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6 9 ET Certificação Ambiental II

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Certificação e Auditoria 
Ambiental 
 
 
 
Profa. Talita Maria Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL II 
Apresentação 
Nesse bloco iremos abordar os programas de certificação ambiental, o SGA pela ISO14001, economia 
ambiental e rotulagem. 
Entender que as etapas programa de gestão, implantação e operação estão integradas à norma ISO14001 
e que ela se estrutura conforme o PDCA. 
Compreender a importância da rotulagem ambiental como um mecanismo de estreitar relação entre 
organização e consumidor por assumir um papel de informação e conscientização sobre produtos e 
serviços ambientalmente corretos. 
Bons estudos! 
 
6.1 Programas de Certificação Ambiental - A série ISO14000 
O termo adotado como sigla para a International Organization for Standardization (ISO) – em português, 
Organização Internacional para Normalização – é uma referência à palavra grega iso, que pode ser 
traduzida como "igualdade" (SILVEIRA e BERTÉ, 2017). 
A série ISO 14000 é um conjunto de normas direcionadas para a Gestão ambiental de atividades, produtos 
ou prestação de serviços de porte ou segmento independente. 
Sendo assim, podemos afirmar que as normas da série ISO14001 têm como propósito buscar a igualdade, a 
padronização de sistemas de gestão que tem como foco o meio ambiente, no controle dos aspectos 
ambientais e reduzindo os danos ambientais. 
Criadas na metodologia do PDCA, as normas da série ISO14000 tem como propósito contribuir para que as 
organizações busquem em seus processos e/ou atividades a melhoria contínua, desenvolvendo políticas e 
ou compromissos e atendendo as legislações ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fonte: ABNT (2004) apud Silveira e Berté (2017). 
 
O desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental é variável, ou seja, o desempenho pode ser 
diferenciado, mas isso não interfere na conclusão de que há qualidade ambiental. 
Das normas da série ISSO 14000, a norma mais conhecida é a norma ISO14001, as demais normas possuem 
várias especificações em relação à gestão ambiental. Podemos verificar que as normas são classificadas 
para uso visando à estruturação das organizações, produtos e termos e definições conforme tabela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela de série ISO – Normas ISO 14000 
 
Fonte: Silveira e Berté (2017). 
 
A norma ISO 14001 é especifica para o sistema de gestão ambiental sendo utilizada no processo de 
certificação. A norma ISO14004 tem como objetivo dar suporte para o sistema de gestão ambiental de 
uma empresa, sendo de uso interno da mesma. 
As normas ambientais relacionadas à auditoria ambiental foram substituídas pela norma ISO19011. 
A norma ISO14031 propõe medição e análise do desempenho ambiental de uma organização. As normas 
referentes à rotulagem serão abordadas com maior detalhamento no subtítulo rotulagem ambiental. 
E a norma ISO14040 trata da avaliação do ciclo de vida estabelecendo uma metodologia para que essa 
avaliação seja realizada com resultados positivos. 
 
6.2 Sistema de Gestão Ambiental pela ISO14001 
A evolução das iniciativas ambientais nas organizações trouxe a necessidade de a gestão ambiental ser 
tratada como sistema (MORAES e PUGLIESI, 2014). 
 
 
 
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A norma ABNT ISSO 14001 especifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite a 
organização desenvolver uma estrutura de proteção ambiental. A norma leva em consideração os aspectos 
ambientais influenciados pela organização e os outros possíveis de serem controlados por ela. 
Avignon e Rovere (2002) apud Silva e Przybysz (2014), a implementação de um sistema de gestão está 
baseada em cinco princípios básicos: 
 
 
Fonte: adaptado de SILVA e PRZYBYSZ (2014) 
 
Sabe-se que os setores envolvidos com o meio ambiente variam conforme o tamanho e a estrutura da 
empresa. Hoje, a responsabilidade pela implantação do SGA e pela certificação da ISO 14001 geralmente e 
centralizada no setor de qualidade/ou saúde e segurança. Em vista de tal situação, verifica-se que grande 
parte das empresas está criando setores específicos voltados para a área ambiental, os quais interagem 
como os outros setores e, consequentemente, realizam a maioria dos projetos com mais agilidade e 
eficácia (MORAES e PUGLIESI, 2014). 
É importante esclarecer que devido a essa ótica de maior eficácia, a norma ISO14001 passou por alteração 
e a nova versão (2015) incorpora em seu formato questões estratégicas, a preocupação com a cadeia de 
valor, ciclo de vida, entre outras mudanças. 
Princípio 1: Assegurar comprometimento 
do SGA. Definir uma Política Ambiental 
Princípio 2: Elaborar plano de ação para atender 
os requisios da politica ambiental 
Princípio 3: Cumprir objetivos e metas e implementar 
ferramentas de sustentação necessárias 
Princípio 4: Monitoramento e avaliação periodica da 
conformidade ambiental da empresa 
Princípio 5: Revisar e aperfeiçoar a politica 
ambiental, os objetivos e metas, as ações e 
garantir a melhoria contínua no desempenho 
ambiental da empresa 
 
 
 
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Outra característica interessante é que a ISO14001 não atua com aspectos sociais, porém sua versão 
atualizada observa a necessidade de avaliação das expectativas das partes interessadas e inclui as 
condições ambientais locais, regionais e globais que afetam a organização ou que possam ser afetados por 
ela. 
 
6.2.1 Programa de Gestão Ambiental, Implantação e Operação do Sistema de Gestão Ambiental 
Segundo a NBR ISO 14.001, a implementação e a operação do SGA engloba os seguintes aspectos: 
 Planejamento Ambiental: fazer um planejamento completo dos aspectos ambientais da empresa, 
com objetivos e metas, realizar o mapeamento dos processos, o contexto da organização – 
contexto interno e externo que são relevantes para o seu propósito. 
 Gestão estratégia: incluir na política um compromisso com a proteção ambiental e prevenção da 
poluição além de considerar os aspectos ambientais na cadeia de decisões, na gestão de riscos da 
organização. 
 Partes interessadas: determinar como elas podem ser afetadas ou exercer influência direta ou 
indireta no negócio da organização. 
 Realização e manutenção: trata-se da execução do que foi planejado, desenvolver os planos de 
ação, respeitando prazos, monitorando o desempenho, acompanhando os indicadores 
determinados para controlar os aspectos ambientais. Incluem-se treinamentos e ferramentas de 
capacitação, conscientização e avaliação para um resultado positivo do sistema de gestão 
ambiental. 
 
Os treinamentos devem envolver os aspectos de conscientização ambiental, motivação e comunicação 
com toda a organização. Os planos de execução de treinamento devem ser dirigidos para essa finalidade, 
observar se as metodologias adotadas para a sua aplicação está previsto aos requisitos legais ou 
organizacionais. 
 Documentação e arquivamento: determinado na versão atualizada da ISO14001:2015 como 
informação documentada, são os documentos e registros relacionado com os processos do sistema 
de gestão ambiental implementado, sua confiabilidade, arquivamento e descarte se necessário. 
 Revisão e inspeção: está relacionada a possíveis ações corretivas que deverão ser tomadas após 
monitoramento, verificação de processos relacionados ao sistema de gestão ambiental. Pode-se 
caracterizar o processo de auditoria interna para inspeção dos resultados. Lembrando que as 
 
 
 
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informações documentadas geradas nessa etapa precisam ser documentadas e arquivadas para 
evidência do sistema de gestão ambiental, por exemplo. 
 
Devem-se esclarecer no contexto da melhoria contínua da qualidade ambiental as exigências de 
capacitação e os mecanismos de apoio precisam evoluir constantemente, sendo aperfeiçoadas e 
adequadas, sempre que se julgar necessário. 
Outro critério relevante ao estabelecimento de um programa de gestão ambiental, implementação e 
operação é o de disponibilizarrecursos humanos, físicos e financeiros para que haja viabilização da política, 
os objetivos e as metas ambientais da organização possam ser viabilizados. 
 
6.3 Economia Ambiental: Valoração Ambiental 
A economia ambiental está focada na questão da escassez ou da riqueza dos recursos naturais. Está 
conectada aos desejos humanos, que são considerados ilimitados, portanto, torna-se necessário gerir os 
recursos de modo que possa se garantir a satisfação humana com o mínimo de consumo de recursos 
naturais. 
Durante muitos anos, a sociedade como um todo ignorou a possibilidade dos recursos serem escassos, e a 
economia ambiental surge se do um estudo dos economistas para auxiliar no entendimento dos fatores e 
dos mecanismos que estão envolvidos no processo de geração de riqueza e distribuição. 
Compreendendo que os recursos naturais são bens escassos, a economia ambiental procura analisar o 
meio ambiente na geograficamente e biologicamente. 
Sendo assim surge o termo valoração ambiental, que é uma técnica econômica que tem como propósito 
estimar os valores sociais dos recursos ambientais e obter um indicador de prioridade. 
O termo valor de um bem ou serviço ambiental é entendido como sendo a expressão monetária dos 
benefícios obtidos de sua provisão do ponto de vista pessoal de cada indivíduo. Tais benefícios poderão ser 
advindos do uso direto e do uso passivo de tais bens e serviços (PEARCE e TURNER, 1990). 
O valor econômico total dos bens e serviços ambientais é composto por três tipos distintos de valores: 
 valor de uso: refere-se ao valor atribuído para as pessoas pela participação numa determinada 
atividade. Exemplo: Valor que as pessoas estão dispostas a pagar para visitar um parque ecológico. 
 valor de opção: o valor que se está disposto a pagar para conservar um determinado recurso. O 
valor por opção expressa uma preocupação com as gerações futuras. Exemplo: Valor disposto a se 
pagar para preservar uma floresta na esperança de proteção das espécies e disponibilizar recursos 
para as gerações futuras. 
 
 
 
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 valor de existência: quando se tem benefícios pelo simples conhecimento sobre as características 
e/ou vantagens do recurso ambiental ou uma espécie existente. 
 
Esse valor é conhecido na literatura como valor de existência e independe do uso direto, seja no presente, 
seja no futuro (PEARCE e TURNER, 1990). 
A iniciativa de se praticar a valoração ambiental é necessária referências amplas e estratégias sempre sob a 
perspectiva da sustentabilidade. 
Considera-se a diversidade de conceitos a respeito do desenvolvimento sustentável e o que se refere a 
bens tangíveis e intangíveis para valorar e/ou quantificar o uso dos recursos. 
 
 
6.4 Rotulagem Ambiental 
A Rotulagem ambiental e as normas da série IS0 14020 abordam o desenvolvimento e a normatização dos 
rótulos ambientais como modelo de informar os consumidores sobre as características ambientais dos 
produtos (MORAES e PUGLIESI, 2014). 
A rotulagem além de proporcionar a informação também incentiva o consumo de produtos e a procura de 
serviços com baixo grau de impacto ambiental. 
A preocupação com o meio ambiente por meio dos consumidores criou um nicho de mercado que carece 
de produtos e serviços específicos e ecologicamente corretos. 
Por isso, a rotulagem ambiental vem, conforme Moraes e Pugliesi (2014), estabelecer diretrizes para a 
elaboração de autodeclarações, programas de selos verdes de rótulos ambientais quantitativos para a 
certificação ambiental de produtos. 
Os diferentes tipos de rótulos ambientais certificados representam uma função. Há rótulos para produtos 
ecológicos, ou seja, produtos que possuem um ciclo de vida que buscam reduzir impacto ambiental, 
rótulos que certificam a proteção ambiental, outros podem indicar o uso eficiente energético, por 
exemplo. 
Podemos afirmar que o símbolo de rotulagem ambiental mais conhecido é o de embalagens recicláveis. 
 
 
 
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Silveira e Berté (2017) esclarece que a rotulagem ambiental para produtos pode ser de três tipos: sendo a 
rotulagem tipo I fornecida por órgãos externos, ou seja, empresas que seguem critérios específicos em 
seus processos de certificação. A rotulagem de tipo II refere-se às autodeclarações, informações do 
fornecedor ou do fabricante para o consumidor a respeito de um produto e os cuidados adotados pela 
empresa com as questões ambientais. E por fim, a rotulagem de tipo III que está relacionada à avaliação do 
ciclo de vida dos produtos, há dados quantitativos relacionados à produção até o consumidor final. 
A rotulagem ambiental traz benefícios para as empresas, pois ela tem a capacidade de diferenciar o 
produto ou serviço por meio de um aspecto positivo. 
Ecolog (2017) apud Silveira e Berté (2017) informa que a aceitação do Selo Verde pelo consumidor é 
garantida pela confiança depositada no emitente do selo. Daí a importância da agência normatizadora 
internacional, ou de grande prestígio no mercado. 
 
Conclusão 
Concluímos que os programas de certificação ambiental da série ISO são subdivididos para aplicação nas 
organizações, ao que se refere ao planejamento organizacional, cultura, ambiente e relações para controle 
de aspectos ambientais ou relacionada a produtos e serviços. 
A ISO14001 é uma estruturação de um sistema de gestão ambiental que pode ser implementado em 
qualquer organização independente de porte e segmento e que os programas de gestão, implantação e 
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operação estão alicerçados na metodologia PDCA sendo o centro o controle dos aspectos e impactos 
ambientais. 
A rotulagem ambiental é importante para informação sobre produtos ecologicamente corretos e 
indiretamente pode promover a conscientização ambiental, sendo necessária atenção aos parâmetros que 
validam a rotulagem ou selo verde para evitar organizações mal-intencionadas na divulgação incorreta 
sobre seus produtos. 
A economia ambiental tem o propósito de valorar os recursos ambientais utilizados pelo homem em seus 
processos, visa valorar o uso e dentro desse processo de valoração os bens tangíveis e intangíveis são 
pontos que são considerados nesse processo. 
 
Referências Bibliográficas 
SILVEIRA, Augusto Lima da; BERTÉ, Rodrigo. Meio Ambiente: Certificação e Acreditação Ambiental. 
Curitiba: Editora Intersaberes, 2017. 
SILVA, Cesar; PRZYBYSZ, Leane Chamma Barbar. Sistema de Gestão Ambiental. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
MORAES, Clauciana Schimidt Bueno; PUGLIESI, Erica. Auditoria e Certificação Ambiental. Curitiba: 
Intersaberes, 2014. 
FIESP/CIESP. ISO14001:2015 – Saiba o que muda na nova versão da norma. Disponível em: 
<https://www.fiesp.com.br/arquivo-download/?id=198712>. Acesso em: 30 jun. 2019. 
PEARCE, D.; TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environment. New York: Harvester 
Wheatsheaf, 1990.

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