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APOSTILA_IEGRS_2 ANO_ENS MÉDIO_ PRONTA 3 LING PORT

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PORTUGUÊS 
e 
Literatura 
 
 
2° Ano - Ensino Médio 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDOS: 
Realismo-Naturalismo 
Realismo na Europa 
Realismo-Naturalismo em Portugal 
Realismo no Brasil 
Naturalismo 
Termos da oração 
Figuras de linguagem 
Parnasianismo 
Parnasianismo no Brasil 
Parnasianismo em Portugal 
Simbolismo – contexto histórico 
Simbolismo em Portugal 
Simbolismo no Brasil 
Orações subordinadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LITERATURA 
 
ORIENTAÇÕES: 
1. Leia a apostila com atenção e responda às lições que conseguir. 
2. Use um caderno para as respostas e anote o número da página de cada exercício. 
3. Tire as dúvidas com o professor e não escreva nada neste material. 
 
REALISMO NATURALISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CORTIÇO 
[...] Algumas lavadeiras enchiam já as suas tinas; outras estendiam nos coradouros a roupa que 
ficara de molho. Principiava o trabalho. Rompiam das gargantas os fados portugueses e as modinhas 
brasileiras. Um carroção de lixo entrou com grande barulho de rodas na pedra, seguido de uma algazarra 
medonha algaraviada pelo carroceiro contra o burro. 
E, durante muito tempo, fez-se um vaivém de mercadores. Apareceram os tabuleiros de carne 
fresca e outros de tripas e fatos; só não vinham hortaliças, porque havia muitas hortas no cortiço. Vieram 
os ruidosos mascates, com as suas latas de quinquilharia, com as suas caixas de candeeiros e objetos de 
vidro e com o seu fornecimento de caçarolas e chocolateiras, de folha-de-flandres. 
[...] A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a ―Machona‖, portuguesa feroz, 
berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo. Tinha duas filhas, uma casada e 
separada do marido, Ana das Dores, a quem só chamavam a ―das Dores‖ e outra donzela ainda, a Nenen, 
e mais um filho, o Agostinho, menino levado dos diabos, que gritava tanto ou melhor que a mãe. A das 
Dores morava em sua casinha à parte, mas toda a família habitava no cortiço. 
Ao lado da Leandra foi colocar-se a sua tina a Augusta Carne-Mole, brasileira, branca, mulher de 
Alexandre, um mulato de quarenta anos, soldado de polícia, pernóstico, de grande bigode preto, queixo 
sempre escanhoado e um luxo de calças brancas engomadas e botões limpos na farda, quando estava de 
serviço. Também tinham filhos, mas ainda pequenos, um dos quais, a Juju, vivia na cidade com a 
madrinha que se encarregava dela. 
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 34. Ed. São Paulo, Ática, 1999. 
Vocabulário: 
tina: vasilha usada para carregar água e lavar roupas. alcunha: apelido. 
algaraviado: falado de modo confuso. pernóstico: afetado, pedante. 
fato: intestino de qualquer animal. escanhoado: bem barbeado. 
Folha-de-flandres: folha de ferro estanhado, usada na 
fabricação de utensílios. 
 
ATIVIDADES: 
 
1- Nos dois primeiros parágrafos, o narrador destaca algumas atividades que ocorrem no cortiço. Sua 
intenção é: 
a) Fazer um retrato fiel das personagens e denunciar as injustiças sociais. 
b) Idealizar a mulher, como uma fuga à realidade. 
2- Ao fazer uma descrição, o usuário da língua sempre recorre a sensações: visuais, olfativas, auditivas, 
táteis... Na primeira parte do texto, que sensações foram privilegiadas? Justifique sua resposta com um 
trecho do texto. 
3. A que construções dos dias de hoje, podemos comparar ao Cortiço de Aluísio de Azevedo? 
a) favelas b) condomínios de luxo c) casas de classe média 
 
O REALISMO NA EUROPA 
 
Realismo é a denominação genérica da reação aos ideais românticos que 
caracterizou a segunda metade do século XIX. De fato, as profundas 
transformações vividas pela sociedade europeia exigiam uma nova 
postura diante da realidade; não havia mais espaço para as exageradas 
idealizações românticas. 
 
Portanto, o Realismo tem de ser analisado a partir de um novo ponto de 
referências: a Europa vive a segunda fase da Revolução Industrial, ao 
mesmo tempo que conhece o desenvolvimento do pensamento científico 
e das doutrinas filosóficas e sociais. Durante a segunda metade do século 
XIX, difundem-se o pensamento dialético de Hegel, o positivismo de 
Augusto Comte, o socialismo científico de Marx e Engels, o 
evolucionismo de Darwin. Refletindo essa nova ordem, é publicado na 
França, em 1857, Madame Bovary, de Gustave Flaubert, considerado o 
primeiro romance realista da literatura universal. 
 
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO 
 
Veracidade – Desprezando a imaginação romântica, o realista procura narrar fatos que tenham seus 
correspondentes na realidade exterior. 
 
Contemporaneidade – Ao contrário dos românticos, que se evadiam par um mundo situado no passado 
ou no futuro, o realista procura a realidade que lhe é contemporânea. 
 
Retrato fiel das personagens – Na busca da verdade, o realista prefere retratar tipos concretos, vivos, 
não-idealizados. É comum a caracterização de indivíduos que representem aspectos negativos da natureza 
humana: o avarento, o covarde, o ambicioso, o fraco, o mesquinho, a adúltera, a prostituta etc. 
 
Gosto pelos detalhes específicos – Objetivando precisão e fidelidade, o realista não abre mão dos 
detalhes e minúcias na caracterização das personagens e ambientes, na observação de atitudes e 
sentimentos. Isso também contribui para uma certa lentidão da narrativa. 
 
Materialização do amor – Ao contrário do romântico, que tem uma visão espiritual e sentimental do 
amor, o realista volta-se para o aspecto físico. O homem passa a ver a mulher como objeto de prazer e é 
comum a temática do adultério e dos crimes passionais. 
 
Denúncia das injustiças sociais – Acreditando numa função social da arte, os realistas fazem dela uma 
arma de combate e denuncia das diferenças sociais, mostrando os preconceitos, a hipocrisia, a ambição 
dos homens e a exploração das classes menos favorecidas. 
 
Determinismo e relação entre causa e efeito – O realista procura uma explicação lógica para as atitudes 
das personagens, considerando a soma de fatores que justificam suas ações. Na literatura naturalista, dá-
se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento 
dos indivíduos. 
 
Linguagem próxima à realidade e preocupação formal – O universo semântico do realista retrata a 
realidade cotidiana. A linguagem realista é simples, natural, correta, clara e equilibrada. 
 
 
REALISMO-NATURALISMO EM PORTUGAL 
 
O divisor de águas entre o Romantismo e o Realismo em Portugal foi a Questão Coimbrã (1865), 
polêmica travada entre Antônio Feliciano de Castilho, poeta romântico radicado em Lisboa, e Antero de 
Quental, radicado em Coimbra e líder de jovens estudantes que sonhavam com uma cultura portuguesa 
reformista, dinâmica, livre do conservadorismo e dos modelos clássicos e adeptos das discussões sobre as 
questões sociais e políticas, sob a ótica objetiva do Realismo. 
 
Entre os autores portugueses, destacam-se: Eça de Queiroz (1845 – 1900), Antero de Quental (1852 - 
1891) e Cesário Verde 1855-1886. 
 
 
 
● EÇA DE QUEIRÓS 1845-1900 (Póvoa de Varzim - Portugal /Jornalista e Advogado) 
José Maria Eça de Queiroz é considerado até os dias de hoje como sendo um dos 
principais representantes do realismo português. 
Estilo: Tendo iniciado sua trajetória literária sob influência romântica (O mistério 
da estrada de Sintra), passou a escrever, na sua segunda fase, obras de forte 
conteúdo crítico sobre a burguesia e o clero, ora apenas realista, ora com elementos 
naturalistas. Produziu um painel da sociedade portuguesa, dos comportamentos 
femininos, das ambições masculinas, da corrupção do clero de então e minuciosas 
descrições de vários ambientes sociais lisboetas do fim do século XIX. Seu 
primeiro romance de grande êxito foi O primo 
Basílio, cujo tema é o adultério feminino. Em O crime do padre Amaro faz uma violenta crítica ao clero 
católico. Em Os Maias, descreve o mundo social lisboeta, sua ânsia de acesso à ―civilização‖ e o 
deslumbramento por tudo que possa parecer chique. 
 
Principaisobras: 
A Cidade e as Serras; A Ilustre Casa de Ramires, A Relíquia, A Tragédia da Rua das Flores, As Farpas 
Contos e Prosas Bárbaras, O Crime do Padre Amaro, O Mandarim, O Mistério da Estrada de Sintra, O 
Primo Basílio, Os Maias e Uma Campanha Alegre. 
 
Fragmentos de O primo Basílio 
 
“Luísa ergueu-se num salto, lívida. Era Jorge! Amarrotou convulsivamente a carta, quis escondê-
la no bolso 
− o roupão não tinha bolso! E desvairada, sem reflexão, arremessou-a para o sarcófago.” 
 
“Mas que explosão de felicidade, quando, depois de tanta espionagem, de 
tanta canseira, apanhou enfim a carta no sarcófago! Correu ao sótão, leu-a 
avidamente, e quando viu a importância da ‘coisa’ arrasara-se-lhe os olhos 
de lágrimas, arremessou a sua alma perversa para as alturas, bradando em 
si, num triunfo: - Bendito seja Deus! Bendito seja Deus!” 
“- Pois bem, digo-te. Tu afora está boa, podes ouvir... Luísa! vivo num 
inferno há 
duas semanas. Não posso mais...Tu estás boa, não é verdade? Pois bem, que 
quer 
dizer isto? Diz a verdade! 
Juliana, a 
empregada 
E estendeu-lhe a carta de Basílio.” chantagista. 
 
 
Eça de Queirós traça um retrato pormenorizado da tradicional família da média burguesia de Lisboa. O 
livro narra a história de Luísa, jovem sonhadora e leitora de romances, que se envolve com seu primo e 
primeiro amor, Basílio, enquanto o marido, Jorge, viaja a negócios. 
 
O Primo Basílio é um romance realista, um estudo de caso, pois representa um fato social visto através de 
uma convicção realista. Luísa é a personificação da tendência mórbida de uma época e aí está a 
moralidade incisiva do livro: a moral do romance não está no fato de que a personagem principal morre 
depois da queda, está em que ―ela não podia deixar de cair‖. O autor nos impõe um caráter negativo, 
uma personagem títere e não uma pessoa moral. Luísa é uma mulher conveniente e enfadonha que, como 
ser inerte que apenas é empurrada por Basílio. 
 
 
O REALISMO NO BRASIL (1881 – 1893) 
 
O movimento literário chamado Realismo teve início no Brasil a partir da publicação de Memórias 
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, em 1881. O Realismo brasileiro sofreu influências do 
Realismo francês. A nova mentalidade literária é motivada pelas últimas conquistas da filosofia e das 
ciências. O Realismo surgiu como um a reação ao subjetivismo, individualismo e eu românticos. Em 
seu lugar surgem o objetivismo e o impersonalismo do artista. A razão, a pesquisa, procuram retratar 
o homem e a sociedade a partir da observação do ambiente, dos costumes, das atitudes, dos 
comportamentos, procurando as causas dos fatos e fenômenos que abordam.’ 
 
PRINCIPAIS AUTORES 
 
● MACHADO DE ASSIS 1839-1908 (Rio de Janeiro-RJ / Jornalista) 
 
Considerado como o maior nome da literatura brasileira. Machado de Assis sempre teve 
em suas obras a predominância do pessimismo e da ironia. Foi um dos fundadores da 
Academia Brasileira de Letras, e suas obras passaram por muitos gêneros literários, entre 
eles o realismo. 
Estilo: 
A obra ficcional de Machado de Assis tendia para o Romantismo em sua primeira fase, 
mas converteu-se em Realismo na segunda, na qual sua vocação literária obteve a 
oportunidade de realizar a primeira narrativa fantástica e o primeiro romance realista 
brasileiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas (sua magnum opus). Ainda na segunda fase, Machado 
produziu obras que mais tarde o colocariam como especialista na literatura em primeira pessoa (como em 
Dom Casmurro, onde o narrador da obra também é seu protagonista). 
 
Principais obras: 
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. 
 
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS 
 
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era 
talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a 
mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da 
beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em 
que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e 
espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto 
nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos 
da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o 
indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. 
Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, 
pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma 
devoção, - devoção, ou talvez medo; creio que medo.” ( fragmento 
de Memórias Póstumas de Brás Cubas) 
 
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas podemos notar todo o estilo irônico do autor, aqui com suas baterias 
voltadas contra as idealizações românticas que haviam moldado o gosto do público leitor. Repare que 
Machado parte de uma adjetivação que nos leva a montar um perfil da heroína romântica (a mais atrevida, a 
mais voluntariosa, bonita, fresca, carregada de feitiço, faceira) para só num segundo momento provocar a 
ruptura: ignorante, pueril, preguiçosa. 
 
DOM CASMURRO 
 
Capítulo CXXII – Olhos de ressaca 
 
Enfim, chegou a hora de encomendação e da partida. Sancha quis 
despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. 
Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando 
a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la 
dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o 
cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem 
algumas lágrimas poucas e caladas... 
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as 
depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de 
carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha 
também. Momento houve em que os olhos de Capitu 
fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas 
grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar 
também o nadador da manhã. 
 
 
 
 
 (fragmento de Dom 
Casmurro) 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1839
http://pt.wikipedia.org/wiki/1908
http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_brasileira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3rias_P%C3%B3stumas_de_Br%C3%A1s_Cubas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnum_opus
Dom Casmurro é um retorno de machado de Assis à narração em primeira pessoa; Bentinho/D.Casmurro 
é o personagem-narrador que tenta ―atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência‖. À 
primeira vista, o romance parece girar em torno de um provável adultério: Bentinho é casado com Capitu; 
desconfia que Ezequiel, o filho, seja de Escobar, amigo do casal; o ciúme doentio de Bentinho leva à 
dissolução do casamento (eles se separam de fato, mas não socialmente – Capitu e o filho vivem na Europa a 
pretexto de um tratamento de saúde de Capitu. 
 
● RAUL POMPÉIA (Jornalista) 
 
Raul d’Ávila Pompéia nasceu a 12 de abril de 1863, em Jacuacanga, Angra dos Reis, 
Rio de Janeiro. Tem uma vida agitada, envolve-se em várias polêmicas, cria inimizades 
e atravessa crises depressivas. Abandonado pelos amigos, caluniado nos meios 
jornalísticos e intelectuais, suicida-se em 1895, no dia de Natal. 
Obras: O Ateneu, Canções sem Metro (poemas em prosa), A Mão de Luís Gama, As 
Jóias da Coroa, Uma Tragédia no Amazonas. 
 
Raul Pompéia entrou para a história da literatura graças a um único livro: O Ateneu. 
 
O Ateneu – crônica de saudades, como o próprio subtítulo indica, é um livro de memórias, ou seja, o tempo 
da ação é anterior ao tempo da narração. O personagem Sérgio, já adulto, narra seu tempo de aluno interno 
no Ateneu. 
 
O ATENEU 
 
“Vais encontrar o mundo”, disse-me meu pai, à porta do 
Ateneu. “Coragem para a luta!” Bastante experimentei 
depois a verdade desse aviso, que me despia, num gesto, 
das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de 
carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do 
que se encontra fora, tão diferente,que parece o poema 
dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a 
vantagem única de fazer mais sensível a criatura à 
impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca 
da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. 
Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos 
felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob 
outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não 
viesse de longe a enfiada das decepções que nos 
ultrajam.(fragmento da obra) 
 
O NATURALISMO 
 
Os ideais do Realismo levados às últimas consequências originaram o que se chamou de Naturalismo, que 
considera o ser humano como um produto biológico, profundamente marcado pelo meio ambiente, pela 
educação, pelas pressões sociais e pela hereditariedade. Todos esses fatores determinam a sua condição, o 
seu comportamento. O escritor naturalista observa, estuda, segue o seu personagem de perto, para entender 
as causas do seu comportamento e chegar ao conhecimento objetivo dos fatos e situações. O mulato, de 
Aluísio de Azevedo, publicado em 1881, foi o primeiro grande romance naturalista brasileiro. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO: 
 
O Naturalismo acentuou as características do Realismo e destacou-se pela incorporação dos seguintes 
elementos: 
 
● Visão determinista e mecanicista do homem (O homem é considerado como um animal sujeito a 
forças que determinam o seu comportamento: o meio, o instinto, a hereditariedade e o momento.) 
● Cientificismo (O ―homem‖ analisado cientificamente.) 
● Personagens patológicas (Personagens mórbidas, adúlteras, psiquicamente desequilibradas, 
assassinos, bêbados,miseráveis etc.) 
● Crítica social e reformismo (Denunciando o drama da existência, os naturalistas visavam a 
modificações que alterassem o quadro negativo da realidade social.) 
● Incorporação de termos científicos e profissionaisRINCIPAIS AUTORES: 
 
● ALUÍSIO AZEVEDO 1857 – 1913 (São Luís-MA / Jornalista e Diplomata) 
 
Aluísio Azevedo é o principal representante do Naturalismo na literatura do Brasil. 
Crítico impiedoso da sociedade brasileira, seus temas prediletos foram a luta contra o 
preconceito racial e os vícios presentes, indistintamente, em todas as classes sociais. 
Em sua prosa naturalista o autor explora a narrativa lenta, impessoal, rebuscada em 
detalhes minuciosos e a tomada da postura analítica e científica. 
 
Em O Mulato, publicado em 1881, expõe a preocupação com as classes 
marginalizadas, critica o conservadorismo e o clero. 
 
Obras: O Mulato, Casa de Pensão, O Cortiço, O Homem, O Coruja. 
 
 
O MULATO 
 
Raimundo era mulato, filho do branco José Pedro da Silva e da escrava Domingas. Morto o pai, Raimundo, 
ainda criança, é mandado pelo tio Manuel a Lisboa, para estudar. O mulato, a certo momento de sua vida, 
mesmo antes de retornar ao Brasil, começa a indagar de suas origens, que Manuel e Mariana envolvem em 
mistérios e ocultam. Leia abaixo um fragmento da obra: 
 
Muito custou à bondosa Mariana separar-se de Raimundo. 
Doía àquele coração amoroso ver expatriar-se, assim, tão sem 
mãe, uma pobre criança de cinco anos. O pequeno, todavia, 
depois de preparado com todo o desvelo, foi metido, a chorar, 
dentro de um navio, e partiu. 
No colégio era o único estudante que se chamava Raimundo e 
os colegas ridicularizavam-lhe o nome: “Raimundo Mundico 
Nico!” diziam-lhe, puxando-lhe a blusa e batendo-lhe na 
cabeça tosquiada à escovinha: até que ele se retirava enfiado, 
sem querer tornar ao recreio, a chorar e a berrar que o 
mandassem para a sua terra. Mas, com o tempo, apareceram-
lhe amigos e a vida então se lhe afigurou melhor. Já faziam as 
suas palestras; os companheiros não se cansavam de pedir-lhe 
informações sobre o Brasil. “Como eram os selvagens?... E se a 
gente encontrava, pelas ruas, mulheres despidas; e se Raimundo 
nunca fora varado por alguma flecha dos caboclos.” 
 
 
O CORTIÇO 
 
Já na obra O Cortiço, publicada em 1890, Aluísio Azevedo defende o ideal republicado. De forma 
materialista positivista, valoriza os instintos naturais das personagens e expõe as condições degradantes. 
 
A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a 
“Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos 
e grossos, anca de animal do campo. Tinha duas filhas, uma 
casada e separada do marido, Ana das Dores, a quem só 
chamavam a “das Dores” e outra donzela ainda, a Nenen, e 
mais um filho, o Agostinho, menino levado dos diabos, que 
gritava tanto ou melhor que a mãe. A das Dores morava em 
sua casinha à parte, mas toda a família habitava no cortiço. 
 
 
 
 
 
● INGLÊS DE SOUSA 1853 — 1918 (Óbidos-Portugal / Jornalista, Advogado, Professor e Político) 
Herculano Marcos Inglês de Sousa foi o introdutor do Naturalismo no Brasil, mas seus 
primeiros romances não tiveram repercussão. Tornou-se conhecido com O missionário 
(1891), que, como toda sua obra, revela influência de Zola. Nesse romance, descreve com 
fidelidade a vida numa pequena cidade do Pará, revelando agudo espírito de observação, 
amor à natureza, fidelidade a cenas regionais. 
 
Principais obras: 
O Cacaulista (1976), História de um Pescador (1977), O Coronel Sangrado (1977), O 
Missionário (1891) e Contos Amazônicos (1893). 
 
Em outras circunstâncias, colocado em meio diverso, talvez que padre Antônio de Morais viesse a ser 
um santo, no sentido puramente católico da palavra, talvez que viesse a realizar a aspiração da sua 
mocidade, deslumbrando o mundo com o fulgor das suas virtudes ascéticas e dos seus sacrifícios 
inauditos. Mas nos sertões do Amazonas, numa sociedade quase rudimentar, sem moral, sem 
educação... vivendo no meio da mais completa liberdade de costumes, sem a coação da opinião pública, 
sem a disciplina duma autoridade espiritual fortemente constituída... sem estímulos e sem apoio... devia 
cair na regra geral dos seus colegas de sacerdócio, sob a influência enervante e corruptora do 
isolamento, e entregara-se ao vício e à depravação, perdendo o senso moral e rebaixando-se ao nível 
dos indivíduos que fora chamado a dirigir. (SOUSA, Inglês de. O missionário. São Paulo: Ática, 1987, 
p. 198). 
 
● ADOLFO CAMINHA 1867-1897 (Aracati-CE / Jornalista) 
 
Adolfo Caminha foi um dos representantes mais relevantes do naturalismo brasileiro. 
Polêmico, escreveu obras com temas censurados pela literatura tradicional, como “Bom-
Criolo”, romance em que fala sobre homossexualismo. O escritor também tinha fortes 
ideais políticos, apoiando a república e a abolição da escravatura. Autor de algumas das 
obras-primas do Naturalismo como A Normalista e Bom-Crioulo. Devido a sua morte 
prematura aos 30 anos, deixa dois romances pela metade, “Ângelo” e “O Emigrado”. 
Estilo 
Descreve crimes em suas obras, cheias de tragédias. O naturalismo de Caminha retrata os 
vícios do homem, a sexualidade, a traição e o homossexualismo, sem fugir da polêmica. O estilo de escrita 
era simples, com uma linguagem acessível. 
 
Obras Principais: 
• A Normalista (1892), Bom Crioulo (1895), A Tentação (1896) - romances 
• Judith (1893), Lágrimas de um Crente (1893) - contos 
• Voos Incertos (1855-6) - poesia 
• Cartas Literárias (1895) - crítica 
• No País dos Ianques (1894) - crônica 
 
A Normalista é a história chocante de um incesto em que a personagem principal é seduzida pelo padrinho. 
Já O Bom Crioulo trata das minorias sexuais condicionadas pelo ambiente. O personagem Amaro, O Bom 
Crioulo, se envolve amorosamente com um jovem grumete, que acaba sendo seduzido por uma portuguesa. 
A descoberta da traição leva Amaro a assassinar seu amante. 
"Seguia-se o terceiro preso, um latagão de negro, muito alto e 
corpulento, figura colossal de cafre, desafiando, com um formidável 
sistema de músculos , a morbidez patológica de toda uma geração 
decadente e enervada, e cuja presença ali, naquela ocasião, 
despertava grande interesse e viva curiosidade: era o Amaro, 
gajeiro da proa, - o Bom-Crioulo na gíria de bordo.""Aleixo passava nos braços de dois marinheiros, levado como um 
fardo, o corpo mole, a cabeça pendida para trás, roxo, os olhos 
imóveis, a boca entreaberta. O azul-escuro da camisa e a calça 
branca tinham grandes nódoas vermelhas. O pescoço estava 
envolvido num chumaço de panos. Os braços caíam-lhe, sem vida, 
inertes, bambos, numa frouxidão de membros mutilados." (O Bom 
Crioulo, fragmento) 
 
REALISMO E NATURALISMO: DISTINÇÕES 
 
O Naturalismo não é independente do Realismo. Ambos têm como objeto de observação a realidade 
exterior; ambos são postos em relevo pela literatura no mesmo período. O Naturalismo incorporou ao 
Realismo o cientificismo da época, o determinismo e a crença de que os homens estariam condicionados 
pela hereditariedade, pelo meio e pelas circunstâncias, criando daí romances que são verdadeiras teses 
científicas, nos quais o artista cria situações de causa e efeito para melhor descrever atitudes e 
personalidades, evidenciando preocupações patológicas. 
 
ATIVIDADES: 
 
1. Qual foi o primeiro romance realista da literatura universal e quem o escreveu? 
2. Sobre Eça de Queiroz, qual sua importância para a literatura e qual foi seu romance de grande êxito? 
3. Quando teve origem o Realismo no Brasil e quais os seus dois principais autores? 
4. O Realismo surgiu como reação a quais aspectos do Romantismo? 
a) Surgiu como uma reação ao subjetivismo, individualismo e eu românticos. 
b) Surgiu como uma continuidade do subjetivismo e individualismo românticos. 
5. Como os realistas procuram retratar o homem e a sociedade? 
a) De forma idealizada e irreal. 
b) Com veracidade e contemporaneidade. 
6. Baseando-se na obra de Dom Casmurro de Machado de Assis, é correto afirmar que: 
a) Bentinho, o personagem-narrador desconfia que sua mulher esteja lhe traindo com Escobar e que seu 
filho Ezequiel é o fruto dessa traição. 
b) Bentinho, o personagem-narrador, tem certeza da traição de sua mulher, Capitu, com Escobar. 
7. A expressão ―Olhos de ressaca‖ empregada como título do fragmento da obra Dom Casmurro de 
Machado de Assis, já visto na apostila, tem a intenção de melhor descrever o olhar de Capitu ao ver 
seu possível amante morto em um caixão. Copie a alternativa que melhor traduz a expressão “Olhos 
de ressaca” nessa cena. 
a) “...enxugou as lágrimas depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala.” 
b) “... os olhos de Capitu fitaram o defunto, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar 
também o nadador da manhã.” 
8. Como o ser humano é considerado pelo Naturalismo? 
a) Retratam o homem e a sociedade a partir da observação do ambiente, dos costumes, das atitudes, 
procurando a causa dos fatos e fenômenos que abordam. 
b) Retratam o homem e a sociedade a partir do seu olhar subjetivo, fantasioso e que nada tem a ver com 
a realidade. 
9. Qual foi o primeiro grande romance naturalista brasileiro e quem o escreveu? 
10. Cite quais foram os principais autores do Naturalismo brasileiro. 
11. Identifique os autores naturalistas dos fragmentos abaixo (Inglês de Sousa/Adolfo Caminha/Aluísio 
Azevedo): 
a) Seguia-se o terceiro preso, um latagão de negro, muito alto e corpulento, figura colossal de cafre, 
desafiando, com um formidável sistema de músculos , a morbidez patológica de toda uma geração 
decadente e enervada... 
b) Em outras circunstâncias, colocado em meio diverso, talvez que padre Antônio de Morais viesse a 
ser um santo, no sentido puramente católico da palavra, talvez que viesse a realizar a aspiração da 
sua mocidade, deslumbrando o mundo com o fulgor das suas virtudes ascéticas e dos seus sacrifícios 
inauditos. 
c) No colégio era o único estudante que se chamava Raimundo e os colegas ridicularizavam-lhe o 
nome: “Raimundo Mundico Nico!” diziam-lhe, puxando-lhe a blusa e batendo-lhe na cabeça 
tosquiada à escovinha... 
 
 
 
 
 
 
GRAMÁTICA 
 
 FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
 As figuras de linguagem empregam-se para enriquecer a expressão oral ou escrita. Dividem-se 
em: figuras de palavras, figuras de pensamento, figuras de construção e figuras de som. 
 
Figuras de palavras (ou tropos) 
 
 As principais figuras de palavras são: comparação, metáfora, catacrese, metonímia, perífrase e 
sinestesia. 
 
1. Comparação (ou símile) - estabelece um paralelo entre dois elementos, destacando a semelhança entre 
eles. Exemplo: O homem é forte como (=qual, parecido com etc.) um touro. (comparação da força do 
homem com a do touro, que apresenta a imagem de vigor) 
 
Observação: Na comparação aparece um conectivo comparativo. (como, igual etc.) 
 
2. Metáfora - é uma comparação subjetiva entre dois termos sem o uso de conectivo. Exemplo: O homem 
era um touro. (semelhante a um touro) 
 
3. Catacrese - é uma metáfora pobre. É o emprego de palavras fora do seu sentido real, por falta de termo 
próprio. Exemplos: pés da cadeira; céu da boca; embarcar de avião. 
 
Observação: Alguns autores consideram a catacrese como um vício de linguagem. 
 
4. Metonímia - é o emprego de um termo em lugar de outro, baseado numa relação de afinidade. Há 
metonímia, por exemplo, quando se usa: 
 
a) O autor pela obra. Exemplo: E bom ler Fernando Pessoa (=a obra) 
b) O efeito pela causa. Exemplo: Devemos respeitar os cabelos brancos. (A expressão “cabelos brancos” 
representa a “velhice”, que é a causa dos “cabelos brancos”. 
c) O continente pelo conteúdo. Bebi um copo cheio. (= líquido) 
d) A marca pelo produto. Aprecio um porto. (= vinho) 
e) A parte pelo todo. Exemplo: Cabeças atravessam a avenida. (= pessoas) 
f) O abstrato pelo concreto. A juventude é corajosa. (= as pessoas jovens) 
g) O gênero pela espécie. Os mortais não sabem o que fazem. (= os seres humanos) 
 
Observação: Atualmente não se costuma fazer distinção entre metonímia e sinédoque. 
 
5. Perífrase (ou antonomásia) - é a substituição de um nome por um de seus atributos ou características. 
Exemplo: A Cidade Maravilhosa seduz os turistas. (Cidade Maravilhosa = Rio 
de Janeiro). 
 
Observação: Para alguns gramáticos, antonomásia é a perífrase que indica uma pessoa. Exemplo: O Rei 
do Futebol viajou. (Rei do Futebol = Pelé) 
 
6. Sinestesia - é a mistura de sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo: Tomei um 
café quente e gostoso. (quente: sensação tátil; gostoso: sensação gustativa). 
 
Figuras de construção (ou de sintaxe) 
 
 São estas as principais figuras de construção: inversão, anáfora, anacoluto, pleonasmo, 
assíndeto, polissíndeto, repetição, elipse, zeugma e silepse. 
 
 
 
1. Inversão – é a alteração da ordem dos termos da oração. Exemplo: A Deus devemos amar. (= 
Devemos amar a Deus) 
 
2. Anáfora - é a repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou de frases. Exemplo: É tudo tão 
estranho. É tudo vazio (N.F) 
 
3. Anacoluto- é o corte de um pensamento, substituído por outro. Exemplo: Eu, tudo não passa de intriga. 
O homem, somos todos incoerentes. 
 
4. Pleonasmo (ou redundância) – é o emprego de palavras redundantes para realçar um pensamento. 
Exemplo: Essas crianças, eu as observei de longe. 
 
5. Assíndeto - é a supressão da conjunção coordenativa (geralmente e) entre os termos da oração. 
Exemplo: Trabalhou, comeu, descansou, dormiu. (Não se colocou e antes de dormiu) 
 
6. Polissíndeto - é a repetição da conjunção coordenativa (geralmente e) entre os termos da oração. 
Exemplo: Trabalhou, e comeu, e descansou, e dormiu. 
 
7. Repetição (ou iteração ou reduplicação) - é a reiteração de palavras para intensificar o pensamento. 
Exemplo: A menina era bela, bela. 
 
8. Elipse - é a omissão da palavra ou expressão que se subentende facilmente. Exemplo: Espero 
compreendam! (subentende-se a conjunção que = Espero que compreendam!) 
 
9. Zeugma - é a omissão de uma palavra que foi expressa anteriormente. Exemplo: Roberta gosta de 
teatro; a irmã, de cinema. (omissão de gosta = Roberta gosta de teatro; a irmã gosta de cinema) 
 
10. Silepse- é a concordância ideológica (com a ideia e não com a palavra expressa). Exemplo: A silepse 
pode ser de gênero, de número e de pessoa. 
 
a) de gênero: São Paulo é muito populosa. 
b) de número: Os Lusíadas é uma obra-prima. 
c) de pessoa: Os brasileiros somos trabalhadores. 
 
Figuras de pensamento 
 
 As principais figuras de pensamento são: apóstrofe, antítese, hipérbole, prosopopeia, gradação, 
ironia, eufemismo, paradoxo, hipálage e litotes. 
 
1. Apóstrofe – é a invocação ou chamamento de alguém ou de algo personificado. Corresponde a um 
vocativo. Exemplo: Deus, ajude-me! 
 
2. Antítese (ou contraste) - é a oposição de ideias para realçá-las. Exemplo: A vida é feita de alegrias e 
de tristezas. 
 
3. Hipérbole - é o emprego de uma palavra ou expressão exagerada para dar maior valor expressivo. 
Exemplo: Há mil anos que não nos víamos. 
 
4. Prosopopeia (ou personificação ou animismo) - é a atribuição de características dos seres humanos a 
seres inanimados e irracionais. Exemplo: O sol beijava a terra. 
 
5. Gradação (ou clímax) - é o encadeamento de ideias em ordem crescente ou decrescente. Exemplo: Ele 
gemeu, chorou, gritou desesperadamente. 
 
6. Ironia - é a sugestão do contrário do que as palavras expressam. Exemplo: Que belo serviço!(quando 
se quer dizer que o serviço não está perfeito) 
 
7. Eufemismo - é a substituição de uma palavra por outra mais suave. Exemplo: Desviou dinheiro. (= 
roubou) 
 
8. Paradoxo (ou oxímoro) - é a conciliação de ideias opostas, isto é, consiste na atribuição de termos 
contraditórios à mesma realidade. Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver;/ E ferida que dói, e não se 
sente;/E um contentamento descontente; E dor que desatina sem doer.” (Camões) 
 
9. Hipálage - é a transferência de uma característica ou qualidade, que logicamente se relaciona a um 
substantivo, para outro substantivo. Exemplo: O homem fumava um pensativo cigarro. 
 
10. Litotes - é a substituição de um termo ou expressão pela negação de seu oposto, com o objetivo de 
intensificação. Exemplo: A prova não foi nada fácil.(= A prova foi muito difícil.) 
 
Figuras de som (ou recursos fonológicos) 
 
 São estas as principais figuras de som: aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia. 
 
1. Aliteração - é a repetição de fonemas, simetricamente dispostos. Exemplo: "Vozes veladas, veludosas 
vozes.. (Cruze Souza) 
 
2. Assonância - é a repetição ordenada de sons vocálicos semelhantes. Exemplo: Sou um mulato nato no 
sentido lato./ Mulato democrático do litoral. (Caetano Veloso) 
 
3. Paronomásia - é o emprego de palavras semelhantes no som, mas de significados diferentes. Exemplo: 
“Na tua frente, fico estático e extático.” (estático: imóvel; extático: pasmado) 
 
4. Onomatopeia - é o emprego de palavras que tentam reproduzir sons ou ruídos. Exemplo: tique-taque 
(do relógio) 
 
 ATIVIDADES: 
 
1- Reescreva a frase seguinte usando adequadamente o eufemismo: “COMO AQUELE HOMEM É 
BURRO” 
 
2- Aponte a figura: “Naquela terrível luta, muitos adormeceram para sempre”. 
a) Antítese 
b) Eufemismo 
c) Hipérbole 
d) Prosopopéia 
e) Metonímia 
 
3- Na expressão “A natureza pode estar chorando” temos: 
a) antítese 
b) catacrese 
c) ironia 
d)personificação 
e) eufemismo 
 
4- “- O zum-zum-zum das crianças no prédio irritou o velho...” 
a) eufemismo 
b) prosopopeia 
c) antítese 
d) onomatopeia 
e) hipérbole 
 
 
 
 
5- “Eu já lhe disse um bilhão de vezes para não exagerar quando falar!” 
a) comparação 
b) hipérbole 
c) ironia 
d) prosopopéia 
e)catacres 
 
PARNASIANISMO 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
 
Na segunda metade do século XIX, o contexto sociopolítico 
mudou profundamente. Lutas sociais, tentativas e revolução, 
novas ideias políticas, científicas. O mundo agitava-se e a 
literatura não podia mais viver de idealizações e da fuga à 
realidade. Era necessária uma arte mais objetiva, que 
atendesse ao desejo de analisar, compreender, criticar e 
transformar a realidade. 
Grandes acontecimentos históricos marcaram a geração dos 
parnasianos brasileiros. A abolição da escravatura em 1888 
coincide com a estreia literária de Olavo Bilac. No ano 
seguinte houve a queda do regime imperial com a 
Proclamação da República. A transição do século XIX para o 
século XX representou para o Brasil um período de consolidação das novas instituições republicanas, 
restauração das finanças e impulso ao progresso material. Um ano após a proclamação da República, 
instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro renuncia ao poder, sendo 
substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano Peixoto. 
 
ORIGEM 
 
O Parnasianismo surgiu na França do século XIX e o nome deriva do termo "Parnaso", que na 
mitologia grega era o monte do deus Apolo e das musas, local em que se encontravam os poetas. Na 
França, os poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle e 
Théodore de Banville. 
c) uma estética literária de caráter exclusivamente poético, que reagiu contra os abusos sentimentais dos 
românticos. A poesia parnasiana é voltada para onde há o ideal da perfeição estética e a sublimação da 
"arte pela arte". 
 
CARACTERÍSTICAS DO PARNASIANISMO 
 
● Descrição objetiva da realidade: o escritor parnasiano trata os temas baseado na realidade, deixando 
de lado o subjetivismo, a emoção e o sentimentalismo; 
● Impessoalidade e impassibilidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos; 
indiferença à dor e aos desgostos. 
● Valorização da estética e busca da perfeição formal: a poesia é valorizada por sua beleza em si e, 
portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético; 
● Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto: emprego de palavras raras e incomuns, mas exatas, 
com um único sentido; 
● Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas; 
● Preferência pelos sonetos: composição formada por quatorze versos, distribuídos em dois quartetos e 
dois tercetos; 
● Arte pela arte: perfeição na metrificação e nas rimas, o mesmo número de sílabas é usado em cada 
verso; 
● Visão mais carnal que espiritual do amor: enfoque sensual da mulher com ênfase no físico. 
 
PARNASIANISMO EM PORTUGAL 
 
O movimento em Portugal teve pouca importância. São seus autores: Gonçalves Crespo (brasileiro que 
mudou para Portugal por ter se casado com uma portuguesa); João Penha e Antônio Feijó. 
 
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/cultura_grega.htm
PARNASIANISMO NO BRASIL 
 
O Parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o 
movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922). Considera-se como 
o marco inicial do Parnasianismo a publicação da obra Fanfarras, de Teófilo 
Dias, em 1882. Seu término foi em 1893 com o início do Simbolismo. 
A famosa Tríade Parnasiana Brasileira compõe-se dos poetas Olavo Bilac, 
Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. Além da Tríade, devemos destacar o 
nome de Vicente de Carvalho, que ficou conhecido como “Poeta do Mar” e o de 
Francisca Júlia, por alguns críticos considerada a voz poética parnasiana mais 
próxima da impassibilidade. 
 
PRINCIPAIS AUTORES: 
 
OLAVO BILAC - 1865 – 1918 (Rio de Janeiro-RJ / Jornalista) 
 
Foi o primeiro a ser chamado, ainda em vida, de “Príncipe dos Poetas Brasileiros”. 
Autor do Hino à Bandeira, deu preferência especialmente ao soneto. Nas duas 
primeiras décadas do século XX, seus sonetos de chave de ouro eram decorados e 
declamados em toda parte, nos saraus e salões literários da época. Codificou o seu 
credo estético que se distingue pelo culto do estilo, pela pureza da forma e da 
linguagem e pela simplicidade. Na última fase, Bilac revela-se mais interiorizado, 
questionando o sentido da vida e do mundo, as realidades morais e espirituais. 
 
Obras principais: Poesias, dividida em ―Panóplias‖, ―Sarças de Fogo‖ e ―Via Láctea‖, Poesias 
Infantis, e Tarde.Profissão de fé 
 
Invejo o ourives quando escrevo: 
Imito o amor 
Com que ele, em ouro, o alto-relevo 
Faz de uma flor. 
 
Imito-o. E, pois, nem de Carrara 
A pedra firo: 
O alvo cristal, a pedra rara, 
O ônix prefiro. 
 
Por isso, corre, por servir-me, 
Sobre o papel 
A pena, como em prata firme 
Corre o cinzel. 
 
Corre; desenha, enfeita a imagem, 
A idéia veste: 
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem 
Azul celeste. 
(...) 
 
Vocabulário: 
 
− Ourives: joalheiro que trabalha com ouro. 
− Carrara: cidade italiana onde se produz o 
melhor mármore branco. 
− Cinzel: instrumento cortante para esculpir. 
 
Comentário: No poema Profissão de Fé, 
observamos a importância da escolha das 
palavras precisas, o cuidado com as frases e o 
realce no ―polimento‖ dos versos para que o 
poema se torne uma espécie de objeto precioso, 
semelhante a uma joia fabricada pelo ourives. 
 
ATIVIDADES: 
 
● Todo poema está centrado na comparação 
entre o trabalho do ourives e o trabalho do poeta. 
1- Faça correspondências: 
 
(1) ourives – 1ª estrofe ( ) papel 
(2) prata firme – 3ª estrofe ( ) pena 
(3) cinzel – 3ª estrofe ( ) poeta 
 
2- Qual a origem da palavra parnasiano? 
 
3- A estética literária parnasiana reagiu contra o 
quê? 
4- Qual a obra que marcou o início do 
Parnasianismo no Brasil? 
 
5- Quais foram os poetas da famosa tríade 
parnasiana? 
 
6- Quem foi o poeta parnasiano chamado de 
Príncipe dos Poetas Brasileiros? 
 
 
 
 
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/semana22
ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937 Palmital de Saquarema-RJ / Farmacêutico) 
Sua poesia sempre seguiu as rígidas normas da escola parnasiana, ou seja, perfeição 
formal e métrica rígida. A sua linguagem é cuidadosamente trabalhada, chegando às vezes 
a ser rebuscada. Os temas giram em torno de objetos, como exemplo podemos citar os 
sonetos Vaso Grego e Vaso Chinês. 
Obras principais: Meridionais, Versos e Rimas, Canções Românticas e Sonetos e Poemas. 
 
Vaso Chinês 
 
―Estranho mimo aquele vaso! Vi-o. 
Casualmente, uma vez, de um perfumado 
Contador sobre o mármor luzidio, 
Entre um leque e o começo de um bordado. 
 
Fino artista chinês, enamorado, 
Nele pusera o coração doentio 
Em rubras flores de um sutil lavrado, 
Na tinta ardente, de um calor sombrio. 
 
Mas, talvez por contraste à desventura, 
Quem o sabe?... de um velho mandarim 
Também lá estava a singular figura; 
 
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a, 
Sentia um não sei quê com aquele chim 
De olhos cortados à feição de amêndoa‖ 
 
 
 
 
 
Vocabulário: 
 Mimo: primor, perfeição. 
 Contador: pequeno armário antigo. 
 Mármor: mármore. 
 Rubras: vermelhas. 
 Sutil: delicado, fino. 
 Lavrado: trabalho manual, ornato em relevo. 
 Mandarim: alto funcionário na antiga China. 
 Singular: única, especial. 
 
Comentário: O soneto Vaso Chinês é descritivo e sua finalidade é detalhar um objeto de arte. A atitude 
do poeta é impessoal, a linguagem e as rimas são ricas. 
 
 
RAIMUNDO CORREIA - 1859 – 1911 (São Luís-MA / Juiz) 
 
Em 1883 com o livro Sinfonias, assume o Parnasianismo. Os temas adotados por ele 
giram em torno da perfeição formal dos objetos. Foi um mestre da construção verbal, 
caracterizando-se pela escolha perfeita do vocábulo e pelo domínio do verso e da língua. 
Ele se diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é marcada por um 
forte pessimismo, chegando a até ser sombrio. Seus poemas serviam também à ação 
social e política e muitas vezes tinham um fundo filosófico e ideológico. 
Obras principais: Primeiros Sonhos, Sinfonias, Versos e Versões, Aleluias, e Poesias. 
 
 
VICENTE DE CARVALHO -1866 – 1924 – (Santos-SP / Advogado, Jornalista e Político) 
 
Poeta lírico, ligou-se desde o início ao grupo de jovens poetas de tendência parnasiana. 
Foi grande artista do verso, da fase criadora do Parnasianismo. 
Obras principais: Ardentias, Rosa, rosa de amor, Poemas e canções, Versos da 
mocidade, Páginas soltas e A voz dos sinos. 
 
Saudade 
 
Belos amores perdidos, 
Muito fiz eu com perder-vos; 
Deixar-vos, sim: esquecervos 
Fora demais, não o fiz. 
 
Tudo se arranca do seio, 
— Amor, desejo, esperança... 
Só não se arranca a lembrança 
De quando se foi feliz. 
 
 
 
 
 
 
 
Comentário: No poema Saudade, observamos as 
características parnasianas como: a visão mais 
carnal do que espiritual do amor, a objetividade e 
● descritivismo. 
 
FRANCISCA JÚLIA - 1871 – 1920 (Xiririca, hoje Eldorado Paulista-SP) 
Muito pouco se escreveu sobre o maior vulto feminino do parnasianismo brasileiro. Num universo inteiramente 
dominado por poetas do sexo masculino, Francisca Júlia provou que mulher também sabia fazer poesia de 
qualidade. Como poucos, criou versos perfeitos e em nada ficou a dever à chamada Tríade Parnasiana. 
Na segunda década do século, Francisca Júlia já era uma poetisa há muito consagrada. Aos 46 anos, recebe a maior 
homenagem que lhe prestaram em vida, quando um grupo de admiradores organizou, em 1917, uma sessão literária 
e ofereceu seu busto à Academia Brasileira de Letras. Era a consagração da talentosa artífice de versos, da "Musa 
Impassível", como ficou conhecida. 
Obras principais: Mármores, Livro da Infância, Esfinges, A Feitiçaria Sob o Ponto de Vista Científico e Alma 
Infantil. 
SIMBOLISMO 
 
CONTEXTO HISTÓRICO 
 
O Simbolismo é originário da França e se iniciou com a publicação de 
As Flores do Mal, de Baudelaire, em 1857. Esse movimento surgiu 
nas últimas décadas do século XIX com o objetivo de negar o 
materialismo que dominava o pensamento da época. 
O otimismo da era das revoluções sai de cena, cedendo espaço a um 
olhar mais reflexivo e pessimista, propondo a analisar e atingir a alma 
humana através de textos que valorizassem as sensações. 
 
O final do século XIX representou uma sociedade marcada por um 
sentimento de total inquietação proveniente das descobertas científicas 
tanto difundidas pela era do Realismo, que, como toda mudança, 
desencadeou um processo de indefinições quanto a valores e 
convicções inerentes ao ser humano. 
 
Em consonância com esta problemática, destacava a enorme crise 
social desencadeada pela disputa econômica entre as grandes potências mundiais com o advento da Revolução 
Industrial, que obteve como fator resultante, as duas grandes guerras mundiais. 
 
Diante disso, o ser humano constituía uma visão patética e dramática perante a sociedade que o cercava, sentindo-
se impotente e enclausurado em meio a tantas tensões e contradições. 
 
Os artistas retomaram o sentimentalismo subjetivo tanto cultuado pelos românticos, porém partindo para 
uma visão transcendental influenciada nas ideias de Sigmund Freud: a descoberta pelo “eu” nas camadas mais 
profundas que habita o ser: o inconsciente e o subconsciente. 
 
Diante de uma visão extremamente pessimista do mundo, os simbolistas procuravam no mais profundo “eu” uma 
resposta para todas estas inquietações procurando solucionar todo este sentimento de angústia. 
 
CARACTERÍSTICAS DO SIMBOLISMO 
 
● Subjetivismo: teorias que se voltam ao mundo interior, ao sentimento, à imaginação e à espiritualidade; 
● Imprecisão: utilização de palavras que apresentam sentido vago, impreciso e indireto; 
 
● Musicalidade: presença de ecos, comparações, aliterações (repetições de sons consonantais), e 
assonâncias (repetição de sons vocálicos); 
● Pessimismo: os temas mais abordados eram a morte, o destino e a loucura; 
● Misticismo: religiosidade e valorização do espiritual; 
 
● Sugere ao invés de descrever; simboliza ao invés de nomear; 
● Personificação: utiliza letras maiúsculas em substantivos comuns; 
● Desejo de transcendência: deixar a matéria e libertar o espírito; 
● Interesse pelo noturno: pelo mistério e pela morte; 
● Exploração das zonas desconhecidas da mente humana: o inconsciente e o subconsciente; 
 
● Enfoque espiritualista da mulher: colocando-a num clima de sonho onde predomina o vago, o 
impreciso.● Sinestesia: o poeta procura estabelecer uma relação entre as palavras e as sensações (tato, olfato, 
paladar, visão e audição), isto é, pretendiam alcançar o leitor através da sensibilidade e não do raciocínio. 
 
SIMBOLISMO EM PORTUGAL 
 
Tem início em 1890 com o livro de poemas de Eugênio de Castro, 
“Oaristos”, e com revistas acadêmicas, durando até 1915, época 
do surgimento da geração Orfeu, que desencadeia a revolução 
modernista no país. Os principais autores desse estilo em Portugal 
seguem linhas diversas, que vão do esteticismo de Eugenio de 
Castro ao nacionalismo de Antonio Nobre, e outros, até atingirem 
maioridade estilísticas com Camilo Pessanha: o mais importante 
poeta simbolista português. 
 
PRINCIPAIS AUTORES: 
 
EUGENIO DE CASTRO -1869 – 1944 (Coimbra-Portugal / Professor) 
Entrou para a história da literatura portuguesa com o lançamento do livro de poemas Oaristos. 
Sua obra pode ser dividida em duas fases: na primeira, a fase simbolista, apresenta algumas 
características como o uso de rimas novas e raras, novas métricas, sinestesias, aliterações e 
vocabulário mais rico e musical. Na segunda fase ou neoclássica, que corresponde aos poemas 
escritos já no século XX, vemos um poeta voltado à Antiguidade Clássica e ao passado português. 
Obras: Oaristos, Horas Tristes, Constança, Cristalizações da Morte e Últimos Versos, entre 
muitas outras. 
 
ANTONIO NOBRE -1867-1900 (Porto-Portugal / Cientista Político) 
A debilidade física e a preocupação com a morte foi algo que marcou de forma indelével a sua 
personalidade, desde logo por ser o mais mimado e superprotegido da família, e concedeu à sua 
obra o caráter egotista que a caracteriza. Se nos seus poemas pesa o pendor triste, dramático e 
desesperado, nas suas cartas vibra aqui e além o apego à vida, a esperança da cura e também a 
alegria. A sua escrita entre 1895 e 1889, com algumas exceções de sonhos de amor e glória, dão 
largas à amargura e angústia de uma existência vincada pelo medo da morte mas também pela 
resignação. Em vida, publicou apenas a coletânea Só em 1892. Poeta subjetivo, nacionalista na medida em que 
incorpora os pescadores e aldeões e notas paisagísticas da terra portuguesa. Aparece na visão místico-religiosa e 
seu conteúdo temático é religioso. 
Obras: Só, Despedidas e Primeiros versos, entre muitas outras. 
 
CAMILO PESSANHA - 1867-1926 (Coimbra-Portugal / Advogado) 
Camilo Pessanha é o maior e mais autêntico poeta simbolista português. Foi fortemente 
influenciado pela poesia do poeta francês Verlaine. Sua poesia mostra o mundo sob a ótica da 
ilusão, da dor e do pessimismo. O exílio e a desilusão também estão presentes em sua obra e 
passam a impressão de desintegração do seu ser. A sua obra mais famosa é Clepsidra, relógio de 
água, que contém poemas com musicalidade marcante e temas até certo ponto dramáticos. 
Obras: Clepsidra, San Gabriel e Rosas de Inverno. 
 
 
Ao longe os barcos de flores 
 
Só, incessante, um som de flauta chora, 
Viúva, grácil, na escuridão tranquila, 
– Perdida voz que de entre as mais se exila, 
– Festões de som dissimulando a hora. 
 
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila 
E os lábios, branca, do carmim desflora... 
Só, incessante, um som de flauta chora, 
Viúva, grácil, na escuridão tranquila. 
 
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, 
fora, Cauta, detém. Só modulada trila 
 flauta flébil... Quem há-de remi-la? 
Quem sabe a dor que sem razão deplora? 
 
Só um instante, um som de flauta chora... 
(Camilo Pessanha) 
 
ATIVIDADES: 
 
1- Quais são os principais autores do Parnasianismo no 
Brasil? 
2- Quem foi Baudelaire e que obra escreveu? 
3- Que característica romântica passou a ser cultivada 
pelos simbolistas? 
4- Qual a obra que marcou o início do Simbolismo em 
Portugal? 
5- Quais são os três autores simbolistas portugueses 
mais importantes? 
 
 
6- O poeta simbolista pretendia: 
c) sugerir a realidade através de símbolos 
d) usar palavras que pretendiam atingir 
o inconsciente 
e) descrever a realidade de maneira clara e objetiva 
f) as alternativas a e b estão corretas. 
 
 
 
 
 
SIMBOLISMO NO BRASIL 
 
Tem início oficialmente em 1893, com a 
publicação de Missal (poema em prosa) e 
Broquéis (poema em versos), de Cruz e Souza. 
O fim do século XIX foi marcado pelo avanço 
científico e a corrida desenfreada do capitalismo 
industrial em busca de tecnologia e matéria-
prima. Era também a busca de novas tendências 
e o Brasil passou por mudanças dentro de sua 
estrutura política, econômica e social. A 
abolição da escravatura em 1888 não assegurou 
o direito de igualdade e civilidade aos negros, 
acentuando o problema da miséria no país. 
Revoltas como a “Guerra de Canudos” e a 
“Revolta da Armada” refletiam o 
descontentamento com as condições sociais 
vigentes. O império decadente deu lugar a 
uma república, em 1889, que favorecia diretamente o sudeste do Brasil, com a política do “café-com-
leite” (domínio alternado de presidentes mineiros e paulistas). 
O movimento simbolista não alcançou o êxito obtido na Europa, devido ao forte predomínio das 
tendências parnasianas em nossa literatura. Entre os poetas simbolistas, destacam-se as obras de Cruz e 
Sousa e Alphonsus de Guimaraens, o mais místico de nossos poetas. Terminou por volta de 1902 com o 
início do Pré-Modernismo. 
 
PRINCIPAIS AUTORES 
ALPHONSUS DE GUIMARAENS - 1870-1921 (Ouro Preto-MG / Advogado) 
 
Em 1888, morre sua noiva, Constança. A morte da moça abalou muito o poeta. Doente, 
vem, em 1891, para São Paulo, onde colaborou na imprensa e entrou em contato com 
os jovens simbolistas. Em 1895, no Rio de Janeiro, conheceu Cruz e Souza. Apesar de 
ter se casado posteriormente, o amor por Constança marcou profundamente sua poesia. 
Sua obra é marcada pelo pessimismo, religiosidade e um forte questionamento da vida. 
Obras: Septenário das Dores de Nossa Senhora, Câmara Ardente, Dona Mística, 
Kyriale, Mendigos, Ismália. 
 
Ismália 
 
Quando Ismália enlouqueceu, Estava perto do céu, 
Pôs-se na torre a sonhar... Estava longe do mar... 
Viu uma lua no céu, 
Viu outra lua no mar. E como um anjo pendeu 
As asas para voar... 
No sonho em que se perdeu, Queria a lua do céu, 
Banhou-se toda em luar... Queria a lua do mar... 
Queria subir ao céu, 
Queria descer ao mar... As asas que Deus lhe deu 
Ruflaram de par em par... 
E, no desvario seu, Sua alma subiu ao céu, 
Na torre pôs-se a cantar... Seu corpo desceu ao mar... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRUZ E SOUZA - 1861-1898 (Florianópolis-SC / Jornalista) 
 
Suas únicas obras publicadas em vida foram Missal e Broquéis. Ele é o mais importante 
poeta Simbolista brasileiro, chegando a ser considerado também um dos maiores 
representantes dessa escola no mundo. Muitos críticos chegam a afirmar que se não 
fosse a sua presença, a estética simbolista não teria existido no Brasil. Sua obra 
apresenta uma forte relação com a música e com a religiosidade. Usava palavras que 
davam ideias vagas e imprecisas. Um tema comum em sua poesia é a loucura. 
Conhecido como o “Cisne Negro” de nosso Simbolismo, procurou na arte a 
transfiguração da dor de viver e de enfrentar os duros problemas decorrentes da 
discriminação racial e social. 
Obras: Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos, Missal, Evocações e Canção Negra (Autobiografia). 
 
Cárcere das almas 
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, 
Soluçando nas trevas, entre as grades 
Do calabouço olhando imensidades, 
Mares, estrelas, tardes, natureza. 
 
Tudo se veste de uma igual grandeza 
Quando a alma entre grilhões as liberdades 
Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga 
no etéreo o Espaço da Pureza 
 
Ó almas presas, mudas e fechadas 
Nas prisões colossais e abandonadas, 
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! 
 
Nesses silêncios solitários, graves, 
que chaveiro do Céu possui as chaves 
para abrir-vos as portas do Mistério?! 
Vocabulário 
12. Calabouço: prisão subterrânea;cárcere. 
13. Grilhão: corrente que prende os condenados; cadeia, algema. 
14. Funéreo: relativo à morte, aos mortos ou a coisas que com eles se relacionem. 
15. Etéreo: sublime, puro, elevado; celeste, celestial. 
 
ATIVIDADES: 
1. No soneto Cárcere das Almas, que termos o poeta empregou para significar corpo? 
a) cárcere, prisões e calabouço b) cárcere, grilhões e imensidades. 
2. Escolha a alternativa que melhor interpreta o texto. 
a) O cárcere é representado pelo próprio corpo humano, que prende o espírito no mundo material e o 
impede de se libertar e atingir sua plenitude. 
b) O calabouço é um lugar físico que nada tem a ver com o corpo humano, assim a alma não tem como 
ficar presa a ele. 
c) Quanto a sua obra, qual a importância de Cruz e Souza para a literatura brasileira? 
d) Que tema Cruz e Souza abordou com mais frequência? 
e) Cite três fatos importantes do contexto histórico do Simbolismo no Brasil? 
 
 
GRAMÁTICA
 
Termos integrantes da oração 
 
 São termos integrantes da oração: complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), 
complemento nominal e agente da passiva. 
 Complementos verbais - são termos que completam o sentido de um verbo transitivo. 
 
Objeto direto - é o complemento de um verbo transitivo direto, ligado ao verbo sem a necessidade 
de preposição. Exemplo: Compramos um carro. / Espero que você venha. 
 
Observação: 
1. O objeto direto pode ser representado por substantivo, pronome, numeral, palavra ou expressão 
substantivada e oração substantiva. (objetiva direta). 
2. Há casos em que o objeto direto vem precedido de preposição. A preposição é justificada por 
motivos de clareza e de estilo. Temos, então, o objeto direto preposicionado. 
 
O objeto direto preposicionado costuma ser usado: 
a) com verbos que exprimem sentimentos. Exemplo: Amo a Deus. 
b) para evitar ambiguidade. Exemplo: A Abel matou Caim. 
c) quando o objeto direto antecede o verbo. Exemplo: A meus pais eu respeito. 
d) quando a preposição realça uma parte. Exemplo: Tomamos do vinho. 
e)quando o objeto direto é um pronome pessoal oblíquo, tônico, indefinido, ou interrogativo. 
Exemplo: Ela ama a mim. 
 
Objeto indireto - é o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o termo que se liga ao 
verbo por meio de uma preposição obrigatória. Pode ser representado por substantivo ou palavra 
substantivada, pronome, numeral e oração substantiva (objetiva indireta). Exemplo: Obedecemos às 
leis. 
 
Objeto direto e indireto pleonástico - é a repetição do objeto (direto ou indireto) como recurso de 
estilo. Exemplos: Aquele homem (0.d.) já o (o.d. pleonástico) vi./ A mim (o.i.) não me 
(o.i.pleonástico) obedeceu. 
 
Observação: 
1. Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as exercem a função de objeto direto. 
2. Os pronomes lhe, lhes exercem a função de objeto indireto. 
3. Os pronomes me, te, nos, vos podem exercer a função de abjeto direto ou indireto, conforme a 
transitoriedade do verbo. Exemplo: Disseram-me (o.i.) a verdade. 
 
Complemento nominal - é um termo ou expressão preposicionada que completa substantivos 
abstratos, adjetivos ou advérbios que não têm significados completos. Equivale ao objeto direto ou 
indireto dos verbos. Observemos que esses nomes que necessitam de complemento derivam 
geralmente de verbos transitivos. Exemplo: Compro (verbo) um livro. (0.d.) = compra (substantivo) 
do livro (c.n.) 
 
Agente da passiva - é o complemento de um verbo na voz passiva (é o agente da ação verbal). É 
sempre regido de preposição (por, pelo, de). Corresponde ao sujeito da voz ativa. Exemplo: O garoto 
é estimado pelos colegas. (agente da passiva)(= Os colegas (sujeito) estimam o garoto.) 
 
 Termos acessórios da oração 
Há três tipos - adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. 
Adjunto adnominal - é a palavra ou expressão que caracteriza ou delimita o substantivo. Pode ser 
representado por: artigo- Vi um homem; adjetivo - homem simpático; locução adjetiva - homem sem 
coragem; pronome adjetivo - este homem; numeral adjetivo - primeiro homem; oração adjetiva - 
homem que estuda; pronomes oblíquos átonos (me, te, lhe, nos, vos), quando tiverem vai 
possessivo). Vi-lhe o livro. (lhe = seu) 
Observação: 
1 - O adjunto adnominal, quando representado por locução adjetiva, exprime qualidade, posse, 
finalidade, matéria, origem etc. Exemplo: menina de ouro (qualidade) 
2- O adjunto adnominal está sempre junto do substantivo. 
 
Adjunto adverbial - é o termo que modifica o verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio. Pode ser 
expresso por advérbio, locução ou expressão adverbial, ou por oração adverbial. Exemplo: Fábio 
falou apressadamente. (advérbio) 
 
Aposto - é o termo que explica, esclarece ou resume outro termo. 
Tipos de aposto 
a) Explicativo - vem entre vírgulas, travessões ou parenteses. Exemplo: O homem, senhor idoso, 
chorava. 
b) Especificador- é aquele que se liga a um substantivo de sentido genérico, para indicar a espécie a 
que ele pertence. Não vem separado por vírgulas. Pode vir precedido de preposição. Exemplo: O rio 
Paraíba do Sul está poluído. 
c) Resumidor (ou recapitulativo) - é expresso geralmente por um pronome. Exemplo: Homens, 
mulheres, crianças, todos lutam pela felicidade. 
d) Enumerativo - desenvolve o que foi resumido num termo anterior. Exemplo: Os namorados viram 
a lua: sonho, bênção e sedução. 
 
Vocativo - é um termo independente, pois não está ligado diretamente aos outros termos da oração. 
O vocativo serve para evidenciar o ser a quem nos dirigimos. Serve para invocar, chamar ou 
nomear. 
Exemplo: A vida, amigo, não passa de luta! 
 
ATIVIDADES: 
 
1 - A análise sintática é definida pela relação que se estabelece entre palavras ou grupos de palavras 
dentro de um contexto. Relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª, observando a correta classificação 
dos termos destacados. A seguir, assinale a alternativa CORRETA: 
1. Objeto direto 
2. Objeto indireto 
3. Complemento nominal 
4. Agente da passiva 
( ) “ A fome pode determinar a supressão de uma delas.” 
( ) “ A destruição não atinge o princípio universal e comum.” 
( ) “ Uma das tribos será exterminada pela outra.” 
( ) ... e necessitam de mais alimento. 
a) 3, 1, 4, 2 
b) 1, 2, 3, 4 
c) 2, 4, 1, 3 
d) 4, 3, 2, 1 
e) 3, 4, 1, 3 
 
2- Assinale o item em que a função não corresponde ao termo em destaque: 
a) Comer demais é prejudicial à saúde. (complemento nominal) 
b) Jamais me esquecerei de ti. (objeto indireto) 
c) Ele foi cercado de amigos sinceros. (agente da passiva) 
d) Não tens interesse pelos estudos. (complemento nominal) 
e) Ele tinha receio de tudo a sua volta.. (objeto indireto) 
 
3- Em todas as alternativas abaixo, há objeto direto preposicionado, exceto em: 
a) Acho que ela não consegue amar a ninguém. 
b) Dedicou–se a estudos matemático. 
c) Para sair com a turma o diretor escolheu a nós. 
d) Ofenderam a mim e não a ele. 
e) O professor elogiou a todos. 
 
4- O agente da passiva foi corretamente destacado em todas as opções, exceto em: 
a) O presídio tinha sido cercado pelos soldados. 
b) Ela é a única responsável pela festa. 
c) O time foi derrotado pelo campeão da cidade. 
d) O mestre foi homenageado pelos alunos. 
e) A casa foi destruída pela inundação. 
 
5- Assinale a frase em que o objeto direto é pleonástico: 
a) A borboleta negra, encontrei–a à noite. 
b) Eu a sacudi de novo. 
c) Fiquei a olhar o cadáver com simpatia. 
d) Um golpe de toalha rematou a aventura. 
e) Vi dali o retrato de meu pai. 
 
6- Em "Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado.", os termos da oração grifados são 
respectivamente, do ponto de vista sintático: 
a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito 
b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto 
c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito 
d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto 
e) adjunto adnominal, aposto, predicativodo sujeito 
 
7- Das expressões sublinhadas abaixo, com as ideias de tempo ou lugar, a única que tem a função 
sintática do adjunto adverbial é: 
a) "Já ouvi os poetas de Aracaju". 
b) "atravessar os subúrbios escuros e sujos". 
c) "passar a noite de inverno debaixo da ponte". 
d) "Queria agora caminhar com os ladrões pela noite". 
e) "sentindo no coração as pancadas dos pés das mulheres da noite". 
Orações Subordinadas 
 
Oração subordinada é a oração que completa o sentido da oração principal, exercendo 
uma função sintática de substantivo, adjetivo ou advérbio. A oração subordinada não 
pode ser compreendida sem a oração principal, sendo dependente da mesma. 
 
Exemplo: 
Espero que você consiga ir. 
 
No exemplo acima temos duas orações: “Espero” e “que você consiga ir”. A segunda oração está 
completando o sentido do verbo transitivo direto “espero”, portanto esta oração exerce função 
sintática de objeto direto sendo considerada uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 
Dependendo da função sintática que exercem, as orações subordinadas podem ser classificadas 
em: substantivas, adjetivas ou adverbiais. 
 
Orações Subordinadas Substantivas 
 
As Orações Subordinadas Substantivas desempenham o papel de substantivo e podem ser 
encontradas nas frases com funções sintáticas de sujeito, predicado nominal, objeto direto, objeto 
indireto, complemento nominal, ou aposto. Elas podem se apresentar na formas desenvolvida ou 
reduzida. 
Desenvolvidas 
Em sua forma desenvolvida, as orações são introduzidas por uma conjunção integrante. Essa 
conjunção é, geralmente, “que” ou “se”, mas também pode ser “quem”, “quantos”, “como”, “onde”, 
“quando”, entre outros. 
Exemplo: 
Ele afirmou que conhecia todos membros do clube. 
Reduzidas 
Na forma reduzida, as conjunções não aparecem na frase. Para identificá-la, pode-se observar o 
verbo e fazer a substituição por “isto”, “disto”, “nisto”, “para isto” etc. 
Exemplo: 
Ele afirmou conhecer todos os membros do clube. 
 
Orações subordinadas adjetivas 
 
Orações Subordinadas Adjetivas são as orações que têm a função de caracterizar um termo da 
oração principal, desempenhando a mesma função de um adjetivo. 
As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos (que, quem, qual, 
quanto, onde, cujo, etc.). São classificadas de acordo com sua capacidade de ampliar ou reduzir o 
sentido do termo a que se referem. 
Exemplo: 
Admiro pessoas que se esforçam. 
Oração subordinada adjetiva reduzida 
As orações reduzidas não são introduzidas por conjunções ou pronomes e apresentam verbos em 
uma das formas nominais. 
Exemplo: 
Já foram comidos os chocolates comprados por mim. 
 
Existem dois tipos de orações subordinadas adjetivas: 
• Oração subordinada adjetiva explicativa; 
• Oração subordinada adjetiva restritiva. 
 
 
 
Orações Subordinadas Adverbiais 
 
Orações subordinadas adverbiais são orações que exercem a função de adjunto adverbial do verbo da 
oração principal, tendo a mesma função que um advérbio na estrutura frásica. Acrescentam à oração 
circunstâncias de tempo, modo, fim, causa, consequência, condição,…, sendo iniciadas por 
conjunções ou locuções conjuntivas. 
 
No quadro abaixo, relacionamos os tipos de conjunções subordinativas e alguns exemplos para 
facilitar seus estudos: 
CAUSAIS 
Exprimem uma relação de causa. Por 
exemplo: porque, pois, pois que, visto que, por 
isso que, já que, uma vez que. 
“Já que você não me avisou com antecedência, 
não vou à festa”. 
CONCESSIVAS 
Exprimem relação de concessão. Por 
exemplo: embora, conquanto, ainda que, 
mesmo que, se bem que, bem que, posto que, 
por mais/menos que, apesar de, nem que. 
“Apesar de você não acreditar, cheguei cedo 
ontem à noite”. 
CONDICIONAIS 
Exprimem relação de condição. Por 
exemplo: se, caso, contanto que, salvo se, sem 
que, desde que, a menos que, a não ser que. 
“Vou viajar em dezembro, a não ser que meu 
pai mude de ideia”. 
CONFORMATIVAS 
Exprimem relação de conformidade. Por 
exemplo: conforme, consoante, como, segundo. 
“Segundo a previsão, hoje não vai chover”. 
COMPARATIVAS 
Exprimem relação de comparação. Por 
exemplo: tal qual, tanto...quanto, assim como, 
como, bem como, que nem, 
mais/menos/menor/maior. 
“Elias não entendeu nada, assim como eu”. 
CONSECUTIVAS 
Exprimem relação de consequência. Por 
exemplo: tal/tanto/tão/tamanho, de forma que, 
de maneira que, de modo que. 
“Ela até engasgou, tamanho foi o susto”. 
FINAIS 
Exprimem relação de finalidade. Por 
exemplo: a fim de que, porque, para que. 
“Diego me emprestou dinheiro para que eu 
pudesse almoçar”. 
PROPORCIONAIS 
Exprimem relação de proporcionalidade. Por 
exemplo: à medida que, ao passo que, à 
proporção que, quanto mais/menos...quanto 
menos/mais. 
“Parece que quanto mais coisas tenho para 
fazer, menos tenho vontade”. 
TEMPORAIS 
Exprimem relação de tempo. Por 
exemplo: quando, antes que, depois que, até 
que, logo que, assim que, desde que, cada vez 
que. 
“Assim que colocou os pés dentro de casa, já 
começou a reclamar”. 
INTEGRANTES 
Ligam as orações subordinadas substantivas à 
oração principal. Por exemplo: que, se. 
“Maria pediu que trouxéssemos os boletos para 
pagamento”. 
 
ATIVIDADES 
1- Assinale a alternativa cuja oração subordinada é substantiva predicativa.a) Espero que venhas 
hoje. 
b) O aluno que trabalha é bom. 
c) Meu desejo é que te formes logo. 
d) És tão inteligente como teu pai. 
e) n.d.a. 
2- "Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.” 
No texto acima temos uma oração destacada que é ________e um "se" que é . ________. 
a) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora 
b) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito 
c) relativa, pronome reflexivo 
d) substantiva subjetiva, partícula apassivadora 
e) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito 
 
3- A oração destacada em: “Lá, cresce basicamente uma única espécie de árvore, QUE PERMITE 
UMA EXPLORAÇÃO INDUSTRIAL DA MADEIRA PELAS INDÚSTRIAS DE PAPEL, 
MÓVEIS E NAVIOS.” classifica-se como subordinada: 
a) adverbial causal. 
b) adverbial concessiva. 
c) adjetiva explicativa. 
d) adverbial final. 
e) adjetiva restritiva. 
 
4- Classifique as orações subordinadas adverbiais: 
a) Você será aprovado, porque estudou muito. 
b) Eu me comportei tão bem que pude passear no parque. 
c) Caso necessite de maiores informações, envie um e-mail para o responsável. 
d) Fui aprovada, embora não tenha estudado muito. 
e) Compramos as passagens a fim de que pudéssemos viajar logo. 
 
5- Orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou explicativas. Indique a alternativa que 
apresenta a correta classificação ao lado do período apresentado: 
a) Os estudantes, que são bons alunos, serão ótimos profissionais. - Oração subordinada 
adjetiva restritiva. 
b) Os estudantes que obtiverem boas notas, receberão chocolates. - Oração subordinada 
adjetiva restritiva. 
c) Jamais encontraria o hostel, não fosse a gentileza de uma senhora que passava por ali. - Oração 
subordinada adjetiva explicativa. 
d) Aquelas mulheres, todas as de vermelho, são do mesmo bloco de carnaval. - Oração subordinada 
adjetiva restritiva. 
e) Aquela mulher, a feliz, acabou de sair. - Oração subordinada adjetiva explicativa.

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