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Mandato.
O contrato quando feito por escrito, se instrumentaliza por meio de procuração.
Há um contrato onde uma pessoa (Mandante/outorgante) transfere poderes para
outra pessoa (mandatário/outorgado), pode ser feito para todos os atos da vida civil,
ou simplesmente poderes limitados de escolha do outorgante.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu
nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento
particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
§ 1 o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a
qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação
e a extensão dos poderes conferidos.
§ 2 o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma
reconhecida.
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se
mediante instrumento particular.
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado.
Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição,
exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou
profissão lucrativa.
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em
lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na
falta destes, por arbitramento.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a
todos os do mandante.
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1 o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da
administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.
§ 2 o O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes
suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este
os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá
à data do ato.
Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome do
mandante, será este o único responsável; ficará, porém, o mandatário pessoalmente
obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio seja de conta do mandante.
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida,
quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em conseqüência do mandato.
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será
considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser
mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras
gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
Vale desde que tenha a assinatura do mandante apenas, e na procuração é necessário se
qualificar as pessoas, para se ter nenhuma dúvida acerca das partes, deve ainda ter dada para
delimitar o tempo dos poderes, caso nada seja escrito, então é indeterminado, e deve também ser
expresso a partir de quando está valendo, bem como deve estar disposto o local e objetivos do
mandato.
Natureza jurídica.
É um contrato unilateral, como regra geral, apenas uma pessoa tem obrigações,
pode ou não se combinar um preço, caso haja preço o contrato vira bilateral, pois há
agora obrigações para ambas as partes, então há uma regra geral de gratuidade,
porém se assim disposto pode ser remunerado.
Pode ser oneroso quando o mandatário for um profissional que recebe esses
poderes para a prática de atos profissionais, por exemplo no caso do advogado,
este mesmo que não expresso pode ainda ser oneroso, pois se trata de peça
fundamental para as práticas profissionais do advogado.
O contrato de mandato é consensual, logo basta a manifestação das partes é
necessário para o aperfeiçoamento, o contrato é informal via de regra, porém está
sujeito a forma que se exige para o ato que se pratica, por exemplo na compra de
um imovel acima de 30 salários mínimos, o mandato então deveria ser feito na
mesma maneira.
Contrato personalíssimo, se celebra com base na confiança dpo mandatário.
Quanto a aceitação,
necessita da procuração apenas precisa da assinatura do outorgante, vai produzir
efeitos quando houver a aceitação do mandatário, podendo ser tácita ou expressa
(quando apenas se dá início ao ato),
Espécies.
Quanto à origem
Legal: é aquele que simplesmente decorre da lei, por exemplo quando uma
mãe pratica atos em nome de seu filho.
-Judicial: temos poderes sendo conferidos em razão de ação judicial.
-Convencional: decorre do simples contrato e manifestação das partes.
-Pessoa: Pode ser o singular, onde há apenas um mandatário, ou plural,
onde há mais de um mandatário, assim podendo ser conjunto ou simultâneo,
ou seja, as pessoas devem praticar os atos conjuntamente.
Pode ser o plural solidário, ou seja, qualquer dos mandatários podem agir
individualmente.
Outra opção é o plural fracionário, neste caso se diz quem pode fazer o que.
A última hipótese é o plural sucessivo, onde uma pessoa deve praticar o ato,
mas na falta desta, já estará prevista outra pessoa que o faça.
Características.
Ao se receber uma procuração, se tem definido os poderes, então se algo é
praticado fora dos poderes, não se pode obrigar o mandante a algo que não
queria que o mandatário quisesse.
Quanto ao menor relativamente incapaz, este pode ser mandante e
mandatário, porém se submete a específicas regras, por exemplo o
mandante menor de idade deve passar poderes por instrumento público caso
seja para atos práticos da vida civil, em caso de atos jurídicos, deve ser por
assistência com os termos legais, se o menor for mandatário, em atos
extrajudiciais, não se há a possibilidade do mandante entrar judicialmente
contra o menor pois ele correu o risco.
Obrigações.
Obrigações do mandatário: deve praticar de boa fé, agir de forma diligente na
execução dos poderes que lhe foram conferidos, bem como prestar contas ao
mandante.
Não se pode também ter uma compensação dos prejuízos.
Caso o mandatário não entregue os valores que deveria entregar para o
mandante, deve pagar com juros.
A compra em nome proprio que deveria ser feita em nome do mandante
enseja em possibilidade de ação reivindicatória desta coisa comprada.
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do
mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem
substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.
§ 1 o Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução
do mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do
substituto, embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo,
ainda que não tivesse havido substabelecimento.
§ 2 o Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao mandatário os danos
causados pelo substabelecido, se tiver agido com culpa na escolha deste ou nas instruções
dadas a ele.
§ 3 o Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos praticados pelo
substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do
ato.
§ 4 o Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador será
responsável se o substabelecido proceder culposamente.
Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante,
transferindo-lhe as vantagens provenientesdo mandato, por qualquer título que seja.
Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos
que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.
Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para despesa, mas
empregou em proveito seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abusou.
Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante, comprar, em nome próprio,
algo que devera comprar para o mandante, por ter sido expressamente designado no
mandato, terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa comprada.
Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer
deles poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados
conjuntos, nem especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos
sucessivos. Se os mandatários forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado
sem interferência de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato.
Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com ele celebrar
negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra o mandatário, salvo se este
lhe prometeu ratificação do mandante ou se responsabilizou pessoalmente.
Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o
mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora.
Obrigações do mandante:
Cumprir com as obrigações feitas pelo mandatário, e o pagamento para tudo
o que for necessário para se realizar o ato, salvo se for convencionado de
forma diversa, porém a regra geral é o pagamento antecipado.
O mandante também pode ter a obrigação de pagar se assim for necessário,
por exemplo um advogado.
O mandante deve ressarcir o mandatário por perdas sofridas para a
execução do contrato. (com exceção de culpa do mandatário)
Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo
mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas
necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.
Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as
despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efeito, salvo
tendo o mandatário culpa.
Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato, vencem juros
desde a data do desembolso.
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este
sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso
de poderes.
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não exceder os
limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem o seu
procurador contratou; mas terá contra este ação pelas perdas e danos resultantes da
inobservância das instruções.
Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum,
cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os compromissos e
efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra os outros
mandantes.
Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato,
direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo despendeu.
Depósito
Uma pessoa entrega um objeto para outra, esta se obrigará a guardá-lo com
segurança.
Diferentemente da locação ou empréstimo, o depositário não pode usar e gozar da
coisa, apenas excepcionalmente é admitida, fugindo da regra.
O objeto deve ser móvel, palpável e corpóreo, logo não há depósito de bens imóveis
e incorpóreos.
Podem existir duas ou mais partes, o depositante é quem entrega o bem, e quem o
recebe é o depositário.
Os elementos essenciais neste caso contam com uma diferença dos restantes, a
regra geral aqui é que não haja o pagamento de preço, mesmo que ainda exista a
previsão de contratos onerosos, porém se trata ainda de uma exceção.
Há duas espécies.
-Voluntário
Vai da vontade das partes, ou seja, é dentro da autonomia privada.
-Necessário
Não é de livre e espontânea vontade, então decorre de uma obrigação que a
lei determinou. Ex: caso o DETRAN apreendeu um carro e o mande para um
depósito, neste caso além da obrigação em aderir a este contrato por conta
da lei, haverá ainda o pagamento para se retirar o bem e finalizar o contrato.
Necessário miserável, em caso de calamidade pública, quando não há
opção. Ex: em uma enchente uma pessoa tira os objetos da sua casa, e os
aloca para a casa de seu vizinho.
Objeto
-Regular
Se trata da regra, feita para coisas infungíveis.
-Irregular
Trata-se de exceção onde é feita para coisas fungíveis.
Natureza jurídica.
Gratuito mas pode ser oneroso
Gratuito e unilateral, porém pode ser bilateral e oneroso como exceção.
Comutativo, ou seja, sem riscos de aleatoriedade.
Personalíssimo, se dá com a confiança em outrem.
Contrato temporário
Contrato real, logo se aperfeiçoa apenas com a entrega da coisa, não bastando a
mera vontade.
É um contrato informal, porém ele é provado por escrito, isso não cria a obrigação
de forma para sua existência, apenas para sua prova
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até
que o depositante o reclame.
Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se
resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.
Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei,
nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por
arbitramento.
O contrato de depósito é temporário, podendo ser determinado ou indeterminado,
ainda que tenha sido por prazo determinado, pode ainda o depositante reclamar
antes do fim do prazo, há situações excepcionais, onde o depositário pode reter o
bem, por exemplo em caso de gastos ou prejuízos causados pelo objeto.
Porém via de regra o depositante pode reclamar antes, e ainda evitando qualquer
ônus contratual para si, via de regra.
Pode existir a possibilidade de se convencionar um pagamento por meio do
contrato, ainda será permitido caso seja resultante de atividade comercial, ou se o
depositário o praticar por profissão.
Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o
cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos
os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.
Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo
estado se manterá.
Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugar em que
tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do depositante.
Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o depositário tiver sido
cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a
este, sem consentimento daquele.
O depositário não pode via de regra usar e gozar do bem, então naturalmente
podemos imaginar que ele tem de conservar o objeto.
A devolução da coisa, pode ser convencionada em um local para ser devolvida, e
caso não exista essa previsão, será o local onde o objeto foi guardado.
As despesas da restituição decorrem do depositante, pode-se também convencionar
de diversa forma.
Pode fazer o depósito no interesse de outra pessoa, ou seja, por exemplo um bem
que não é seu, no caso tem que se avisar o depositário sobre isso, logo ele não
pode se exonerar da devolução sem o consentimento do dono, ou seja, a pessoa
que entregou só poderá pedir de volta após o depositário ter a anuência deste
terceiro.
Pode-se reter o objeto com motivação razoável, com o objeto sendo alvo de
execução, ou se for judicialmente embargado.
Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo
que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objetofor
judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se
houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.
Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositário, expondo o fundamento
da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao Depósito Público.
Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial da coisa,
quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la.
Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido
outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações
que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.
Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a
assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao comprador o preço recebido.
Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à
restituição do depósito, alegando não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo
compensação, exceto se noutro depósito se fundar.
O depósito com mais de um depositante, deve-se pensar acerca da divisibilidade ou
não do bem, como disposto no artigo 639, existe uma presunção que a coisa foi
depositada e os depositantes têm partes proporcionais acerca desta coisa.
O contrato pode porém prever a solidariedade, ou seja, o depositário devolver todos
os objetos para um depositante apenas, quando não houver tal expressão, será
presumida a solidariedade.
Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e divisível a coisa, a cada um só entregará o
depositário a respectiva parte, salvo se houver entre eles solidariedade.
Existindo o uso e gozo da coisa pode gerar perdas e danos e ainda a inexecução do
contrato, este uso pode existir no entanto com a expressão no contrato.
Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença
expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem.
Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em depósito a
terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste.
A incapacidade gera o fim do contrato, o depositante receberá a coisa pelo curador
do depositário, nesta falta, o curador deste irá transferir os imóveis para o deposito
público, ou transferir a novo depositário.
Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos
bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não
podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação
de outro depositário.
O depositário no caso de força maior e caso fortuito não irá responder neste caso,
porém deve provar esses fatos.
Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a
escusa, terá de prová-los.
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e
os prejuízos que do depósito provierem.
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o
líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando
imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.
Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados
suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante
ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem.
Depósito necessário.
Art. 647. É depósito necessário:
I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;
II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o
naufrágio ou o saque.
Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela
disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao
depósito voluntário.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos previstos no inciso II
do artigo antecedente, podendo estes certificar-se por qualquer meio de prova.
Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos
viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e
roubos que perpetraram as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos.
Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos hospedeiros, se
provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados.
Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a
remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando
exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os
prejuízos.
O depósito por calamidade pode ser usado em qualquer meio de prova, não se
restringindo à forma escrita.
A regra geral é a unipessoalidade e gratuidade do contrato, porém o depósito
necessário não se presume gratuito.
Há a previsão de prisão civil em caso de depositário infiel, previsão legal e
constitucional, porém não se aplica de fato a realidade, decorrente ao caso de San
José da Costa Rica, que prevê a proibição de prisão por descumprimento contratual,
logo o STF entendeu que seria proibida essa proibição
Prestação de serviços.
Os serviços prestados devem ser lícitos,- o que resta mencionado pela lei (Art 594
CC)
Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial,
reger-se-á pelas disposições deste Capítulo.
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser
contratada mediante retribuição.
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não souber ler,
nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas.
Partes
-Prestador: quem presta o serviço
-Tomador: quem recebe o serviço.
Pagamento.
Também chamado de salário civil, é item obrigatório nesta modalidade.
Porém não se trata de pacificidade, o CJF fez um enunciado onde se abre a
possibilidade de prestação de serviços sem o pagamento de retribuição.
Quando qualquer das partes n~]ao souber ler ou escrever, é necessário uma
assinatura a rogo, e é obrigatória a presença de duas testemunhas.
Natureza jurídica.
Se trata de contrato atípico.
Bilateral ou plurilateral.
Oneroso.
Se aperfeiçoa com a mera manifestação de vontade das partes, (consensual)
Contrato comutativo.
Personalíssimo (Se uma das partes morre, este contrato é considerado extinto)
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por
arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou
costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações.
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos,
embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à
execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por
findo o contrato, ainda que não concluída a obra.
Na falta de se expressar o valor da prestação de serviço, não será possível a
presunção de gratuidade, será feito arbitramento da prestação, com base em
complexidade, qualidade, tempo e local. (Artigo 596)
Ainda sobre o pagamento, via de regra será feito somente após a prestação deste,
com exceção se o pagamento for de outra maneira.
A prestação de serviço não pode ser por tempo maior de 4 anos, chegados estes
anos, dali para frente este tempo não será contabilizado, chegado neste tempo, será
necessário um novo contrato, extinguindo-se o antigo.
Não é necessário prazo determinado, neste caso aindase respeita o limite de 4
anos, salvo manifestação o contrário que o termine antes.
No caso a denúncia é motivada, ou seja, não precisa de justificativa, porém deve
avisar 30 dias antes.
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou
do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode
resolver o contrato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um
mês, ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou
quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
Não se conta o tempo em que por culpa do prestador não é prestado.
Na falta de determinação do trabalho, a análise será casuística, ou seja, o objeto
deve estar dentro de forças e condições, devem ainda obedecer a dignidade da
pessoa humana.
Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por
culpa sua, deixou de servir.
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho,
entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e
condições.
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra determinada, não se
pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a
obra.
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas
responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.
Se a pessoa resolver fazer uma cirurgia eletiva ao tempo que deveria fazer um
serviço, não se considera razoável, e ela responderá por perdas e danos,
justamente por não se caracterizar uma emergência.
Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não
satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a
retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar
benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável,
desde que tenha agido com boa-fé.
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da
prestação de serviço resultar de lei de ordem pública.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes.
Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do
contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela
impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem
pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de
caber durante dois anos.
Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não
importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente
da propriedade ou com o primitivo contratante.
Empreitada.
É uma espécie de contrato de prestação de serviço, o prestador de serviço é
o empreiteiro, e o tomador seria o dono da obra, no caso o objeto deve ser a
construção de uma obra, logo boa parte das características e natureza jurídica são
similares ao contrato de prestação de serviços.
-Empreitada de administração
O empreiteiro apenas administra, não precisa trazer mão de obra, ou comprar
os materiais.
-Empreitada de mão de obra (de lavor).
É necessário administrar a obra, e ainda fornecer a mão de obra.
A responsabilidade aqui é subjetiva apenas
-Empreitada mista.
O empreiteiro deve fiscalizar e gerenciar, bem como trazer a mão de obra e
materiais, neste caso há menos riscos para o dono da obra e muita para o
empreiteiro.
Neste caso a responsabilidade será objetiva, salvo quando demonstrada a
culpa do dono.
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele
e os materiais.
§ 1 o A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
§ 2 o O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de
fiscalizar-lhe a execução.
Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o
momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em
mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos.
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver culpa
correrão por conta do dono.
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa perecer antes de
entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a retribuição, se não
provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua
quantidade ou qualidade.
Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por
medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na
proporção da obra executada.
§ 1 o Tudo o que se pagou presume-se verificado.
§ 2 o O que se mediu presume-se verificado se, em trinta dias, a contar da medição,
não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver
incumbido da sua fiscalização.
A empreitada pode ser por fases, a cada fase concluída haverá um pagamento,
essa é uma das modalidades que podem ser feita.
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado
a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e
dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem encomendou a obra,
em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço.
Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou
negligência os inutilizar.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o
empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos,
pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não
propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do
vício ou defeito.
-Prazos
Não há pacificação de doutrina, o artigo 618 traz um prazo de garantia legal, com
prazo de 5 anos para aparecer problema de solidez e segurança, após sua
constatação, há o prazo de 180 dias para o comunicar, é valido para empreitada de
edifícios e construções consideráveis.
Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma
obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no
preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem
de instruções escritas do dono da obra.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é obrigado
a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre
presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e
nunca protestou.
Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-obra superior a um
décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra,
para que se lhe assegure a diferença apurada.
Art. 621. Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário da obra introduzir modificações
no projeto por ele aprovado, ainda que a execução seja confiada a terceiros, a não ser que,
por motivos supervenientes ou razões de ordem técnica, fique comprovada a inconveniência
ou a excessiva onerosidade de execução do projeto em sua forma originária.
Parágrafo único. A proibição deste artigo não abrange alterações de pouca monta,
ressalvada semprea unidade estética da obra projetada.
Art. 622. Se a execução da obra for confiada a terceiros, a responsabilidade do autor do
projeto respectivo, desde que não assuma a direção ou fiscalização daquela, ficará limitada
aos danos resultantes de defeitos previstos no art. 618 e seu parágrafo único.
Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra suspendê-la, desde que
pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos, mais indenização
razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra.
Art. 624. Suspenda a execução da empreitada sem justa causa, responde o empreiteiro por
perdas e danos.
Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis de
execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de modo
que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do
preço inerente ao projeto por ele elaborado, observados os preços;
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza, forem
desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o
acréscimo de preço.
Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das partes, salvo se
ajustado em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro.
A empreitada é um contrato impessoal salvo disposição em artigo 626.
Contrato de empréstimo
Por conceito uma pessoa entrega objeto a outrem, que irá usufruir e depois devolver
ao fim do contrato sem pagamento de remuneração.
Elementos
-Partes:
Comandantes (mutuante) é quem empresta e quem recebe é o comodatário
(mutuário)
-Objetos
Poder ser infungível, e neste caso será um comodato, ou fungível que enseja
em mútuo.
Ex: Imóveis por não serem consumidos, sempre serão comodatos.
-Natureza jurídica.
-Unilateral, pois tem uma pessoa emprestando e não há pagamento, logo
apenas tem deveres apenas uma das partes. (mesmo que a obrigação de devolver
por parte do comodatário, esta não se equipara a obrigação da outra parte)
-De onerosidade gratuita, pois o bem será devolvido.
‘ -Comutativo, logo não há riscos, as prestações estão previamente definidas.
-Contrato real, logo se aperfeiçoa com a entrega do objeto.
-Contrato informal, pode até ser feito de forma verbal.
-Será sempre temporário, nunca instantâneo, devido a devolução ao final.
-Espécies de empréstimo.
Comodato
-Chamado de empréstimo de uso, se usa esta e a devolve, por ser infungível
-Comodato ad pompam vel ostentationem, neste caso será de bem fungível
para uso de ostentação, e será devolvido o mesmo.
-As partes são os comandantes (quem tem a coisa), e o comodatário (quem
recebe a coisa).
-Contrato personalíssimo, ou seja, com base na confiança em outra pessoa
-Se deixa de ganhar remuneração, logo se temos um bem de uma pessoa
que tem curador, tutor, ou administrador, não podem fazer empréstimos sem
autorização especial para isso, buscada de maneira judicial ou pelo próprio
dono da coisa.
-O prazo pode ser determinado ou indeterminado, a previsão enseja na
obrigação de seu cumprimento, exceto em algumas situações, como por
exemplo a verificação do mal uso.
-No final do prazo o devedor estará já em mora, podendo judicialmente ser
reintegrado da posse.
-Na não previsão de prazo, o comodante irá notificar o comodatário, após o
prazo de 30 dias, se iniciará a mora.
-Após o prazo, o comodante pode fixar aluguel a título de penalidade, logo
será em valor maior que o normal para coagir o comodatário a devolver o
bem.
-A mora faz com que o comodatário responda por caso fortuito e por força
maior.
-Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso
concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz,
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se
determine pelo uso outorgado.
-Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não
podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas
e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o
aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
-Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser
este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se
possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
-Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e
gozo da coisa emprestada.
-Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão
solidariamente responsáveis para com o comodante.
-O comodatário não pode cobrar pelo uso da coisa bem como as despesas
que acarretam nelas.
-As benfeitorias é um temas de discussão sem pacificação, há o
entendimento da regra geral, logo somente as necessárias dá direito a
indenização e retenção sem o consenso do dono, as úteis dão estes mesmos
direitos desde que haja a autorização do dono e as, voluptuárias apenas
enseja a possibilidade de levantamento caso não cause danos ao bem
A outra parte da doutrina entende que isso seria cobrar as despesas
decorrentes do uso.
-O empréstimo para dois comodatários cria a solidariedade de
responsabilização entre eles.
Mútuo:
-Chamado de empréstimo de consumo, este se tratará de bens fungíveis,
logo se devolve outro bem de mesma espécie, quantidade e qualidade.
-O domínio da coisa muda, pois a pessoa irá consumir esta coisa, e devolver
um equivalente, logo há diferença na responsabilização, pois a coisa perece
para o dono, logo por ele corre todos os riscos, por isso é um contrato
translativo de propriedade.
-O mútuo celebrado com menor de dezoito anos é considerado ineficaz, com
exceções dispostas nos artigos 588 e 589
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o
que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm
todos os riscos dela desde a tradição.
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não
pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar
posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus
alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes
poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer
notória mudança em sua situação econômica.
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de
redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para
semeadura;
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
-Mútuo feneratício, ou seja, aquele destinado a fins econômicos, onde o
mutuário deve pagar os juros, está disposto no artigo 591.
Locação quanto a lei do inquilinato.
São validos apenas para imóveis urbanos, porém o critério não é meramente
geográfico, deve-se observar a destinação dada ao imvel, logo urbano são aqueles
destinadosa habitação de seu locatário, ou atividade comercial (prestação de
serviços, atividade industrial e etc..) já o imovel rural é destinado a explorar terra, e
atividade pecuária.
No caso dos imóveis rurais há o código civil e o estatuto da terra, que é uma lei
especial regulamentadora desses imóveis.
Os imóveis, mesmo que urbanos podem ser excluídos da lei do inquilinato.
-Aqueles de propriedades de entes públicos
-Vagas autônomas de garagem (quando a vaga é vendida sem ligação ao
apartamento)
-Espaços para estacionamento de veículos.
-Espaços destinados a publicidade
-Apart hotéis, hotéis ou equiparáveis.
-Arrendamento mercantil.
Locação que há pluralidade em um dos polos.
Neste caso, essas partes são solidárias.
Necessidade de outorga conjugal.
Há essa necessidade quando se faz restrição ou alienação de imovel, logo o
legislador pensou que uma locação é uma situação parecida com o direito real, pois
está se restringindo por um período de tempo as possibilidade que se façam com o
imovel, então há a necessidade de comunicação ao cônjuge, salvo nos casos em
separação total de bens.
A não concordância enseja ineficácia quanto a disposição para com o cônjuge.
Prazo
Não precisa ser determinado, porém caso seja, este deve ser cumprido, e durante o
prazo estipulado por contrato, o locador não poderá reaver o imovel, deverá pagar
perdas e danos ao locatário em caso de descumprimento, e o locatário, deverá
pagar uma multa caso não cumpra este prazo, a multa pode ser estipulada em
contrato, e quando não o for, será fixada por juiz,
No caso de contrato com prazo indeterminado, para se finalizar deverá ser
necessário um período razoável para o planejamento da outra parte (antecedência
mínima de 30 dias), mediante aviso por escrito (se chama denúncia), a falta deste
aviso enseja no pagamento de um mês de locação.
Pode se obrigar o terceiro que adquiriu imovel a cumprir o contrato de locação,
mesmo que não tenha firmado o contrato, é necessário a cláusula de vigência e o
registro do cartório de registro de imóveis.
Em caso de situação motivada: (mútuo acordo, descumprimento da lei ou contrato,
falta de pagamento e demais encargos, quando o poder publico requer o imovel
para reparações urgentes exigidas por este)
Morte
No caso de morte do contratante, no caso do locador, será transmitida a locação
para seus herdeiros.
A morte do locatário haverá sub rogação de direitos e deveres, no caso de locação
residencial há uma tentativa da manutenção da ordem familiar.
Em caso de locação não residencial será o espólio o subjugado, e em locação
comercial será o sucessor na sociedade.
Cessão, sublocação e empréstimo.
Na cessão da locação ocorre uma transferência e muda o locatário.
A sublocação há um contrato dentro do outro, esta pode ocorrer de forma total ou
parcial.
O empréstimo funciona com sublocação, porém sem o pagamento.
Em todos estes casos há a necessidade de consentimento do locador por escrito,
não há a previsão deste consentimento pelo fato de demora do locador em sua
manifestação de oposição, logo não enseja em aceitação tácita.
O prazo é de 30 dias para sua oposição, mesmo não existindo a presunção de
consentimento, porém pode-se entender que ele não aceitou.
A sublocação cria responsabilidade subsidiária ao sublocador, ou seja, quando o
principal não paga o aluguel, pode-se requerer este de forma solidária.
Do aluguel.
A convenção é livre, porém não se pode fazer em forma de moeda estrangeira, sua
variação cambial ou salário mínimo.
Deveres das partes.
O locador deve entregar o imovel e em estado adequado pelo uso, garantindo
também seu uso pacifico, tem sua responsabilidade por vícios anteriores à locação.
O locatário deve fazer o pagamento de acordo com a previsão contratual, no caso
das partes não convencionarem data específica, será entendido até o sexto dia útil
do mês seguinte. Outro dever é utilizar o imovel de forma compatível com a sua
destinação, e ainda devolver de forma parecida a aquela recebida.
O locatário deve levar ao conhecimento do locador eventuais turbações quanto ao
imovel.
Via de regra é que o locatário irá pagar as despesas como condomínio, água, luz
telefone e etc…, porém pode ainda ser convencionado de forma diversa.
Direito de preferência
Há regras específicas, dentro de um condomínio, há a preferência em prazo de 30
dias acerca deste direito de preferência, e deve ser tanto portando, ou seja, não
pode ser em piores condições do que o terceiro, e caso mude de ideia responde por
perdas e danos.
Caso o imovel esteja em condomínio pro indiviso, a preferência do condômino irá
prevalecer sobre os locatários.
Garantias.
Muitas vezes o locador e locatário podem não se conhecer, e o minimo de
segurança pode ser a garantia, neste caso há um rol taxativo no artigo 37 da lei do
inquilinato.
Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de
garantia:
I - caução;
II - fiança;
III - seguro de fiança locatícia.
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. (Incluído pela Lei nº 11.196, de
2005)
Caução, se trata de uma quantia financeira garantida a locação, neste caso não se
pode ultrapassar três meses de aluguel, e deve ser depositado em conta poupança,
e seus rendimentos ficam para o locatário.
A caução pode ser um carro, moto ou outros bens, desde que registrado em cartório
na matrícula do imovel, no caso de títulos e ações, em caso de falência dos
emissores dessa, o locador pode pedir a substituição frente à insegurança.
Fiança é uma garantia fidejussória, ou seja, está ligada à confiança da pessoa.
Seguro de fiança locatícia é na falta de um fiador, se paga para um banco para
garantir sua locação.
Cessão ou quotas de fundo de investimento, no caso se avisa o administrador do
fundo que se quer formalizar essa garantia, e a propriedade é resolúvel, ou seja,
pode pegar de volta em caso de não uso delas.
Não se pode também a dupla garantia, ou seja, pedir duas destas possibilidades.
Contratos de locação
Locação pelo código civil de 2002.
Todos os bens móveis e os imóveis excluídos da lei do inquilinato.
A locação como conceito é um contrato onde uma parte se obriga a ceder a outra
parte o uso e gozo do bem mediante a pagamento (Art 565 CC)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art89
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art89
O bem deve ser infungível, porém há uma exceção de locar bem fungível (Locacio
ad pompam vel ostentationem), seria uma locação apenas com o intuito de ostentar,
ou seja, é de uso decorativo, não podendo seu uso e gozo.
-Elementos
Partes (Locador e locatário)
Objeto (deverá ser infungível, com exceção de Locacio ad pompam vel
ostentationem)
Bem móvel, ou imovel excluído de lei especial
A remuneração é obrigatória e apontada em contrato.
-Natureza jurídica.
Contrato sinalagmático, pois há proporcionalidade entre deveres, obrigações
recíprocas, onde o locador deve entregar o bem e o locatário irá receber e fazer o
pagamento de remuneração, acrescentado outras obrigações, será bi ou plurilateral.
Quanto ao sacrifício patrimonial é oneroso para ambas as partes.
Comutativo, não há riscos, as prestações são previamente expressas.
É um contrato consensual logo, não será necessário a entrega do bem para seu
aperfeiçoamento, basta que haja a manifestação de ambos.
É um contrato de forma livre, logo não precisa de um contrato escrito, o contrato
pode ser verbal e ainda assim será válido. (Ainda que seja de imovel de valor
superior a 30 salários minimos)
É um contrato tipico devido sua validação no diploma legal.
Contrato como regra geral é um de execução continuada, pois haverá dois efeitos
no futuro ocorrendo, no caso um pagamento feito a cada mês.
-Obrigações das partes
São aquelas mínimas, logo podem ser apontadas mais.
-Entregar o bem ao locatário, em boas condições, ou em condições de uso normal.
(fora disso necessita de previsão contratual)
-O locador terá de garantir o uso pacifico dacoisa pelo locatário, ou seja, apenas
houve a transferência de posse, o locador se obriga então a também garantir que
durante a vigência contratual, o locatário deverá conseguir utilizar de forma pacífica,
ou seja, fora de discussão judicial ou outros problemas que possam cessar o uso.
Em um prejuízo, o locador deverá responder pelo bem, salvo se culpa do locatário o
bem for deteriorado. (Art 567)
-O locatário tem sua primeira obrigação pagar o locatário na data combinada em
contrato.
-Deve utilizar somente para seu uso normal, para aquilo que foi direcionado. Ex: Um
carro comum não pode ser utilizado em uma competição de velocidade ou
acrobacias.
-O locatário deve levar ao conhecimento do locador ameaças e turbações quanto ao
bem.
-Ao final do contrato o locatário deve entregar o bem corretamente, ou seja, em
condições semelhantes às do recebimento.
-Extinção
O contrato quando em prazo indeterminado, basta a notificação da outra parte,
porém em contrato de prazo determinado, haverá o ressarcimento de perdas e
danos relativos à falta do uso do bem. (Art 571)
Caso chegue ao fim do prazo e o locatário não devolva o bem, há uma previsão de
que o locatário poderá arbitrar aluguel a título de penalidade. (Arts 574 e 575)
-Registro de contrato
É um contrato informal, porém seu registro confere eficácia perante terceiro, o que
traz a possibilidade de em caso de venda para terceiro, a pessoa além de seguir
todos os termos do contrato.
Para dar vigência perante terceiros, necessitará de cláusula específica, o registro
deve ocorrer em cartório de registros e documentos no domicílio do locador, em
caso de bens móveis, ao se falar de bens imóveis deve ser feito no cartório de
registro de imóveis, na circunscrição em que se encontra o imovel.
-Morte
Em regra é um contrato impessoal, se aluga então por conta do objeto, neste caso
não é necessário nesse tipo de contrato a extinção, os herdeiros podem agora
assumir o papel do falecido, diferentemente de contrato personalíssimo.
Em contrato de locação deve-se saber se é de prazo determinado ou não, em caso
de contrato por prazo indeterminado a morte causará extinção.
Em contrato de prazo determinado, segue-se a regra geral, se conserva o contrato
para sua duração prevista.
Contratos de doação.
Extinção por revogação.
O doador pode em certas situações pedir a revogação:
-Na doação que haja encargo, e este descumprido.
Ex: João aceita carro de Priscila, desde que ele a leve para dar aulas, caso ele não
cumpra com sua parte, Priscila poderá revogar tal doação.
-Ingratidão de quem recebe o objeto.
Quando o doador faz tal ato, ele faz em benevolência, logo se a outra parte o trata
mal, se comporta com ingratidão, a gravidade dá o direito de revogação pelo doador.
Não há rol taxativo para a ingratidão logo as hipóteses são de rol exemplificativo.
O rol exemplificativo de ingratidão:
-Atentar contra a vida do doador.
-Agressão física do donatário pelo doador.
-Cometimento de grave injúria ou calúnia do donatário contra o doador.
-Recusa de alimentos que o donatário pode prestar ao doador.
Casso essas condutas sejam cometidas as pessoas próximas ao doador ( ascendente,
descendente,cônjuges e irmãos), também irá gerar possibilidade da revogação.
Obs: Pessoa de convívio, em uma união estavel é também equiparado ao conjuge, ou seja,
entra neste rol também.
Prazo
Decadencial de um ano, por outro lado, em caso de ingratidão é de um ano, porém no caso
de inexecução será de 10 anos (prazo geral do CC).
A contagem se dá pela combinação de dois requisitos: O conhecimento da autoria do fato,
ou o conhecimento do fato em si, se conta por tanto do que acontecer por ultimo dentro
destes dois.
Casos de ingratidão em que não se pode pedir a revogação.
-Doação na parte puramente remuneratória, ou seja, ressarcir serviço prestado sem que
haja a sua exigibilidade.
-Doação modal (com encargo) e a pessoa já cumpriu tal encargo.
-Cumprimento de obrigação natural.
-Doação relacionada a casamento futuro com pessoa determinada.
Doação
Por conceito é um contrato comum, onde há um doador que tira algo de seu
patrimônio que transfere este objeto para o donatário, é adequado dizer que ele se
obriga a se transferir bem ou vantagem (pois não precisa ser de imediato), não há
remuneração neste tipo de contrato.
Se trata portanto de um contrato gratuito, as partes são o doador e o donatário, e os
objetos (sendo esses materiais, imateriais e vantagens).
A natureza jurídica é de um contrato gratuito, logo sem sacrifício patrimonial para
uma das partes, aqui se ressalta que há uma exceção, há um entendimento que
uma modalidade de contrato a doação modal é onerosa, pois pode ser que o
donatário faça um sacrifício desproporcional ao doador (óbvio que menor), por
exemplo a doação de um imovel desde que o donatário construa uma piscina.
Os deveres envolvidos, como regra geral a doação é um contrato unilateral, só o
doador tem obrigações (salvo na obrigação modal, que é uma doação unilateral
imperfeita).
Quanto às formalidades, temos todas as opções.
-Formais não solenes (regra geral): Temos imóveis de valor inferior ou igual a 30
salários mínimos e bens móveis, basta fazer por escrito, não precisa se registrar.
-Formal solene: Um exemplo é o imovel de valor superior de 30 salários mínimos,
pois precisa ser feito por escrito e exige registro no cartório.
-Informal, essa é a doação verbal ou manual, feita para coisa móvel de pequeno
valor, onde se manifesta a vontade e se entrega logo em seguida.
O aperfeiçoamento do contrato, por se tratar de um contrato consensual, logo se
aperfeiçoa quando há a manifestação das partes, com exceção da doação
verbal/manual, esta precisa da entrega para se aperfeiçoar.
-Aceitação
É importante no contrato de doação, mas há a discussão, no entendimento anterior
a não aceitação tornaria o contrato invalido, porém no conceito do código atual não
se fala de aceitação.
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
A aceitação agora se encontra no plano de eficácia, logo temos a necessidade
ainda que o donatário aceite, porém mesmo antes desta aceitação o contrato ainda
é válido.
A aceitação pode ser expressa quando a pessoa manifesta sua vontade, e tácita
quando o donatário fica em silêncio, quando ele se comporta de maneira
incompatível com a recusa.
As doações modais, aquelas com encargo, não permitem a aceitação tácita.
Espécies de doação.
Doação pura: não há elementos acidentais, não se exige espera, comportamento
compatível
Doação condicional
Logo, depende de evento futuro e incerto, por exemplo condição suspensiva,
resolutiva.
Doação a termo
Depende de um evento futuro incerto.
Doação modal:
Temos com pena de ineficácia um encargo imposto ao donatário
Doação remuneratória:
Por trás dela há uma inexigível prestação de serviço, por exemplo o
pagamento de prestação de serviço sem exigibilidade.
Doação contemplativa ou meritória
Quando o faz por admiração para a pessoa que resolve fazer uma doação,
esta doação ocorre por mera liberalidade.
Doação ao nascituro
Pode receber doação, desde que o representante legal aceite para que esta
seja válida.
É sujeita a condição do nascimento com vida, assim ela irá produzir efeitos
Doação para o absolutamente incapaz
Necessita da aceitação do representante legal, menos a pura, por ser apenas
benéfica a ele.
Doação de ascendente para descendente
Não precisa da anuência de cônjuge de outros herdeiros, porém é
considerado uma adiantamento de herança
Doação entre cônjuges.
Há a possibilidade de doar quando o bem for de fora da comunhão do casal,
e configura também adiantamento de herança.
Doação em forma de subvenção periódica.
O doador envia renda em favor do donatário de forma periódica, se trata de
um contrato personalíssimo, e se extingue com a morte de uma das partes
via de regra geral, porém por meio de cláusula contratual pode se estipular
que na morte do doador, continuará de forma em subvençãoperiódica
Contrato de permuta
Por conceito é onde as partes contratantes irão trocar algo diverso de dinheiro(ou
coisa equivalente), logo há uma compensação recíproca.
Os sujeitos são chamados de tiradentes ou permutantes.
-Natureza jurídica.
Ele utiliza as regras compatíveis da compra e venda, inclusive a mesma natureza
jurídica, é sinalagmática (Bilateral ou plurilateral), oneroso, há uma dúvida jurídica
se haveria a troca por serviços, a doutrina entende que não será possível este tipo
de trocas (objetos de permuta), é um contrato comutativo, porém pode haver a
possibilidade das pessoas correr riscos tornando o contrato aleatório, é consensual,
logo irá se aperfeiçoar com a mera manifestação das partes, e não na entrega do
objeto.
As formalidades por regra é informal, porém em caso de imovel com valor maior a
30 salários mínimos ele será formal e solene.
-Elementos
As partes, são chamadas de de tradentes ou permutantes
Os objetos devem ser materiais e pautáveis (há divergências, podem ser imateriais
e serviços)
Caso haja a troca de bens, e uma menor complementação em dinheiro, pode sim
ser válido, afinal o mais valioso é o objeto em si, e não o dinheiro. Caso seja de
igual valor o dinheiro com o objeto, será avaliado o restante do contrato e seus
elementos.
-Características da permuta.
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes
modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas
com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
A primeira característica é a aplicação residual dos contratos de compra e venda,
desde que compatível.
Deverá somar todas as despesas e se dividir pelo número de contratantes, salvo
disposição em contrato, ou seja, é a regra geral para casos de omissão contratual.
Somente será anulável as trocas com valores desiguais, quando o valor é
compatível, não há necessidade de consentimento de descendentes e cônjuge.
Por jurisprudência, no caso de haver o recebimento de algo de maior valor do
ascendente, haverá portanto a dispensa do consentimento pela falta do prejuízo.
-Contrato estimatório
Não se trata de contrato de compra e venda, ele é completamente autônomo, e não
se confunde com subespécie de outros.
Seu conceito é um contrato em que o consignante transfere bens moveis ao
consignatário que poderá ao final do contrato devolver os bens ou pagar o preço de
estima, pode ainda fazer parcialmente, devolver o que não vendeu e pagar por
aquilo que vendeu.
Ex: Normalmente mercantil, utilizado por pequenos empresários para fins de
revenda, como lojas de roupa, eles procuram maneiras de comprar e vender
mercadorias sem a necessidade de despender muito dinheiro para isso, tendo um
gasto só na revenda do produto, o contrato diz que o fornecedor entrega roupas ao
pequeno empresário, e só com a venda delas ele paga o preço estimado ao
fornecedor.
O aperfeiçoamento no caso é de um contrato real, logo para se aperfeiçoar não
basta a manifestação de vontade, mas sim é necessária a entrega, então após a
entrega somente existirá obrigação para o consignatário.
Os bens serão sempre móveis, pois devem ser entregues a outrem por meio de
tradição.
Há a opção do consignatário, devolver os bens ou pagar o preço de estima, seria
então uma obrigação alternativa.
-Elementos
As partes
O objeto
Preço
-Natureza jurídica
Contrato real (Aperfeiçoa-se com a manifestação de vontades + entrega), é bilateral,
plurilateral e sinalagmático (há porém corrente minoritária que entende o contrato
estimatório como unilateral, pois após o momento de aperfeiçoamento só haveria
obrigação para uma das partes), é um contrato oneroso e comutativo.
Se trata de contrato informal, logo pode ser feito de qualquer forma, inclusive verbal.
Quando o consignante entrega os bens ao consignatário, se terá apenas a
transferência de posse, logo ele não será ainda o dono do objeto, apenas será
proprietário quando se pagar o preço estimado.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos credores do
consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser
comunicada a restituição.
O consignatário corre o risco quanto a aquele bem, logo ele poderá pagar o preço
ou restituir a coisa em caso de perecimento.
-Obrigações do consignatário.
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica
autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido,
restituir-lhe a coisa consignada.
O entendimento é de que se trata de obrigação alternativa, há portanto duas
possibilidades para o consignante em caso de descumprimento do consgnatário, por
ser uma obrigação alternativa, apenas poderá ser utilizada uma ação de cobrança,
porém por entendimento doutrinário, é possivel sim que seja feita uma ação de
reintegração de posse, o que geraria uma necessidade de obrigação alternativa.
Compra e venda
Restrição de bens em condomínio, se aplica apenas a venda de bens indivisíveis.
Pró diviso - Aquele condomínio que se consegue dividir. (de forma fática, física e
jurídica)
Há registro na matrícula em cada parte,
Pro indiviso - Não se divide nestes aspectos, ou seja, um carro ou avião que se
compra em condomínio com outras pessoas, logo só dá para dizer que tais partes
tem ou não uma porcentagem.
O STJ decidiu que um condomínio pode até ter a indivisão, porém caso exista sua
possível divisibilidade, então se reconheceu que mesmo neste caso deveria se
aplicar a restrição de bens indivisíveis.
A restrição é dar a preferência a outros condôminos que já existem, para adquirir a
parte do bem, pois assim iria se facilitar a pacificação social.
Logo antes de vender, deverá perguntar aos outros condôminos se eles querem
exercer seu direito à preferência.
A preferência (disposta no código civil como “tanto portanto”) ou seja, deve ser pelo
preço estipulado ou maior, não podendo se dividir mais vezes que a proposta
externa.
Caso mais de um condômino queira exercer o direito de preferência, há um rol de
preferência em ordem.
-Quem tiver benfeitorias de maior valor.
-Quem tiver o maior quinhão
-Quem fizer primeiro o depósito judicial.
Venda de amostra, protótipos ou modelos.
A amostra tem como objetivo mostrar o produto, logo ela é idêntica, porém menor e
em diversa embalagem, é uma reprodução corpórea e perfeita da coisa.
Protótipo, é o primeiro exemplar de uma invenção.
Modelo, é uma reprodução apenas exemplificativa da coisa, não necessariamente
será palpável, poderá ser feita de desenho, imagem e etc, será descrita e assim
como no protótipo cria expectativa futura quanto ao produto.
-Venda a Contento e da Sujeita a Prova.
Depende da condição suspensiva oriunda da insatisfação do comprador.
Na venda a contento, se necessita da subjetiva satisfação do comprador, podendo
variar do gosto de cada pessoa, dependendo da manifestação de agrado dela.
Na venda sujeita a prova, se determina parâmetros objetivos, ou seja, no caso de
um carro, suas especificações técnicas (número de cilindros bem como sua
disposição, assim como potência, aceleração, etc…) Se este carro não cumprir tais
expectativas, irá se suspender os efeitos do contrato.
É possível obrigar a pessoa a ficar com o bem, caso os parâmetros sejam objetivos.
-Venda sob medida.
Venda ad corpus (regra geral)
Será considerada na omissão do contrato, esta se caracteriza por ser feita em
relação a coisa certa, como por exemplo um apartamento, o preço será definido
como um todo, e não pela metragem.
Venda ad mensuram (sob medida e exceção)
Neste caso será determinado o preço pela metragem em si, um exemplo é uma
área rural, como uma fazenda por exemplo, quando a coisa vier em menor
metragem que a esperada, fora de uma certa tolerância (razoávele presumida
relativamente, ou seja, no geral de até 5%, porém na comprovação de que para
aquela situação, seja intolerável, esta presunção será afastada), haverá vicio
redibitório.
Pode-se exigir quando possível a complementação da área, quando assim for
possível
Contrato de compra e venda.
Ao se celebrar um contrato, os elementos necessários são partes, coisa e preço, se
começa portanto pelo título (apesar de ser facultativo).
-Partes
As dominações técnicas das artes são o comprador e o vendedor, devidamente
qualificados, essas partes necessitam de capacidade plena, o incapaz deve ser
assistido e representado.
-Objeto
A coisa é bem ampla, pode ser imaterial ou material, o importante é qualificá-lo e
individualizá-lo ao máximo, e dizer o estado deste bem, para evitar vícios
redibitórios, se possível fazer um laudo.
-Preço
Necessita de parâmetros objetivos para conversão em caso de moeda estrangeira,
não pode ser definido unilateralmente, pois gera nulidade na compra e venda, nem
mesmo cartelizado.
Necessita então da moeda corrente.
Deve-se colocar os dados do pagamento, seja pix, conta bancaria, ou qualquer
outro modo a ser combinado pelas partes de acordo com sua autonomia de
vontade.
(interessante apontar que por motivos de erro, não enseja mora por parte do
comprador)
-Entrega
Despesas com entrega e tradição são de responsabilidade do vendedor, e as de
escritura e registro ficam a cargo do comprador.
Há riscos em relação a coisa, que correm pelo vendedor até a entrega, e em relação
ao preço do comprador, até o momento da tradição.
-Exceções que fogem a regra dos riscos
O comprador excepcionalmente corre o risco antes da tradição, quando o produto
está à disposição do comprador.
No caso de atraso do comprador no momento da tradição, ele se descumpre o
contrato, logo entra em mora, corre o risco por este bem também.
Se não especificar o local, a tradição será no local de celebração do contrato.
No caso do vendedor fazer tudo certo, porém o comprador pedir a mudança do local
de entrega, irá este correr o risco.
Extinção dos contratos.
-Resilição
Envolve o exercício de um direito potestativo, podendo ser de ambas as partes
(bilateral) ou de apenas uma parte (unilateral)
Resilição bilateral é o chamado distrato, ou seja, quando as partes contratantes
estão de acordo, pode ser verbalmente ou escrito, basta estarem de comum acordo.
Uma importante característica é disposta no artigo 472 do código civil, logo deve-se
seguir a mesma forma exigida para o contrato.
“Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.”
Resilição unilateral, neste caso apenas uma parte pretende realizar tal ato, essa
declara sua vontade de resilir o contrato, é chamado de denúncia (denúncia do
contrato), há então a notificação da outra parte acerca do exercício do direito de não
seguir o contrato, no caso não há responsabilização e não gera perdas e danos,
porém caso se viole a boa fé objetiva, ou abuso de direito, aí terá sim
responsabilização.
“Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita,
opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito
depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.”
-Extinção por morte.
Nos contratos personalíssimos, não faz sentido o contrato persistir com a morte da
pessoa, logo se extinguem.
Os contratos impessoais por outro lado persistem, por exemplo contratos de
aluguel.
Compra e venda.
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.”
É um contrato translativo, pois significa a transferência de um bem, apesar de que
não significa que será um contrato real, e sim pessoal, logo exige a manifestação de
vontade.
“Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que
as partes acordarem no objeto e no preço.”
A compra e vende será perfeita ao se combinar o objeto e preço, ainda que a
tradição (transmissão) seja em diverso momento.
-Natureza jurídica.
Sua classificação é em primeiro lugar é um contrato sinalagmático (tem deveres e
direitos para ambas as partes envolvidas) podendo ser bilateral ou plurilateral.
Em relação ao sacrifício patrimonial é considerado oneroso, válido também para
ambas as partes.
Via de regra é comutativo, ou seja, suas prestações são previamente definidas,
porém é possível a compra aleatória, porém deve estar expressa no contrato, pois
se trata de uma exceção.
Quanto ao momento de aperfeiçoamento consensual, ou seja, se aperfeiçoa com a
manifestação de vontade das partes.
Ele é informal, porém há exceções, como por exemplo a compra e venda de imovel
no valor superior a 30 salários mínimos, no caso então registro, logo é solene.
É típico, ou seja, tem previsão legal.
-Elementos.
Parte, coisa e preço são os 3 elementos.
As partes, precisam ser legitimas para o ato a ser praticado e serem capazes, se
aponta aqui o artigo 1647 do CC. (Neste caso se aplica a exceção de regime de
separação total de bens)
“Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;”
A coisa deve ser lícita, possível e determinada ou determinável. Outro aspecto
importante é a consultividade jurídica, ou seja, devem ser alienáveis para que exista
a compra e venda.
(Venda a non domino: neste caso o vendedor não é sequer dono do bem, então
será considerada ineficaz)
O preço, como elemento necessário para a compra e venda,logo precisa ser
onerosa, deve ainda ser certo, determinado, moeda nacional corrente e nominal.
“Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e
pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.”
A exceção é de um decreto que regula a compra e venda internacional, porém via
de regra e sujeita a nulidade, não se pode fixar em moeda estrangeira ou em ouro.
“Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem
como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os
casos previstos na legislação especial.”
Há situações excepcionais, como dispostas no artigo 487, que regula os preços de
cotação, mesmo que não seja certa, é necessário parâmetros objetivos para a
fixação deste preço.
“Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que
suscetíveis de objetiva determinação”
É possível o preço por avaliação, onde as partes entendem o valor de tal bem, ou
ainda deixam a cargo de um terceiro que irá avaliar tal objeto.
O preço pode também ser esquecido, neste caso, se não houver acordo, se
averigua no caso concreto a vontade das partes sobre a finalização do contrato, a
solução será o mantimento do contrato.
“Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua
determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao
preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo
médio.”
Na falta do tabelamento oficial, será feita a busca do valor normal e habitual do
preço corrente em suas vendas, se não for estável o valor, será feita a média de
preço.
Há situações de preço unilateral, que gera nulidade, pois as partes devem
concordar acerca do preço juntas
“Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de
uma das partes a fixação do preço.”
Em contratos de adesão, somente uma pessoa irá indicar o preço, logo é uma
exceção à regra, a proibição do artigo 489 deve ser interpretada acerca de se evitar
os cartéis.
Revisão contratual.
Temos a opção de revisãopor opção das partes (bilateral ou plurilateral), ou quando
apenas uma pessoa quer a revisar (unilateral), isso ocorre por abusividade ou
violação de princípios do contrato em si, porém há um ponto mais relevante, que é a
revisão pela teoria da imprevisão, ou seja, fato imprevisível e superveniente que
gera grande oneração para uma parte e ampla vantagem para a outra.
Extinção dos contratos.
Há quatro formas.
-Normal.
É aquela onde há o correto cumprimento do contrato.
-Fatos anteriores ou contemporâneos à celebração do contrato.
Dentro desta espécie há 3 subspecies:
-Invalidade
Quando há nulidades, por exemplo, a forma do contrato prevista em lei não é
seguida.
-Clausula de arrependimento.
É a que consta expressa no contrato, não foi portanto um fato posterior, logo
é um direito potestativo que pode ser exercido por escolha da parte.
-Clausula resolutiva expressa.
É expressa no contrato determinando a resolução do contrato. (art 474 CC)
-Fatos posteriores à celebração do contrato.
Resolução: quando ocorrer descumprimento contratual.
-Voluntária: Há alguma vontade, loga existe presumidamente dolo ou culpa
-Involuntária
-Onerosidade excessiva
-Clausula resolutiva tácita
Resilição: está ligada a um direito de uma das partes
-Extinção por morte.
Evicção
A evicção é um defeito na relação jurídica em si, diferente do vício redibitório que se
encontra no objeto em si.
A evicção é a perda da coisa (ou desapossamento) pois se trata da perda da posse,
uso e gozo, a regra geral é a perda decorrente da decisão judicial, porém essa
possibilidade foi ampliada para situações decorrentes de ato administrativo,
mesmo que exceção.
Em contratos bi/plurilaterais, comutativos e onerosos de forma cumulativa.
O defeito deve ser anterior ou contemporâneo à evicção, ou seja, o defeito da
relação jurídica deve ser feito de forma anterior à compra.
O alienante e o evicto devem estar de boa fé assim como todas as partes do
contrato, devem além disso observar a probidade, transparência e lealdade.
Se o adquirente agir com dolo e a coisa se deteriorar, o comportamento não poderia
ser legitimado, logo há falta de boa fé enseja penalização.
Logo há uma garantia implícita da adquirente ter uma garantia da alienante, então
em uma situação de evicção poderá reclamar judicialmente a perda da propriedade,
uso e gozo da coisa, tal garantia existe mesmo que a garantia do bem se dê pela
hasta pública (leilão judicial).
O evicto pode então cobrar do alienante a restituição integral dos valores, os frutos
que tiver sido obrigado a restituir, as despesas do contrato, prejuízos diretos da
evicção, as custas judiciais e honorários do advogado.
Benfeitorias, as úteis precisam de autorização para ser indenizadas, ao contrário
das necessárias, essas podem não ter sido abatidas no processo que gerou a
evicção, logo ambas são passíveis de indenização pelo evictor, caso este não
pague, pode reclamar ao alienante de forma subsidiária.
Vícios Redibitórios
São defeitos que desvalorizam a coisa, ou torná-la imprópria para o uso, por
exemplo ao comprar um carro, se espera que ele se locomova, porém um defeito
oculta que impeça o correto uso deste, uma situação no caso que iria ir contra a boa
fé em não avisar este defeito.
Se espera a boa fé, lealdade, transparência e probidade, serão os parâmetros para
decidir o quantum da indenização, e o adquirente deve estar com boa fé igualmente
a outra parte.
Se trata de contrato comutativo,bilateral e oneroso (não se trata de doação), logo é
inadequado que a vítima absorva os prejuízos, logo há uma garantia implícita que
decorre da lei (ou seja, não precisa estar expressa em contrato).
A garantia implícita em lei, está no artigo 441 e seguintes do CC:
“Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios
ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente
reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com
perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as
despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do
alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo
de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se
já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo
contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta
dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto
no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de
garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao
seu descobrimento, sob pena de decadência.”
O vício deve ser contemporâneo é anterior à tradição.
O adquirente pode pedir o abatimento do valor a ser necessário para a recuperação
do bem, ou pode pedir a redibição, ou seja, desfazimento do contrato, e reavendo o
defeito do carro.
Quando o alienante sabia do vício, significa que não estava de boa fé, logo há uma
penalidade maior para ele(restituir o valor, pagar as despesas do contrato e todas as
perdas e danos), por sua vez caso não sabia, ele estava de boa fé, a
responsabilidade continua, porém em menor quantidade, (ele apenas irá restituir o
valor do bem e pagará as despesas do contrato, mas não precisa de pagar perdas e
danos)
Se o bem tiver perecido, ainda será responsável.
O abatimento, quando se busca judicialmente, faz-se ação estimatória ou quanti
minoris, (ação edilícia), neste caso há sentença condenatória.
A redibição do contrato requer outra ação edilícia, no caso a ação redibitória, se
quer o valor de volta, podendo ser apenas o valor do contrato, perdas e danos se
cabível, e ainda as despesas do contrato.
-Prazos para se buscar o direito:
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo
de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se
já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo
contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta
dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto
no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Se fala no código de um direito decadencial, tanto na rebedição quando no
abatimento, porém doutrinariamente se aplica apenas as redibitórias, porém para as
ações estimatórias, se fala em direito subjetivo, logo é um caso de prescrição e não
decadencia, ou seja, o artigo 445 deve ser lido excluindo o abatimento (pois este
será utilizado o art 206 )
Art. 206. Prescreve:
[...]
§ 3 o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis,
em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

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