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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
01 - CENÁRIO JUSTIÇA BRASILEIRA 
 
 https://www.cnj.jus.br/estatisticas-mostram-evolucao-do-combate-a-
morosidade-na-justica/ 
 
 A edição do “Justiça em Números” – anuário estatístico do Poder Judiciário 
publicado pelo Conselho Nacional de Justiça. (2018) 
 
 80 milhões de processos pendentes de julgamento; 
 
o A partir de 2016 
 houve um maior número de processos julgados 
 cresceu a tramitação de processos judiciais eletrônicos; 
 
 18.168 magistrados em atuação julgam 30 milhões de ações por ano 
o Cada magistrado = 1.651 ações (próximo de 06 ações por dia) 
 
 os processos que mais congestionam a justiça brasileira são os de execução fiscal 
o em 2017, representaram 39% do total de casos pendentes. 
 
 Em razão disto, existem alguns projetos de lei para a desjudicialização da 
execução fiscal. 
 
o PL nº 2.412/2007 (de autoria do Deputado Regis de Oliveira) 
 Dispõe sobre a execução administrativa da Dívida Ativa da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de suas 
respectivas autarquias e fundações públicas, e dá outras 
providências; 
 Último andamento: 31/01/2019 – comissão especial para proferir 
parecer 
 
o PL nº 5.080/2009 (de autoria do Poder Executivo) 
 Apensado ao PL 2412/2007 
 
 
o A desjudicialização no Brasil não é novidade (divórcio, usucapião) 
 
 
2 – INTRODUÇÃO ACERCA DA EXECUÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO 
 
 A doutrina inicialmente se controverteu acerca da natureza jurídica da execução. 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Inicialmente, sustentava que a execução não tinha natureza jurisdicional, uma 
vez que, jurisdicio significa dicção – declaração da lei ao caso concreto. 
 
 Contudo, na execução não há a declaração da lei ao caso concreto, mas, sim, 
satisfação de um direito já reconhecido (título judicial ou extrajudicial). 
 
 ATUALMENTE, não basta ao Estado dizer o direito ao caso concreto, ele deve 
disponibilizar meios, instrumentos processuais para a satisfação desse direito o 
caso concreto, acaso não haja o cumprimento voluntário. 
 
 Século XIX – CPC ganha autonomia científica em relação ao direito civil 
 
 Final do século XX – o CPC desloca seu enfoque dos conceitos e categorias para 
a funcionalidade, instrumentalidade e efetividade da prestação da tutela 
jurisdicional 
 
 HUMBERTO THEODORO JÚNIOR – ao invés de afastar-se e isolar-se do 
direito material, o processualista deve aproximar-se, cada vez mais, daquele 
direito (material) a que deve servir como instrumento de defesa e atuação. Deve 
se preocupar como o processo produzirá efeitos práticos na aplicação do direito 
material. 
 
 O ápice da efetivação do direito material por meio dos instrumentos processuais 
é, justamente, na execução forçada. 
 
 Quanto mais cedo e mais adequadamente o processo chegar à execução 
forçada, mais efetiva e justa será a prestação jurisdicional. 
 
 Em razão disto que as últimas reformas mais profundas do processo civil se têm 
dado na execução civil, como, por exemplo, no combate à dualidade de 
processos, que trata como objeto de ações distintas, o acertamento e a execução 
dos direitos subjetivos violados (lado negativo: aumento de custos, tempo... 
distante da visão da efetividade do processo). 
 
 O inconformismo com a separação da atividade jurisdicional de cognição e de 
execução em compartimentos estanques fez com que fossem ampliados os títulos 
executivos negociais; 
 
 Objetivo destas reformas: proporcionar o amplo acesso ao resultado final da 
tutela jurídica prometida pela garantia fundamental do devido processo legal. 
 
o Lei 8.952/94 – alterou o art. 273, CPC/73 
 Um duro golpe na dualidade dos processos fosse dado. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Acrescentou a figura da antecipação de tutela; 
 Contornando o perigo de dano e inibindo a defesa temerária, 
tornou-se possível a obtenção imediata de medidas executivas 
dentro do processo de cognição. 
 
 
o Lei 8.952/94 – alterou o art. 461, CPC/73 
 Possibilitou que a sentença em torno do cumprimento de obrigação 
de fazer ou não fazer deveria conceder à parte a “tutela específica”; 
de modo que, sendo procedente o pedido, o juiz determinaria 
providências que assegurassem “o resultado prático equivalente ao 
do adimplemento”. 
 
 Para alcançar esse desiderato, dever-se-ia, conforme o caso, adotar 
medida de antecipação de tutela e poder-se-iam observar medidas 
de coerção e apoio, como multas, busca e apreensão, remoção de 
pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de 
atividade; 
 
 O credor deveria ter acesso aos atos de satisfação de seu direito, 
desde logo, sem depender do complicado procedimento da ação de 
execução de sentença. 
 
o Lei 10.444/02 – acrescentou o art. 461-A, CPC/73 
 A novidade se passou no âmbito das ações de conhecimento cujo 
objeto fosse a entrega de coisa. 
 
 Também em relação às obrigações de dar ou restituir, a tutela 
jurisdicional deveria ser específica, de modo que o não 
cumprimento voluntário da condenação acarretaria, nos próprios 
autos em que se proferiu a sentença, a pronta expedição de 
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse; 
 
o Lei nº 11.232/05 – alterações no artigo 475, CPC/73 
 Concluiu-se a abolição da ação autônoma de execução de sentença 
com a reforma da execução por quantia certa; 
 
 Nas condenações a pagamento de quantia certa, para serem 
cumpridas, não mais era necessária uma nova ação judicial. 
 
 Ao condenar-se ao cumprimento de obrigação de quantia certa, o 
juiz assinaria na sentença o prazo em que o devedor haveria de 
realizar a prestação devida. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
 Ultrapassado dito termo sem o pagamento voluntário, seguir-se-
iam, na mesma relação processual em que a sentença foi proferida, 
a intimação do devedor para cumpri-la e a expedição do mandado 
de penhora e avaliação para preparar a expropriação dos bens 
necessários à satisfação do direito do credor; 
 
 O Código de Processo Civil de 1973, após a Lei nº 11.232, de 22.12.2005, passou 
a prever duas vias de execução forçada singular: 
 
o O cumprimento forçado das sentenças condenatórias, e outras a que a lei 
atribuiu igual força (CPC/1973, arts. 475-I e 475-N); 
 
o O processo de execução dos títulos extrajudiciais enumerados no antigo 
art. 585; 
 
 A execução, no CPC, é tratada no Livro I (cumprimento de sentença) e Livro II 
(processo de execução) da parte Especial. 
 
 A atividade executiva pode se dar em razão de (i) Título judicial; (ii) Título 
extrajudicial, havendo procedimentos diversos conforme a natureza do título e 
conforme a natureza da obrigação. 
 
o Sentença condenatória (título executivo judicial) = cumprimento de 
sentença; 
 
o Contrato (título executivo extrajudicial) = processo de execução 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Nome do Livro I, da parte especial: 
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
Por quê o legislador uniu, no mesmo livro, processo de conhecimento e cumprimento 
de sentença? 
RESP: o processo de conhecimento é sincrético (aquele que admite, ao mesmo tempo, 
a cognição e sua execução). Funda-se na economia, celeridade e instrumentalidade 
processuais, a fim de atender a efetividade da Justiça. 
 
O CPC/73: 
Livro I – do processo de conhecimento (art. 1º) 
Livro II – do processo de execução (art. 566) 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
 Antes da Lei 11.232/05 (Lei de Execução): 
o Se no procedimento de cognição houvesse uma sentença condenatória e o 
requerido não a cumprisse voluntariamente, o autor deveria ingressar com 
uma nova ação judicial (ação de execução). 
 
o Se esta ação fosse ilíquida, deveria ser liquidada antes do processo de 
execução; 
 
o Esse modelo não era efetivo, gerava uma insuficiência de tutela 
condenatória. 
 
o Assim, referida Lei de Execução (Lei 11.232/05) transformou aqueles 
processos autônomos em uma única relaçãoprocessual. 
 
 
3 – EXECUÇÃO FORÇADA 
 
 A atividade executiva é uma atividade jurisdicional distinta da atividade 
cognitiva; 
 
 O processo de conhecimento analisa os fatos, constatando a existência ou não de 
um direito, nascendo uma sentença constitutiva ou condenatória. 
 
 O processo expropriatório busca a satisfação de um direito previamente 
constituído. 
 
 ALEXANDRE FREITAS CÂMARA: a execução é o conjunto de atos estatais 
através de que, com ou sem o concurso da vontade do devedor (e até contra ela), 
invade-se seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático 
desejado concretamente pelo direito objetivo material. 
 
 Sob este aspecto, a execução se apresenta de duas formas: 
 
A) VOLUNTÁRIA: quando o devedor, voluntariamente, cumpre com a obrigação (de 
dar, fazer, ou não fazer) 
 
B) FORÇADA: é aquela que se realiza através da atuação do Estado-juiz quando não 
há o devido cumprimento jurídico por parte do devedor ou responsável. 
 
 Não havendo cumprimento voluntário da prestação, a satisfação se dará através 
da invasão do patrimônio do executado, com ou sem o seu consentimento, 
mediante atos jurisdicionais. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
 Para a realização da atividade executiva, utiliza-se de meios de sub-rogação, em 
que o Estado-juiz substitui o executado, adentrando o seu patrimônio, mesmo que 
contra a sua vontade, a fim de satisfazer a obrigação prestacional, garantindo, 
assim, a concretização do direito. 
 
 Nesse caso, o Estado faz o papel do devedor, implicando na retirada compulsória 
do seu patrimônio. 
 
 Os meios usados na execução direta são: 
 
A) DESAPOSSAMENTO, realizado através da busca e apreensão; 
 
B) TRANSFORMAÇÃO, em que a obrigação é realizada às custas do devedor, ou seja, 
converte-se uma obrigação de fazer em uma obrigação de dar coisa distinta de dinheiro; 
 
C) EXPROPRIAÇÃO, na qual transforma um bem do devedor em dinheiro. É de 
grande importância esclarecer que esse método acarreta é oneroso, acarretando custos 
para o Estado. 
 
 
 Os meios usados na execução indireta (meios coercitivos): 
 
o Predominam nas obrigações de fazer e não fazer. 
 
o Apesar de não possuir natureza essencialmente executiva, possuem 
eficiência no processo autônomo de execução ou na fase de execução de 
um processo misto. 
 
o Aqui, o Estado estimula o devedor ou responsável para efetuar o direito 
prestacional, que tanto pode ocorrer pelo medo ou pelo incentivo. 
 
o A sanção premial (que pode ser o parcelamento da dívida), as astreintes, 
ou seja, multas diárias decorrentes do atraso no adimplemento, e a prisão 
civil são exemplos de execução indireta. 
 
o Além disso, a execução indireta pode ser de cunho patrimonial como no 
caso da multa coercitiva ou de cunho pessoal, no caso da prisão civil do 
devedor. 
 
4 – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: PANORAMA NORMATIVO 
 
 Arts. 513 a 519, CPC: normas gerais 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
o Art. 513 – cumprimento do dever de pagar quantia certa; 
o Art. 514 – executividade das obrigações sujeitas a condição ou termo 
o Art. 515 – enumera os títulos executivos judiciais 
o Art. 516 – define a competência 
o Art. 517 – autoriza o protesto de decisão judicial transitada em julgado 
o Art.518 – permite a impugnação dos atos executivos nos próprios autos 
o Art. 519 – possibilidade de decisões concessivas de tutela provisória 
 
 Art. 520 a 522: cumprimento provisório da sentença que reconhece a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa 
 
 Arts. 523 a 527: cumprimento definitivo da sentença que reconhece a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa; 
 
 Arts. 528 a 533: cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de 
obrigação de prestar alimentos; 
 
 Arts. 534 e 535: cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública 
 
 Arts. 536 e 537: cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de 
obrigação de fazer ou de não fazer; 
 
 Art. 538: cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação 
de entregar coisa. 
 
 É uma espécie do gênero execução. 
 
 A obrigação exequenda é reconhecida em título judicial; 
 
 As normas especiais (arts. 523 – 526, CPC) regem, basicamente, a postulação 
(requerimento para o cumprimento) e a defesa (impugnação), aplicando-se do 
processo de execução para os demais atos (art. 831 e segtes, CPC). 
 
 A efetivação das obrigações de fazer, de não fazer e de entregar coisa, 
constantes de decisões judiciais, quanto a execução de obrigação de pagar 
quantia certa, constante dos títulos judiciais previstos no atual art. 515, CPC 
serão cumpridas na mesma relação processual (independentemente de processo 
executivo próprio) 
 
 Entretanto, em razão de peculiaridades da obrigação de pagar quantia, há 
substancial diferença entre o cumprimento desta, que de regra se dá com a 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
excussão de bens do devedor, e a efetivação das obrigações de fazer, não fazer e 
entregar coisa. 
 
 Diferentemente do que ocorre com o cumprimento por quantia certa (obrigação 
de pagar), a efetivação das obrigações de fazer, não fazer e de entregar coisa não 
exige alienação do patrimônio do devedor para saldar o débito, exceto se tais 
obrigações forem convertidas em perdas e danos. 
 
 Obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa (arts. 536/537, 
CPC) = efetivação por meio de tutela específica /determinação de 
providências que assegurem o resultado prático equivalente (Ex: 
multa, busca e apreensão, desfazimento de obras). 
 
 Em se tratando de obrigação de pagar quantia, transitada em 
julgado a sentença ou mesmo na pendência de recurso ao qual se 
atribuiu apenas efeito devolutivo, pode o credor promover o 
cumprimento da decisão. 
 
 Embora o cumprimento se dê por meio de atos executivos, 
tal como ocorre na execução de título extrajudicial, tais atos 
são praticados no bojo do processo de conhecimento. 
 
4.1 – TÍTULOS EXECUTIVOS 
 
 Os títulos executivos judiciais, sujeitos ao cumprimento da sentença – arts. 515, 
CPC; 
 
o Art. 515, I - 
 Decisões = sentença / acórdão / decisão interlocutória; 
 Decisão de cunho declaratório ou condenatório; 
OBS: 
a) Nas decisões interlocutórias, para ser título executivo judicial, deve ser nela 
reconhecido, ainda que provisoriamente, a existência de um dever de prestar. 
 
b) Decisão interlocutória que concede tutela provisória (art. 519, CPC) – podem 
ser executadas (cumprimento de sentença provisório ou definitivo). 
 
 
o ART. 515, II – 
 Quando as partes transigirem – resolução do mérito (art. 487, III, 
b, CPC) 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Autocomposição parcial – decisão interlocutória 
 Autocomposição total – julgamento de mérito (extinção cognição) 
o Possibilidade ampliação objetiva e subjetiva 
 
4.2 – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E CONTRADITÓRIO 
 O executado tem garantido o direito à ampla defesa e contraditório; 
 
 Simples petição, apontando ilegalidades, excesso, ou outra irregularidade 
o não é embargos à execução 
 
4.3 – INÍCIO DO PROCEDIMENTO DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 Dever de pagar quantia certa (provisório ou definitivo): Obrigatório o 
requerimento do exequente (art. 513, §1º, CPC). 
 
o Não é possível por impulso oficial do juiz; 
 
o Art. 775, CPC – Princípio da livre disponibilidade da execução pelo 
credor: o exequente pode desistir de toda a execução ou de apenas alguma 
medida executiva. 
 
 O silêncio em relação ao cumprimento das obrigações de fazer, não fazer, e dar: 
a diligência de fazer cumprir a condenação seria um consectário automático da 
própria sentença, a dispensar qualquer impulso da parte vencedora, conforme 
abaixo: 
 
o Art. 536, caput, CPC obrigação de fazer ou não fazer 
o Art. 538, §3º, CPC – obrigação de dar 
 
 OBS: mesmo nestas modalidades, é mais prudente aguardar manifestação do 
credor,antes da expedição do mandado executivo, pois o credor, pelo princípio 
geral da livre disponibilidade da execução, pode se compor extrajudicialmente, 
questões éticas (não ultrapassar a dignidade da pessoa humana). 
 
4.4 – INTIMAÇÃO DO DEVEDOR 
 REGRA GERAL: 
o Obrigação de pagar quantia certa, dar, fazer e não fazer: 
 Intimação na pessoa do advogado do devedor, pelo Diário Oficial 
(art. 513, §2º, I, CPC). 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 EXCEÇÕES 
o Aviso de recebimento 
 O executado representado pela Defensoria Pública 
 O executado não tem procurador constituído nos autos 
 
o Por meio eletrônico 
 Empresas públicas e privadas, sem advogado nos autos. 
 São obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo 
em autos eletrônicos, por imposição do art. 246, § 1º, CPC 
 
 Não se aplica às microempresas e empresas de pequeno porte (art. 
513, § 2º, III, CPC) 
 
o Por edital 
 Quando o devedor tiver sido citado por edital na fase de 
conhecimento (art. 256, CPC), e mesmo assim continua sendo revel 
(art. 513, §2º, IV, CPC). 
 
o Intimação presumida 
 Nas hipóteses de intimação postal e por meio eletrônico (art. 513, 
§2º II e III, CPC), a intimação é considerada realizada quando o 
devedor houver mudado de endereço e não comunicou, 
previamente, o juízo. 
 
o Inatividade processual longa 
 Não é válida a intimação da pessoa do advogado do executado, 
quando já tiver transcorrido o prazo de 01 ano após o trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
 
 Nesta hipótese, intimação deve ser feita na pessoa do devedor. 
 
OBS: PRAZO DE INTIMAÇÃO 
a) Varia conforme a modalidade da prestação exequenda (arts. 523, 525, 536, § 4º, 
e 538). 
b) Deve ser explicitada quais são as sanções aplicáveis. 
 
4.5 – LEGITIMAÇÃO ATIVA E PASSIVA – DEVEDORES SOLIDÁRIOS 
 Trata-se de uma continuidade do processo (processo sincrético); 
o Logo, em regra, as partes continuam sendo as mesmas entre as quais a 
coisa julgada se formou. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
o Existência de litisconsórcio: pode ser acionado todos ou parte; 
 
o O que não pode é incluir no incidente pessoa que não figurou como 
parte no processo de conhecimento (Art. 513, §5º, CPC). 
 
4.6 – REGRAS GERAIS 
 Sentenças declaratórias / constitutivas = trazem em si toda a carga de eficácia 
esperada do provimento jurisdicional 
 
 Sentenças condenatórias = além de definir a situação jurídica existente entre as 
partes, mas também determinam a prestação/prestações a serem cumpridas em 
favor do titular do direito subjetivo ofendido. 
 
4.7 – ATOS EXECUTIVOS 
 Para o cumprimento das sentenças condenatórias, poderá ser aplicado, no que 
couber e conforme a natureza da obrigação, as regras da execução de título 
extrajudicial (art. 513, CPC); 
 
 Todas as espécies de sentença são passíveis de providências executivas: 
 
o Sentenças declaratórias /constitutivas. Ex: ações de rescisão ou anulação 
de negócios jurídicos (constitutivas), de nulidade de contratos, ou de 
reconhecimento de estado de filiação (declaratórias), há a necessidade de 
se expedir mandado para anotações em registros públicos (efeito 
mandamental complementar ao efeito substancial da sentença). 
 
5 – CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO EXECUTIVO 
 A condenação deve consistir em uma obrigação líquida, certa e exigível. 
 
 Caso seja ilíquida, deverá ser liquidada por meio de procedimento de liquidação 
(art. 509 a 512, CPC) 
 Se o título executivo judicial for sujeito a termo ou condição, o cumprimento da 
sentença dependerá da demonstração de tais fatores (art. 514, CPC). 
 
6 – PRINCÍPIOS ESSENCIAIS APLICADOS À EXECUÇÃO 
 Princ. do juiz natural; 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Princ. do devido processo legal; 
 Princ. da isonomia (garantia de se manifestar sobre avaliação do bem penh.); 
 Princ. da motivação das decisões; 
 Princ. da publicidade do processo; 
 Princ. da razoável duração do processo 
 Princ. da efetividade 
 
 Princípio da menor onerosidade para o devedor. 
o Art. 805, CPC – quando presente vários meios para promover a 
execução, o credor deverá adotar o modo menos gravoso ao devedor. 
 
o O devedor pode substituir o bem penhorado por outro, desde que 
demonstre que será menos oneroso e que não haverá prejuízo ao credor 
(art. 847, CPC). 
 
o É lícito o credor recusar bens oferecidos à penhora que se revelem de 
difícil alienação, pois a execução é embasada em seu interesse, e não 
do devedor (STJ, AGA (agravo regimental no agravo de instrumento) 
nº 547.959 SP, 1ª T) 
 
o O executado não tem direito de indicar bens à penhora, apenas o direito 
de pagar o débito. 
 
 Princípio do ônus da execução – art. 831, CPC 
o O executado deve arcar com todas as custas da execução (principal, 
custas processuais, multa, honorários advocatícios) 
 
 Princípio da satisfatividade 
o A finalidade da execução é a satisfação da obrigação, e não 
perseguição do devedor 
 
 Princípio da utilidade 
o A execução deve ser útil ao credor. 
o Não é passível de penhora os bens quando absorvidos pelo pagamento 
das custas da execução (art. 836, CPC) 
 
 Princípio da especificidade 
o Não pode ser exigida prestação diversa da prevista no título. 
o O juiz pode fixar medidas acessórias para o cumprimento - multa diária 
 
 Princípio da disponibilidade 
o O credor pode desistir de toda a execução ou parte dela (art. 775, CPC); 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
o Se houver a manifestação do executado: 
 Apenas questão processual – poderá desistir o exequente, 
independentemente da anuência do executado, pagando as 
custas; 
 
 Com questões materiais – necessária a anuência do executado 
 
 Princípio do contraditório 
o 1ª corrente: não existe, pois não há sentença de mérito. O juiz apenas 
todas as providências para cumprir o título executivo 
 
o 2ª corrente (majoritária): existe de forma mitigado. Ao executado é 
conferido o direito de se manifestar sobre todas as decisões judiciais. 
 
 
 Princípio da dignidade da pessoa humana 
o A execução não pode impor a condição de miserável ao executado 
o Existem bens impenhoráveis (art. 833, CPC) 
 
7 – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (arts. 509 – 512, CPC). 
 
 O título executivo deve ser LÍQUIDO / CERTO / EXIGÍVEL (art. 783, CPC) 
 
 A REGRA é que as partes e o Juiz determine a extensão da obrigação desde logo 
(art. 491, CPC), sendo a liquidação de sentença exceção (art. 509, CPC) 
 
 Contudo, em algumas situações, por motivações variadas (imprecisão do valor 
condenatório, complexidade de mensuração, etc), a sentença é ilíquida. 
 
 Se o título executivo extrajudicial não for líquido, inviável a AÇÃO DE 
EXECUÇÃO; 
 
o Poderá ser utilizado para mover uma ação de conhecimento e obter um 
título executivo judicial. 
 
 Se o título executivo judicial não for líquido, necessária a liquidação. 
 
 O QUE É TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (SENTENÇA) ILÍQUIDO? 
 
o É a sentença que não fixa todos os elementos da relação jurídica 
obrigacional (partes, natureza e objeto da obrigação, tempo, etc). 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 O juiz executivo não vai julgar, apenas realizar o conteúdo do título 
(contraditório mitigado – corrente majoritária). Por isso é imprescindível que 
ele seja LÍQUIDO = determinado especificamente quanto à quantidade, à coisa, 
ou ao fato devidos. 
 
 É necessária a identificação exata do bem devido pelo condenado para produzir 
a exigibilidade. 
 
 Assim, a liquidação de sentença é pré-requisito para que se instaure o 
cumprimento de sentença. 
 
 Este procedimento ainda possui a natureza de atividade de conhecimento; 
 
 A literalidade do artigo 509, CPC indica que a liquidação de sentença recaia sobre 
quantia ilíquida. 
 
 A doutrina e jurisprudência, primando pelo direito fundamental à tutela efetiva, 
consideram aplicável a fase de liquidação a quaisquer obrigações que 
demandem sua delimitação quantitativae objetiva, e não somente a de pagar 
quantia 
 
 É possível aplicar a qualquer natureza de sentença (condenatória, constitutiva ou 
declaratória), desde que haja a imposição judicial de uma obrigação a ser 
cumprida por uma das partes em relação à outra e que ela seja ilíquida. 
 
8 – CASOS DE ILIQUIDEZ 
 
Sentença ilíquida nas dívidas de dinheiro 
 Quando condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor; 
 Condena em juros, genericamente (sem fixar termo a quo) 
 Condena à restituição de frutos, naturais ou civis 
 
Sentença ilíquida em relação à coisa devida: 
 Quando condena à restituição de uma universalidade de fato 
 Quando condena em obrigação alternativa; 
 
Sentença ilíquida em relação ao fato devido: 
 Quando condena o vencido a obras e serviços não individualizados. Ex: 
realização de medidas para evitar poluição, ruína, etc. 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
a) Juizado Especial Cível - não é admitido sentença condenatória por quantia 
ilíquida, ainda que genérico o pedido (art. 39, parágrafo único, Lei 9.099/95). 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
b) Legitimidade para propor: credor e devedor. Reconhecido o direito do credor, 
o devedor poderá intentar a liquidação de sentença a fim de que seja cessado o 
efeito do tempo sobre a obrigação (juros de mora, correção monetária, etc). 
 
c) Exclusão: sentenças que dependam apenas de cálculo aritmético, estão excluídas 
da liquidação de sentença (art. 509, § 2º, CPC); 
 
d) Celeridade: é possível a instauração de procedimento de liquidação de sentença, 
na pendência de recurso (art. 512, CPC) 
 
e) Sentença líquida e ilíquida (art. 509, 1º, CPC): executa aquela e liquida esta, 
em autos apartados. 
 
f) A liquidação é um complemento do título executivo judicial ilíquido; 
 
g) Seus limites encontram-se balizados na sentença liquidanda, não podendo ser 
utilizado como meio de impugnação ou de inovação ao que foi decidido no 
julgado (art. 509, §4º, CPC) 
 
h) DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES – essa limitação da matéria objeto 
de cognição na liquidação de sentença é chamada de regra da “fidelidade ao título 
executivo” não é absoluta, havendo excepcional possibilidade de inclusão na 
liquidação de matéria não posta na fase de conhecimento da qual resultou a 
condenação genérica. 
 
i) ELPÍDIO DONIZETTI - Apenas os denominados pedidos implícitos, tais como 
juros legais, correção monetária e honorários advocatícios, podem ser incluídos 
na liquidação, ainda que não contemplados na sentença. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
 A classificação das sentenças/acórdãos (condenatórias, declaratórias, 
constitutivas) é realizado com base na natureza jurídica da tutela jurisdicional 
concedida à parte. 
 
 Em regra, todas as sentenças são, a um só tempo, condenatórias, declaratórias e 
constitutivas: em todas as sentenças há, pelo menos, a condenação ao ônus da 
sucumbência; Na ação indenizatória (reparação de danos – condenatória), há a 
declaração relativa à violação do direito, e à constituição de obrigação. 
 
 SENTENÇA CONDENATÓRIA – além de declarar o direito, impõe uma 
obrigação (dar/fazer/não fazer) passível de execução. Exemplo de dispositivo de 
sentença condenatória: “Julgo procedente o pedido para condenar…”. Seus 
efeitos são ex tunc. Ex: juros de mora retroagem à data da citação (art. 240, CPC). 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
 SENTENÇA DECLARATÓRIA: tem por objeto a declaração da existência ou 
inexistência de uma relação jurídica, ou da autenticidade ou falsidade de 
documento. Ex: O autor tem interesse apenas em obter o reconhecimento de um 
tempo de serviço. Exemplo de dispositivo de sentença declaratória: “julgar 
procedente para declarar…”. 
 
 A sentença de improcedência, independentemente da natureza da ação, é 
denominada declaratória negativa, pois declara a inexistência do direito 
pleiteado. Seus efeitos são ex tunc, retroagindo à data em que se formou a relação 
jurídica. Ex: Usucapião – os efeitos da sentença retroagem à data da aquisição do 
domínio. 
 
 
 SENTENÇA CONSTITUTIVA: além da declaração do direito, há a 
constituição de novo estado jurídico, ou a criação ou modificação de relação 
jurídica. Ex: divórcio. Exemplo de dispositivo de sentença constitutiva: “julgo 
procedente o pedido para decretar…”. Em regra, seus efeitos são ex nunc 
 
 SENTENÇA EXECUTIVA LATO SENSU: a sentença determina, por ela 
mesma, o cumprimento satisfativo da pretensão (despejo, reintegração de posse) 
 
 SENTENÇA MANDAMENTAL: é aquela que, além da declaração, contém 
uma ordem. Ex: reintegração de funcionário público no seu cargo por força de 
mandado de segurança. 
 
 
9 – MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
 Há duas modalidades: 
o Liquidação por arbitramento (art. 509, I, CPC) 
 
o Liquidação pelo procedimento comum (art. 509, II, CPC) 
 
 
9.1 - LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO 
 
 Cabível quando não forem necessárias a alegação e a prova de fato novo, 
bastando a realização de uma prova pericial a respeito dos fatos já estabelecidos 
na sentença ilíquida. 
 
 Apenas em 03 hipóteses: 
o Se determinado por sentença; 
 Quando o juiz entender que o quantum debeatur só poderá ser 
obtido por meio da realização de uma perícia. 
 Súmula 344, STJ – a liquidação por espécie distinta da constante 
da sentença não gera nulidade. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
o Se convencionado entre as partes; 
 a vontade das partes não vincula o juiz na determinação da espécie 
de liquidação 
 
o Se exigido pela natureza do objeto da liquidação; 
 estimar a extensão da redução da capacidade laborativa de uma 
pessoa, por exemplo, depende de conhecimentos técnicos, mas 
também de apreciação subjetiva do perito, daí por que, em tal caso, 
recomenda-se a liquidação por arbitramento. 
 
 DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES – “sempre que se fizer necessária a 
elaboração de uma perícia para se obter o quantum debeatur, o caminho será a 
liquidação por arbitramento. 
 
 
9.2 – LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM 
 É a última alternativa no âmbito das liquidações: se não for possível a liquidação 
por cálculo aritmético do credor ou por arbitramento. 
 
 É mais complexo e demorado dos procedimentos de liquidação; 
 
 Antigamente, era chamada de “liquidação por artigos” 
 
 Quando houver necessidade de alegar e provar “fato novo”. 
o FATO NOVO = aquele que não foi considerado na sentença. 
 
 A novidade não condiz ao fator temporal, mas diz respeito ao 
próprio Poder Judiciário, que primeira vez enfrentará e decidirá 
determinados fatos referentes ao quantum. 
 
 é aquele que, embora não considerado expressamente na sentença, 
encontra-se albergado na generalidade do dispositivo, no contexto 
do fato gerador da obrigação, tendo portanto, relevância para 
determinação do objeto da condenação. 
 
 Exemplo: o réu (empregador) foi condenado a ressarcir danos 
pessoais e lucros cessantes sofridos em razão de acidente de 
trabalho por culpa daquele empregador, conforme se apurar em 
liquidação. A liquidação, nesse caso, faz-se com a observância do 
procedimento comum, em face da necessidade de se provar fatos 
novos, como, por exemplo, gastos com despesas médico-
hospitalares e paralisação de atividades. 
 
 Indispensável é que tais fatos tenham relação causal com o acidente 
reconhecido na sentença, porquanto não se permite discutir 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
novamente a lide ou modificar a sentença que a julgou (art. 509, § 
4º, CPC/2015). 
 
 
9.3 – PROCEDIMENTO QUANTO ÀS MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO DE 
SENTENÇA 
 Inicia-se com o pedido do credor (ou devedor), por simples petição; 
 
o Em se tratando de liquidação por arbitramento, a fim de se apurar a 
desvalorização decorrente de acidente de automóvel, devem-se indicar os 
danos sofridos pelo veículo, conforme reconhecido na sentença. 
 
o Tratando-se de liquidação pelo procedimento comum, a petição deve 
indicar os fatos a serem provados. 
 
 Ojuiz poderá: 
o indeferi-la; 
o determinar que se emende a petição; ou 
o determinar a intimação das partes, na liquidação por arbitramento, ou do 
requerido (credor ou devedor), na liquidação pelo procedimento comum. 
 
 Na liquidação por arbitramento as partes serão intimadas para apresentar os 
documentos necessários à liquidação no prazo assinalado pelo juiz. 
 
o O juiz determinará, então, a intimação para a apresentação de pareceres 
ou documentos elucidativos, na tentativa de apurar o quanto devido. No 
mesmo despacho, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, 
fixando o prazo para entrega do laudo; 
 STJ – incumbe ao executado a antecipação desse valor, pois, na 
fase de conhecimento, esse ônus é do autor somente porque não se 
sabe ainda quem será o vencedor da demanda. (REsp 1.274.466/SC 
21.04.2014) 
 
o Note que o novo Código permite que as próprias partes apresentem os 
documentos e pareceres necessários à apuração do quantum debeatur sem 
a necessidade de prévia nomeação de perito (art. 510, primeira parte). 
Somente quando o juiz, de posse dos elementos apresentados pelos 
interessados, não puder decidir de plano o valor da condenação, será 
possível a produção de prova pericial. 
 
o O réu revel, sem procurador nomeado nos autos, não precisa ser intimado 
dos atos subsequentes à citação. 
 
o Entretanto, embora não intimado para a fase da liquidação, poderá o réu 
revel intervir no procedimento liquidatório, desde que o faça por meio de 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
advogado, no prazo fixado para a intervenção, contado da publicação do 
ato decisório no órgão oficial. 
 
 Em se tratando de liquidação pelo procedimento comum, a intimação, de regra, 
se faz na pessoa do advogado do requerido ou da sociedade de advogados a que 
estiver vinculado (art. 511, CPC/2015). 
 
 O procedimento da liquidação encerra-se por decisão que irá declarar o quantum 
debeatur ou individuar o objeto da obrigação, integrando a sentença condenatória 
anteriormente prolatada e possibilitando a execução por meio do cumprimento 
de sentença. 
 
o Exatamente por se tratar a liquidação de fase ou incidente do processo de 
conhecimento, tal pronunciamento judicial tem natureza de decisão 
interlocutória, sujeita, pois, a agravo, conforme expressamente previsto no 
art. 1.015, parágrafo único, CPC/2015. 
 
 
10 – RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL – FRAUDES (art. 789 CPC) 
 
10.1 – INTRODUÇÃO 
 
 O ajuizamento da ação de execução ou da instauração da fase de cumprimento 
de sentença não impede o devedor de transferir o seu patrimônio a um terceiro, 
de forma gratuita ou onerosa; 
 
 PONTES DE MIRANDA: a medida da regularidade da transferência patrimonial 
de bens pertencentes ao devedor reside num ponto de equilíbrio entre a sua 
disponibilidade patrimonial e o valor do débito que lhe está sendo cobrado, 
demonstrando que tem bens para atender a todas as suas dívidas. 
 
 A alienação ou transferência gratuita de bens do devedor não pode reduzi-lo à 
insolvência. 
 
 O ato praticado pelo devedor pode caracterizar fraude, embuste, quando tem por 
finalidade evitar que o seu patrimônio seja desfalcado para o cumprimento de 
obrigações anteriormente assumidas. 
 
 A existência de uma obrigação a ser adimplida coloca o devedor num estado de 
sujeição em relação aos requerimentos executivos, contudo, poderá reagir à 
prática dos atos executivos, opondo embargos à execução, ou impugnação, 
impugnando laudo pericial, etc. 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Este estado de sujeição faz com que o devedor responda com todos os seus bens 
presentes e futuros, para com o cumprimento da obrigação, salvo restrições legais 
(ex: bens impenhoráveis e inalienáveis – art. 789, CPC). 
 
 
10.2 – RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL E A IMPENHORABILIDADE 
DE BENS 
 O artigo 833, CPC – relação de bens impenhoráveis: cumprimento ao princípio 
da menor onerosidade para o devedor. 
 
 Protege da penhora os vestuários, os pertences de uso pessoal do executado e os 
valores necessários para a sua subsistência, a fim de impedir a ruína financeira 
do devedor. 
 
 Pela leitura é possível concluir que tal benefício (impenhorabilidade) é instituído 
à pessoa física/natural do devedor. 
 
o A jurisprudência aplica, também, à pessoa jurídica – Resp 512.555/SC 
 
 O devedor pode renunciar tal benefício, oferecendo à penhora bem incluído na 
previsão legal - REsp 470.935/RS. 
 
 Essa conclusão não se aplica: 
 
o Quando o bem for inalienável (fora do comércio) – REsp 351.932/SP; 
 
o MISAEL MONTENEGRO FILHO: Quando o devedor oferece à penhora 
o bem de família (Lei nº 8.009/90). Pois tal benefício decorre de norma de 
ordem pública, de aplicação inafastável pela vontade das partes, 
sobressaindo o interesse público que justificou a criação do instituto em 
favor não apenas do devedor, mas da entidade familiar, que não pode ser 
punida pela irresponsabilidade do devedor. 
 
 
10.3 – RESPONSABILIDADE SECUNDÁRIA (art. 790, CPC) 
 
 Refere-se à possibilidade da sujeição de bens pertencentes a terceiros, que se 
relacionam com o devedor por questões societárias, matrimoniais, ou jurídicas de 
modo geral; 
 
 Em todas estas situações, os bens atingidos pela execução não pertencem ao 
devedor, ou, pertencendo, não se encontram na sua posse. 
 
 O terceiro que sofre o incomodo com a invasão em seu patrimônio ou com o 
molestamento da posse que exercita sobre o bem do devedor, em razão de um 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
debito que não contraiu, deve ser citado para que tome conhecimento do 
processo, e, querendo, reagir (embargos à execução, embargos de terceiro, ou 
ação indenizatória por perdas e danos contra o devedor), fundado no princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
 
10.4 – FRAUDE CONTRA CREDORES 
 Ocorre quando (i) há transferência (gratuita ou onerosa) do patrimônio do 
devedor ao terceiro, ou (ii) na oneração desse patrimônio, desde que seja antes 
do aperfeiçoamento da citação na ação de conhecimento ou na ação de execução. 
 
 Essa transferência patrimonial deve acarretar a insolvência do devedor 
 
 Necessário preenchimento de dois requisitos para a sua configuração: 
 
o NATUREZA OBJETIVA – eventus damini = prejuízo ao credor; 
 
o NATUREZA SUBETIVA – consilium fraudis = é a intenção do devedor 
em prejudicar o credor por meio da transferência ou oneração. 
 
 Se a transferência patrimonial ocorreu antes do aperfeiçoamento da citação (na 
fase de conhecimento ou na ação de execução), o credor deve propor, em face do 
devedor e do terceiro, a ação pauliana, com fundamento no art. 158 do CC, de 
rito comum, para obter sentença declaratória. 
o Trata-se de hipótese de litisconsórcio necessário, de modo que a sua não 
formação acarreta a extinção do processo sem a resolução do mérito 
(parágrafo único do art. 115, CPC). 
 
 Os efeitos de tal transferência permanecem válidos até a prolação da sentença na 
ação pauliana (ação declaratória), que anulará o ato jurídico (transferência 
patrimonial), reconhecendo, por consequência, a sua ineficácia em relação ao 
credor, que pode solicitar o aperfeiçoamento da penhora do bem, como se 
sempre tivesse permanecido em nome do devedor. 
 
10.5 – FRAUDE À EXECUÇÃO (art. 792, CPC) 
 É semelhante à fraude contra credores (mesmos requisitos), diferenciando-se: (i) 
em relação ao momento em que ocorre tal transferência (gratuita ou onerosa) ao 
terceiro – após a citação do devedor; (ii) não é necessário o ingresso de uma 
ação declaratória (ação pauliana), para o reconhecimento da fraude à execução. 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Pode ocorrer em ação de conhecimento (perdas e danos), na qual o réu antevê a 
possibilidade de ser condenado e ter que efetuar o pagamento ao autor da ação. 
 
 Misael Montenegro Filho sustenta que: 
 
o “Embora a transferência patrimonial tenha ocorrido durante a fase de 
conhecimento, o reconhecimento dafraude à execução só ocorre na 
execução, já que a insolvência do devedor será discutida após o 
inadimplemento da obrigação disposta na sentença que encerra a primeira 
fase processual”. 
 
 Trata-se de um ato mais grave do que a “fraude contra credores”, pois, aqui, o 
devedor afronta o próprio Poder Judiciário, pois tem plena ciência da existência 
da ação e do estado de insolvência que incorrerá com a transferência e, mesmo 
assim, o faz. 
 
 Assim como na fraude contra credores, se o devedor possuir patrimônios para 
saldar o débito, poderá transferir seu patrimônio. 
 
 
11 – ESPÉCIES DE EXECUÇÃO 
 
11.1 - INTRODUÇÃO 
 Execução é gênero, sendo espécies: 
 
o Execução por quantia certa: 
 Contra devedor solvente 
 Contra devedor insolvente 
 
 Execução de alimentos 
 Execução contra a Fazenda Pública 
 Execução Fiscal 
 
o Execução para entrega de coisa: 
 Certa 
 Incerta 
 
o Execução das obrigações de fazer e não fazer 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 A distinção entre elas recai sobre o objeto da execução, isto é, a prestação a ser 
adimplida pelo devedor. 
 
 A semelhança entre elas é que em todas as espécies é necessário que a petição 
inicial seja instruída com o título executivo original, com exceção da execução 
fundada em título executivo judicial, uma vez que o título já está presente nos 
autos. 
 
11.2 – EXECUÇÃO (EXTRAJUDICIAL) DE QUANTIA CERTA CONTRA 
DEVEDOR SOLVENTE 
 
11.2.1 – INTRODUÇÃO 
 É instaurada quando o devedor incorrer no inadimplemento da obrigação prevista 
no título executivo extrajudicial. 
 
 O pedido nesta ação de execução extrajudicial, não é a condenação do devedor a 
pagar quantia em dinheiro (isso é da ação de conhecimento), mas que sejam 
realizados atos expropriatórios capazes de satisfazer a obrigação. 
 
o Em suma, é a realização de penhora para posterior (i) alienação judicial 
(leilão judicial) e entrega do valor ao credor OU; (ii) a adjudicação do bem 
penhorado pelo credor como forma de pagamento; 
 
 Quando a ação de execução extrajudicial é distribuída em face de devedor cujo 
patrimônio supere o valor da dívida, estamos diante da execução (extrajudicial) 
de quantia certa contra devedor solvente. 
 
o Se o valor da dívida superar o conjunto patrimonial do devedor, estaremos 
diante da execução (extrajudicial) de quantia certa contra devedor 
insolvente. 
 
 É possível que uma execução de obrigação de dar (ou outra modalidade), se 
transforme em execução de quantia certa, quando o cumprimento do objeto da 
obrigação específica se tornar impossível, tal se transformará em execução de 
quantia certa. Exemplo: 
 
o Credor que propõe ação de execução para entrega de coisa certa, 
constatando no seu curso que a coisa objeto da ação deteriorou, não mais 
se prestando aos fins a que se destinaria. 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 Diante dessa constatação, a obrigação específica (de dar) é 
convertida em perdas e danos, para apuração do valor do bem, 
providenciando-se a citação do devedor para pagar a dívida no 
prazo legal, ato seguido do aperfeiçoamento da penhora e da 
avaliação, da oposição e do julgamento dos embargos à execução, 
da designação de dia e hora para a realização do leilão judicial, da 
venda forçada do bem e da entrega do produto da arrematação ao 
credor. 
11.2.2 – PROCEDIMENTO 
 A execução por quantia certa contra devedor solvente, fundada em título 
extrajudicial, tem início com a distribuição de uma petição inicial, seguida do 
encaminhamento do processo ao magistrado para que ordene o aperfeiçoamento 
da citação do devedor e a prática de outros atos processuais correlatos; 
 
 Seu aperfeiçoamento ocorre com a citação do réu, que é convocado para pagar a 
dívida no prazo de três dias (art. 827, § 1º, CPC), contados do ato da citação e 
não da juntada do mandado de citação ao processo (art. 829, CPC); 
 
o Realizada a citação, o executado poderá adotar uma das medidas abaixo: 
 
 Pagar a dívida no prazo de três dias, acrescida dos honorários 
advocatícios pela metade (§ 1º do art.827), satisfazendo a 
obrigação, autorizando a extinção da execução com fundamento no 
inciso II do art. 924, CPC; 
 
 Opor embargos à execução, no prazo de 15 (quinze) dias, 
independentemente de penhora, depósito ou caução (art. 914, 
caput, CPC); 
 
 ATENÇÃO: se a ação for proposta contra mais de um 
devedor (litisconsórcio passivo), o prazo para oposição dos 
embargos à execução é contado a partir da juntada do 
respectivo comprovante da citação (e não do último), salvo 
no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será 
contado a partir da juntada do último (§ 1º do art. 915). 
 
 Requerer o parcelamento da dívida, com fundamento no art. 916, 
CPC, mediante o reconhecimento do crédito do exequente e a 
comprovação do depósito de trinta por cento do valor em execução, 
acrescido de custas e de honorários advocatícios, solicitando que 
lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao 
mês. 
 
 Quedar silente, não praticando qualquer dos atos anteriormente 
indicados, sujeitando-se a sofrer penhora judicial em bens que 
sejam indicados pelo credor ou localizados por diligência realizada 
pelo oficial de justiça. 
 
 É possível ao devedor exercer o contraditório mediante o oferecimento de 
embargos à execução, a fim de desconstituir o título executivo extrajudicial; 
 
 E finaliza quando o magistrado designa dia e hora para a realização do leilão 
judicial, no qual o(s) bem(ns) penhorado(s) é(são) alienado(s), ato seguido da 
entrega do produto da arrematação ao exequente). 
 
OBSERVAÇÕES: 
1) 
Quando da citação, o devedor não conta com a prerrogativa de nomear bens à penhora 
(em atenção ao princípio da menor onerosidade para o devedor), ao contrário, 
sujeitando-se à penhora que for realizada por diligência do oficial de justiça ou por 
indicação do exequente na petição inicial da ação de execução. 
ENTRETANTO, após o aperfeiçoamento da penhora, o executado pode requerer a sua 
modificação, no prazo de 10 (dez) dias contados da intimação da constrição, com 
fundamento no art. 847, desde que comprove que a substituição lhe será menos onerosa 
e não trará prejuízo ao exequente. 
 
2) 
Se o devedor não for localizado pelo oficial de justiça para o cumprimento (recebimento) 
do mandado de citação, a lei possibilita ao credor o aperfeiçoamento do arresto (pré-
penhora) (art. 830, CPC), seguido da citação (preferencialmente) por hora certa ou por 
edital, após o que, decorrido o prazo de pagamento, o arresto é convertido em penhora 
(§ 3º do art. 830, CPC); 
 
3) 
Optando pelo pagamento, o devedor deve fazê-lo de modo integral: (i) principal; (ii) os 
juros; (iii) a correção monetária; (iv) os honorários advocatícios; (v) as custas; (vi) as 
despesas processuais. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
4) 
Quando realizado o pagamento no âmbito do processo, ele é denominado remição da 
execução – artigo 826, CPC; 
5) 
A constrição (penhora) é formalizada após buscas procedidas pelo oficial de justiça ou 
seguindo a indicação procedida pelo exequente, que, preferencialmente, deve observar 
a ordem constante do art. 835, CPC (apresenta uma ordem decrescente de liquidez) 
 
6) 
Nos termos do artigo 828, CPC, é facultado ao credor obter a certidão comprobatória de 
admissão da ação de execução, com a finalidade de averbação no registro de imóveis, 
de veículos ou de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade. 
 
7) 
PENHORA 
a) Tem por finalidade a indisponibilidade de bens do devedor para permitir a 
satisfação da obrigação perante o credor. 
 
b) Não acarreta a perda imediata da propriedade, pois poderá ser desconstituída por 
meio dos embargos à execução. 
 
c) Garante ao credor a preferência na alienação do bem atingido pela constrição, 
impedindoque outros credores penhorem o mesmo bem, devendo ser observada 
a regra da antecedência da penhora, isto é, a segunda penhora deve aguardar 
o desfecho da primeira. 
 
d) É possível que a penhora recaia, erroneamente, em bens de terceiro não 
responsável, ocasionando a intervenção do terceiro por meio de uma ação judicial 
denominada “embargos de terceiro” a fim de liberar o seu bem da constrição. 
 
e) É possível a ocorrência de penhoras especiais, isto é, penhora sobre bens que não 
se encontram na posse do devedor: 
 
a. Penhora em crédito do executado: quando o executado é credor de um 
terceiro. Nesta hipótese, o exequente intimará o terceiro (devedor do 
executado), para que não pague a este, mas sim ao próprio exequente. 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA / PROCESSO DE EXECUÇÃO 
b. Penhora de crédito = crédito representado por título de crédito, tornando 
necessária a apreensão do documento que representa a dívida; 
 
c. Penhora no rosto dos autos = ocorre quando o executado possui um 
crédito a receber em uma ação judicial distinta e o Exequente (credor) 
solicita ao juiz que seja realizada a penhora de tal crédito. 
 
d. Penhora das quotas ou das ações de sociedades personificadas = 
previsão no artigo 861, CPC. Quando o executado é sócio empresário e a 
penhora recai sobre as quotas sociais de sua titularidade. 
 
e. Penhora de empresa, de outros estabelecimentos e de semoventes (arts. 
862 a 865) = se trata de uma modalidade menos onerosa ao executado, 
uma vez, em regra, com a penhora de bens, os mesmos acabam sofrendo 
desvalorização por não estarem sendo administrados. Nesta hipótese, é 
nomeado um administrador-depositário, que apresentará um plano de 
gestão a fim de saldar o débito. 
 
f. Penhora de percentual de faturamento de empresa = (art. 866, CPC) 
Nesta hipótese se faz a penhora sobre o faturamento da empresa dentro de 
um percentual que seja razoável e menos oneroso ao executado, nomeando 
um administrador-depósito em situação similar a da penhora de empresa; 
 
g. Penhora de navio / aeronave = esta constrição não impede a circulação 
de tais bens a fim de garantir o transporte de bens e coisas. Contudo, para 
evitar a deterioração de tais bens, necessária será a comprovação da 
contratação de seguro para que possam continuar circulando.

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