Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gênese de Fármacos ❖ O carbacol é um parassimpatomimético, em que os principais efeitos são a miose e um aumento do fluxo do humor aquoso, sendo utilizado para diminuir a pressão intraocular em pacientes com glaucoma ❖ A histamina é um potente estimulador da secreção do suco gástrico ❖ Receptores H1 estão relacionados a alergias ❖ ▪ Acaso ▪ Triagem empírica: Processo em que substâncias quí- micas disponíveis são submetidas a uma variedade de ensaios biológi- cos O método empírico é pouco recompensador, pois não é feito especulação antes de testagem, então acabam sendo muitas testa- gens para pouco resultado A vantagem é a descoberta de um novo composto protótipo) Examinar novas moléculas de ori- gem natural ou sintética em animais ou qualquer teste biológico sem for- mular hipóteses sobre seu potencial farmacológico ou terapêutico Dois caminhos: aplicar a um pe- queno número de moléculas uma investigação farmacológica muito exaustiva ou encontrar em um grande número de moléculas uma que tenha atividade em uma dada indicação ▪ Extração de princípios ativos de fontes naturais: Plantas, fungos, insetos, organismos marinhos e bactérias são fontes im- portantes de substâncias biológica- mente ativas, sendo que a maioria dos fármacos em uso clínico ou são de origem natural ou foram desen- volvidos por síntese química plane- jada a partir de produtos naturais Compostos de origem natural podem ser utilizados como agentes terapêuticos para uma grande gama de doenças, além de poderem se tornar excelentes compostos-pro- tótipos para desenvolvimento de derivados mais potentes ou com melhoria de alguma propriedade biológica ou físico-química que per- mita que sejam utilizados como fármacos ▪ Modificação molecular: Consiste em tomar uma substância química bem determinada e de ação biológica conhecida como modelo ou protótipo e daí sintetizar e ensaiar novos compostos que sejam análogos Fármaco me too: aquele que é estruturalmente muito similar a um fármaco conhecido, com pequenas diferenças farmacoterapêuticas, e considerado uma estratégia respon- sável por inovações parciais Elucidar o grupo farmacofórico (parte da molécula responsável pela atividade farmacológica) Obter fármacos semelhantes ao protótipo, mas com maior potência, menos efeitos colaterais, ação mais ou menos prolongada, maior estabili- dade física e química, síntese simpli- ficada e/ou maior facilidade de admi- nistração 1. Descoberta do protótipo (acaso, triagem empírica, produtos naturais, síntese), que é o primeiro derivado puro, identificado em uma série congênere de novas substâncias, bioensaiadas em modelos animais padronizados relacionados à doença a ser tratada 2. Otimização do protótipo: proces- so de modificação molecular plane- jada do composto-protótipo, visan- do maximizar suas propriedades far- macológicas, como a interação fár- maco-receptor (farmacodinâmica), absorção, distribuição, metabolismo e excreção (aspectos farmacociné- ticos) e efeitos colaterais Essa complexidade de eventos explica porque o desenvolvimento de fármacos é um domínio da pes- quisa industrial em países ricos Possibilidade de obter produtos far- macologicamente superiores Probabilidade do novo fármaco ser produzido de forma mais econômi- ca Síntese semelhante à do protótipo, com economia de tempo e dinheiro Maior probabilidade de os congêne- res, homólogos e análogos apresen- tarem propriedades farmacológicas Os dados obtidos poderão elucidar a relação entre estrutura química e atividade Emprego dos mesmos métodos de ensaios biológicos utilizados para o protótipo ❖ ▪ Disjunção, dissecção, simplificação: Consiste na síntese e ensaio de análogos cada vez mais simples do composto protótipo (exemplo: co- caína e anestésicos locais) Atualmente, os avanços observados no estudo da relação estrutura química e atividade permitiram que esta estratégia passasse a ser em- pregada de forma racional, preser- vando as subunidades farmacofóri- cas, previamente identificadas no composto protótipo eleito, natural ou sintético Estratégia comum para protótipos de origem natural, desde que se identifique previamente o grupo far- macofórico Objetiva a facilitação da síntese Deve ser feita de forma gradual para evitar mudanças e/ou perda de atividade ▪ Conjunção ou associação molecular: Consiste na síntese e ensaio de análogos cada vez mais complexos do composto do protótipo Adição molecular: moléculas dife- rentes unidas por interações fracas (eletrostáticas, pontes de hidrogê- nio) Hibridação molecular: moléculas di- ferentes unidas por ligação covalen- te Replicação molecular: moléculas iguais unidas por ligação covalente ❖ ▪ Há dois momentos da ação dos fármacos, sendo a chegada ao local de ação (passagem através das membranas) e a interação com o receptor que ocorre no meio aquoso ▪ Alterações que aumentam ou diminuem as dimensões e a flexibilidade de uma molécula: Fechamento e abertura de anel Formação de homólogos mais altos e mais baixos Introdução de ligações duplas Introdução de centros opticamente ativos Introdução, retirada ou substituição de grupos volumosos ▪ Alterações das propriedades químicas e físicas através da introdução de novos grupos ou substituição por grupos diferentes: Substituição isostérica Mudança de posição ou orientação de determinados grupos Introdução de grupos alquilantes Modificação visando a inibição ou promoção de estados eletrônicos diversos ❖ – ▪ Difícil prever o resultado na potência e tipo de atividade ▪ Altera a flexibilidade da molécula ▪ Pode aumentar a interação com o receptor ▪ Quanto mais flexível for a molécula do fármaco, mais facilmente ele pode intera- gir com outros receptores e produzem outras respostas biológicas (efeitos adver- sos) ▪ Estruturas rígidas têm síntese mais com- plexa ❖ ▪ Homólogos: moléculas que diferem umas das outras somente por um grupo meti- lênico (CH2) ▪ Em uma série homóloga, o aumento con- tínuo da cadeia alquílica ou de unidades metilênicas aumenta a parte hidrofóbica da molécula ▪ Curvas com atividade máxima são as mais comuns, presumindo-se que reflete a existência de um coeficiente de partição (P) ótimo, associado à facilidade de atra- vessar as membranas biológicas ▪ A curva mais comum é parabólica, onde o pico de atividade máxima corresponde a um dado valor de número n de átomos de carbono ▪ A atividade pode aumentar, sem nenhu- ma regra particular, com o número de átomos de carbono ▪ A atividade pode alternar com o número de átomos de carbono ▪ A atividade primeiro aumenta com o nú- mero de carbono e depois alcança um “plateau” ▪ A atividade pode também decrescer re- gularmente, começando com o primeiro da série ▪ Inversão da atividade farmacológica acom- panha o número de átomos de carbono ❖ ▪ Pode originar um composto com ativida- de biológica diferente daquela apresenta- da pelo composto saturado ▪ Modificação da estereoquímica ▪ Alteração das propriedades físico-quími- cas ▪ A isomeria geométrica é causada quando não existe livre rotação da rotação entre dois átomos de carbono ▪ O impedimento da rotação pode ser causado por uma ligação dupla ou pelo fato de a cadeia ser fechada ▪ Modificando-se a estereoquímica da mo- lécula do fármaco, pode-se alterar, às vezes drasticamente, sua atividade farma- cológica ❖ ▪ Frequentemente, a introdução de grupos volumosos é utilizada para transformar agonistas em antagonistas ▪ Os beta-adrenérgicos constituem uma classe terapêutica que apresenta como mecanismo de ação comum o bloqueio dos receptores beta-adrenérgicos ▪ O sistema nervoso simpático, o principal alvo da atividade beta-bloqueadora,é uma das vias centrais da fisiopatologia da hiper- tensão arterial, fazendo com que o uso de beta-bloqueadores para o tratamento de hipertensão arterial surja como opção terapêutica ▪ O bloqueio dos receptores beta1 adrenér- gicos cardíacos causa redução da fre- quência cardíaca e da contratilidade, com a consequente redução do débito cardía- co ▪ Introdução de um grupo ao composto protótipo para aumentar a interação com o alvo terapêutico ❖ ▪ Os beta-lactâmicos representam a classe de antimicrobianos mais utilizada clinica- mente, sendo composta por: penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carba- penêmicos ▪ Impedem a biossíntese da parede celular bacteriana pela inibição irreversível da enzima transpeptidase, que é responsável pela formação do peptideoglicano, estru- tura que confere rigidez e forma à pare- de celular bacteriana ❖ ▪ Pode ser definida como um conjunto de mecanismos de adaptação das bactérias contra os efeitos nocivos ou letais aos quais estão sendo expostas ▪ Um dos primeiros e mais efetivos meca- nismos de resistência bacteriana conheci- dos é a produção de beta-lactamases, que são enzimas que catalisam a hidrólise do anel beta-lactâmico, inativando o anti- microbiano e impedindo, assim, que ele apresente atividade contra as enzimas responsáveis pela síntese da parede celu- lar bacteriana ▪ O principal mecanismo de resistência bac- teriana aos antibióticos beta-lactâmicos é através da produção de enzimas que apresentam grupos nucleofílicos (em ge- ral, resíduos de serina) capazes de pro- mover a abertura do anel beta-lactâmico ▪ Nesse caso, a modificação molecular res- ponsável pelo aumento de resistência às beta-lactamases foi a introdução de gru- pamentos volumosos no carbono alfa ao carbono carbonílico da cadeia lateral em penicilinas semi-sintéticas (meticilina, oxaci- linas), que impedem o acesso dos antibió- ticos ao sítio ativo da enzima beta-lacta- mase por impedimento estérico ❖ ▪ Duas estratégias têm sido utilizadas para superar a resistência dos beta-lactâmicos à beta-lactamase, que envolve a modifica- ção da estrutura do antibiótico de forma que não haja mais substrato para a enzima hidrolisar e a inibição da enzima beta-lactamase por um composto que seja estruturalmente relacionado ao subs- trato beta-lactâmico ▪ Os inibidores de beta-lactamase são es- truturalmente semelhantes às penicilinas, retendo a ligação amida do grupo beta- lactâmico, mas possuem uma cadeia lateral modificada ▪ Tais aspectos estruturais permitem aos inibidores de beta-lactamase ligar-se irre- versivelmente às beta-lactamases como substratos suicidas, mantendo-as inativas ▪ Atualmente, três inibidores de beta-lacta- mase são frequentemente usados na clínica médica: sulbactam, tazobactam e ácido clavulânico ❖ ▪ Compostos ou grupos de átomos que têm número e arranjo idêntico de elétrons apresentam propriedades físicas semelhantes ▪ O estudo desses arranjos eletrônicos de moléculas recebeu o nome de isosteris- mo ▪ Exemplos: nitrogênio molecular e monóxi- do de carbono (N2 e CO) ou óxido nitroso e dióxido de carbono (N2O e CO2) ▪ Lei do Deslocamento do Hidreto: a adição de um átomo de hidrogênio com seu elé- tron solitário a outro átomo resulta no que se convencionou chamar pseudo- átomo, em que algumas das suas proprie- dades físicas são análogas às do átomo que apresenta um elétron a mais do que aquele do qual o pseudo-átomo proveio ▪ Átomos, íons ou moléculas em que cama- das periféricas de elétrons podem ser consideradas idênticas ▪ Atualmente, considera-se isósteros os grupos que possuem configurações esté- ricas e eletrônicas semelhantes, a despei- to do número de elétrons compreendidos ▪ Exemplo: grupos carboxilato e sulfamido ▪ No sentido mais amplo, o termo isóstero pode ser aplicado a grupos que apresen- tem meramente semelhanças nas cama- das eletrônicas externas ou, mais restriti- vamente, a grupos com localização se- melhante de regiões de densidade eletrô- nica alta ou baixa em moléculas de tamanhos e formatos semelhantes ▪ Compostos que preenchem a mais ampla definição de isósteros e têm o mesmo tipo de atividade biológica, mesmo que antagônica ▪ Ferramenta utilizada pelos químicos medi- cinais para a modificação racional de um composto protótipo ▪ Isósteros clássicos: Átomos e grupos monovalentes: F, Cl, Br, CH3, NH2, OH, SH e PH2 Átomos e grupos divalentes: O, S, NH e CH2 Átomos e grupos trivalentes: CH, N, Sb, As e P Átomos e grupos tetravalentes: C, N+, P+, Sb+ e As+ Equivalentes anelares: pirrol, furano, tiofeno e benzeno ▪ Isósteros não-clássicos: são aqueles que, substituídos em uma molécula, dão ori- gem a um composto com disposição estérica e eletrônica e configuração ele- trônica semelhantes às do composto matriz ▪ São utilizados na otimização de protótipos mudando as características em aspectos como tamanho, polaridade, distribuição eletrônica e ligação ❖ a ativida- de antiarrítmica de uma série de benzopiranos é melhor quando um grupo sulfamido está na posição 7 ❖ ▪ São compostos altamente eletrofílicos que reagem com nucleófilos presentes nas biomacromoléculas, como DNA e enzimas ▪ Exemplos: mostardas nitrogenadas, epóxi- dos e aziridinas ▪ Formam ligações cruzadas com os fila- mentos de DNA impedindo sua replicação e com isso destroem as células em repouso ou em processo de divisão ativa ▪ O principal sítio de alquilação no DNA é a posição N7 da guanina, porém outras bases podem ser menos extensivamente alquiladas, como a adenina nas posições N1 e N3, a citosina no N3 e a guanina no O6, assim como grupos fosfatos e proteínas associadas ao DNA ❖ ▪ Determinados grupos químicos produ- zem dois efeitos eletrônicos importantes: indutivo e conjugativo, que podem alterar profundamente as propriedades físicas e químicas da molécula e por isso podem alterar a sua atividade biológica ❖ ▪ A benzilpenicilina é injetável via intramus- cular pois não resiste ao pH ácido do es- tômago, onde o excesso de hidrogênio no meio irá protonar o oxigênio ligado ao carbono do anel beta-lactâmico, desfa- zendo este e, assim, perdendo o efeito ▪ A característica principal da fenoximetilpe- nicilina, que a distingue da benzilpenicilina, é a resistência à inativação pelo suco gástrico ▪ Penicilinas resistentes à inativação em meio ácido se dá por possuírem grupos retiradores de elétrons na cadeia lateral, prevenindo o rearranjo ácido ▪ Penicilinas resistentes à ácido apresentam um grupamento eletronegativo na cadeia lateral, impedindo o rearranjo ácido ▪ Fenoximetilpenicilina, ampicilina e amoxici- lina são penicilinas de administração oral, por serem resistentes ao ácido ❖ ▪ Resistente à hidrólise ▪ Longa duração ▪ NH2 e CH3 possuem o mesmo tamanho e são considerados bioisósteros ▪ Usado topicamente em glaucoma ▪ É um agente miótico potente colinérgico (parassimpaticomimético) que produz constrição da íris e corpo ciliar, resultando em redução da pressão intraocular ❖ ▪ A prometazina (anti-histamínico) apresen- tava efeito sedativo e sua estrutura foi modificada para aumentar esse efeito ▪ Observou-se que a sulfanilamida apresen- tava efeito diurético ▪ Sildenafil planejado como vasodilatador para o tratamento da angina e da hiper- tensão ❖ O termo pró-droga ou pró-fármaco é dado a um composto farmacologicamente inativo que é convertido em uma droga ou fármaco ativo através da biotransformação metabólica ❖ A conversão do pró-fármaco no fármaco pode ocorrer antes da absorção, depois da absorção ou em algum sítio específico ❖ ▪ É o processo de obtenção de pró-fárma- cos e consiste em converter, mediante modificação química, um composto biolo- gicamente ativo em forma de transporte inativo que, após ataque enzimático, liber- tará o fármacoativo ▪ São compostos inativos, mas que são convertidos no organismo na forma ativa ▪ A 6-mercaptopurina é um imunossupres- sor, entretanto é eliminada rapidamente do organismo ▪ O pró-fármaco azatioprina é lentamente convertido na 6-mercaptopurina pela ação da glutationa ▪ Formação de ésteres: Presença de esterases Possibilidade de preparar derivados ésteres com diferentes graus de lipofilidade e hidrofilidade Possibilidade de obtenção de éste- res com diferentes estabilidades através da manipulação apropriada de fatores estéricos e eletrônicos ▪ Objetivos: Alterar a solubilidade Melhorar a absorção e a distribuição Atuação em um sítio específico Diminuir problemas de instabilidade Alterar a duração da ação Diminuir a toxicidade Melhorar a aceitação do paciente Diminuir problemas de formulação ❖ ▪ É o que acontece quando uma indústria farmacêutica ou um grupo de pesquisa de uma universidade inicia um novo projeto para a descoberta de um novo fármaco ▪ Escolha da doença: Doenças para as quais há necessida- de de novos fármacos? Fatores econômicos? ▪ Conhecimentos necessários: Local e mecanismo de ação dos fármacos Relação qualitativa e quantitativa entre estrutura química e atividade farmacológica Receptores de fármacos e topogra- fia dos receptores Modo de interação fármaco- receptor Efeitos farmacológicos de grupos químicos específicos Parâmetros físico-químicos relacio- nados com a estrutura do fármaco Diferenças citológicas e bioquímicas entre parasitos e mamíferos ▪ Escolha da molécula alvo do fármaco: Depois de definida a área terapêuti- ca, o próximo passo é identificar a molécula alvo (receptor, enzima, ácido nucleico) Se um fármaco ou veneno produz efeito biológico, deve existir uma molécula alvo para o agente no or- ganismo (receptor) Entender como a macromolécula (molécula alvo) está envolvida em uma determinada doença é funda- mental (processo fisiológico-bioquí- mico) O grupo de pesquisadpres deve definir se deve planejar um agonista ou um antagonista de um determi- nado receptor ou se deve planejar um inibidor de uma determinada enzima Um inibidor enzimático deve inibir somente a enzima alvo Agonistas/antagonistas devem inte- ragir com um tipo específico de receptor Procura-se um alto nível de especifi- cidade (isoenzimas, subtipos de re- ceptores, especificidade para teci- dos e órgãos) ▪ Encontrar o composto protótipo: Síntese combinatória (sintetiza um conjunto grande de compostos análogos ao mesmo tempo, na for- ma de misturas conhecidas como bibliotecas combinatórias) CADD (desenho de drogas assistido computacionalmente), que visa de- terminar distâncias interatômicas e densidades eletrônicas de moléculas de interesse biológico, estudar o equilíbrio conformacional das biomo- léculas definindo as conformações potencialmente bioativas, explicar racionalmente as atividades farma- cológicas de substâncias e definir, confirmar ou descartar hipóteses para o mecanismo de ação a nível eletrônico e molecular de diversos fármacos e, finalmente, identificar interações específicas entre drogas e receptores, definindo os grupa- mentos farmacofóricos Desde que a molécula alvo e os ensaios foram escolhidos, o próximo estágio é encontrar o composto protótipo O nível de atividade pode não ser muito alta, pode produzir efeitos indesejáveis, mas o composto pro- tótipo é o ponto de partida para os processos de planejamento e de desenvolvimento de fármacos Existem vários caminhos pelos quais um composto protótipo pode ser descoberto ▪ Entendimento da doença em termos de mecanismos fisiológicos/bioquímicos ▪ Definição de biopolímeros que controlem a doença ▪ Determinação da estrutura tridimensional dos biopolímeros ▪ Desenvolvimento de moléculas inibidoras ou mimetizadoras de sistemas biológicos ▪ Conhecendo-se a estrutura do biorrecep- tor, eleito como alvo terapêutico adequa- do para o tratamento de uma doença, pode-se, por complementaridade mole- cular, “desenhar” uma molécula capaz de interagir eficazmente com este receptor, permitindo seu planejamento estrutural ▪ Essa estratégia de desenho planejado de bioligantes geralmente emprega técnicas de química computacional (CADD), onde a modelagem molecular é ferramenta extremamente útil ▪ Quando a estrutura do bioreceptor não é conhecida, pode-se utilizar como “mode- lo” molecular seu agonista ou substrato natural, que adequadamente modificado pode permitir a construção molecular de novos inibidores enzimáticos, novos anta- gonistas de receptores, dependendo da necessidade definida pela escolha do alvo terapêutico ❖ ▪ Tem se firmado como uma ferramenta indispensável não somente no processo de descoberta de novos fármacos, mas também na otimização de um protótipo já existente ou obtido pelo próprio estudo de modelagem molecular ▪ Fornece informações importantes para o processo de descoberta de fármacos ▪ Permite a obtenção de propriedades específicas de uma molécula que podem influenciar na interação com o receptor ▪ Outras informações importantes também podem ser obtidas a partir da compara- ção estrutural entre diferentes moléculas, o que pode permitir a geração de um índice de similaridade que pode ser corre- lacionado com a atividade farmacológica ▪ A modelagem molecular também permi- te a visualização tridimensional do comple- xo fármaco-receptor e fornece informa- ções sobre os requisitos estruturais es- senciais que permitem uma interação adequada do fármaco no seu sítio receptor ▪ Tem o potencial de planejar teoricamen- te novas moléculas que satisfaçam as pro- priedades eletrônicas e estruturais para um perfeito encaixe no sítio receptor ▪ Um programa de modelagem molecular permite a representação, visualização, manipulação e determinação de parâme- tro geométricos (comprimento e ângulo de ligação) e eletrônicos (energia dos orbitais de fronteira, momento de dipolo, potencial de ionização) de uma molécula isolada, além de realizar estudos em ma- cromoléculas (proteínas) e complexos fármaco-receptor ❖ Inibidor enzimático, antimetabólitos, agentes alquilantes e antídotos
Compartilhar