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PANCREATITE AGUDA. 1. INTRODUÇÃO. · Inflamação do pâncreas. Ocorre autólise, isto é, as próprias enzimas produzidas pelo pâncreas causam sua inflamação e destroem. · Quando a pancreatite causa apenas inflamação e edema, é chamada de pancreatite intersticial ou edematosa. Quando causa necrose, é chamada de pancreatite necrosante. · A gravidade da doença depende do grau de repercussões sistêmicas causadas pela pancreatite. 2. CAUSAS. 3. APRESENTAÇÃO CLÍNICA. · Abdome agudo inflamatório: dor abdominal aguda. A dor é intensa e persistente. · Icterícia e sintomas de colestase: isso ocorre porque a causa da pancreatite é biliar, ou seja, calculo obstruindo as vias biliares e pancreaticas ou porque a inflamação do pancreas está obstruindo o ducto colédoco. · O sinal de Grey Turner e Cullen ocorrem devido a necrose do pâncreas. É uma necrose hemorrágica, causando sangramento. 4. REPERCUSSÕES DA PANCREATITE EM OUTROS ÓRGÃOS. · A pancreatite pode predispor a alterações e instabilidade em outros órgãos. Pode evoluir com sepse (não há foco infeccioso, mas há uma resposta inflamatória sistêmica) e choque séptico. · Cardiovascular: taquicardia, hipotensão · Respiratório: PaO2/FiO2 alterado, insuficiência respiratória, aumento da frequência respiratória · Renal: aumento de ureia, creatinina, distúrbios ácido básicos, distúrbios hidroeletrolíticos · Hematológico: pode ter hemoconcentração, com aumento da hemoglobina devido a desidratação · Gastrointestinal: íleo adinamico, com parada da alimentação de gases e fezes · Neurológica: alteração do nível de consciência 5. EXAMES. · Aumento de enzimas pancreáticas: amilase e lipase, geralmente acima de 300. A lipase começa a aumentar antes e atinge um pico maior. A partir do segundo dia, já começam a diminuir as enzimas. Após 48 a 72 horas as enzimas já estão baixas. O valor normal é 100. · Aumento de TGO e TGP quando a causa é biliar: calculo obstruindo as vias biliares e pancreáticas. · Leucocitose. · Aumento de PCR, VHS. · TC abdome: quando há duvida no diagnóstico. Diagnósticos diferenciais: · Úlcera péptica · IAM · Colecistite · Isquemia mesentérica APACHE: avaliação da gravidade da pancreatite. · Utilizar todos exames do mesmo dia para calcular o APACHE. · Exames necessários para calcular APACHE: creatinina, sódio, potássio, hematócrito, leucócitos, gasometria arterial. 6. TRATAMENTO. Jejum: · O pâncreas está inflamado, tem que deixar descansar, por isso, o paciente deve ficar em NPO. · Manter jejum nos primeiros dias, durante a fase aguda, depois iniciar aos poucos a dieta quando melhora da dor abdominal. Começar com dieta líquida restrita, dieta líquida completa, dieta pastosa, dieta branda. Hidratação: · Os pacientes com pancreatite ficam desidratados, com a inflamação e edema perdem líquido para o espaço intersticial. Além disso, na pancreatite algumas áreas do pâncreas podem ficar em necrose e áreas próximas em penumbra, logo, se hidratar consegue recuperar essas áreas. · Soro fisiológico 30 ml/kg. Sintomáticos: · Dipirona · Tramadol SN · Metoclopramida SN · Ondansetrona SN Identificar a causa: Pancreatite biliar: · A pancreatite pode ser causada por cálculos no colédoco, coledocolitíase. Por isso, é importante solicitar colangioRM quando disponível. Se tiver cálculos no colédoco, fazer CPRE para retirar o cálculo. No entanto, basta ter cálculos na vesícula para dizer que é pancreatite biliar. Não é necessário ter dilatação de via biliar ou imagem mostrando cálculos no colédoco para confirmar a etiologia biliar. · Nos pacientes com pancreatite de causa biliar, que o US visualizou cálculos na vesícula, fazer colecistectomia. Se a pancreatite é leve, pode fazer a colecistectomia na mesma internação. No entanto, nas pancreatites graves tem que esperar o paciente se recuperar, fazer a colecistectomia eletiva após. Pancreatite alcoólica: · Pode ocorrer em etilistas crônicos ou pacientes que não eram etilistas mas fizeram uma ingesta grande e aguda de álcool. · Não há tratamento especifico para a pancreatite alcoólica. É o tratamento padrão da pancreatite. · Utilizar Diazepam para o paciente não ter abstinência alcoólica. 7. COMPLICAÇÕES. Complicações precoces: · Coleções líquidas: geralmente na primeira semana. O manejo é expectante, suporte. · Necrose: na primeira semana. O manejo é expectante, suporte. · Infecção da coleção líquida ou da necrose: após duas semanas. Iniciar antibiótico, como meropenem. Se não melhora, fazer drenagem percutânea com radiologia. Em alguns casos está indicada a cirurgia laparoscópica. · Quando suspeitar: Paciente que não melhora nos primeiros 3 a 7 dias, ou que apresenta piora do quadro. Fazer TC abdome com contraste para avaliar estas complicações. Complicações tardias: · Pseudocisto pancreático: formado por coleção líquidas. · Necrose · Suspeitar quando, após 4 a 6 semanas da pancreatite, o paciente já em consulta ambulatorial, refere dor e massa palpável. Pode ter febre, taquicardia. Solicitar TC abdome. Dor em epigástrio, em faixa A dor irradia para dorso ou flancos Náuseas e vomitos Hematomas abdominais: sinal de Grey Turner (equimose nos flancos) ou Cullen (equimose periumbilical). Não são comuns A pacreatite aguda grave pode ter síndrome de resposta inflamatória aguda sistemica Pode evoluir com insuficiencia de outros órgãos quando pancreatite grave Tratamento: NPO HIDRATAÇÃO SINTOMÁTICOS Icterícia, aumento de bilirrubinas diretas, FA, TGO, TGP, GGT Solicitar US abdome Se presença de cálculos na vesícula Pancreatite aguda de causa biliar Quando tem pancreatite aguda + cálculos na vesícula: pancreatite biliar Biliar: 50% dos casos O cálculo na via biliar (colédoco) causa obstrução ao fluxo dos ductos biliares e pancreáticos Alcoólica: 25% dos casos Medicamentosa Pós CPRE Hipercalcemia Hipertrigliceridemia
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