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Esclerose sistêmica → Conceito: Doença inflamatória cronica idiopatica do tecido conjuntivo o Hipócrates: doentes que mumificavam em vida o 1945: Esclerose Sistêmica Progressiva o 1988: Esclerose Sistêmica o Acometimento endotelial dos vasos (pequenos e médios calibres) o Endarterite proliferativa – isquemia o Distúrbio do fibroblasto - fibrose progressiva (cutânea e visceral) → Epidemiologia o Rara o Incidência: 27,6 a 44,3 casos / 100.000 habitantes o Aumento da prevalência pela melhoria na qualidade de vida dos doentes. o Predomínio em mulheres (3 a 15:1) o Mais grave em homens.30 e 6 décadas de vida. o Forma cutânea difusa: predomínio em negros → Patogênese o Predisposição genética + Exposição ambiental o Solventes orgânicos (tolueno, benzeno, cloreto de polivinil), silica, silicone efármacos (inibidores do apetite, bleomicina) o Ativação imunológica - Dano vascular - Sintese excessiva da matriz extracelular (fibroblastos) o Deposição de colágeno o Fibrose -perda da elasticidade e redução do lúmen vascular - hipoxia e necrose o Endotelina 1 - mais potente vasoconstritor endógeno - estimula fibrogênese. → Esclerodermia (morfeia) o Acomete pele e tecidos adjacentes o Espessamento cutâneo o Ausência de envolvimento dos órgãos internos o Curso benigno e autolimitado. o Pico: Infância (7 e 11 anos) e adulto (4" década). o Morfeia em placas x linear x generalizada x panesclerótica x mista → Tratamento da Morfeia o Avaliar extensão das lesões o Tacrolimus tópico, calcipotriol + betametasona e fototerapia o Tratamento sistêmico: metotrexato (10-25mg/sem) + corticoide oral (prednisona 0,5-1mg/kg/dia) por curto periodo o Micofenolato de mofetil e ciclofosfamida. o Correção cirúrgica / ortopédica → Formas clínicas: - Esclerose Sistêmica Cutânea Limitada ▪ Presença do anticentromero ▪ HAP ▪ Antigamente CREST - Esclerose Sistêmica Cutânea Difusa ▪ Presença do anti-Scl 70 e RNA polimerase III ▪ Doença intersticial pulmonar ▪ Crise renal esclerodérmica - Esclerose Sistêmica Sine Scleroderma → Quadro clínico - Envolvimento cutâneo ▪ Espessamento cutâneo ▪ Proximal às MCFS ▪ Microstomia e afilamento nasal ▪ Leucomelanodermia ▪ Telangiectasias ▪ Calcinose - Alterações de capilares periungueais - Fenômeno de Raynaud (95-98%) ▪ Manifestação inicial (70%) ▪ Fases precoces da doença (20 anosantes) ▪ Isquemia digital episódica devido vasoespasmo ▪ Desencadeada por frio ou emoções ▪ Palidez - Cianose – Rubor ▪ Úlceras digitais - Envolvimento musculoesquelético ▪ 26-97% ▪ Pior prognóstico ▪ Artralgia (23-81%) ▪ Artrite (5-68%) ▪ Contraturas articulares em flexão (1/3) ▪ Acrosteólise (reabsorção óssea das extremidades) ▪ Mialgia, perda de força muscular ▪ Sobreposição com AR e PM - Envolvimento gastrointestinal ▪ 90% ▪ Orofaringe até ânus ▪ Lesão vascular e neurogênica - atrofia da musculatura lisa ▪ Peristalse anormal e relaxamento do EEI – DGRE - esofagite - metaplasia de Barrett ▪ Disfagia, epigastralgia, regurgitação ▪ Sindrome disarbsortiva pelo supercrescimento bacteriano - Envolvimento pulmonar ▪ Principal causa de morte ▪ Sobrevida em 10 anos fica entre 29 a 69% ▪ Doença intersticial pulmonar (60-90%) ▪ Forma cutânea difusa (anti-Sc170) ▪ Assintomática - dispneia progressiva - tosse seca ▪ Pneumonia Intersticial Usual (PIU) = pior prognóstico (forma fibrótica) ▪ Pneumonia Intersticial Não Especifica (PINE) = mais comum, melhor prognóstico ▪ HAP: mais frequente na forma cutânea limitada, solicitar ecocardiograma. 40- 50 é leve; 50-70 é moderada; > 70 é grave. Diagnóstico ≥ 25mmHg - Envolvimento Renal ▪ Crise Renal Esclerodérmica ▪ Anti-RNA-polimerase III ▪ Forma cutânea difusa – fase inicial ▪ Endarterite proliferativa + espasmo vascular ▪ HAS de inicio súbito e de difícil controle, cefaleia, distúrbios visuais, encefalopatia, convulsões, edema pulmonar, derrame pericárdico e insuficiência renal ▪ Precipitada pelo uso de corticoides ou ciclosporina! ▪ Ausência de tratamento: evolução para doença renal terminal em 1 a 2 meses ▪ Tratamento: IECA em altas doses → Laboratório - FAN (>95%): padrão nuclear - Anti-Scl-70 (anti-topoisomerase I) - Anti-centromero - Anti-RNA-polimerase III - Reagentes de fase aguda (PCR e VHS) → Capiloroscopia periungueal - 90% - Padrão SD - Megacapilares com áreas de deleção vascular → Critérios classificatórios ACR/EULAR 2013 → TRATAMENTO o Abordagem multidisciplinar o Educação do paciente: proteção quanto ao frio, vacinação para influenza epneumococo, suspensão do tabagismo, medidas antirrefluxo, suporte nutricional,atividade física e reabilitação o Escolha da terapia farmacológica dependerá: ▪ Fenótipo (principal) ▪ Manifestações clínicas → TTO Raynaud e úceras digitais o Evitar: tabagismo, frio, drogas indutoras (beta-bloqueadores,vasoconstritores, descongestionantes nasais -pseudoefedrina, fenilefrina) o Bloqueadores dos canais de cálcio ▪ 1ª linha de tratamento para Raynaud ▪ Nifedipino (30-120mg) / anlodipino (5-20mg) ▪ Aumento gradual da dose - ajustes semanais ▪ Não impedem a formação de novas úlceras digitais o Prostanóides venosos o BRA (losartana) em casos de intolerância ao de 1ª linha em casos de Raynaud não complicado por úlceras o Inibidor seletivo da recaptação de serotonina (Fluoxetina) em casos de intolerância ao de 1ª linha em casos de Raynaud não complicado por úlceras o Inibidor de endotelina-1 o Estatinas → TTO HAP (Hipertensão arterial pulmonar) o De acordo com a classe funcional da OMS (I, II, III e IV) ▪ Classe I: acompanhamento a cada 3-6 meses ▪ Classes II-IV: tratamento farmacológico ▪ 1° linha: Inibidores da 5-PDE (sildenafila, tadalafila) ▪ 2 linha: Inibidores de Endotelina (bosentana, ambrisentana) ▪ 3° linha: Prostanoides (iloproste, epoprostenol) → TTO DPI (Doença pulmonar intersticial) o Indução - MMF / Ciclofosfamida / Rituximabe o Manutenção - MMF / Azatioprina / Ciclofosfamida oral ou venosa o Corticoide - dose baixa (máximo 20mg/dia) o Transplante pulmonar o Antifibrótico- Redução da progressão da doença- Nintedanibe → TTO Pele o Telangiectasias: maquiagem, laser ou outras fototerapias o Calcinose: colchicina?, minociclina oral (se ulceração ou infecção local), metotrexato, infliximabe ou rituximabe? Remoção cirúrgica o Espessamento cutâneo: metotrexato, ciclofosfamida oral ou venosa, micofenolato de mofetil, rituximabe? tocilizumabe? transplante de células tronco o Microagulhamento → TTO musculoesquelético o Metotrexat o Doses baixas de glicocorticoides o Hidroxicloroquina o Tocilizumabe ou rituximabe o Leflunomida (OVERLAP com AR) → TTO crise renal o Evitar corticoide!!! o IECA em doses altas o Captopril (6,25 - 450mg/dia) o Outros (BRA, BCC) o 20-50% - evolução para DRC o Terapia renal substitutiva o Transplante renal → TTO manifestações digestivas o Medidas antirrefluxo o IBP o Associação com bloqueadores H2 (refratários) o Procinéticos o Estenose esofágica: dilatação endoscópica cirúrgica o Antibióticos - supercrescimento bacteriano intestinal o tetraciclina, amoxicilina-clavulanato, sulfametoxazol-trimetropima o 7-21 dias → Prognóstico o Alta morbidade o Colagenose mais grave! o Mortalidade 2,7 vezes maior do que na população saudável o Principal causa de morte é a DPI o Sobrevida após 10 anos ▪ Limitada: 82% ▪ Difusa: 78% ▪ Crise renal: 16% ▪ HAP: 0% em 8 anos o Pior prognóstico: idade, sexo masculina, forma cutanea difusa, DPI, HAP, envolvimento renal, envolvimento cardíaco, elevação de provas de atividade inflamatória