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6 09 ET Propostas de atividades de História e Geografia

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METODOLOGIA E PRÁTICA DE 
ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA 
Cosme Marins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
6 PROPOSTAS DE ATIVIDADES DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA 
Neste bloco serão apresentados alguns métodos e propostas de atividades que podem 
ser desenvolvidas com os estudantes durante as aulas de História e Geografia. O texto 
está estruturado nas seguintes seções: 
a) Estudo das cidades – interdisciplinaridade entre História e Geografia; 
b) Jogos e resolução de problemas; 
c) Resolução de situações-problema; 
d) Literatura no ensino de História; 
e) Vídeos na sala de aula. 
 
6.1 Estudo das cidades – interdisciplinaridade entre História e Geografia 
A primeira proposta apresentada diz respeito a um projeto interdisciplinar que envolve 
História e Geografia no estudo da cidade. Ao se desenvolver um projeto, é preciso fazer 
um planejamento com base em um eixo temático. As questões a serem desenvolvidas 
se relacionam ao tema escolhido e o projeto avança conforme elas são respondidas. 
Desenvolver um projeto aproxima a atividade escolar da pesquisa acadêmica 
desenvolvida nas universidades e, portanto, da produção de conhecimento científico. 
Para o projeto proposto, é necessário que o professor consiga desenvolver várias ações 
didáticas das áreas envolvidas no projeto (ou conte com a colaboração de professores 
dessas outras áreas), de tal forma que os estudantes compreendam os significados da 
estrutura da cidade contemporânea e as relações sociais que nela se realizam. O 
passado da cidade deve ser compreendido como resultado de relações sociais locais e 
de forças mais amplas, nacionais ou internacionais, que impactam o mundo no qual a 
cidade está inserida. 
As cidades contam com muitos espaços de memória, como monumentos, bairros 
históricos, prédios mais antigos. O espaço, organizado historicamente por seus 
habitantes, apresenta uma relação direta com a memória coletiva. Cada grupo social, 
que viveu em uma determinada época, grava sua forma de vida no solo que habita. 
 
 
 
3 
 
Nessa proposta, há várias ações a serem realizadas pelos alunos, a fim de 
desenvolverem um estudo do meio, o qual se divide em três partes. A primeira 
corresponde ao pré-campo, quando os alunos são preparados para o trabalho, a partir 
de orientações relacionadas ao tema, às estratégias, à organização e demais aspectos 
importantes para que o resultado seja o mais exitoso possível. A segunda diz respeito 
ao trabalho (ou estudo) de campo, no qual são realizadas observações e registros, com 
o propósito de confirmar hipóteses, levantar dados, entre outras, dependendo dos 
objetivos desenhados. O terceiro, pós-campo, concerne ao fechamento do trabalho em 
si, quando é(são) produzido(s) o(s) produto(s) final(is). 
No estudo de uma cidade, então, é importante mostrar para os estudantes imagens de 
diferentes épocas que possam ser comparadas. Aqui, a noção geográfica de paisagem é 
desenvolvida juntamente com os estudantes, que são estimulados a repararem nas 
transformações, rupturas e permanências ao longo do tempo. As diferentes marcas 
observáveis nas cidades, produzidas em distintos períodos históricos, dizem respeito a 
um importante conceito da Geografia: rugosidades. As rugosidades têm uma ligação 
muito intensa com as permanências, um conceito importante da História. 
Após definir um eixo temático, por exemplo: a cidade de São Paulo e seu processo de 
urbanização, é importante estipular os objetivos. Estes podem ser: compreender as 
causas e efeitos dos processos de mudanças e permanências; mostrar como o 
conhecimento e as habilidades de diferentes disciplinas (História e Geografia, nesse 
caso), podem ajudar numa pesquisa. 
Em seguida, é preciso pensar numa forma de apresentar os resultados da pesquisa. Pode 
ser a construção de mapas de momentos diferentes de uma mesma região da cidade. 
Por exemplo: os estudantes elaboram um mapa representando o centro de São Paulo 
há cem anos, há 50 anos e atualmente. Pode ser um livro que conte a história dessa 
transformação. Pode ser a elaboração de uma tabela que permita comparar dados da 
cidade nesses três períodos, por exemplo: população, número de ruas, quantidade de 
casas e prédios etc. 
Em seguida, são definidos os materiais a serem usados no desenvolvimento do projeto: 
caneta hidrográfica para mapas, papel vegetal, jornais e revistas para recortar imagens 
da cidade, cartolina para fazer cartazes, réguas, dispositivos para tirar fotos (máquinas 
 
 
 
4 
 
fotográficas ou celulares). A partir do detalhamento do projeto e das atividades a serem 
desenvolvidas é possível listar os materiais necessários para sua realização. 
É importante, durante a elaboração do projeto, estipular o tempo de duração. Podem 
ser 14 aulas mais o tempo extraclasse no qual os estudantes irão preparar atividades em 
casa. A primeira etapa da execução do projeto consiste em explicar aos alunos o que 
será feito, quais os objetivos, o cronograma das atividades e preparar para eles uma aula 
introdutória que forneça os dados necessários sobre a cidade, contando um pouco de 
sua história e das transformações pelas quais passou ao longo do tempo. Uma atividade 
interessante a ser desenvolvida é constituída por entrevistas com pessoas mais velhas 
que moram na cidade. Podem ser os avós ou outras pessoas da região. A escola também 
pode convidar algum morador mais conhecido para falar com os estudantes. Em uma 
aula, então, eles podem se juntar em grupos e elaborar perguntas, com base nos 
objetivos do projeto. 
Outra atividade que pode envolver bastante os alunos é a prática da fotografia. Pode 
ser solicitado aos estudantes que tirem fotos fora da escola, de preferência com roteiros 
estabelecidos pelo professor a fim de orientar seu trabalho. Assim, o professor pode 
especificar os tipos de fotografia: de prédios modernos e antigos, de ruas diferentes etc. 
Em seguida, com base nos dados coletados pelas entrevistas e fotografias, os estudantes 
podem elaborar quadros com as informações coletadas (população, profissões, 
atividades econômicas...). 
Os quadros elaborados pelos alunos servirão de base para que eles possam construir 
mapas dos diferentes períodos estudados. É interessante pedir para os alunos 
representarem marcos importantes da cidade: ruas, casas, parques, shoppings, de modo 
que os estudantes possam entender o que é um marco e porque eles mudam, na mesma 
cidade, ao longo do tempo. 
Depois da construção dos mapas pode-se pedir para os estudantes compararem os 
mapas entre si e perceberem as diferenças. Nesse ponto, o professor pode dar uma aula 
explicando os fatores que provocaram as mudanças na cidade durante os anos, falando 
sobre economia e sociedade, por exemplo. 
É enriquecedor fazer uma visita ao centro da cidade com os estudantes, percorrendo 
um roteiro predeterminado. Eles podem fazer fotografias e exercitar a observação. 
 
 
 
5 
 
Podem ser feitas entrevistas com determinadas pessoas do local. Nesse caso, o trabalho 
de campo serve de comprovação, ou não, dos dados levantados pelos estudantes e dos 
mapas que fizeram. 
Por fim, comparando os dados coletados no trabalho de campo com as informações e 
produções feitas anteriormente, os estudantes realizarão as devidas correções e ajustes 
para a elaboração do produto final (ABUD; SILVA; ALVES, 2010). 
 
6.2 Jogos e resolução de problemas 
Jogos e brincadeiras são atividades que: proporcionam uma situação de aprendizagem 
propiciando a interação entre professor e estudantes, estimulam a cooperação, e 
contribuem para a descentração (superação do egocentrismo infantil) ao mesmo tempo 
em que auxiliam na formação de conceitos. 
Jogos e brincadeiras são atividades em que os estudantes precisam tomar decisões e 
cooperar com os outros jogadores. Um dos principais objetivos é desenvolver situações 
de aprendizagem voltadas para as atitudes, com foco na formação da cidadania edo 
respeito em relação ao outro. 
Ao propor um jogo o professor precisa, em primeiro lugar, delimitar o seu significado. É 
importante que o professor tenha clareza de seus objetivos. O jogo precisa ter regras, 
que são explicadas aos estudantes, conduzem as ações e ajudam a desenvolver certos 
valores sociais. O jogo contribui para os estudantes aprenderem alguns conceitos de 
uma cultura e sociedade. Nesse sentido, ele contribui para a ampliação do mundo 
infantil e juvenil porque estimula o pensamento abstrato das representações e das 
fantasias (CASTELLAR; VILHENA, 2010). 
Os jogos e brincadeiras possuem algumas funções, tais como: a) epistemológicas, ao 
aprofundar um determinado assunto ou ao tratar de um novo conteúdo; b) 
interdisciplinares, uma vez que o jogo pode envolver saberes de outras áreas do 
conhecimento; c) contestatórias, pois as resoluções dos estudantes são confrontadas 
com outros conhecimentos adquiridos. 
Ao planejar uma atividade de jogo, o professor deve pensar nos seguintes pontos: 
 
 
 
6 
 
1) Objetivos (o que será desenvolvido); 
2) Público (para quem a atividade é desenvolvida, quem vai participar); 
3) Materiais (com o que a atividade será desenvolvida – o que é necessário ter e 
requisitar para a escola); 
4) Adaptações (de que modo a atividade será desenvolvida, quais situações-
problema serão propostas aos estudantes); 
5) Tempo (quando será desenvolvida e em quanto tempo); 
6) Espaço (onde será feita a atividade); 
7) Dinâmica (como a atividade será desenvolvida); 
8) Papel do adulto (qual a função do adulto na atividade); 
9) Proximidade e conteúdo (qual o recorte da atividade em relação ao conteúdo 
escolar); 
10) Avaliação da proposta (qual o impacto produzido pela atividade, fazer uma 
análise crítica, junto com os estudantes, do jogo); 
11) Continuidade (como continuar e o que fazer depois, pois o jogo pode se 
transformar em um projeto, ou já ser parte de uma atividade mais ampla). 
6.3 Resolução de situações-problema 
Outro tipo de atividade interessante de desenvolver com os estudantes é a resolução de 
situações-problema. Eles são estimulados a trabalharem em grupos, como no jogo, e a 
encontrarem uma ou mais soluções para um determinado caso. Esse tipo de atividade 
estimula o raciocínio e faz com que os estudantes possam compreender conceitos e 
proposições de maneira complexa para que elaborem estratégias, façam análise de 
dados e cheguem a uma conclusão. 
A atividade pode ser pensada em quatro fases diferentes, como exemplificado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Tabela 6.1 – Proposta de Atividade (resolução de situações-problema) 
1ª fase 2ª fase 3ª fase 4ª fase 
Seleção de 
contexto 
Formulação do 
problema 
Resolução do problema Síntese e avaliação do 
processo 
Sabendo 
quais os 
problemas 
que pretende 
abordar ou 
após 
identificar os 
conteúdos 
que quer 
lecionar, o 
professor 
escolhe pelo 
menos um 
contexto 
problemático 
que permita 
abordar os 
conceitos 
selecionados. 
Desenvolve-se a 
partir do trabalho 
dos estudantes 
sobre o contexto 
problemático 
escolhido pelo 
professor, que tem o 
papel de ser o 
orientador do 
processo. Os 
estudantes vão 
analisar o contexto 
problemático e 
explicar quais as 
suas causas, 
enquanto o 
professor tem o 
papel de explicar 
questões do 
problema para 
orientar os 
estudantes. 
Esta fase pode durar mais 
do que as outras. O 
professor orienta o 
trabalho dos estudantes, 
mas deixa que eles, em 
grupos, resolvam os 
problemas colocados. É 
preciso interpretar a 
situação, as causas, que 
foram levantadas na fase 
anterior, e, a partir disso, 
começar a elaborar 
soluções e estratégias que 
possam resolver o tal 
problema. Durante o 
processo, os estudantes 
podem ter acesso a 
material de pesquisa e o 
professor pode auxiliar 
com informações 
necessárias sobre assuntos 
levantados pelos 
estudantes. 
Esta etapa é feita em 
conjunto com o 
professor e todos os 
estudantes para 
verificar como o 
problema foi 
solucionado pelos 
diferentes grupos. Ao 
final, o professor faz 
uma síntese dos 
conteúdos e conceitos 
desenvolvidos ao 
longo da atividade. O 
professor pode avaliar 
a atitude 
comportamental dos 
alunos e, ao final, 
fazer uma avaliação, 
com base nos 
objetivos 
estabelecidos 
inicialmente. 
(Fonte: Adaptado de CASTELLAR; VILHENA, 2010, p. 50). 
6.4 Literatura no ensino de História 
A Literatura pode servir como fonte de estudo para o historiador. Na sala de aula, o 
professor pode usar a Literatura para ensinar determinado conteúdo e variar as 
metodologias de ensino. O texto literário é uma representação de um mundo vivenciado 
ou idealizado por seu autor. O leitor, ao ler o texto, procura entender esse mundo 
criando sua própria imagem daquilo que foi representado. 
Um dos aspectos mais ricos da Literatura para o historiador é o fato de o outro do texto 
não estar, necessariamente, preocupado com os acontecimentos e com fatos reais e, 
 
 
 
8 
 
por isso, serve como uma ótima fonte para se entender como as pessoas concebem, 
vivenciam e representam a si mesmas e o mundo no qual vivem. 
O campo da História que se interessa por esse tipo de fonte e de pesquisa é a História 
Cultural. É a História que levanta perguntas e questões, tendo o texto literário como 
fonte. O historiador, porém, não se preocupa tanto com o tempo representado pelo 
texto, mas sim com o tempo no qual o texto foi escrito, com o objetivo de descobrir a 
mentalidade de uma época. 
Como fonte, ela [a Literatura] possibilita ao historiador estudar as 
construções e aplicações do pensamento dos indivíduos e grupos sociais, o 
que é essencial ou superficial, quais vicissitudes e idiossincrasias estão 
presentes, o que é visceral ou desprezível numa sociedade, quais tabus e 
preconceitos são reforçados ou questionados em determinado momento 
histórico e tantos outros aspectos constituintes da mentalidade de uma 
época (ABUD; SILVA; ALVES, 2010, p. 46). 
Ao trabalhar com um texto literário é importante que os estudantes percebam as 
diferentes dimensões temporais apresentadas pela Literatura. Isso é fundamental para 
a construção do conhecimento histórico. Em seguida, é importante que os estudantes 
possam perceber a descrição e a interpretação dessas temporalidades feitas pelos 
autores dos textos estudados. Por fim, analisar as relações das representações literárias 
nos seus diferentes âmbitos (social, político, econômico e cultural) com o atual 
momento histórico possibilita a percepção das transformações, rupturas e 
permanências e o desenvolvimento de uma mentalidade histórica. 
Para preparar uma atividade envolvendo Literatura, o professor de História pode 
planejar um projeto interdisciplinar. É importante que escolha o texto de acordo com a 
faixa etária dos estudantes, de modo que a linguagem e o tamanho do texto sejam 
adequados. Crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental não possuem um 
vocabulário extenso e, em geral, os textos mais curtos são mais adequados. Já 
estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental II, ou do Ensino Médio possuem um 
vocabulário mais extenso e são capazes de ler textos mais longos e com uma linguagem 
mais complexa, como aquela caracterizada por metáforas. 
 
 
 
9 
 
É importante que o professor discuta com os estudantes o contexto histórico no qual o 
texto foi escrito, pois é isso que os fará perceber nuances históricas nos campos da 
política, da sociedade, da linguagem, da economia e da cultura. Para isso, o professor 
pode elaborar um roteiro de estudos no qual esse processo possa ser registrado, o que 
favorece a análise da obra. É enriquecedor discutir com os estudantes as relações que 
podem ser feitas entre a mentalidade exposta no texto literário com o atual momento 
histórico. 
6.5 Vídeos na sala de aula 
Uma outra estratégia que pode envolver bastante osestudantes é a abordagem de 
vídeos. Em primeiro lugar, é importante que o professor mostre que os filmes são 
construções mentais sobre as quais é preciso pensar e analisar (ABUD; SILVA; ALVES, 
2010, p. 165). Precisa ficar claro aos estudantes que as narrativas presentes nos filmes 
não se tratam de verdades absolutas, mas sim interpretações, respostas, reflexões, que 
resultam do contexto histórico no qual são formuladas. Atualmente, os filmes 
aparentam ser cada vez mais realistas por causa dos efeitos visuais. Muitos filmes com 
temática histórica, inclusive, contam com assessoria de historiadores e procuram 
representar a história como se o próprio filme tivesse sido feito na época retratada. Por 
isso é importante trabalhar essa questão com os estudantes, para que eles possam partir 
do pressuposto de que o filme é uma construção, isto é, uma representação da 
realidade, e não a realidade propriamente dita. 
Os filmes funcionam muito mais como documentos sobre um determinado assunto, pois 
mostram um ponto de vista. Mesmo documentários ou filmes históricos são narrativas 
e, por mais próximos da realidade que sejam, não representam a verdade, mas uma 
interpretação. Por exemplo, na filmografia brasileira (filmes, séries, novelas etc.), D. 
João VI e a família real são retratados como pessoas atrapalhadas, comilonas, 
depravadas e, portanto, incapazes de governar. Porém, será que era assim mesmo? O 
único monarca europeu que conseguiu escapar de Napoleão (o qual havia invadido 
Portugal em 1807–1808) e fundar um novo Estado do outro lado do Atlântico, fato que 
lhe possibilitou manter o Império Colonial Português, era incapacitado para governar? 
Confrontar as análises feitas por historiadores com as representações fílmicas, por 
 
 
 
10 
 
exemplo, é importante para mostrar aos estudantes que aquilo é uma versão da história, 
apenas. 
Ao abordar vídeos (filmes, novelas, séries, documentários etc.) na sala de aula, o 
professor precisa planejar as etapas do projeto. É importante contextualizar o momento 
no qual o filme foi produzido, bem como, no caso de ser um documentário ou filme 
histórico, contextualizar a época representada para que os estudantes consigam fazer 
as análises necessárias. Os vídeos podem abordar assuntos de outras áreas como 
História, Geografia, Língua Portuguesa, Ciências. Se esse for o caso, é interessante 
planejar uma atividade interdisciplinar. 
A assistência ao vídeo pode ser feita de várias formas: durante as aulas (neste caso o 
professor precisa planejar quanto tempo será necessário); fora do momento da aula mas 
na própria escola (neste caso é preciso reservar a sala de vídeo ou o espaço adequado e 
marcar com os estudantes); fora da escola (neste caso o professor pode pedir aos 
estudantes para assistirem em casa o filme depois de se certificar de que terão acesso a 
ele). Depois de assistirem ao vídeo, é importante que seu conhecimento sobre o que foi 
apresentado seja levantado pelo professor, o qual pode elaborar um roteiro com 
perguntas e entregar aos estudantes antes do filme, para que eles prestem atenção nos 
pontos destacados. O professor pode ainda optar por fazer o contrário: pedir para os 
estudantes levantarem questões sobre o assunto tratado depois de assistirem ao vídeo. 
O produto final pode ser composto de várias formas: um cartaz apresentando, de 
maneira comparativa, a visão do vídeo e a visão histórica/ geográfica sobre o assunto; a 
elaboração de um roteiro para outro vídeo, apresentando a questão de forma diferente, 
entre outras tantas. 
Conclusão 
Neste bloco, foram apresentados alguns métodos e atividades que podem ser 
desenvolvidos nas aulas de História e Geografia. Assim, foi abordado o estudo 
interdisciplinar das cidades através de um estudo do meio, dividido em três fases: pré-
campo, trabalho de campo e pós-campo, envolvendo uma pesquisa histórica, a 
elaboração de mapas e análise da transformação temporal da paisagem. Também foi 
 
 
 
11 
 
exposta a abordagem de jogos como ação didática visando ao desenvolvimento de 
habilidades socio-comportamentais dos estudantes, como a superação do egocentrismo 
infantil e o desenvolvimento do comportamento de cooperação e percepção e respeito 
pelo outro. Ainda foi discutido como atividades que propõem a resolução de situações-
problema podem ser usadas nas aulas, de modo a estimular a reflexão, a análise e a 
elaboração de hipóteses pelos estudantes, o que envolve um grau complexo de 
aprendizado sobre os assuntos ensinados. Também foi mostrado como a Literatura 
pode ser trabalhada nas aulas de História. O texto literário é uma rica fonte de análise 
cultural, econômica e social da época na qual foi escrito, pois envolve a representação 
de uma determinada visão de mundo (a do autor da obra). Por fim, vimos que os vídeos 
(filmes, séries, documentários, novelas) também podem constituir ricas fontes para o 
estudo de História e Geografia, pois expressam uma interpretação sobre um 
determinado assunto, que pode ser confrontada com o conhecimento ensinado aos 
estudantes. 
REFERÊNCIAS 
ABUD, Kátia Maria; SILVA, André Chaves de Melo; ALVES, Ronaldo Cardoso. Ensino de 
História. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
CASTELLAR, Sônia Maria Vanzella; VILHENA, Jerusa. Ensino de Geografia. São Paulo, SP: 
Cengage Learning, 2010.

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