cliente precisa ter a sua disposição, sempre, a possibilidade de não mais querer receber mensagens, mesmo que tenha optado pelo recebimento anteriormente. Portanto, a opção de estabelecer e/ou manter interatividade com a organização deve partir do cliente, motivo para as empresas éticas usarem opt-in sempre. As empresas devem colocar à disposição do público, tanto por meio físico como por meio eletrônico, a sua política de privacidade e uma forma de aceitação de recebimento de mensagenspor parte dos clientes. O objetivo da prática do marketing de permissão é limitar a carga de mensagens comerciais enviada ao cliente, resultando em demonstração de respeito à privacidade do cliente e geração de listas de target mais apuradas. 141 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA Lembrete Em algum momento de contato, seja em uma venda pela loja física, seja em uma visita do cliente à loja eletrônica, a empresa precisa perguntar claramente se ele deseja receber mensagens por e-mail e oficializar formalmente a autorização. Mesmo com a autorização explícita, é importante que a empresa anunciante elabore uma programação equilibrada do envio de mensagens com o intuito de não cansar o cliente, sobrecarregando a sua caixa de e-mails. É comprovado que a prática excessiva do e-mail marketing diminui a efetividade da campanha e prejudica a reputação da empresa. O envio de mensagens para quem não permitiu ou não se interessou pelos produtos e serviços da empresa também danifica a imagem do anunciante. As entidades do setor estão trabalhando bastante para coibir essa prática, que, ao contrário do que se pensa, gera baixo retorno e alta rejeição à marca. O controle é baseado em políticas antispam e legislação específica. Boas maneiras em e-mail marketing A Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd) elaborou uma relação de boas maneiras para contribuir na estruturação de ações de e-mail marketing. Selecionamos alguns aspectos e transcrevemos aqui para que você possa ter mais segurança ao elaborar um programa de e-mail marketing. • Ética: é necessário atuar com ética na elaboração e disseminação de campanhas de e-mail marketing. • Opt-in e opt-out: já estudamos este recurso, mas vale lembrar que o primeiro e-mail enviado marca o início do relacionamento e, portanto, é imperativo ter permissão para o contato. Igualmente importante é manter sempre a possibilidade de o cliente optar por interromper o envio das mensagens. • Tamanho dos arquivos: cuidado, tanto com o corpo da mensagem como com o tamanho dos anexos. Verifique qual o nível de recursos tecnológicos do seu público-alvo. O mais indicado é elaborar peças de e-mail marketing no formato HTML, com tamanho máximo de 12 KB e figuras localizadas em servidor próprio. Não é aconselhável o envio de autoexecutáveis, que são aqueles arquivos lidos e interpretados pelos programas gerenciadores de e-mail e que iniciam seu funcionamento automaticamente, o que pode não ser do desejo do receptor. • Relevância: envie apenas mensagens que realmente sejam de interesse do seu público-alvo. • Frequência: o cliente deve escolher a frequência com que deseja receber as mensagens. Caso isso não seja possível, deixe clara a periodicidade do envio das suas mensagens no momento do pedido de permissão. 142 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Saiba mais O Código de Ética da Abemd conceitua em detalhes as boas práticas no marketing direto: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MARKETING DIRETO (ABEMD). Código de Ética da Abemd. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://abemd.org.br/ codigo-de-etica-da-abemd>. Acesso em: 28 ago. 2017. Mobile marketing As formas de comunicação têm ultrapassado barreiras impensáveis até pouco tempo atrás. Você, por exemplo, pode se comunicar com uma empresa não apenas por telefone, fazendo a ligação do seu telefone fixo ou celular. Também não depende apenas de uma página de contato no site da empresa ou de mandar um SMS. Você pode acessar tal empresa por meio de um mobile site, caso a empresa já tenha, ou então pode fazer o download de um aplicativo e interagir com essa organização. Quando determinada empresa desenvolve um aplicativo, este é transferido para uma app store e você baixa esse aplicativo, ou seja, faz o download para seu smartphone ou tablet. Isso é o chamado marketing móvel, também conhecido como mobile marketing. Figura 42 O termo mobile marketing ou, em português, marketing móvel designa as ações de marketing que são realizadas por meio de aparelhos celulares ou outros dispositivos móveis, como os tablets. A utilização das ferramentas móveis leva as marcas a praticamente todos os lugares. A ideia é permitir que o público-alvo interaja com as empresas, sem necessidade de estar conectado a elas por meio de um computador. 143 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA Antes de continuarmos a falar sobre marketing móvel, vamos entender o que é Internet móvel. Mobile web ou Internet móvel é a forma de acesso à Internet por meio de dispositivos móveis, dos quais os mais utilizados têm sido os aparelhos de celulares. As características próprias desses dispositivos requerem a adequação das peças de comunicação, o que, por sua vez, gera a necessidade de desenvolvimento de sites específicos para esses meios, os mobile sites. Produzidos especialmente para serem acessados por meio de dispositivos como celulares e tablets, os mobile sites permitem ao usuário em movimento a conexão e a interação com empresas diversas. Por isso são criados tendo em mente a situação de uso dos internautas – em movimento, na rua, em qualquer lugar que não seja sentado em frente de um computador, em casa, no trabalho ou em uma lan house. Além da localização do público-alvo, a elaboração de uma campanha baseada em Internet móvel deve considerar as razões que levam as pessoas a acessar mobile sites e a utilizar os aplicativos. Logicamente a rapidez das interações seria a primeira resposta, mas há uma segunda: o tipo de conteúdo procurado pode ser diferente quando a busca é feita pelo celular. Normalmente as buscas feitas por celular se referem a serviços, informações, comunicação e entretenimento. Os serviços se referem a buscas de notícias e outras formas que venham a solucionar algum problema imediato. As informações dizem respeito a dados publicados, como endereços e telefones, ou ainda a campanhas promocionais. O aspecto comunicação está relacionado à possibilidade de interação com outras pessoas, que pode ser por e-mail, redes sociais, SMS etc. Por fim, para a busca de entretenimento, que se explica por si. A Internet móvel, assim como os dispositivos móveis em geral, desde o início, em suas formas mais simples, é largamente utilizada para diversão. Observação Um mobile site não precisa ser baixado e instalado no dispositivo, pois é um site navegável, e não um aplicativo. Aplicativos móveis Outro recurso que atende necessidades específicas de usuários em movimento, os aplicativos móveis são softwares para funções específicas, desenvolvidos para uso em dispositivos móveis, como tablets, celulares e smartphones. Esses softwares são diferentes dos utilizados em computadores pessoais não só na tecnologia, mas também na plataforma, principalmente pela sua natureza de mobilidade. Os aplicativos tanto podem ser instalados pelo usuário como podem vir “embarcados” nos celulares. Uma diferença fundamental entre mobile site e aplicativo é que o primeiro permite navegação anônima. Já o segundo, por ser baixado e instalado nos dispositivos, carrega junto todas as informações do usuário. Assim, aplicativos sempre identificam quem os usa, enquanto mobile sites nem sempre o fazem. 144 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Por exemplo, se você acessar no seu celular <mobile.tvaovivo.co/tv-globo-online/>, estará no mobile site da TV Globo, e provavelmente o servidor do site não identificará você. Porém, se fizero download do aplicativo Globo Play e o instalar, forçosamente terá um cadastro e permitirá que o app acesse algumas funcionalidades do seu smartphone. Assim, o servidor do app identificará quem assiste com detalhes: horário, repetições, interrupções etc. Figura 43 Saiba mais Leia o caso “Marketing móvel: os clientes ligam”, publicado em: KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. p. 568. Resumo Vimos nesta unidade que o gerenciamento de uma equipe de vendas tem início com o recrutamento dos vendedores – momento em que a empresa apresenta ao mercado o perfil do profissional desejado (características físicas, psicológicas, experiências profissionais anteriores e formação). Em seguida, dá-se o processo de seleção dos candidatos que apresentam mais características das solicitadas. O perfil atual do profissional de vendas exige educação, bem como formação para responder às dúvidas dos clientes e para manter relacionamentos duradouros. É importante também que o vendedor se sinta parte da organização. 145 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA Quando o candidato é selecionado, há a possibilidade de oferecer um programa de treinamento, que pode abordar assuntos como características da empresa e dos produtos, a natureza do mercado de atuação, o perfil dos clientes, a apresentação das metas a serem alcançadas e técnicas de negociação. Um meio de motivação para os vendedores é a remuneração, que pode ser fixa ou variável e ainda complementada por bônus. A supervisão de vendas abrange verificar o seguimento das regras estabelecidas para contato com os clientes e das normas para contatos de prospecção, bem como o uso eficaz do tempo. Periodicamente deve ser realizado o processo de avaliação das vendas. A comunicação de marketing já se expandiu de forma significativa na Internet e faz parte do marketing digital, que é composto por estratégias elaboradas para promover marcas, produtos e serviços pela Internet. A veiculação de propagandas na Internet propicia a oportunidade de estabelecer e fortalecer a marca no segmento de atuação da empresa e possui estratégias que combinam ações on-line e off-line (cross-media). A vantagem da propaganda na Internet é a possibilidade precisa de mensuração do número de cliques por pessoa, por website, por localidade e por horário. Os resultados permitem acompanhar o desempenho da campanha e ajustar a estratégia em plena veiculação. Fazem parte ainda da estratégia de propaganda na Internet as buscas pagas e a mídia programática – forma de programar a mídia na Internet, por meio de processo automatizado e baseado em segmentação comportamental. As ações de propaganda on- line são avaliadas por métricas próprias, como a contagem do número de vezes que os usuários clicam em determinado anúncio, a verificação de como ocorre o tráfego na página e no website e, ainda, a verificação de quantas pessoas foram expostas a esse anúncio. O e-mail marketing é parte visível das campanhas de marketing direto pelo meio digital. Da mesma forma que nas demais ferramentas, a elaboração de uma campanha de marketing digital requer estabelecimento de objetivos, bem como detalhamento do alcance desejado, do nível de personalização da campanha e da sua intensidade. O marketing direto digital favorece a conexão da empresa e sua marca com o público-alvo por meio da personalização e do direcionamento das ofertas. Além da localização do público-alvo, a elaboração de uma campanha baseada em Internet móvel deve considerar as razões que levam as pessoas a acessar mobile sites e a utilizar os aplicativos. 146 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 Unidade III Exercícios Questão 1. Não há dúvidas em relação à necessidade de uma gestão de vendas eficaz. Tanto é verdadeiro que estudamos que Churchill Jr. e Peter (2012) propõem um modelo de administração de vendas estruturado em três fases: (1) desenvolvimento de um programa estratégico de vendas; (2) implementação do programa de vendas; (3) avaliação de controle e desempenho de vendas. Mas, para que esse modelo funcione, é necessário que exista um quadro de vendedores eficaz. Com relação ao esforço de montar um quadro de vendedores eficaz, considere as afirmativas a seguir. I – Conhecer muito bem o público-alvo é condição importante para a definição do tipo de vendedor que a empresa precisa. II – O vendedor precisa, além de experiência em vendas ou habilidade para a função, conhecer o segmento em que a empresa atua e quais são seus objetivos estratégicos. III – O vendedor deve ter o dom da persuasão, o que garante, por si, o sucesso das vendas. IV – O vendedor precisa planejar o seu trabalho, o que envolve mais do que a administração de uma agenda de visitas. Sobre as afirmativas: A) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. B) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. E) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. Resposta correta: alternativa B. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: o perfil do vendedor só poderá ser estabelecido com base no entendimento do perfil do público-alvo. Esse entendimento traz informações como o padrão de atendimento esperado, o nível de negociação que pode ser estabelecido, as objeções que poderão ser feitas, entre outras questões pertinentes às características do comprador, que deverão ser plenamente atendidas pelo vendedor. 147 Re vi sã o: A na F. - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 3/ 06 /1 7 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO E MÍDIA II – Afirmativa correta. Justificativa: já há muito tempo que o vendedor não é mais aquele profissional sem formação, mas, sim, aquele que tem uma boa apresentação e simpatia. Quanto mais técnica for a venda, mais o vendedor deverá conhecer o mercado, o que significa conhecer a fundo o produto ou serviço que vende e os seus concorrentes. Os vendedores precisam levar soluções para os seus clientes, não apenas se dedicar a convencê-los. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: negociar significa chegar a um resultado favorável para ambas as partes. Esse objetivo é imprescindível, pois é o caminho para novas vendas ao mesmo cliente. A persuasão pode ajudar a fazer uma venda, mas, se o cliente não se sentir satisfeito com a compra, dificilmente voltará a comprar. IV – Afirmativa correta. Justificativa: o planejamento do trabalho envolve, além da administração de uma agenda de contatos, estudar o que será apresentado e obter informações sobre o cliente, bem como levantar as possíveis objeções e estar preparado para elas e para solucionar problemas dos clientes. Questão 2. É de responsabilidade do gestor de marketing garantir o uso correto do envio de mensagens eletrônicas com conteúdo promocional. Nessa tarefa, o gestor pode se orientar pelo que diz a Abemd com relação a boas práticas ou boas maneiras em e-mail marketing. A respeito desse assunto, considere as afirmativas que seguem. I – É imprescindível o uso dos recursos opt-in e opt-out em todas as mensagens enviadas. II – O tamanho dos arquivos anexos é variável e depende das necessidades do conteúdo da mensagem. III – Não é aconselhável o envio de arquivos autoexecutáveis. IV – É importante mandar muitas mensagens, e com frequência, sobre assuntos diversos, para manter a marca sempre presente junto ao público-alvo. Sobre as afirmativas: A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. B) Apenas as afirmativas II e III
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