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Citomegalovírus e Rubéola

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INFECÇÕES PERINATAIS 
(Parte 1) 
CITOMEGALOVÍRUS 
• 50 a 80% das mulheres em idade fértil são suscetíveis 
• 1 a 2% dos RN são infectados 
• Infecção congênita mais frequente 
• DNA vírus/HHV-5 
• Homem como único hospedeiro 
• Infecções recorrentes 
Transmissão 
• Horizontal: 
 Recepção de órgão ou sangue infectado 
 Contato sexual 
 Contato com salva 
 Contato com urina 
• Vertical: 
 Transplacentária 
 Contato no canal de parto 
 Amamentação 
Infecção primária 
• 1 a 4% das gestantes: 
• Infecção congênita – 40% das gestantes transmitem a 
infecção ao feto 
− Sintomáticas – 20% dos fetos 
 10% nascem normais 
 60% nascem com sequelas 
 30% vão a óbito em 2 anos 
− Assintomáticas – 80% dos fetos: 
 75% nascem normais 
 25% nascem com sequelas 
Infecção recorrente 
• 0,15% das gestantes 
• Infecção congênita - 0,5 a 3% das gestantes transmi-
tem a infecção para o feto 
− Sintomáticas – 5% dos fetos 
 10% nascem normais 
 60% nascem com sequelas 
 30% vão a óbito em 2 anos 
− Assintomáticas – 95% dos fetos: 
 92% nascem normais 
 8% nascem com sequelas 
Repercussões fetais (sequelas): 
• Microcefalia 
• Retardo mental 
• Hipotonia 
• Parestesias 
• Perda de visão 
• Surdez 
• Defeito no esmalte dos dentes 
• Déficit neuromuscular 
• Retardo de linguagem 
• Dificuldade escolar 
Diagnóstico pré-natal 
Laboratorial Ultrassonografia 
 Isolamento do vírus 
 Sorologia IgM e IgG 
 Teste de avidez 
 PCR no LA 
 CIUR 
 Calcificações intracra-
nianas ou hepáticas 
 Hidropsia fetal 
Analise laboratorial: 
Imunoglobulina M Imunoglobulina G 
• Infecção primária – pre-
sente em até 4 sema-
nas 
• Níveis elevados por vá-
rios meses 
• Falso positivo: fator 
reumatóide, vírus Eps-
tein-Baar 
• Infeção aguda: aumento 
de 4x na titulação entre 
amostras pareadas 
• Níveis elevados por vá-
rios anos 
• Sorologia para citomegalovirose 
IgM IgG Interpretação 
+ - Possível infecção aguda 
- + Infecção remota* 
+ + Infecção aguda? Infecção remota? 
- - Suscetível, não infectada 
OBSERVAÇÃO: 
A presença de anticorpos maternos antes da concep-
ção não previne a transmissão da doença ao feto, mas 
auxilia na prevenção de lesões graves 
• Problemas no diagnóstico: 
 Primoinfecção: IgM (-) em 20 a 30% 
 Reativação: IgM (-) em 30 a 50% 
Incubação de 28 a 60 dias 
• Teste de avidez (IgM e IgG positivos): 
 Só pode ser feito se a gestação tiver 16 sema-
nas ou mais 
Avidez baixa 
(≤ 30%) 
Sugere infecção recente há me-
nos de 4 meses 
Avidez moderada Não exclui uma infecção recente 
Avidez elevada 
(≥ 60%) 
Infecções adquiridas há mais de 
4 meses (não foi durante a ges-
tação) 
 
 
 
• PCR do líquido amniótico 
Positivo Negativo 
Infecção fetal Infecção materna 
≥ 100 mil 
partículas 
virais 
100% de probabili-
dade da presença de 
sintomas clínicos no 
recém nascido 
 
< 100 mil 
partículas 
virais 
92% de probabili-
dade de ausência de 
sintomas clínicos no 
recém nascido 
 
OBSERVAÇÃO 
Uma alternativa para a amniocentese é a cordocen-
tese (só pode ser feito a partir de 22 semanas), para 
identificar IgM no sangue do cordão umbilical 
Medidas profiláticas 
• Uso de preservativos nas relações 
• Cuidados com crianças em idade escolar 
• Hemotransfusão testada para CMV 
• Lavagem das mãos e limpeza do ambiente 
• Profissionais da Saúde – CUIDADO! 
• Vacinação para profissionais da saúde e profissionais 
que mantenham contato cotidiano com crianças e ges-
tantes e imunodeprimidos (enfermeiras, professoras, 
mulheres pediatras, trabalhadoras de creche, profissi-
onais de unidade de diálise) 
Tratamento 
• Imunoblobulina hiperimune anti-CMV 
• Ganciclovir 
• Foscarnet 
Rastreamento sorológico de rotina? 
SIM NÃO 
O rastreamento pode di-
minuir a incidência de in-
fecção aguda, uma vez 
que as gestantes sorone-
gativas podem se benefi-
ciar de medidas profiláti-
cas 
Os exames laboratoriais 
são onerosos 
O rastreamento pré-natal 
permite o diagnóstico 
dos casos de doença 
congênita precoce 
Não há tratamento pré 
natal eficaz até o mo-
mento 
A identificação pré-natal 
da infecção congênita 
permite que cuidados es-
peciais sejam adotados 
com o recém-nascido, a 
fim de impedir a dissemi-
nação. 
A imunidade materna 
prévia à concepção pro-
duz uma proteção subs-
tancial, mas não total, 
contra a infecção grave 
pelo CMV. 
IgM (+) e IgG (+)
Teste de avidez
Baixa avidez
(≤ 30%)
Duvidoso
PCR do líquido 
amniótico
Positivo
Infecção fetal
Negativo
infecção 
materna
Alta avidez
(≥ 60%)
Infecção 
remota
 
Rubéola 
• 1941 
− MacAlister Gregg – Sydney (Austrália) 
− 68 bebês com catarata congênita e malformações 
cardíacas 
• 1962 a 1964 
− Epidemia mundial de rubéola 
− Síndrome de rubéola congênita 
− 12,5 milhões de casos 
− 20.000 bebês com SRC 
− 11 mil óbitos 
• Estado imune de mulheres em idade reprodutiva em 
relação a rubéola 
País Imunes Suscetíveis 
EUA 91% 9% 
Brasil 72% 28% 
Diagnóstico clínico: 
• Exantema maculopapular 
• Adenomegalia retroauriculares e occiptal 
• Artrite transitória 
• Mal-estar 
• Cefaleia 
• Febre baixa 
Infecção e morbidade por rubéola congênita 
 
Repercussões fetais 
• Infecção materna (até a 10ª semana) 
− Catarata 
− Microcefalia 
− Microftalmia 
− Retinopatia 
− Malformações cardíacas 
• Infecção materna (11ª a 18ª semana) 
− Surdez e alterações neuropsicomotoras 
Diagnóstico sorológico 
• Gestante exposta ao contato 
− 1ª sorologia de imediato 
− 2ª sorologia com 28 dias 
• Gestante sem exposição 
− 1ª sorologia no primeiro trimestre 
− 2ª sorologia na 16ª semana 
• Resultados falso-positivos: 
− Presença de fator reumatóide 
− Vírus Epstein-Barr 
− Parvovírus B19 
− Coxsackie B 
Sorologia para rubéola 
IgM IgG Interpretação 
+ - Possível infecção aguda 
- + Infecção remota 
+ + Infecção aguda? Infecção remota? 
- - Suscetível, não infectada 
OBSERVAÇÃO: 
Seguir o fluxograma de investigação para citomegalo-
vírus na investigação da infecção da rubéola. 
• Teste de avidez (IgM e IgG positivos): 
 Só pode ser feito se a gestação tiver 16 sema-
nas ou mais 
Avidez baixa 
(≤ 30%) 
Sugere infecção recente há me-
nos de 4 meses 
Avidez moderada Não exclui uma infecção recente 
Avidez elevada 
(≥ 60%) 
Infecções adquiridas há mais de 
4 meses (não foi durante a ges-
tação) 
• PCR do líquido amniótico 
Positivo Negativo 
Infecção fetal Infecção materna 
≥ 100 mil 
partículas 
virais 
100% de probabili-
dade da presença de 
sintomas clínicos no 
recém nascido 
 
< 100 mil 
partículas 
virais 
92% de probabili-
dade de ausência de 
sintomas clínicos no 
recém nascido 
 
 
100%
67% 67%
47%
37%
90%
33%
24%
11%
1%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
> 11 sem 11 a 12
sem
13 a 14
sem
15 a 16
sem
17 a 36
sem
Fetos infectados Risco de malformação

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