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Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária Pediátrica

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Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária Pediátrica 1
🏀
Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária 
Pediátrica 
Bárbara Aguiar dos Santos 
Medicina UFMG 158 
Referência: Semiologia da Criança e do Adolescente 
Introdução 
O embrião, até a sexta semana de gestação, apresenta gônada indiferenciada e estruturas primordiais bipotenciais;
A determinação para o sexo masculino exige a atuação de vários fatores genéticos e hormonais sobre as gônadas e 
estruturas internas e externas. 
Na ausência destes fatores, há tendência de se seguir um caminho natural para o sexo feminino. 
Dentre os fatores genéticos, destaca-se o SRY, situado no braço curto do cromossomo Y, e que contém a sequência 
sinalizadora para a gônada indiferenciada evoluir para a formação dos testículos; 
Sem SRY atuando no momento oportuno na gônada primitiva, haverá evolução para ovário. 
Genes como DAX-1 (no cromossomo X), WT-1 e LIM-1 (ambos autossômicos) também estão relacionados ao processo 
de determinação gonadal. 
Sistema Genital Masculino 
Anamnese 
Deve englobar as informações a respeito:
Da gestação;
Das complicações perinatais;
Do uso de medicamentos pela mãe e/ou pela criança;
Dos dados relevantes dos outros sistemas. 
Caso haja relato de anormalidades na genitália, informações essenciais são:
Época de aparecimento;
Tratamentos realizados;
Sensibilidade local; 
História familiar; 
Consanguinidade. 
Exame Físico 
Inspeção 
Pênis: 
Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária Pediátrica 2
Deve-se observar a forma, o tamanho, a eventual presença de tumorações e de pelos, e o freio balano-prepucial; 
O pênis normal apresenta:
O meato uretral em sua extremidade distal; 
Textura homogênea, sem nódulos; 
Prepúcio recobrindo a glande. 
O comprimento peniano varia pouco na infância, e na adolescência segue as características genéticas do indivíduo, 
dentro dos limites da normalidade; 
❗ O freio balanoprepucial consiste em um espessamento da pele do prepúcio em contato com a face ventral da 
glande. 
Freios curtos podem causar uma curvatura ventral do pênis, o que pode provocar dor durante a ereção em 
adolescentes em adultos. Requer frenulotomia em alguns casos. 
A epispádia é caracterizada pelo deslocamento dorsal do meato uretral, sendo classificada como balaniana, peniana e 
completa; 
O pênis frequentemente apresenta-se achatado e recurvado dorsalmente. 
A hipospádia (mais comum) caracteriza-se pela abertura da uretra na face ventral do pênis, podendo acometer desde a 
glande até a região mais inferior do escroto.
Nota-se curvatura peniana ventral causada pela presença de um cordão fibroso e curto (chordée) e excesso de 
prepúcio na face dorsal do pênis; 
❗ A associação de hipospádia, criptorquidia uni ou bilateral e micropênis deve ser considerada um distúrbio de 
diferenciação sexual (genitália ambígua), requerendo exames hormonais, genéticos e ultrassonográficos. 
Escroto: 
Ao nascimento, é mais escurecido, frequentemente violáceo, com superfície lisa ou enrugada; 
Na puberdade, ocorre o desenvolvimento de pelos, geralmente após os nove anos de idade. 
Região inguinal: 
Deve-se observar a cor da pele, se há protuberância/tumorações ou a presença de vasos sanguíneos visíveis; 
Palpação 
Pênis:
Deve ser feita para avaliação da consistência, da presença de tumorações e de possíveis alterações sob o prepúcio; 
Deve-se expor toda a glande, quando isto é possível, e promover a visualização de detalhes como:
Presença de secreções; 
Edemas; 
Alterações do freio balanoprepucial. 
Deve-se medir o pênis, em casos de anormalidades evidentes, utilizando uma régua rígida; 
A medição é feita na face dorsal desde a origem do pênis e com discreta compressão das partes moles. 
Idade Média +- DP (mm) Micropênis (mm) (média - 2,5 DP)
0 a 12 meses 47 8 27
1 ano 51 8 31
2 anos 55 8 35
3 anos 61 9 38
4 anos 63 9 40
5 anos 67 9 44
6 anos 67 9 44
Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária Pediátrica 3
7 anos 69 10 44
8 anos 70 10 45
9 anos 70 10 45
10 anos 74 11 46
11 anos 78 12 48
12 anos 86 12 56
13 anos 101 12 71
14 anos 115 13 82
15 anos 129 15 91
16 anos 133 15 95
17 anos 143 16 103
18 anos 145 16 105
Em crianças com sobrepeso pode haver acúmulo de gordura suprapúbica, dando a impressão de um pênis reduzido. A 
compressão dessa gordura permite avaliar a verdadeira dimensão do pênis; 
O micropênis, definido como comprimento peniano inferior a -2,5 DP, é uma condição rara. Pode ser visto em casos de: 
Disgenesia gonadal; 
Deficiência grave da síntese de testosterona; 
Resistência parcial a andrógenos; 
Pan-hipopituitarismo congênito. 
O aumento do comprimento e do calibre do pênis pode ser causado por doenças que causam virilização precoce, sendo 
a mais comum a hiperplasia adrenal congênita. 
Outra causa é a puberdade precoce dependente de gonadotrofinas, que é acompanhada do aumento do volume 
testicular bilateralmente, aceleração da velocidade de crescimento e da maturação óssea; 
Quando há evolução rápida dos sinais de virilização, deve-se suspeitar de tumores adrenais ou testiculares. 
❗ Balanopostite é uma infecção que acomete a glande e o prepúcio. Pode ser acompanhada de secreção purulenta, 
edema, hiperemia, dor e dificuldade miccional. 
A palpação do prepúcio pressupõem a avaliação do grau de exposição da glande. 
Em geral, é possível expor a glande após as duas primeiras semanas de vida, pelo menos parcialmente; 
É normal a não exposição completa da glande nos RN e nos primeiros anos de vida. 
A fimose corresponde ao estreitamento do orifício do prepúcio, o que dificulta a exposição da glande. 
Trata-se de um achado não infrequente. 
Ao nascimento, considera-se um achado fisiológico; 
Nos meses seguintes, há um enfraquecimento das aderências entre o prepúcio e o sulco da glande e também no 
anel prepucial distal, de modo que 90% dos casos são de resolução espontânea, isto é, retratilidade total do 
prepúcio, até os três anos de idade; 
Comumente verifica-se o acúmulo de uma substância caseosa esbranquiçada (esmegma) debaixo do prepúcio, o 
que dificulta a limpeza do local; 
A fimose pode ser congênita ou adquirida, sendo que esta geralmente ocorre em virtude de processos infecciosos 
locais ou por meio de repetidas fissuras causadas por tentativas de exposição da glande;
Quando a abertura do prepúcio é muito estreita e tenta-se repetidamente fazer a tração, pode-se prender o pênis 
atrás do sulco da coroa e modo a não ser possível retorná-lo à sua posição habitual. Logo, forma-se um anel 
constritor, quadro denominado parafimose, a qual cursa com edema progressivo, dor intensa e isquemia do tecido 
local. 
Testículo:
A palpação dos testículos é parte obrigatória do exame genital masculino, assim como a avaliação do conteúdo escrotal; 
A presença de massas sugere tumor testicular e o exame deve ser complementado por métodos de imagem;
Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária Pediátrica 4
As mãos do examinador devem ser aquecidas previamente à palpação a fim de evitar a contração do músculo cremáster; 
A localização dos testículos deve ser feita por meio da palpação de todo o trajeto do canal inguinal até o escroto; 
O examinador deve usar o polegar e o dedo indicador da mão esquerda para empurrar as partes moles no sentido 
proximal-distal, desde a região mais canal do canal inguinal até as bolsas escrotais. 
Em seguida, com todos os dedos da mão direita, o examinador deve englobar todo o escroto, isolar e palpar cada um dos 
testículos e observar o volume, a consistência, etc.; 
Caso a gônada não seja localizada com essas manobras, pode-se solicitar à criança que se posicione de cócoras e 
proceder novamente à palpação testicular; 
Pacientes obesos podem oferecer dificuldade para localização dos testículos, de modo que a US é um exame válido para 
esta avaliação;
A distopia testicular é definida como testículo fora do escroto e engloba criptorquidia, ectopia testicular e o testículo 
retrátil;
Acriptorquidia (criptorquia) é a condição em que os testículos estão fora do escroto; 
Quando localizado no trajeto normal de descida é classificada como intra-abdominal, canalicular ou pubiana; 
É uma condição frequente em RN prematuros; 
Em geral, ocorre descida testicular espontânea entre os seis e 12 meses de vida;
A partir de um ano de idade, caso o problema persista, deve-se realizar correção cirúrgica (osquiopexia);
Caso não se realize a correção, aumenta-se o risco de queda da fertilidade, malignização testicular e torção do 
testículo. 
Ectopia testicular corresponde ao quadro em que a gônada está localizada em qualquer ponto fora de seu trajeto normal 
de descida, como nas regiões inguinocrural e perineal; 
Neste caso, a função testicular pode estar comprometida dependendo da localização e do tempo de evolução do 
caso; 
A correção cirúrgica deve ser precoce, sobretudo quando os testículos estão na região perineal, que é mais sujeita a 
traumatismos. 
O testículo migratório (ou retrátil) pode ser uni ou bilateral e é uma condição variante da normalidade. 
Neste quadro, a gônada varia de localização, ora no escroto, ora no canal inguinal.
O diagnóstico é feito quando não se palpa o testículo na bolsa, mas é possível trazê-lo até esta por meio da manobra 
de colocar a criança de cócoras;
Frequentemente quando o paciente está relaxado é possível visualizar os testículos na localização normal; 
Com o avanço da idade, normalmente o testículo se fixa de maneira espontânea no escroto, sem consequências. 
Logo, nenhum tratamento deve ser indicado.
Para avaliação do volume testicular, utiliza-se o orquidômetro de Prader, exame que deve ser realizado na avaliação de 
rotina na pediatria, principalmente a fim de observar a evolução da puberdade; 
A forma correta de mensuração do volume testicular envolve a individualização do testículo com o auxílio de ambas as 
mãos, excluindo o volume das partes moles do conteúdo escrotal; 
De acordo com os critérios de Tanner, quando o volume testicular é maior ou igual a 4 mL (uni ou bilateralmente), a 
criança já se encontra na puberdade. 
Se um testículo está aumentado e mais firme e o outro está normal, deve-se suspeitar de tumor testicular;
Caso um testículo esteja bem menor do que o outro, suspeita-se de atrofia testicular. 
Idade Volume testicular (mL)
< 1 ano 0,6
1 a 2 anos 0,7
3 a 8 anos 0,8
9 a 10 anos 0,9
11 anos 1,5
12 anos 2,0
Semiologia da Genitália Masculina - Faixa Etária Pediátrica 5
13 anos 5,0
14 anos 8,0
15 anos 12
16 anos 13
17 anos 15
18 a 25 anos 16 a 20
Região inguinal:
Normalmente estão região não deve conter os testículos ou quaisquer tumorações, as quais podem indicar hérnia 
inguinal; 
A palpação pode revelar linfonodos pequenos, móveis, fibroelásticos e indoleres, o que, na maioria dos casos, é normal; 
A palpação do pulso femoral faz parte do exame cardiológico e deve ser realizada; 
A hérnia inguinal consiste na saída de uma víscera coberta por peritônio através de um ponto naturalmente fraco da 
região inguinal; 
Caracteriza-se como direta quando há enfraquecimento da parede posterior do canal inguinal, permitindo que o 
conteúdo herniário saia pelo anel inguinal superficial e chegue até o escroto; 
Denomina-se indireta (99% dos casos na faixa etária pediátrica) quando há exteriorização do saco herniário através 
do anel inguinal profundo. 
O diagnóstico é feito por visualização e palpação da massa inguinal redutível (que volta ao escroto), variando de 
localização desde o anel inguinal profundo até o escroto; 
Em crianças maiores, a manobra de Valsalva, com aumento da pressão intra-abdominal, pode envidenciar a 
presença de tumoração inguinal; 
A hérnia encarcerada ocorre quando não é possível reduzir manualmente o conteúdo do saco herniário. A criança 
costuma estar irritada e com dores abdominais; 
Em geral, opta-se pelo tratamento cirúrgico em virtude do risco de acometimento visceral e necrose tecidual. 
Hidrocele é a presença de líquido peritoneal dentro do conduto pertoniovaginal; 
O diagnóstico é facilitado pela transiluminação da região avaliada, com o uso de uma lanterna, sendo positivo quando 
há passagem de luz; 
Tipicamente, há um abaulamento escrotal, que se prolonga na direção crenial, afilando-se ao se aproximar do anel 
inguinal profundo. 
Varicocele é a dilatação varicosa das veias testiculares do plexo pampiniforme.
Em geral é detectada nas crianças pré-púberes, mas tem prevalência razoável em adolescentes e adultos; 
O diagnóstico é realizado por meio da palpação escrotal, devendo o paciente estar em ortostatismo. Em seguida, 
solicita-se que o paciente realize a manobra de Valsalva, notando-se aumento do volume escrotal no lado acometido;
A torção do testículo consiste na rotação da gônada em torno de seu eixo longitudinal (cordão espermático) com bloqueio 
da circulação local; 
Caso não tratada precocemente (até seis horas após o início dos sintomas) ocorre infarto hemorrágico e necrose 
testicular; 
Os sintomas iniciais incluem dor local súbita, de forte intensidade, náuseas, vômitos, sudorese e palidez;
A evolução do quadro cursa com aumento do volume testicular e coloração arroxeada da pele escrotal; 
Diagnóstico diferencial inclui hérnia inguinal estrangulada e, principalmente, orquiepididimite. 
Infecção dos testículos (orquite) e do epidídimo (epididimite) são mais comuns na adolescência e, em geral, apresentam 
etiologia virótica; 
Manifestam-se com dor leve que aumenta de intensidade com a evolução do quadro; 
Há febre, aumento do volume testicular e hiperemia escrotal; 
O sinal de Prehn é positivo: melhora da dor com a elevação da gônada.

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