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Exames laboratoriais - Sepse

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5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Exames Laboratoriais UCXV 
Sepse 
SEPSIS 3 
 Antigamente, definia-se SEPSE considerando 
marcadores inflamatórios → alteração na linhagem 
leucocitária, febre ou hipotermia, taquicardia e 
taquipneia. 
 Era possível ainda identificar o termo SEPSE GRAVE 
→ associação de disfunção orgânica + 2 ou mais 
desses marcadores. 
 Em 2016, um novo consenso internacional foi 
estabelecido, com a possibilidade de variáveis de fácil 
aplicação e com maior acurácia na predição do óbito 
de pacientes infectados. 
 Escore Sequential Organ Failure Assessment 
(SOFA). 
 Ambientes fora da UTI, recebem uma “versão 
simplificada” Quick SOFA e a sepse pode ser 
presumida, antes mesmo que exameslaboratoriais 
estejam disponíveis. 
 Sepse é a principal causa de mortalidade em 
pacientes com infecção 
 Pode ser definida como qualquer infecção que 
acarrete disfunção orgânica, colocando a vida do 
indivíduo em risco. 
Definições: 
 Sepse: disfunção orgânica potencialmente fatal 
causada por uma resposta imune desregulada a uma 
infecção. 
 Choque Séptico: sepse acompanhada por profundas 
anormalidades circulatórias e celulares/metabólicas 
capazes aumentar a mortalidade substancialmente. 
Critérios clínicos: 
 Sepse: suspeita ou certeza de infecção e um 
aumento agudo de ≥ 2 pontos no SOFA em 
resposta a uma infecção (representando disfunção 
orgânica). 
 Choque Séptico: sepse + necessidade de 
vasopressor para elevar a pressão arterial média 
acima de 65 mmHg e lactato* alterado após 
reanimação volêmica adequada. 
Diagnóstico da sepse: 
 Pacientes com infecção devem ser averiguados os 
critérios do qSofa. 
 Se qSOFA>= 2, realizar os exames do SOFA. Se 
SOFA >=2, paciente está com um quadro séptico 
 Adotar protocolos de manejo e tratamento. 
Análise da gasometria 
Principais: pH, pCO2 e HCO3- 
pH: 7,35 a 7,45. Acidose metabólica por aumento na 
formação de lactato por hipóxia + má oxigenação 
tecidual 
pCO2: pCO2 35-45 mmHg: ventilação normal; 
parâmetro direto e sensível que expressa se a ventilação 
alveolar está correta em vista das demandas metabólicas 
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atuais. Quadros de Sepse há uma Hiperventilação com 
parâmetros de pCO2 diminuídos 
pO2: 80-110 mm/hg é de grande valor na avaliação da 
respiração e na eficiência da terapia pelo oxigênio. 
Resultados das medidas de pO2 estão alterados quando 
a capacidade de transporte do oxigênio no sangue é 
afetada. O grau de hipoxemia presente é revelado pela 
pO2. Valores baixos de pO2 indicam hipoxemia 
 Acidose metabólica: pH baixo + HCO3- baixo 
 Acidose respiratória: pH baixo + pCO2 baixo 
 Alcalose metabólica: pH alto + HCO3- alto 
 Alcalose respiratória: pH alto + pCO2 alto 
Análise do hemograma 
 Leucocitose neutrofílica é a resposta normal a uma 
infecção bacteriana ou fúngicas 
 Plaquetopenia: pode ocorrer nos pacientes em 
sepse e choque séptico. 
o A base para o achado de plaquetopenia isolada 
em pacientes sépticos é multifatorial, mas a 
destruição periférica (não imune) e a supressão 
medular são os pontos principais. 
o Coagulação intravascular disseminada (ativação 
de fatores de coagulação) 
 TAP e TTPA: 
o Diminuídos 
o Mais susceptível a hemorragia 
o Aumenta de acordo com a resposta inflamatória 
o Presença de produtos de degradação da fibrina 
(ou dímero-D) no plasma aumentado 
o Prolongamento do tempo de protrombina 
(TAP) ou do tempo de tromboplatina parcial 
ativada (TTPA) 
Análise de marcadores hepáticos 
Bilirrubinas: 
 Total é formada pela bilirrubina indireta e direta. 
Níveis elevados de bilirrubina são encontrados na 
lesão hepatocelular. A icterícia é um sinal precoce de 
lesão hepática. 
o Até 1,2mg/dL 
 Direta aumentada: problema renal 
o Até 0,4mg/dL 
 Indireta aumentada: problema hepático 
o Até 0,8mg/dL 
TGO-AST e TGP-ALT 
 Aumentados: lesão hepática 
Análise de marcadores renais 
Creatina é utilizada pelo músculo e excretada na forma 
de creatinina 
Creatinina: a produto catabólico da fosfatocreatina do 
músculo esquelético. Produto da utilização de creatina 
muscular. Eliminada através da urina de forma 
relativamente constante, fornecendo um ótimo marcador 
para avaliação de função renal. 
 Aumentada: problemas renais, como IR 
 VR: 0,6 – 1,2 mg/dL 
Ureia: é um produto final do catabolismo de aminoácidos 
e proteína. 
 Diminuída: problema hepático (acúmulo de amônia) 
 Aumentada: problema renal 
 
Lactato 
 Lactato pode estar aumentado em Sepse 
 Indicação de solicitar Lactato no Sangue Arterial no 
primeiro momento de admissão do quadro do 
paciente. 
 VR: 0,7 – 2,5 mmol/L 
Aumentado em acidose: 
 Lactato é um produto do metabolismo anaeróbio. 
 Aumento significa que o organismo está tendo 
dificuldade em fornecer a quantidade de oxigênio 
mínima para o bom funcionamento dos órgãos 
 Em tecidos não muito bem oxigenados e hemácias, 
o piruvato é convertido a lactato. 
 O lactato pode ser convertido de volta a glicose pelo 
hepatócito 
Hemocultura 
Indicado solicitar 2 hemoculturas antes do início do 
antibiótico, em sítios diferentes ao mesmo tempo, desde 
que não atrase o início da antibioticoterapia 
 
PCR: proteína C reativa 
 A proteína C reativa (PCR) é uma proteína 
sintetizada pelo fígado. 
 Seus níveis aumentam em resposta à inflamação. 
 Perdura em situações críticas 
Glicose 
 Processo imunológico de liberação de citocinas 
inflamatórias induz a um aumento da resistência à 
insulina. 
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 Liberação de hormônios contra reguladores 
(cortisol/glucagon) + estresse induzido pelo quadro 
séptico + Gliconeogênese e Glicogenólise 
Eletrólitos 
Sódio (Na) 
 Em casos de sepse, a partir do momento em que a 
célula deixa de receber seu suprimento normal de 
oxigênio, ocorre alteração do metabolismo aeróbico 
normal da célula para a forma anaeróbica, causando 
a redução do número de moléculas de ATP 
(Adenosina Trifosfato) necessárias ao acionamento 
normal da bomba de Na. 
 O não acionamento da bomba de sódio faz com que 
o sódio fique dentro da célula, levando a séria 
alteração do potencial de membrana e ao ingresso 
de água para o interior da célula (edema celular) 
Potássio (K) 
 Aumento na concentração sérica de K. 
 O potássio é o cátion que está em maior 
concentração no meio intracelular. 
 O baixo teor no líquido extracelular se deve a 
atividade da bomba de sódio, localizada na membrana 
celular, que expulsa o sódio das células, enquanto 
promove a captação ativa do potássio 
Procalcitonina 
 A procalcitonina (PCT) é um pró-hormônio que, em 
condições habituais, permanece apenas no interior 
das células C da tiróide, sendo o precursor da 
calcitonina. 
 Na prática, acredita-se que valores elevados sejam 
indicativos de processos infecciosos mais graves, 
razão pela qual a PCR serve para estratificar o risco 
de infecção generalizada. 
 Contudo, o aumento dos níveis desse pró-hormônio 
não é específico, ocorrendo também em outras 
condições clínicas acompanhadas de inflamação. 
 Trauma, grandes queimaduras, grandes cirurgias, 
pancreatite aguda, entre outros podem elevar a 
procalcitonina.