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Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide → Conceito: condição que leva a predisposição à eventos trombóticos, como perdas gestacionais e trombose, por níveis elevados de antifosfolípides (aFLs) o Primária: quando não há nenhuma doença subjacente o Secundária: quando associada a outra doença autoimune, mais comumente é o lúpus → Epidemiologia o Trombofilia mais comum o 1⁄3 dos AVCs em pacientes com menos de 50 anos o 10 a 15% de perdas fetais o 15 a 20% dos episódios de trombose venosa profunda (TVP) o 50% dos pacientes que tiveram uma trombose ou aborto e tem |SAAF terão recorrência sem terapia o Mais comum em mulheres 3,5:1 o Ocorrem em 0,5% da população o mais comum em mulheres na terceira década de vida o 10% dos pacientes com SAAF primária evoluem para lúpus o Principal causa de SAAF secundária = lúpus - 50% das SAAFs secundária são por LES - Até 50% dos pacientes com LES têm aFLs positivo → Antifosfolípides: são famílias de auto-anticorpos que aumentam a expressão de moléculas de adesão endotelial e a síntese de citocinas e diminuem a síntese de prostaglandinas: levam à hiperativação celular e aumento do risco de trombose → Perdas fetais o Ocorre por trombose intraplacentária o Alteração do processo de invasão trofoblástica e diminui a produção de HCG (?) o Os aFLs não devem ser considerados apenas como marcadores de diagnóstico, mas também como fatores de risco para eventos clínicos → Teste do anticoagulante lúpico (LAC): indica presença de inibidor da coagulação que não agem diretamente contra fatores específicos da coagulação, mas inibe reações de coagulação dependente de fosfolípides o Menos sensível e mais específico o OBS: possui efeito anticoagulante in vitro mas pró-coagulante in vivo o Detecta mais de um anticorpo o Processamento do teste em 3 etapas: 1. Observação do prolongamento do tempo de coagulação (geralmente feito com veneno de víbora como reagente) 2. Adiciona-se plasma normal ao teste, caso persista o prolongamento é demonstrado que o mesmo ocorre não por deficiência de algum fator de coagulação, mas pela presença de um inibidor 3. Adiciona-se fosfolípides que serão substrato para o inibidor e levarão a normalização do tempo de coagulação: teste positivo → Anticardiolipina (ACL) e Anti[beta]2 glicoproteina 1: detecção de anticorpos que se ligam as placas sólidas contendo cardiolipina ou o domínio 1 da beta2 glicoproteína 1 → Antifosfatidilserina e Antiprotrombina: não são realizados normalmente, apenas em quadros sugestivos mas com os outros testes negativos → Diagnóstico: evento clínico + evento laboratorial o Baixo título de anticoagulante lúpico: diagnóstico quando clinica muito sugestiva o ACL: o limiar para ser considerado positivo é 40 unidades, e quanto maior a dosagem maior o risco de eventos trombóticos o Positividade isolada para ACL IgA é rara. A sua utilidade pode ser restrita a aqueles pacientes com forte suspeita de SAAF mas testes negativos!! → Um paciente pode ter trombose por SAAF e ter anticorpos negativos? o SIM! o Grandes eventos trombóticos levam ao consumo dos aFLs = falsos negativos o Repetir testes após 12 semanas o Antifosfolípides não pesquisados rotineiramente (protrombina fosfatidilserina, fosfatidiletanolamina, vimentina cardiolipina, anexina A5, trombomodulina, proteína C e proteína S) podem ser pesquisados diante de uma clínica sugestiva, apesar de não serem parte dos critérios o IgA aFLs devem ser testados → Os antifosfolípides podem estar associados a outras condições? o MIN – mnemônico (pode levar ao falso positivo) Medicações hidralazina e clorpromazina, anti-TNF, procaína, quinidina, fenitoína, interferon alfa, anti-TNF Infecções HIV, infecções bacterianas e virais agudas (principalmente herpes), hepatite B Neoplasias linfomas → Outros fatores que aumentam a chance de trombose o Características e altos titulos do anticorpo o processos que liberam fatores teciduais: cirurgias e infecções o Alterações do endotélio: vasculite ativa, doenças inflamatórias (LES), aterosclerose e fatores de risco (DM, HAS, hiperlipidemia) o Fatores de risco pro trombóticos: tabagismo, contraceptivos orais, gravidez, distúrbios hereditários de hipercoagulabilidade → Tromboses arteriais e venosas o Trombose venosas: mais comum e principalmente em MMII o As manifestaçõea arteriais mais comuns são AVEi e AITs, que levam às principais manifestações neurológicas - Em AVC a A. cerebral média é a mais acometida → Obstétricas o Perdas fetais precoces: mais específico após 10 semanas o Risco de perda fetal com SAAF obstétrica não tratada = 80% o associação com pré-eclampsia/eclampsia e insuficiência placentária o Não há ligação com infertilidade o Não há recomendação de dosagem de APLs em tratamento de infertilidade → Cardíacas o 2º sítio mais comum de trombose arterial, depois do cérebro o Maior acometimento em A. Coronarianas - isquemia e aterosclerose acelerada o Acometimento valvar (80% dos casos subclínico) - Valva mitral mais acometida: semelhante com a lesão de trombo e diagnóstico diferencial com endocardite - Espessamento valvar/vegetações e disfunção valvar - 4-6% necessitam de procedimentos cirúrgicos para remoção das vegetações → Dermatológicas o Livedo reticular - 25% dos casos - pioram com o frio - Não reverte com aquecimento e ocorrem tanto em tronco como em membros - Marcador de risco para eventos de trombose arterial o Úlceras por microtrombos - Normalmente dolorosas - Difícil cicatrização → Hematológicas o Trombocitopenia é a manifestação mais comum - 16 a 40% - Os aFLs se ligam a membrana das plaquetas levando à destruição - Grave quando menor de 50.000 - Raramente associada a sangramentos o Presença de coombs direto positivo (10-20%) o Anemia hemolítica é rara → Renais o Microangiopatia trombótica = paciente com quadro de hipertensão com proteinúria e insuficiência renal - Lesão aguda = trombos - Lesão crônica = hiperplasia da íntima, com trombos organizados, oclusão fibrosa e atrofia da cortical focal → Neurológicas o Trombose dos vasos/ lesão direta do tecido neuronal pelos afls o Déficits cognitivo, enxaqueca, mielite, coreia e crises convulsivas o Coreia = corticoide o Enxaqueca = melhora com anticoagulação - Grave - Pode levar a óbito - Presença de trombose em três órgãos ou sistemas, com tempo de menos de uma semana - Excluir outras causas - Presença dos autoanticorpos - Raro < 1% - Mortalidade de 30% - Mais da metade dos casos há um desencadeante: infecções, cirurgias, ACOs, neoplasias, retirada de anticoagulante - Pode levar a um quadro de síndrome inflamatória sistêmica → Manifestações o Microangiopatia trombótica (pequenos vasos) é a manifestação mais comum seguido por acometimento de pulmões, cérebro, coração e pele → Sem evidência de trombose prévia ou perdas gestacionais com aFLs positivo o não há indicação de conduta profilática primária o Heparina profilática em situações de alto risco: imobilização, hospitalização ou pós- operatório e evitar situações que aumentem o risco de trombose, como tabagismo e uso de estrogênio → Gestante com SAAF obstétrica e eventos trombóticos prévios o Varfarina após 13 semanas de gestação o Não devem tratar com anticoagulante oral, uma vez que seu uso nessa população não foi adequadamente testado o Heparina de baixo peso molecular (dalteparina 5000 UI/dia ou enoxaparina 1mg/kg/dia, duplicando uma ou outra após a 16ª semana) + aspirina (100mg/dia) durante a gestação e no pós parto → Gestante com SAAF e história de perda gestacional o heparina (não fracionada ou de baixo peso molecular) em dose profilática + aspirina o manter até 6 semanas após o parto, depois disso trocar a heparina por antagonista da vitamina K → Paciente com diagnóstico de SAAF obstétrica, fora da gravidez e sem eventos trombóticos prévioso Aspirina em baixas doses → Gestante primíparas com aFLs positivo sem história prévia de trombose o não devem receber tto farmacológico durante a gestação → SAAF com trombose o Heparina dose plena seguida por anticoagulante a longo prazo com antagonistas da vitamina K o Alvos de INR de acordo com os eventos prévios de cada paciente - Trombose venosa - INR entre 2 e 3 - Trombose venosa recorrente com uso de anticoagulante - 3 e 4 - Trombose arterial - INR entre 2 e 3 + aspirina ou INR entre 3 e 4 → Novos anticoagulantes orais o Pacientes não devem utilizar, pois ainda não há estudos que mostrem a eficácia o Podem ser considerados em caso de intolerância ao Marevan, que não conseguem manter o INR alvo ou dificuldade do controle da anticoagulação → Hidroxicloroquina o Papel da HCQ para prevenção de trombose em pacientes com afls + assintomáticas sem doenças autoimunes associada ainda é questionável o Pode ser considerado em tratamento adjuvante em casos refratários o Indicação bem definida: HCQ em paciente com LES + aFLs positivo → Estatinas o Ação hipolipemiante, ação imunomoduladora, propriedade anti-inflamatória o É indicado apenas em casos refratário OU em pacientes com SAAF e hiperlipidemia → Inibidores de células B o Rituximabe papel importante em SAAF refratária, com manifestações hematológicas graves e SAAF catastrófica → Inibidores de complemento o Paciente com quadros graves: SAAF catastrófica e casos refratários o Cuidado com a imunossupressão e o risco de infecção por meningococo e outros encapsulados (vacinar antes do tratamento) → Associação com outros medicamentos o SAAF catastrófica: uso de corticoide, imunoglobulina, rituximabe devido à alta mortalidade
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