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Júlia Figueirêdo – HM VI TRAUMA ABDOMINAL: Traumas são eventos bastante frequentes, principalmente em decorrência de comportamentos de risco como agressividade e condução em alta velocidade. Em especial, o abdome se insere como uma importante região lesada nesses fenômenos, sofrendo com hemorragias ocultas, facilmente ignoradas pela ausência de sinais precoces. Essa área é ainda mais relevante por conter diversas vísceras nobres que podem liberar excretas nocivas aos demais tecidos (ex.: fezes, bile, urina). Independentemente do que causou o acidente (trauma contuso, armas brancas ou armas de fogo), a avaliação do paciente deve ser rápida e assertiva. Por vezes o indivíduo encontra-se inconsciente, tornando a coleta de informações limitada ao que os socorristas puderam observar no resgate. Após a anamnese, deve ser realizado um exame físico minucioso, contemplando toda a verdadeira extensão do abdome (anterior, posterior e retroperitônio). Principais estruturas abdominais conforme sua localização anatômica Cabe ressaltar que os limites anatômicos do abdome são a linha intermamilar, superiormente, e o assoalho pélvico, inferiormente. Limites anatômicos da região abdominal A compreensão acerca dos mecanismos de trauma é crucial para a dinamização da triagem e a melhor orientação para a conduta. Assim, destacam-se: Trauma fechado: forma mais comum, principalmente em acidentes automobilísticos, quedas e golpes diretos. O comprometimento é maior em estruturas maciças; Pacientes vítimas de trauma abdominal devem ser mantidos em observação por pelo menos 6 horas, mesmo na ausência de sinais evidentes de instabilidade Júlia Figueirêdo – HM VI Os órgãos mais frágeis nessa situação são o fígado e o baço, com menor impacto sobre o rim (mais rígido). Exemplo de trauma fechado (contuso) causado por agressão direta ao abdome Trauma aberto: geralmente são difusos, afetando um grande número de órgãos e, possivelmente, lesionando segmentos do tórax. Na presença de ferimentos por projétil, a trajetória se torna imprevisível, o que não ocorre em interações com armas brancas. De acordo com os resultados obtidos, classifica-se o paciente como estável ou instável hemodinamicamente. Com o entendimento geral sobre o estado do paciente, alguns exames podem ser realizados para identificar lesões subjacentes, como: Radiografia de tórax: usada somente em quadros estáveis, busca identificar pneumoperitônio por ruptura de órgãos ocos; Lavado peritoneal: é um método sensível e específico para detecção de ruptura de órgãos em pacientes instáveis, identificada a partir da cor do retorno da infiltração de SF; Ultrassonografia FAST: aplicada em quadros instáveis, é capaz de detectar lesão orgânica a partir do acúmulo de líquidos em áreas-chave; Pontos de realização da USG a beira-leito Tomografia de abdome: indicada para pacientes estáveis, é um método sensível, porém menos acessível, devido ao preço do maquinário. A laparotomia é o tratamento de escolha para pacientes cujas lesões são consideradas instáveis, utilizando de uma incisão xifopúbica (maior acesso a múltiplos órgãos). Por vezes, a cirurgia ser definida como damage control, induzindo a hemostasia de modo imediato para um segundo tempo cirúrgico futuro. Se não houverem sinais de gravidade evidentes após a investigação diagnóstica, a conduta expectante (observação) pode ser indicada.
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