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Reflexoes sobre Alfabetização e Letramento (1)

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REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO
 Emília Ferreiro
 Emília Ferreiro, afirma que não traz novo método, nem nada que se pareça com uma solução pronta. Porém, oferece ideias a partir das quais é possível repensar a prática escolar da alfabetização.
 Anteriormente às pesquisas de Ferreiro o que se acreditava, quanto à questão de alfabetização, era que tal processo começava e acabava na sala de aula e que a aplicação do método tradicional garantia ao professor o controle do processo de alfabetização dos alunos. 
Porém, com a democratização do ensino, quando um número maior de alunos passou a ter acesso a educação foi ampliado também o número do fracasso escolar. Na ausência de instrumentos para repensar a falência da prática e os fracassos escolares, passou-se a buscar os culpados: os alunos, os professores, a família. 
Tal momento promoveu uma revolu­ção conceitual, principalmente no que se refere à alfabetização. As pesquisas de Ferreiro e seus colaboradores romperam este imobilismo lamuriento e acusatório, impulsionando um esforço coletivo na busca de novos caminhos para que o educador rompesse o circulo vicioso da reprodução do analfabetismo.
Emília Ferreiro contribuiu para uma reflexão sobre a intervenção alfabetizadora, a partir de dados oriundos das investigações sobre a psicogênese da escrita na criança. Suas investigações demonstram que o processo de alfabetização nada tem de mecânico, do ponto de vista da criança que aprende. 
Destaca que a criança desempenha um papel ATIVO na busca da compreensão desse objeto social, complexo, que é a escrita. 
Ferreiro destaca que, tradicionalmente, a alfabetização acontece na relação entre o “método” utilizado e o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança e, que os dois polos do processo de aprendizagem são: quem ensina e quem aprende sem levar em consideração o terceiro elemento que é a natureza do objeto de conhecimento (a escrita) .
A criança realiza explorações para compreender a natureza da escrita e isto pode ser observado através das suas produções espontâneas, que são valiosos documentos que precisam ser interpretados e avaliados. As escritas infantis, con­sideradas como garatujas tem um imenso valor que não deve ser desprezado no processo ensino aprendizagem. 
Nas práticas escolares tradicionais, há uma concepção de que a
 criança só aprende quando submetida a um ensino repetitivo.
 Ferreiro, analisando as produções espontâneas das crianças, confirmou que as mesmas possuem HIPÓTESE (IDEIAS) e teorias sobre a escrita, apresentando uma evolução na psicogenética (suas funções mentais). 
No referencial tradicional, as professoras prestam atenção nos aspectos gráficos das produções das crianças, ignorando os aspectos construtivos. Do ponto de vista construtivo, a escrita infantil segue uma linha de evolução surpreendentemente regular.
 
Ferreiro, analisando a evolução da escrita infantil reconhece quatro períodos, que denomina como: período pré-silábico, período silábico, período silábico-alfabético e período alfabético.
A) Período Pre- silábico: As crianças escrevem sem estabelecer qualquer correspondência entre a pauta sonora da palavra e a representação escrita. 
Escreve coisas diferentes apesar da identidade objetiva das escritas e relaciona a escrita com o objetivo referente (Ex. coloca mais letras na palavra “elefante’ do que na palavra borboleta - Realismo Nominal) 
 B) Período Silábico
A escrita silábica é o resultado de um dos esquemas mais importantes e complexos que se constroem durante o desenvolvimento da leitura escrita.
 É quando se dá a descoberta de que as representações escritas têm um vínculo com a pauta sonora da palavra: uma letra para cada sílaba; tantas letras quantas sílabas.
 No mesmo período - embora não necessariamente ao mesmo tempo - as letras podem começar a adquirir valores sonoros silábicos relativamente estáveis as partes sonoras semelhantes entre as palavras.
C) O período silábico-alfabético
 Marca a transição entre os esquemas prévios em via de serem abandonados e os esquemas futuros em vias de serem construídos. Os conflitos provenientes do meio social desestabilizam a hipótese silábica e a criança tem coragem de se comprometer em um novo processo de construção.
D) Período Alfabético 
Consiste no período que a criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que ela é por sua vez, reanalisável em elementos menores.
Neste momento, deve haver uma estruturação dos vários elementos que compõem o sistema de escrita. Trata-se de conhecer o valor sonoro convencional :
a) pelo lado quantitativo não pode estabelecer regularidade duplicando a quantidade de letras por sílaba (já que há sílabas com 1,2,3, ou mais letras).
b) pelo lado qualitativo, problemas ortográficos (a identidade de som não garante identidade de letras nem a identidade de letras a de sons).
É importante ter claro que as mudanças necessárias para enfrentar a 
alfabetização integral ... não se resolvem com um novo método de ensino;
nem com novos testes de prontidão; nem com novos materiais didáticos.
Ferreiro acredita ter chegado a momento de se fazer uma revolução conceitual a respeito da alfabetização.
A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural que cumpre diversas funções e tem meios concretos de existência especialmente nas concentrações urbanas.
 A criança que cresce em meio "letrado" está exposta a interações, se vê continuamente envolvida, como agente e observador no mundo "letrado". Os adultos lhes dão a possibilidade de comportar-se como leitor, antes de sê-lo, aprendendo precocemente o essencial das práticas sociais ligadas à escrita. 
A dimensão das questões pode suscitar de imediato uma pergunta: se a compreensão da escrita começa a se desenvolver antes de ser ensinada, qual é o papel, principalmente dos professores no que tange à aprendizagem? E o da escola?
A transformação desta prática é difícil, mas a escola pode cumprir um papel importante e insubstituível, ajudando as crianças, especialmente as filhas de pais analfabetos ou semianalfabetos. O professor é quem pode minorar esta carência, adaptando o seu ponto de vista ao da criança.
DEVE-SE OU NÃO SE DEVE ENSINAR A LER E ESCREVER NA PRE-ESCOLA?
O problema sempre foi colocado tendo por pressuposto serem os adultos que decidem quando essa aprendizagem deverá ou não ser iniciada. Para Ferreiro, a função da pré-escola deveria ser de permitir às crianças informações básicas sobre a leitura e a escrita em situações de uso social (não meramente escolar).
Para tanto é necessária imaginação e competência pedagógica do professor para dar às crianças oportunidades ricas e variadas de interagir com a linguagem escrita. Finaliza dizendo que é necessário entender que a aprendizagem da linguagem escrita é muito mais que a aprendizagem de um código de transcrição: é a construção de um sistema de representação.
LETRAMENTO: UM TEMA EM TRÊS GÊNEROS
 Magda Soares
É uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita.
Letramento (proveio da palavra literacy): é estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da leitura e da escrita.
A palavra letramento talvez tenha surgido em virtude de não utilizarmos a palavra alfabetismo, enquanto seu contrário, analfabetismo, nos é familiar. Isto é, conhecemos bem e há muito tempo o estado ou condição de analfabeto, mas só recentemente o seu oposto tornou-se necessário, pois recentemente passamos a enfrentar uma nova realidade social, onde se faz necessário fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente
É uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita.
Letramento (proveio da palavra literacy): é estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da leitura e da escrita.
A palavra letramento talvez tenha surgido em virtude de não utilizarmos a palavra alfabetismo,enquanto seu contrário, analfabetismo, nos é familiar. Isto é, conhecemos bem e há muito tempo o estado ou condição de analfabeto, mas só recentemente o seu oposto tornou-se necessário, pois recentemente passamos a enfrentar uma nova realidade social, onde se faz necessário fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente
Nessa perspectiva, concebendo o letramento como uso da leitura e da escrita em práticas sociais, percebeu-se que os sujeitos podem não saber ler e escrever, ser analfabetos, mas podem ser, de certa forma, letrados, uma vez utilizando a leitura e a escrita em práticas sociais.
A palavra letramento surgiu devido às transformações sociais em curso e isso acarreta em novas perspectivas, em novas concepções.
O letramento ultrapassa a questão do ato de ler e escrever, diz respeito, na verdade, ao uso que se faz da leitura e da escrita socialmente.
Analfabeto é aquele que é privado do alfabeto, a que falta o alfabeto, ou seja, aquele que não conhece o alfabeto, que não sabe ler nem escrever. Analfabetismo é o modo de proceder como analfabeto. Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e de escrever. alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar alfabeto.
. Pessoa letrada é aquela que aprende a ler e a escrever e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se em práticas sociais de leitura e escrita, ou seja, que faz uso frequente e competente da leitura e da escrita. A pessoa letrada passa a ter uma outra condição social e cultural, muda o seu lugar social, seu modo de viver, sua inserção na cultura e consequentemente uma forma de pensar diferente.
Um indivíduo alfabetizado, não é necessariamente um indivíduo letrado, pois ser letrado implica em usar socialmente a leitura e a escrita e responder às demandas sociais de leitura e escrita.
Uma estudante norte-americana, Kate M. Chong, escreveu um poema chamado O que é letramento em 1996. Nele, a autora afirma que letramento não é alfabetização, mas que é prazer, é lazer, é informar-se através da leitura, é usar a leitura para seguir instruções, é ler histórias que nos levam a lugares desconhecidos, é usar a escrita para se orientar no mundo, é descobrir-se a si mesmo pela leitura e pela escrita. O poema mostra que letramento é muito mais que alfabetização, é um estado, uma condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e escrita. 
Nesse contexto, faz-se necessário alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais de leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se torne, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado. 
Letramento envolve leitura. Ler é um conjunto de habilidades, de comportamentos e conhecimentos. Escrever, também é um conjunto de habilidades e comportamentos, de conhecimentos que compõem o processo de produção do conhecimento. Nessa perspectiva, há diferentes tipos e níveis de letramento, dependendo das necessidades, das demandas, do indivíduo, do seu meio, do contexto social e cultural. 
Avaliar o letramento de um indivíduo ou de uma sociedade constitui-se um desafio.
O letramento possui duas dimensões, que são o mínimo paradoxais, quais sejam a dimensão individual e a dimensão social. Na dimensão individual, o letramento é visto no âmbito pessoal, enquanto na dimensão social, o letramento é visto como um fenômeno cultural. Em diferentes definições de letramento encontramos as duas dimensões, o que facilita o problema de elaborar uma definição adequada de letramento. As ideias apresentadas pela autora nos fazem perceber que está se propondo a definir precisamente o letramento, tendo em vista as suas dimensões sociais e individuais, sem perder de vista as diferenças sócio-culturais dos sujeitos. O que se pretende questionar quanto ao texto, é a questão da necessidade de nivelar o letramento e medi-lo. Quem tem interesse nessa medição? Para que precisamos classificar os níveis de letramento? Em vista do que se pretende fazer essa medição? Quem serão os beneficiados? Não será essa mais uma forma de discriminação social? Estes são alguns questionamentos suscitados e vistos como lacunas deixadas pelo texto.
Leitura implica diversas habilidades cognitivas e metacognitivas, tais como captar significados, interpretar sequências de ideias ou de eventos, analogias, comparações, linguagem figurada, relações complexas, análogas, e ainda, a habilidade de fazer previsões iniciais sobre o sentido do texto, entre tantas outras habilidades.
Por escrita, na dimensão individual do letramento, entende-se um conjunto de habilidades linguísticas e psicológicas, como a habilidade de registrar unidades de som até a capacidade de transmitir ideias ao leitor pretendido. É um processo de expressar ideias e organizar o pensamento em linguagem escrita. 
Letramento Funcional: definido como sendo os conhecimentos e habilidades de leitura e de escritura que tornam uma pessoa capaz de engajar-se em todas aquelas atividades nas quais o letramento é normalmente exigido em seu contexto social. O letramento é, assim, considerado como responsável por produzir resultados importantes no desenvolvimento cognitivo e econômico, mobilidade social, progresso profissional e cidadania.
Alguns autores colocam que o letramento está instrinsicamente ligado à maneira como a leitura e a escritura são concebidas e praticadas em determinado contexto social:
 - O autor Paulo Freire foi pioneiro na ideia revolucionária de letramento ao afirmar que ao se tornar alfabetizado, o sujeito teria um meio para tomar consciência da sua realidade e de transformá-la. Para Freire, letramento tanto poderia ser um meio para libertação, como para sua domesticação, dependendo do contexto ideológico em que ocorre.
- Outros autores colocam o letramento como meio para uma tomada de consciência para agir em vista de uma transformação de relações e práticas sociais em que o poder é desigualmente distribuído
Soares propõe os modelos autônomo e ideológico de letramento. O modelo autônomo considera o letramento como uso das habilidades de leitura e escrita para atender as exigências sociais.. O modelo ideológico de letramento concebe as formas que as práticas de leitura e escritura assumem em determinados contextos sociais, bem como formam estruturas de poder em uma sociedade.
Processos de avaliação e medição do Letramento realizados em contextos escolares
fazem uso de avaliações e medições sobre vários aspectos, avaliando de maneira progressiva a aquisição de habilidades, de conhecimentos, de usos sociais e culturais da leitura e da escritura.
Entretanto, elas reduzem o múltiplo significado do letramento para algumas habilidades e práticas de leitura e de escrita através de um processo de testes e provas tanto padronizados quanto informais.
Vale ressaltar que a questão da medição do letramento não foi suficientemente esclarecida e desenvolvida no trabalho de Soares:
Auto-Avaliação.
 Estudos de amostragem: esse tipo de avaliação leva em consideração a dimensão individual e a dimensão social do letramento. Os elementos por amostragem buscam identificar a prática real das habilidades de leitura e escrita e a natureza e freqüência de usos sociais dessas habilidades. Dessa forma, os levantamentos por amostragem têm como objetivo avaliar e medir níveis de letramento e não apenas o nível básico de saber ler e escrever.
Finalizando:
Uma obra introdutória;
deixa questionamentos;
lançamento de ideias;
propõe questões desafiadoras aos educadores!

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