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EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
ALCIR DA SILVA SANTOS 
EDUARDO COSTA DA SILVA 
LEVY COSTA RODRIGUES 
MURILO SIDNEY DA CRUZ GONÇALVES 
PAULO WILSON OLIVEIRA DE SOUZA 
 
 
 
EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM, PA 
2021 
ALCIR DA SILVA SANTOS 
EDUARDO COSTA DA SILVA 
LEVY COSTA RODRIGUES 
MURILO SIDNEY DA CRUZ GONÇALVES 
PAULO WILSON OLIVEIRA DE SOUZA 
 
 
 
EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Universidade Paulista – UNIP, como 
requisito para obtenção de grau de Bacharel 
em Educação Física. 
 
Orientador: Prof. Felipe Miranda Martins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM, PA 
2021 
ALCIR DA SILVA SANTOS 
EDUARDO COSTA DA SILVA 
LEVY COSTA RODRIGUES 
MURILO SIDNEY DA CRUZ GONÇALVES 
PAULO WILSON OLIVEIRA DE SOUZA 
 
 
EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Universidade Paulista – UNIP, como 
requisito para obtenção de grau de Bacharel 
em Educação Física. 
 
Orientador: Prof. Felipe Miranda Martins. 
 
 
 
APROVADO EM: _____/_____/______ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________________________ 
PROF. FELIPE MIRANDA MARTINS – UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Atualmente sabe-se que as inúmeras demandas do cotidiano, associadas às 
profundas mudanças sociais, têm sido responsáveis por quadros de depressão na 
população mundial. Com o objetivo de identificar e discutir os efeitos e importância 
da atividade física na prevenção e/ou tratamento da depressão realizou-se uma 
revisão bibliográfica de caráter exploratório e descritivo, baseada em dados 
presentes em artigos e trabalhos científicos publicados entre 2017 a 2019, nas 
bases de dados online Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Google 
Acadêmico. Os autores analisados mostram que a prática regular de atividades 
físicas é uma das alternativas mais evidentes e benéficas para o tratamento auxiliar 
ou secundário da depressão, possibilitando uma melhora na qualidade de vida. 
Evidencia-se que apesar de ser uma forma de tratamento paliativo para a 
depressão, a prática de atividade física não exclui as terapias convencionais, 
embora seja apontada por pesquisadores como uma forma segura e equivalente à 
psicoterapia em níveis de eficácia. A revisão bibliográfica indica ainda que os efeitos 
potenciais dos exercícios aeróbicos e de força, aliados a um tratamento 
medicamentoso, é fundamental na reabilitação e terapêutica do indivíduo 
depressivo. Conclui-se então que a expansão do debate em torno da prática de 
atividade física é de fundamental importância para proporcionar melhora na saúde e 
qualidade de vida. 
 
Palavras-chave: Atividade Física. Efeitos. Importância. Depressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Currently it is known that the numerous demands of daily life, associated with 
profound social changes, have been responsible for depression in the world 
population. In order to identify and discuss the effects and importance of physical 
activity in the prevention and/or treatment of depression, an exploratory and 
descriptive bibliographic review was carried out, based on data present in articles 
and scientific papers published between 2017 and 2019, in the online databases 
Scielo (Scientific Electronic Library Online) and Google Scholar. The authors 
analyzed show that the regular practice of physical activities is one of the most 
evident and beneficial alternatives for the auxiliary or secondary treatment of 
depression, enabling an improvement in quality of life. It is evidenced that despite 
being a form of palliative treatment for depression, the practice of physical activity 
does not exclude conventional therapies, although it is pointed out by researchers as 
a safe and equivalent form of psychotherapy in efficacy levels. The literature review 
also indicates that the potential effects of aerobic and strength exercises, combined 
with drug treatment, are fundamental in the rehabilitation and therapy of the 
depressive individual. It is concluded that the expansion of the debate around the 
practice of physical activity is of fundamental importance to provide improvement in 
health and quality of life. 
 
Keywords: Physical Activity. Effects. Importance. Depression. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................6 
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................9 
2.1 Depressão e atividade física................................................................................9 
2.2 Benefícios da atividade física em relação à depressão e qualidade de vida.....11 
2.3 Exercícios aeróbicos e de força.........................................................................14 
3 METODOLOGIA...................................................................................................17 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................18 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................21 
REFERÊNCIAS........................................................................................................22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1 INTRODUÇÃO 
Atualmente é sabido que os indivíduos fisicamente aptos e/ou treinados 
tendem a apresentar menor incidência da maioria das doenças crônico-
degenerativas, devido a uma série de benefícios fisiológicos e psicológicos 
decorrentes da prática regular de atividade e exercício físico, o que demonstra 
expressiva associação entre estilo de vida ativo, menor possibilidade de morte e 
melhor qualidade de vida. 
Para Thompson (2017), a depressão e os transtornos depressivos são 
alterações que atingem com bastante frequência a população como um todo, 
constituindo um problema de grande magnitude para a saúde pública. 
Margis et al. (2017) relatam que a depressão é um transtorno mental comum 
e uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, podendo ser de 
longa duração ou recorrente, e afetando significativamente a capacidade de 
trabalhar, estudar e de enfrentar a vida cotidiana, impactando diretamente a 
qualidade de vida do indivíduo e de sua família. 
Isto porque o indivíduo depressivo apresenta comprometimento da 
capacidade de sustentar a atividade cognitiva e motora, ocorrendo uma lentificação 
nessas duas esferas, onde esses déficits teriam relação com a gravidade do quadro, 
sendo mais intensos em pacientes que necessitam de internação hospitalar. 
De acordo com Link e Zick (2018), a principal característica da depressão é o 
distúrbio mental, que é resultante de um conflito interno e de uma alteração 
bioquímica. Sendo assim, esta doença é capaz de estimular vários fatores, como os 
psíquicos, orgânicos e sociais. 
Segundo Cordeiro (2018), projeções para o ano de 2023 indicam que a 
depressão será a maior causa de adoecimentos no mundo, visto que não existe um 
tratamento que dê resultados iguais e uniformes em todos os pacientes que tratam 
transtornos depressivos. 
Nesse contexto, pesquisadores têm buscado formas paliativas de tratamento 
que visem tanto uma redução de gastos públicos na área da saúde, quanto uma 
melhor qualidade de vida dos pacientes, tendo em vista que estes comumente 
sofrem com as reações adversas das terapias medicamentosas ou não aderem a 
esses tratamentos devido os altos custos ou os efeitos colaterais associados. 
7 
 
Uma das alternativas de tratamento secundário para a depressão, de acordo 
com Mattos et al. (2019), é a atividade física, que somente terá eficáciase houver o 
entendimento dos aspectos neuropsicológicos e neurobiológicos do ser humano, 
uma vez que a depressão é um distúrbio neuroquímico oriundo da diminuição de 
concentração de serotonina e noradrenalina (importantes neurotransmissores 
produzidos por neurônios) na fenda sináptica. 
Ainda segundo os autores, o tratamento padrão para depressão – 
psicoterapia e prescrição medicamentosa – é extremamente efetivo, porém a prática 
de atividades físicas é uma terapia adjuvante também benéfica. Margis et al. (2017) 
reforça apontando as inúmeras pesquisas que evidenciam que os sintomas, a 
frequência e a duração da depressão, são menores em indivíduos que praticam 
atividade física regularmente em comparação aos que não praticam. 
Importante comentar que apesar de ser uma forma de tratamento paliativo 
para a depressão, a prática de atividade física não exclui as terapias convencionais, 
embora seja apontada por pesquisadores (CORDEIRO, 2018; MELLO et al., 2018; 
OLIVEIRA, 2019) como uma forma segura e equivalente à psicoterapia em níveis de 
eficácia, mas sem o desconforto dos efeitos colaterais dos remédios utilizados no 
tratamento da depressão e principalmente no custo deles. 
A atividade física é apresentada por Andrade (2019) como todo movimento 
corporal produzido pelos músculos esqueléticos onde ocorre um aumento do 
consumo de energia, englobando os movimentos do dia a dia, como a caminhada, o 
ato de subir e descer escadas e o transporte para ir e voltar de lugares. 
Na definição de Gomes (2019), a atividade física é simplesmente o 
movimento do corpo que consome energia, seja andando, subindo escadas, jogando 
futebol, trabalhando no jardim ou dançando à noite, proporcionando resultados 
positivos não somente ao sono e aos seus possíveis distúrbios, mas também aos 
problemas de origem psicológica e aos transtornos de humor, como a ansiedade e a 
depressão. 
Ressalta-se que a contribuição da atividade física ao bem-estar geral do 
organismo tem sido largamente reconhecida pela comunidade científica e pela 
população geral, cujo interesse tem sido voltado para o âmbito psicológico. 
Ciolac e Guimarães (2018) comentam que a atividade física auxilia de 
moderada a totalmente o tratamento da depressão, pois foi visto que são 
moderadamente ou muito melhoradas com a prática da atividade física regular 
8 
 
algumas variáveis relacionadas à doença: a estabilidade emocional, a imagem 
corporal, o autocontrole psicológico, o humor e a interação social. 
Assim, entende-se que a prática regular de atividades físicas leves e 
moderadas pode retardar os declínios funcionais, indicando que uma vida ativa pode 
melhorar também a saúde mental e atuar na prevenção e tratamento da depressão. 
Tanto o senso comum como estudos científicos apontam que a atividade 
física é eficaz na redução de sintomas da depressão, melhorando de maneira geral 
o estado de humor, a qualidade do sono, o apetite e a autoestima, impactando, 
portanto, de maneira positiva tanto na saúde física quanto na saúde psicológica. 
Neste contexto, este trabalho se justifica pela necessidade de reunir informações 
relevantes sobre atividade física e seus efeitos em quadros de depressão. 
Este estudo tem como objetivo analisar através de uma revisão sistemática a 
influência da atividade física na prevenção e/ou tratamento da depressão. Como 
objetivos específicos têm-se: i) Caracterizar atividade física e depressão; ii) 
Apresentar os efeitos da atividade física em relação à depressão e a qualidade de 
vida; e iii) Descrever a importância da prática regular de atividade física (como 
exercícios aeróbicos e de força) para indivíduos com depressão como medida de 
prevenção e também como coadjuvante do tratamento da doença. 
A análise e discussão sobre a relação entre a atividade física e a depressão 
também será considerada, uma vez que este tema é de fundamental importância na 
atualidade. Diante disso, questiona-se: “Qual a importância e benefícios da atividade 
física no tratamento da depressão?”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
O quadro 1 apresenta a caracterização do acervo de revisão, segundo autor, 
ano de publicação e metodologia adotada, e a categorização das temáticas 
relevantes e aqui discutidas. 
 
Quadro 1: Caracterização do acervo de revisão e categorização das temáticas relevantes. 
Tema Autor/ano Metodologia adotada 
Depressão e atividade física 1) Aníbal e Romano, 2017 
2) Cordeiro, 2018 
3) Ciolac e Guimarães, 2018 
4) Andrade, 2019 
5) Jardim (2019) 
1) Revisão 
2) Revisão 
3) Revisão 
4) Revisão 
5) Revisão 
Benefícios da atividade física 
em relação à depressão e 
qualidade de vida 
1) Roeder, 2018 
2) Oliveira, 2019 
3) Jardim, 2019 
1) Revisão 
2) Revisão 
3) Revisão 
Exercícios aeróbicos e de 
força 
1) Margis et al., 2017 
2) Mello et al., 2018 
3) Mattos et al., 2019 
1) Estudo qualitativo 
2) Revisão 
3) Estudo qualitativo 
Fonte: Elaborado pelos autores (2021). 
 
2.1 Depressão e atividade física 
Com um aumento na amplitude em âmbito mundial, os transtornos 
depressivos têm demonstrado sinais preocupantes ultimamente. Tolman (2018) 
escreve que a depressão está relacionada a um distúrbio da mente, tendo como 
causa um conjunto de elementos de ordem psicológica, ambiental ou espiritual, 
diminuindo o bem-estar, interesse e qualidade de vida do indivíduo. 
A depressão pode surgir nos mais variados casos clínicos, tais como: 
transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, 
doenças clínicas, etc., ou ainda pode advir de situações estressantes ou 
circunstâncias sociais e econômicas adversas. 
As categorias mais importantes relacionadas aos sintomas de depressão, 
conforme relata Thompson (2017), incluem: i) sintomas relacionados ao humor 
(tristeza, perda de interesse e/ou prazer, crises de choro, variação diurna do humor); 
ii) sintomas vegetativos ou somáticos (alterações no sono, no apetite e no peso, 
perda de libido, obstipação e fadiga); iii) sintomas motores (inclui inibição ou retardo, 
10 
 
agitação e inquietação); e iv) sintomas sociais (apatia, isolamento e incapacitação 
para o desempenho das tarefas cotidianas). 
O autor ainda comenta sobre os sintomas cognitivos (desesperança, 
desamparo, ideias de culpa e de suicídio e indecisão), sintomas ligados à ansiedade 
(como a ansiedade psíquica, somática e fóbica) e sintomas geradores de 
irritabilidade, como a hostilidade e a autoagressão. 
Conforme os estudos de Jardim (2019), a depressão é uma patologia 
presente na sociedade moderna que afeta o humor, necessitando ser identificada de 
forma direta e tratada de forma eficaz, e que não está relacionada ao caráter do 
indivíduo, nem com a própria vontade do mesmo. Pode ser identificada em três 
graus distintos: leve, moderado e grave. 
Na depressão leve são incluídos quaisquer dos sintomas em intensidade leve 
(JARDIM, 2019, p. 4), sendo estes quase sempre caracterizados pelo humor 
melancólico e deprimido. Já na depressão moderada estão presentes mais sintomas 
do que os detectados na depressão leve, sendo mais óbvios. Na depressão grave 
Jardim (2019) comenta que os acometidos tendem a não ter desejo de conversar 
com outros nem de cuidar de si próprios, podendo mostrar grande inquietação e 
agitação geral, não conseguindo fazer nada de construtivo. 
Sabendo que o tratamento da depressão consiste, frequentemente, no uso de 
medicamentos antidepressivos em associação com psicoterapias diversas, Aníbal e 
Romano (2017) comentam que a prática regular da atividade física pode ser um 
auxiliar secundário neste tratamento, e destacam os diferentes tipos de benefícios, 
tais como os anatômicos, os relativos ao sistema nervoso, os cardiorrespiratórios e 
melhoria da capacidade física e psicológica. 
Estudos de Gomes (2019) mostram a contribuição da atividade física como 
terapia auxiliar às usuais, tendo impacto benéfico no quadrodepressivo. O autor 
aponta ainda que a falta da atividade física estaria ligada a diversos tipos de 
depressão. 
Contribuindo com essa perspectiva, Ciolac e Guimarães (2018) afirmam haver 
uma relação inversa entre a atividade física e a chance de adultos serem 
acometidos pela depressão. 
Ressalta-se que diante das possibilidades de tratamento a atividade física se 
destaca pela quase inexistência de efeitos colaterais diretos, relativa economia 
quando comparada às alternativas medicamentosas e terapêuticas e contribuição 
11 
 
global na promoção de saúde do indivíduo, podendo ser utilizada como 
complemento aos tratamentos convencionais. 
De acordo com Roeder (2018), quando ocorrem intervenções na parte física e 
motora do indivíduo, ocorrem também modificações no bem-estar mental e social. 
Assim, muitos pacientes que não aderem ao tratamento de psicoterapia são 
instruídos pelos psicólogos a praticar atividades e exercícios físicos diários, de modo 
a proporcionar prazer e bem-estar. 
Segundo o mesmo autor a atividade física, principalmente aeróbica, 
associada a um tratamento medicamentoso, é fundamental na reabilitação e 
terapêutica do indivíduo depressivo. Destaca ainda a caminhada e a corrida como as 
atividades mais indicadas e praticadas. 
Conforme relata Thompson (2017), a corrida, por exemplo, por ser um 
exercício aeróbico de alta intensidade, auxilia na produção de monoaminas 
cerebrais, além de propiciar efeitos psicossociais. Proporciona ainda um aumento do 
fluxo sanguíneo e da oxigenação do sistema nervoso central (SNC), sendo 
verificados efeitos positivos principalmente quando a atividade é praticada de três a 
cinco vezes na semana. 
Outro aspecto a ser considerado é que ao serem praticadas em grupo, as 
atividades físicas vão aumentar a autoestima e colaborar para o equilíbrio emocional 
e relações sociais do indivíduo depressivo. 
 
Capacidade de atenção concentrada, memória de curto prazo e 
desempenho dos processos constituem funções cognitivas imprescindíveis 
no cotidiano, que são estimuladas durante a prática de atividades físicas 
(ROEDER, 2018, p. 10). 
 
Afirma-se ainda que a prática da atividade e exercício físico deve ser efetuada 
como auxílio no tratamento e de modo preventivo, ou seja, antes da patologia 
apresentar sintomas mais graves. Além do mais, na indicação ou composição dos 
exercícios é preciso uma delineação rigorosa, de forma que atenda cada indivíduo 
em suas particularidades, visando manter esse tratamento por toda a vida. 
 
2.2 Benefícios da atividade física em relação à depressão e a qualidade de vida 
Atualmente sabe-se que a prática regular de atividade física é capaz de 
melhorar a circulação sanguínea, fortalecer o sistema imunológico, ajudar a 
12 
 
emagrecer, diminuir o risco de doenças cardíacas e fortalecer os ossos, contribuindo 
ainda para o bem estar físico e mental. 
As atividades físicas, conforme relatam Mattos et al. (2019), têm apresentado 
resultados positivos a respeito dos estados de ansiedade e depressão, diminuindo-
os e melhorando a autoestima, o autoconceito da pessoa e a figura corporal. Não se 
pode, entretanto, garantir exatamente qual é o mecanismo de ação da atividade 
física relacionado à área emocional, mas algumas hipóteses vêm sendo propostas 
para procurar explicitar tal ação. 
Dentre os benefícios que a atividade física pode proporcionar ao seu 
praticante Oliveira (2019) cita os benefícios anatômicos, com a regulação do peso 
corporal, melhora postural e melhora do equilíbrio corporal, e os benefícios 
fisiológicos, que incluem o aumento de substratos energéticos aos tecidos, maior 
utilização de lipídios, melhor regulação da glicose e aumento do débito cardíaco e 
volume de sangue. 
Além destes benefícios que são gerais para indivíduos que praticam atividade 
física, podem-se destacar benefícios mais específicos para os indivíduos que se 
encontram em depressão, como os benefícios psicológicos (melhora geral da 
autoestima e da percepção de autoeficácia, do humor e do bem estar psicológico) e 
benefícios sociais (ganhos sociais pela interação e convivência). 
Os benefícios neuroquímicos da prática regular de atividade física, de acordo 
com Mello et al. (2018), também atuam de maneira específica nos aspectos 
neuropsicológicos e neurobiológicos da depressão. 
Oliveira (2019) menciona estudos que demonstram que a atividade física 
pode ter um efeito protetor sob o risco de depressão, revelando que a intervenção 
com atividade física demonstrou ao longo do período de acompanhamento uma 
eficácia equivalente a grupos submetidos à intervenção com medicamento, porém 
sem o risco de reações adversas ou interações medicamentosas atribuíveis ao 
antidepressivo. 
Assim, a atividade física pode ser entendida como um tratamento psicossocial 
para a depressão que envolve mecanismos da autoestima e da autoeficácia, 
contribuindo cada um deles para a melhoria dos diferentes componentes da 
síndrome depressiva. 
Os benefícios da atividade física em indivíduos com depressão são 
justificados por meio de três razões. A primeira delas segundo Tolman (2018) se 
13 
 
remete à condição física, pois a atividade ou exercício físico regular e frequente 
aumenta os níveis de condição física dos indivíduos, o que por sua vez reduz o 
desconforto físico e assim a sessão de exercício passa a ser mais prazerosa. 
A segunda razão apontada por Jardim (2019) está associada à diminuição da 
tendência de pensamentos negativos recorrentes e invasivos, o que contribui de 
maneira significativa para a manutenção do quadro depressivo. Desta maneira, o 
tempo em que o individuo se dedica a atividade física, com a ocupação do tempo 
livre do mesmo, altera o foco do pensamento, afastando a propensão de pensar 
negativamente. 
A terceira justificativa apresentada por Aníbal e Romano (2017) relaciona-se 
com os aspectos neuroquímicos de regulação do humor. Segundo os autores, os 
medicamentos antidepressivos normalmente causam um efeito antidepressivo 
através do aumento da disponibilidade de pontos de neurotransmissores e de 
receptores, assim a atividade aumenta a serotonina no cérebro, aumenta a 
neurotransmissão central de norepinefrina, a secreção de metabolitos amina e ainda 
reduz a produção de cortisol. 
A importância maior da prática da atividade física de forma regular por 
pessoas com depressão está na capacidade que esta tem de melhorar o humor e 
fazer com que o sentimento de tristeza e o estresse diminuam. Isso ocorre, pois ao 
praticar atividades físicas é liberado o hormônio “endorfina”, conhecido 
popularmente como o hormônio da felicidade, que funciona como um analgésico 
natural, aliviando as tensões e regulando as emoções. 
Ciolac e Guimarães (2018) afirmam que as atividades escolhidas pelos 
indivíduos com depressão vão de acordo com o seu perfil, assim como a frequência 
que será realizada. É importante que seja escolhida uma atividade que goste ou que 
tenha interesse em aprender, pois assim a possibilidade da prática ser regular é 
ainda maior. 
É interessante também ressaltar que a prática de atividades físicas faz com 
que ocorra maior envolvimento social do depressivo. Isso porque, segundo Margis et 
al. (2017), pessoas que sofrem com depressão, muitas vezes, encaram a 
socialização como uma missão impossível. Entretanto, com a prática de exercícios a 
probabilidade de interação social é aumentada, pois a pessoa irá se envolver com 
outros alunos, com o instrutor. 
14 
 
Destaca-se, também, que a prática de atividades físicas não só ajuda no 
tratamento contra a depressão, como também na prevenção. Com a prática regular 
os sentimentos ficam mais equilibrados e são estimuladas a sensação de bem estar, 
conforto, alegria e entusiasmo diante da vida. 
No que tange a prescrição das atividades físicas para pessoas com 
depressão, os estudos de Gomes (2019) indicam um volume mínimo de 150 minutosde atividade com intensidade moderada ou um mínimo de 75 minutos de atividade 
com intensidade elevada, em períodos de pelo menos 25 minutos, de 3 a 5 dias por 
semana. 
Segundo Oliveira (2019), os programas aeróbicos como caminhada e corrida 
são os mais indicados para a prevenção e tratamento da depressão, e sua eficácia 
já está estabelecida na literatura. A eficácia de exercícios de força foi também 
comprovada por Cordeiro (2018), assim como dos exercícios de coordenação 
motora e de flexibilidade músculo-articular. 
 
2.3 Exercícios aeróbicos e de força 
Com a constante busca por uma melhor qualidade de vida e manutenção da 
saúde física e mental, inúmeras pessoas estão recorrendo à prática de atividades 
físicas regulares. 
Segundo Tolman (2018), durante a prática dos exercícios aeróbicos (30 a 45 
minutos), a frequência respiratória é aumentada aproximadamente três vezes acima 
da frequência de repouso, sendo que a quantidade de ar nos pulmões é 20 vezes 
maior. Assim, os indivíduos com depressão tem uma sensação de bem estar e 
melhora da atividade respiratória. 
Os estudos de Cordeiro (2018) contaram com 11 participantes que tinham 
praticado exercício aeróbico supervisionado de intensidade moderada durante 9 
semanas, três vezes por semana, com cada sessão a durar aproximadamente 45 
minutos. Como resultado da intervenção, em comparação com a medicação 
antidepressiva e/ou tratamentos psicológicos, os participantes demonstraram ter se 
beneficiado de um efeito altamente antidepressivo. 
Nos mesmos estudos foram ainda observados efeitos antidepressivos 
substanciais com intervenções de curta duração (até quatro semanas) e em 
indivíduos que envolviam uma preferência por outro exercício físico. 
15 
 
Conforme relata Oliveira (2019), o exercício de predominância no 
metabolismo aeróbico, realizado com intensidade moderada, propicia alívio do 
estresse ou tensão, decorrentes de seus efeitos sobre os neuromediadores no 
sistema nervoso central do indivíduo com depressão. 
Ressalta-se que apesar de serem benéficas a praticamente qualquer pessoa, 
as atividades físicas precisam ser indicadas por um médico especialista, que 
avaliará a saúde do indivíduo depressivo e indicará as modalidades mais adequadas 
de acordo com o estado da pessoa. 
Mattos et al. (2019) relatam que para ajudar a combater os sintomas da 
depressão a corrida é uma atividade física aeróbica moderada bastante indicada por 
especialistas. Como ela exige bastante movimento e energia do corpo, produz mais 
endorfina e, consequentemente, aumenta a sensação de bem-estar físico e mental. 
Para Jardim (2019), pedalar também é um exercício que pode ser feito ao ar 
livre ou dentro de academias. Na realidade, não importa o local, já que essa é uma 
atividade extremamente benéfica ao corpo e à mente. 
Neste cenário, tanto correr como pedalar melhoram o condicionamento físico 
e trabalham todos os músculos ao mesmo tempo, agindo no controle da ansiedade, 
do estresse e dos sintomas da depressão. 
Jardim (2019) cita ainda a meditação como uma técnica que trabalha a 
concentração, a respiração e principalmente o relaxamento, ajudando de forma 
significativa no tratamento de transtornos mentais. Quando a pessoa depressiva se 
prepara mentalmente, liberta a mente de informações negativas, dando lugar aos 
pensamentos positivos, que atuam no sistema nervoso parassimpático, responsável 
por acalmar a mente. 
Mello et al. (2018) discutem sobre os benefícios da musculação para pessoas 
depressivas, afirmando que os efeitos vão além do que pensamos, uma vez que é 
capaz de estimular não somente os diversos receptores hormonais, mas também a 
produção de inúmeros hormônios, os quais estão direta ou indiretamente associados 
com os níveis de humor e bem estar, podendo-se citar como exemplo a dopamina, a 
adrenalina, a noradrenalina, a serotonina e a própria insulina, que de maneira 
indireta auxilia nos níveis elevados de energia ao corpo. 
Outros benefícios que a musculação pode proporcionar aos indivíduos que 
tem depressão, segundo Link e Zick (2018), incluem a distração dos estímulos 
estressores, melhor qualidade de vida, maior controle sobre o corpo, melhora da 
16 
 
capacidade respiratória, aumento de estímulos ao sistema nervoso central e à 
memória recente, funções motoras e interação social, sendo esta última 
proporcionada pelo convívio com outras pessoas. 
Andrade (2019) afirma que em seus estudos foi observado que a prática 
regular do exercício de musculação diminuiu significativamente os sintomas 
depressivos entre adultos, independentemente do estado de saúde, do volume total 
prescrito de exercícios ou mesmo do aumento na força. 
Cioloac e Guimarães (2018) reforçam que os benefícios da atividade física na 
prevenção e no tratamento da depressão devem ser observados principalmente a 
partir do sistema neurológico, uma vez que esse órgão atuará no corpo humano em 
relação ao combate dos sintomas da depressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 METODOLOGIA 
Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica, que segundo Severino 
(2017) é a análise crítica e ampla de publicações correntes em uma determinada 
área do conhecimento, buscando explicar e discutir um tema com base em 
referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. 
A natureza da abordagem desta pesquisa é classificada como qualitativa, de 
forma descritiva, e se dá através de uma revisão sistemática. Segundo Galvão e 
Pereira (2014), a pesquisa sistemática “trata-se de um tipo de investigação focada 
em questão bem definida, que visa identificar, selecionar, avaliar e sintetizar as 
evidências relevantes disponíveis”. Ressalta-se que o aspecto qualitativo da 
pesquisa se deu devido ao fato de que não é possível quantificar os resultados e os 
dados foram analisados de forma indutiva. 
Como critérios de inclusão das referências bibliográficas foram utilizados 
trabalhos publicados nas bases de dados online SCIELO (Scientific Eletronic Library 
Online) e Google Acadêmico, nos anos de 2017 a 2019, utilizando-se dos 
descritores: “atividade física”, “atividade física e qualidade de vida”, “depressão”, 
“atividade física e depressão”, “efeitos da atividade física na depressão”, “atividade 
física no tratamento da depressão”. 
Os trabalhos foram caracterizados de acordo com a abordagem que foi 
utilizada em sua elaboração, surgindo então duas classificações iniciais: 1) artigos 
teóricos sobre os efeitos da prática da atividade física no indivíduo com depressão; 
2) estudos de caso desenvolvidos com indivíduos com depressão que praticavam ou 
não atividades físicas. 
Na elaboração deste trabalho foram seguidas as etapas sugeridas por Galvão 
e Pereira (2014): i) escolha do tema e identificação/formulação do problema de 
pesquisa; ii) coleta da literatura (livros, artigos, teses, dissertações, etc.); iii) coleta 
das informações de cada estudo; iv) análise e síntese dos resultados dos estudos; v) 
interpretação dos dados coletados; vi) apresentação dos resultados de pesquisa. 
 
 
 
 
 
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Atualmente sabe-se que as inúmeras demandas do cotidiano, associadas às 
profundas mudanças sociais, têm sido responsáveis por quadros de ansiedade e 
depressão na população mundial. 
Margis et al. (2017) afirmam que o aumento da incidência da depressão é 
justificado por vários fatores, dentre eles a tecnologia, a modernidade e o progresso 
médico-científico, que modificam a vida humana ao mesmo tempo em que provocam 
certa pressão social, que resulta em doenças de ordem psicológica. 
Ainda segundo os autores, a depressão é um transtorno mental que possui 
causas multifatoriais, como o ambiente, a biologia e o psiquismo de um indivíduo, 
podendo ter como consequência a perda de interesse e prazer pela vida, angústia e 
abatimento do humor. 
Gomes (2019) comentaque a depressão é uma experiência vivenciada 
universalmente e faz parte integrante da existência humana, ou seja, todas as 
pessoas já experimentaram algum grau de depressão, sendo imprescindível para o 
desenvolvimento humano. 
Hoje em dia a prática de atividades e exercícios físicos é considerada uma 
ferramenta fundamental para a boa qualidade de vida, diminuindo o risco do 
desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, cardiovasculares, câncer, 
diabetes, hipertensão arterial e obesidade, além de melhora nos sintomas de 
transtornos mentais. 
Para Roeder (2018), algumas ações, como atividades cotidianas, podem ser 
um início de tratamento para indivíduos com depressão, em especial aqueles que 
são mais sedentários. Uma ida ao parque, por exemplo, além de propiciar uma 
caminhada, permite o contato com a natureza, outro fator que pode contribuir para a 
promoção do bem-estar mental. 
Existem diversas atividades físicas que podem ser praticadas por pessoas 
com depressão, segundo relatam Margis et al. (2017), sendo elas: uma atividade 
realizada individualmente ou em grupo; um esporte de modalidade competitiva; uma 
atividade física de lazer; um exercício crônico ou agudo. 
Tais exercícios podem ser de predominância aeróbica, como um exercício 
produzido com baixo nível de intensidade em um longo espaço de tempo, ou 
19 
 
predominância anaeróbica, com um exercício produzido em um espaço de tempo 
preciso e com alta intensidade. 
Tolman (2018) comenta que a atividade física quando orientada corretamente 
e fundamentada por um profissional de Educação Física em parâmetros científicos, 
age como uma ligação terapêutica significativa, por intervir no corpo do paciente em 
todo o processo de restabelecimento. 
Outro ponto a ser destacado é que sua prática abrange a participação dos 
sistemas respiratórios, cardiovasculares e osteomuscular, proporcionando também 
adição dos níveis de endorfina, substância que atua no encéfalo, originando efeito 
de bem-estar e reduzindo os níveis de esgotamento mental e físico. 
Além de conter efeito analgésico, proporcionar sentimentos de prazer, bem-
estar e melhora no humor (JARDIM, 2017, p. 5), acredita-se que a endorfina possa 
ter relação com o estado de tensão do corpo, sendo benéfica ao combate de 
possíveis patologias, como o estresse, a ansiedade e a depressão – objeto deste 
estudo, doenças que nos dias de hoje recebem ênfase pelo crescimento. 
Os estudos de Margis et al. (2017) indicam que o efeito antidepressivo da 
atividade física pode ser verificado rapidamente, sendo que três semanas de 
algumas seções regulares são suficientes para se perceber a melhora no estado de 
humor em pacientes com depressão subclínica. 
Ressalta-se ainda que a atividade física tem papel importante na liberação, 
regulação e ativação de diversos neurotransmissores e seus receptores específicos 
através de variadas alterações fisiológicas, contribuindo desta maneira para a 
redução do quadro depressivo. 
Segundo Jardim (2019), os benefícios da atividade física regular podem ir 
além da sensação imediata de satisfação, já que ela pode estimular o crescimento 
de células nervosas no hipocampo, estrutura do cérebro responsável pela memória 
e pelo humor. Dessa forma, a melhoria de pacientes em depressão não ocorreria 
apenas pela liberação da endorfina: em longo prazo, o hormônio pode promover a 
regeneração da rede de neurônios. Os exercícios também reduzem os níveis de 
estresse oxidativo, que pode ser alterado por distúrbios psicológicos. 
Para Link e Zick (2018), a atividade física é uma importante aliada do 
tratamento antidepressivo devido ao seu baixo custo e sua característica preventiva 
de patologias que podem levar um indivíduo a situações de estresse e depressão. 
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Os autores avaliam ainda que a atividade física pode ser um elemento 
alternativo fantástico para aliviar ou liberar tensões, frustrações e emoções, as quais 
são acumuladas pelas pressões e cobranças da vida moderna. 
Sobre a fase inicial da atividade física, Aníbal e Romano (2017) destacam que 
é importante que a intensidade desta não seja maior do que a pessoa seja capaz de 
realizar, evitando possíveis acidentes. 
Mello et al. (2018) em seu estudo concluíram que sessões agudas de 
exercícios físicos como a dança aeróbica trazem benefícios ao praticante, 
melhorando seu estado de humor, diminuindo assim a tensão, ansiedade, depressão 
e a raiva, fazendo com que o vigor se aumente, efeitos estes que duram por horas 
após o seu encerramento. 
Com duração mínima de trinta minutos e intensidade moderada, o exercício 
aeróbico causa redução do estresse e da tensão (MATTOS et al., 2019, p. 6), 
prevenindo e reduzindo as perturbações depressivas, devido ao aumento das taxas 
de endorfinas, que agem no sistema nervoso diminuindo o impacto estressor do 
ambiente. 
O acompanhamento do exercício por um profissional de Educação Física ou 
até mesmo a presença de um amigo ou animal de estimação é importante. Isso 
porque a companhia, de acordo com Oliveira (2019), diminui o sentimento de solidão 
e incentiva o paciente a se exercitar. 
Ciolac e Guimarães (2018) reforçam que é necessária a interdisciplinaridade 
em um conjunto de profissionais no processo de tratamento de um paciente com 
depressão, pois é percebida a necessidade da atividade e do exercício físico, bem 
como a farmacologia e a psicoterapia, como redutores dos sintomas depressivos. 
Assim, torna-se importante o relacionamento interdisciplinar do profissional de 
Educação Física com a psiquiatria e demais especialistas, na busca pela saúde e 
qualidade de vida desses pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Sabendo que quando um indivíduo é diagnosticado com um quadro clínico de 
depressão, têm-se inúmeras opções do tratamento ideal para este diagnóstico, 
sendo uma delas a prática regular da atividade física, torna-se relevante o 
desenvolvimento de pesquisas e ações que possam trazer benefícios na estrutura 
de vida desta população, oportunizando melhorias na saúde e qualidade de vida. 
Constatou-se que entre os fatores psicológicos a atividade física intervém na 
distração dos estímulos estressores, maior controle sobre o corpo e a vida e a 
interação social – proporcionada pelo convívio com outras pessoas. Já os fatores 
biológicos estão relacionados ao efeito da endorfina, que pode reduzir a sensação 
de dor e produzir um estado de euforia. 
Os artigos analisados evidenciaram que a prática de atividades físicas traz 
além dos benefícios fisiológicos, benefícios psicológicos, tais como: melhor 
sensação de bem-estar, humor e autoestima, e redução dos sintomas da depressão. 
Observou-se que no campo da saúde mental a atividade física ajuda na 
regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de 
sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o 
estresse e auxilia na recuperação da autoestima. 
É importante considerar que a atividade física pode ainda influenciar de duas 
maneiras na vida do indivíduo com depressão: com valor preventivo, utilizada como 
proteção contra o desenvolvimento de sintomas depressivos, e como tratamento, 
através dos mecanismos psicológicos e/ou biológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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de Janeiro: Record, 2019. 
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Brasileira de Medicina e Esporte, Niterói, v. 10, n. 4, p. 17-29, jan. 2018. 
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com a Vida. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 18, n. 6, p.117-129, set./dez. 
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Brasileira de Medicina e Esporte, Niterói, v. 11, n. 3, p. 203-207, jan. 2018. 
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GOMES, A. C. Treinamento Desportivo Estruturação e periodização. Porto 
Alegre: Artmed Editora, 2019. 
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Revista Brasileira de Medicina e Esporte, Niterói, v. 8, n. 2, p. 24-37, jan. 2018. 
MARGIS, R. et al. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Revista de 
Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, v. 25, n. 5, p. 65-74, jan./jun. 
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terapêutica medicamentosa em idosos com depressão maior. Revista Brasileira de 
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SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 
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TOLMAN, A. Depressão em adultos. Porto Alegre: Editora Artmed, 2018.