Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REVISÃO INTERNATO – CLÍNICA MÉDICA I – TEÓRICA AULA 1 – DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS I. Sódio (135-145): - íon mais importante do extracelular; - íntima relação com a água. Osmolaridade x Osmolalidade: osmolaridade de uma solução é definida como a razão entre a massa total de soluto e o volume total de solvente, expressa em mOsm/L. Já osmolalidade refere-se à massa total de soluto em relação à massa de solvente, expressa em mOsm/kg. Como a densidade da água é 1, nos meios aquosos a osmolaridade será igual à osmolalidade! è A osmolaridade normal é em torno de 280-295 mOsm/L. Mecanismos reguladores: osmorreceptores, barorreceptores, SRAA. A) Hiponatremia (<135): é o distúrbio eletrolítico mais frequente em pacientes hospitalizados. 1) Causas: Retenção de fluidos: corticoides, SIADH, ICC, cirrose, IRC. Perdas: diuréticos, GECA, insuficiência adrenal. 2) Quadro: grande maioria assintomático, mas pode haver letargia, apatia, náuseas, vômitos, sensibilidade alterada, reflexos profundos diminuídos, respiração de Cheyne-Stokes. 3) Classificação das hiponatremias: Quanto à osmolaridade: Pseudo-hiponatremia: com isosmolaridade. Causada por aumento de moléculas de lipídios. Hiponatremia hipertônica: hiperosmolaridade. Causada por aumento de glicose e/ou ureia. Hiponatremia hipotônica: hiposmolaridade. É a hiponatremia “verdadeira”. Ela deve ser classificada quanto ao volume! Quanto à volemia (hiponatremia hipotônica): Hipervolêmica: por diminuição da excreção renal de água – ICC, cirrose hepática, IR. Normovolêmica: SIADH, diuréticos, insuficiência adrenal. Hipovolêmica: perdas renais, GI etc. Deve ser classificada de acordo com o sódio urinário. Quanto ao Na urinário (hiponatremia hipotônica hipovolêmica): > 40 mEq/L: perdas renais – diuréticos tiazídicos, síndrome cerebral perdedora de sal, hipoaldosteronismo. < 20 mEq/L: perdas extrarrenais – vômitos, diarreia, hemorragias. SIADH: importante causa de hiponatremia euvolêmica. Cursa com alta osml urinária e sódio urinário > 40! O diag dif principal é a síndrome cerebral perdedora de sal, mas que é hipovolêmica! 4) TTO: o aumento da natremia não deve exceder 10 mEq/L nas primeiras 24h. Hiponatremia aguda: NaCl a 3%: 0,5 ml/kg/h para assintomáticos 1-2 ml/kg/h para sintomáticos 2-4 ml/kg/h se convulsão Hiponatremia crônica: NaCl 3% 0,5 mE /L/h. B) Hipernatremia (>145): toda hipernatremia é hipertônica, ou seja, cursa com aumento da osmolaridade plasmar efetiva. É expressa pela falta de água no organismo (desidratação hipertônica). 1) Causas: Perda de água livre: perdas insensíveis (cutânea, respiratória), diabetes insipidus (insuficiência patológica do ADH). Perda de fluidos hipotônicos: diarreia (gastroenterites virais, lactulose, manitol), diuréticos de alça, vômitos, queimaduras. Redução da ingesta de água: hipodipsia hipotalâmica. Ganho de sal ou soluções hipertônicas: ingesta de sal, hiperaldosteronismo primário. 2) Quadro: a hipernatremia aguda grave leva à desidratação neuronal e cerebral, provocando distúrbios neurológicos (encefalopatia hiperosmolar), havendo rebaixamento do nível de consciência, coma, crise convulsiva. 3) TTO: reposição de água livre, preferencialmente por via oral. Se a via for venosa, as soluções deverão ser SG 5% ou solução salina hipotônica 0,2% ou 0,45%, uma vez que a infusão de água destilada causa hemólise. II. Cálcio A) Hipocalcemia: 1) Quadro: Sinal de Chvostek: contração muscular ao tocar no trajeto do nervo facial. Sinal de Trousseau: espasmo carpofalangeano após inflar manguito no braço. 2) Exames complementares: dosar Ca iônico, pois não é influenciado pela albumina. 3) TTO: Ca 0,9-1,05 = Ca oral 2-4g // Ca 0,7-0,9 = Ca 0,5-1 mg/kg/h // Ca <0,7 = gluc de Ca 10-30 ml diluídos em 150 ml SG EV, em 10 min. B) Hipercalcemia: 1) Causas: hiperparatireoidismo, malignidades (ex: mieloma múltiplo). 2) Quadro: hipertensão, constipação, poliúria, encurtamento QT. 3) TTO: Hidratação SF 0,9%; Diurético, se paciente hidratado; Pamidronato EV (mobiliza Ca para o osso); Calcitonina; Diálise. Correção excessiva = mielinólise pontina! III. Potássio (3,5-5,5): - íon mais prevalente no intracelular; - maior reservatório é o músculo esquelético e, embora minimamente no sangue, a calemia deve ser finamente regulada; - grande importância na eletrofisiologia das células, principalmente nos miócitos; - seu desequilíbrio pode advir de alterações no pH, na insulina, na aldosterona etc. A) Hipocalemia (<3,5): 1) Causas: Perdas externas: baixa ingestão, perdas GI (vômitos, diarreias, fístulas), alcalose metabólica (desloca o K do extracelular para a célula e aumenta a excreção urinária de K), diuréticos. Entrada celular: insulina (promove influxo celular de K), pico de adrenalina, beta-2-agonistas. 2) Quadro: fraqueza muscular, fadiga, intolerância ao exercício, arritmias (extrassistolia), dispneia, parestesia, cãibras musculares, constipação. Alterações no ECG: • Onda T aplainada e aumento do intervalo QT; • Aumento da onda U; • Onda U proeminente, maior que onda T; • Desaparecimento da onda T; • Onda P apiculada; • Alargamento QRS. 3) TTO: repor K! Preferencialmente por VO, com xarope de KCl a 6%. A via venosa é utilizada quando: - Intolerância gastrointestinal; - Perdas GI importantes; - Hipocalemia grave. Utilizar KCl 10%. B) Hipercalemia (>5,5): a insuficiência renal está entre as causas mais comuns e mais preocupantes. 1) Causas: 2) Quadro: fraqueza, paralisia muscular. Alterações no ECG: primeiro sinal é a onda T em tenda! 3) TTO: para hipercalemia com repercussões eletrocardiográficas. 1. Estabilizar a membrana: gluconato de Ca 10% 10 ml EV. 2. Redistribuir o K: solução polarizante 1U insulina regular – 5 g de glicose. Administrar 10U + 100 ml glicose a 50% EV. 3. Bicarbonato de sódio: 50 mEq – 50 ml da solução a 8,4%. 4. Beta-2-agonista: nebulizar com 10-20 gotas de Fenoterol ou Salbutamol (põe K para o intra). 5. Outras medidas (medidas de manutenção): furosemida ou, se oligúrico, resina de troca (sorcal). AULA 2 – INJÚRIA RENAL AGUDA 1) Definições: Qualquer redução abrupta da função renal. Declínio rápido da taxa de filtração glomerular e retenção de escórias nitrogenadas, como ureia e creatinina. è Na maioria das vezes, é um diagnóstico puramente laboratorial, feito pelo reconhecimento da azotemia (elevação de ureia e creatinina plasmáticas). KDIGO: • Aumento da creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dL dentro de 48h; OU • Aumento da creatinina sérica ≥ 1,5x o valor de base, ocorrendo nos últimos 7 dias; OU • Débito urinário < 0,5 ml/kg/h por mais do que 6h. 2) Estadiamento de gravidade: A) KDIGO: B) RIFLE: risco, injúria, falência, perda (loss) e estágio final (end). 3) Causas: A) Pré-renais (55-60%): por hipofluxo. Tendem a melhorar com hidratação. Causas hipovolêmicas: hemorragias, queimaduras, hipoalbuminemia. Causas cardíacas: ICC, tamponamento, choque cardiogênico. Causas distributivas: sepse, síndrome hepatorrenal (na hepatopatia grave, ocorre dilatação esplâncnica, com redução da resistência vascular e hipotensão). AINEs. B) Renais – IRA por lesão intrínseca (35-40%): causada por lesão no próprio parênquima renal. Pode cursar com oligúria ou anúria. Geralmente refratárias ao volume. Necrose tubular aguda (NTA): é a principal causa aguda. Pode ser causada por: • Isquemia: em pacientes críticos, em choque, sepse, pancreatite aguda, politrauma, pois o sistema tubular é bastante sensível à lesão isquêmica ou hipóxia. A lesão do epitélio tubular prejudica a reabsorção, levando à formação de uma urina rica em Na e água. As células epiteliais se desprendem para o lúmen, aderindo-se à proteína de Tamm-Horsefall e formando os cilindros epiteliais. • Rabdomiólise: a lesão muscular extensa libera, na circulação, CPK, K, ácido lático, miogloblina etc, que são filtrados pelo glomérulo e alcançam os tubos,podendo promover NTA. • Medicamentos: Aminoglicosídeos, anfotericina B, contraste iodado. • Síndrome da lise tumoral. Glomerulopatias: principal causa crônica. Leptospirose: pensar sempre que febre + IRA + K sérico baixo. Ateroembolismo por colesterol. C) Pós-renais (5-10%): obstrução aguda do sistema uroexcretor. Importante saber que essa lesão só irá ocorrer nas obstruções com repercussão renal bilateral (ex: obstrução uretral, do colo vesical, ureteral bilateral ou ureteral em rim único). Hiperplasia prostática benigna: causa mais comum, resolvida pela passagem de cateter de Foley. 4) Resposta renal à isquemia: ocorre vasodilatação da arteríola aferente, pela prostaglandina, e constrição da eferente, pelo SRAA. Dito isso, o uso de AINEs é “proscrito”. Outro aspecto fisiopatológico considerável é que a TFG é mantida até PAM de 80 mmHg. Entretanto, em alguns pacientes, a TFG se deteriora mesmo com PAM normal, caracterizando a “IRA normotensa”. A IRA acarreta: aumento da ureia, inflamação, necrose celular, polimerização proteína Tomm- Horsefall. A) Marcadores: Creatinina: • Derivada de músculos (portanto, varia conforme a variação muscular individual); • Não absorvida nos rins; • Só aumenta quando TFG está muito alterada. Cistatina C: • Não absorvida nos rins; • Não influenciada por dieta ou músculos; • Altera mais precocemente. Outros: IL-18, KIM-1, TIMP-2, NGAL. 5) Quadro: A) Curso clínico: Fase inicial: insulto isquêmico. Fase de manutenção (oligúrica); Fase de recuperação: rápida elevação do volume urinário; Recuperação funcional: após dias de diurese normal e diminuição da ureia e creatinina. B) Sinais e sintomas: decorrem da síndrome urêmica e dos distúrbios de base. Cardiopulmonares: hipertensão arterial, edema agudo de pulmão, edema periférico, pela retenção de líquidos e sódio, que aumentam a volemia. Hematológicas: anemia, disfunção plaquetária. Neurológicas: encefalopatia urêmica, caracterizada por estado de confusão mental, agitação psicomotora, mioclonia, asterixis e Babiski. Gastrointestinais: anorexia, vômitos, diarreia, íleo metabólico. Eletrolíticos: hipercalemia (pela redução da excreção de K), hiponatremia (pela retenção de água), acidose metabólica (pela retenção dos ácidos produzidos pelo metabolismo). 6) Diagnóstico: débito urinário, creatinina, ureia. 7) TTO: A) Fundamentos: • Estabilizar a perfusão renal e distúrbios. • Retirar drogas tóxicas. • Considerar diálise. B) IRA pré-renal: tratar a PA, corrigir hipovolemia, suspender hipotensores, pesquisar e tratar infecções. è SF 0,9% 1000 ml IV em infusão rápida. C) IRA intrínseca: Glomerulonefrites: imunossupressão agressiva com corticoides + ciclofosfamida. NTA: furosemida, suporte nutricional, reposição hídrica. D) IRA pós-renal: HBP: cateter de Foley. Se impossível passar = cistostomia. Obstrução ureteral com hidronefrose: cateter duplo J. E) Diálise: é empregada para reduzir a circulação dos compostos azotêmicos, promover o equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico e combater a hipervolemia. As indicações são: Pré-renal X NTA: Pré-renal: Sódio urinário < 20 Osm urinária > 500 Ureia sr / Cr sr > 40 NTA: Sódio urinário > 40 Osm urinária < 350 Ureia sr / Cr sr < 20-30 AULA 3 – DOENÇA ISQUÊMICA DO MIOCÁRDIO E ARRITMIAS DOENÇA ISQUÊMICA DO MIOCÁRDIO 1) Conceitos: a doença isquêmica do miocárdio pode se apresentar de três formas clínicas distintas: • Assintomática; • Crônica: angina estável, em que há sinais e sintomas de isquemia durante esforço, mas em repouso essas manifestações desaparecem. • Aguda: síndrome coronariana aguda, em que o paciente evolui em curto espaço de tempo com sinais e sintomas de isquemia, mesmo em repouso. Existem 3 síndromes coronarianas agudas: angina instável, IAMSST e IAMST. 2) Fisiopatologia: a aterosclerose coronariana é a principal etiologia, causando disfunção endotelial e formação de trombos. Em obstruções agudas e graves (>80%), a vasodilatação coronariana não é o suficiente, gerando isquemia e, depois, infarto. Em obstruções graduais e não tão graves (50-80%), a reserva coronariana é parcialmente utilizada e, em situações de maiores demandas, pode não ser suficiente, causando angina estável. 3) Consequências da isquemia miocárdica: Primeiro momento -> disfunção diastólica, pela perda do relaxamento muscular. Depois -> disfunção sistólica, pela perda da capacidade contrátil. 4) Diagnóstico IAM: história clínica, ECG, MNM. A) Definição universal de IAM: qualquer um dos dois critérios: 1. Aumento ou diminuição dos MNM, na presença de pelo menos um dos abaixo: • Sintomas de isquemia miocárdica; • Desenvolvimento de onda Q patológica; • Supra ou Infra ST ou BRE 3º grau; • Imagem nova de perda de miocárdio; 2. Evidências anatomopatológicas. B) Tipos de infarto: 1. Evento coronariano primário; 2. Aumento do consumo ou redução da oferta; 3. MSC precedida de sintomas de infarto; 4. Relacionado a trombose de stent; 5. Associado a cirurgia cardíaca. 5) Classificação clínica dos sintomas anginosos: A) Angina típica: • Desconforto precordial em aperto, irradiado para pescoço, mandíbula, ombro ou braço; • Precipitada por esforço; • Aliviada por repouso ou nitrato. B) Angina atípica: atende 2 características. C) Dor não anginosa: atende a 1 ou nenhuma. 6) Causas de dor precordial: A) Cardíacas: SCA, dissecção aorta, pericardite. B) Não-cardíacas: TEP, pneumonia, pleurite, DRGE, gastrite, úlcera péptica, ansiedade. 7) Estratificações: A) Killip: escore prognóstico para IAM. B) TIMI: estratifica o risco de complicações cardiovasculares na SCA. 8) TTO: 1. Anamnese e exame físicos DIRECIONADOS. 2. ECG em no máximo 10 minutos. 3. Exames: HMG, glicose, ureia, creatinina, eletrólitos, TAP, MNM. Rx tórax pode ser feito em, no máximo, 30 minutos, ou de imediato, caso a suspeita maior seja de dissecção aórtica. 4. Monitorização. 5. Oxigênio: apenas se SpO2 < 94%. 6. Acesso venoso. 7. Analgesia: morfina IV 2-4 mg repetidos a cada 5-15 min até debelação da dor. Contraindicada se IAM de parede inferior/VD. 8. Nitratos: três opções, todas via sublingual. Contraindicados se IAM de parede inferior/VD, hipotensão ou bradicardia. • Nitroglicerina: 0,4 mg. • Mononitrato de isossorbida: 5 mg. • Dinitrato de isossorbida (isordil – mais usado no BR): 5 mg. 9) Betabloqueadores: metoprolol. è Podem ser usados imediatamente ou tardiamente. è Na ausência de contraindicações (FC < 60, PAS <100, ASMA/DPOC graves, doença arterial periférica grave, Killip 2, 3 ou 4), usar imediatamente. è Não utilizar caso haja risco de choque cardiogênico: FC > 110 bpm, idade > 70 anos, PAS < 120. 10) Antiplaquetários: • AAS: 300 mg de ataque (mastigar 3 cp) e manter 100 mg/dia vitalício. Contraindicações: alergia, intolerância, hemofilia, sangramento ativo, úlcera péptica ativa, hepatopatia grave. • Clopidogrel: è < 75 anos: dose de ataque (600 mg se angioplastia primária / 300 mg se trombólise química) + manutenção 75 mg/dia. è >75 anos: não recebem dose de ataque, somente manutenção 75 mg/dia. • Ticagrelor: superior ao clopidogrel na redução da mortalidade. Dose de ataque 180 mg e dose de manutenção 90 mg 2x ao dia. è Se irá para trombólise química, não utilizar! Manter AAS + Clopidogrel. 11) Anticoagulante: Enoxaparina, se for para trombólise / HNF, se for para angioplastia. 12) Reperfusão: é o TTO definitivo! Ou por trombólise ou por angioplastia. Tempo “porta-agulha” (chegada paciente até infusão de trombolítico): máximo 30 min. Tempo “porta-balão” (chegada paciente até angioplastia): máximo 90 min. Sem hemodinâmica no hospital: tempo de transferência máximo 120 min. Trombolíticos: + eficazes quanto + precoces! Dispõe-se da Estreptoquinase, Alteplase (rtPA) e Tenecteplase. Podem ser utilizados com delta T de até 12 horas. Angioplastia: é a mais eficaz estratégia de reperfusão. Prefere-se a angioplastia primáriaaos trombolíticos se esta puder ser feita em até 90 min. 13) Medicamentos de manutenção: Anticoagulantes: para TODOS os pacientes, ainda no ambiente hospitalar e em casa (3-6m) se FA persistente, tromboembolismo, trombo no VE, disfunção sistólica grave. • Enoxaparina (uma HBPM): após trombólise química. • HNF: após angioplastia. IECA: iniciado, se possível, dentro das primeiras 24h do IAMST e, se indicado, de forma prolongada. Estatinas: iniciar precocemente estatinas potentes em dose máxima (atorvastatina 80mg/dia) e, após 30 dias, obter lipidograma e titular estatina para manter LDL < 70. Critérios de Reperfusão: Redução de mais de 50% na altura do supra de ST. Pico precoce na curva de MNM. Arritmias de reperfusão (RIVA). Desaparecimento da dor. Obrigatório (aumentam sobrevida): antiagregante, BB estatinas e IECA! Diminuem mortalidade na SCA: antiagregante e BB! TODO paciente que recebeu trombolítico deve passar por CATE! ARRITMIAS I. Fibrilação Atrial: A) Definição: 1) FC geralmente entre 90-170; 2) Irregularidade do intervalo R-R; 3) Ausência de onda P ou qualquer atividade elétrica regular; 4) QRS estreito (idêntico ao QRS do ritmo sinusal). B) Mecanismo: miócitos atriais doentes predispõem formação de novos caminhos elétricos. Estímulos atriais podem se fragmentar, formando vários circuitos de reentrada. C) Causas: tireotoxicose, doença mitral reumática, HAS. D) Complicações: tromboembolismo, podendo gerar AVCi cardioembólico. E) TTO: 1) Recém-diagnósticada: Paciente instável: choque circulatório, congestão pulmonar e/ou isquemia miocárdica, diminuição da consciência. è Cardioversão elétrica sincronizada imediata. Como fazer? Administrar propofol ou midazolam + fentanil, instaurar oxigênioterapia, acesso venoso e monitorização. O choque inicial deve ser sincronizado e com carga entre 100-200J. Se insucesso, repetir choque com carga de 360J. Paciente estável: 1. Controlar a FC (meta FC <110): betabloqueadores (metoprolol) OU BCC (diltiazem) OU digitálicos (digoxina). 2. Importante avaliar o risco cardioembólico pelo CHA2DS2-VASC ou HAS-BLED e, se necessário, anticoagular. O paciente com estenose mitral moderada a grave ou prótese valvar é considerado alto risco. • HBPM (enoxaparina 1 mg/kg SC) + warfarina OU Apixaban 5 mg 2x/dia. II. Flutter Atrial: A) Definição: 1) Frequência atrial acima de 250, observada pela frequência das ondas F; 2) Ausência de uma linha isoelétrica entre as ondas F, que pode dar aspecto “dente de serra”; 3) FC costuma ser de 150; 4) QRS estreito (idêntico ao QRS sinusal). B) Mecanismo: taquiarritmia atrial por macrorreentradas, havendo grande circuito elétrico no miocárdio do AD. C) TTO: 1) Emergencial (instável): cardioversão elétrica sincronizada. Como fazer? Administrar propofol ou midazolam + fentanil, instaurar oxigênioterapia, acesso venoso e monitorização. O choque inicial deve ser sincronizado e com carga de 50J. Se insucesso, repetir choque com carga de 100J. 2) Eletiva: 1. Inibidores do nodo AV: BB, verapamil, digital. 2. Se insucesso, tentar cardioversão elétrica sincronizada ou química. 3. Anticoagulação: adotar idem fibrilação atrial se história de FA, flutter crônico (+6m) ou grupo de risco para tromboembolismo (episódio prévio, doença mitral, disfunção grave VE). 3) Abordagem definitiva: para casos recorrentes e sintomáticos, indica-se a ablação por radiofrequência. III. Taquicardia Atrial Multifocal: A) Definição: 1) FC > 100; 2) Presença de pelo menos 3 morfologias diferentes de onda P na mesma derivação; 3) Variabilidade dos intervalos PR, P-P e R-R (ritmo irregular). B) Mecanismo: hiperautomatismo do miocárdio atrial, surgindo múltiplos focos ectópicos. C) Causas: DPOC (é a arritmia mais vista na DPOC). D) TTO: 1. Compensar o quadro respiratório. 2. MgS. 3. Se insucesso: verapamil, metoprolol. IV. Taquicardia Supraventricular Paroxística (TSVP): taquicardia de origem não ventricular que SEMPRE começam e terminam subitamente, excluindo a fibrilação atrial, flutter atrial e taquicardia atrial. Agrupa várias entidades. Taquicardia por Reentrada Nodal: é o tipo de TSVP mais comum. A) Definição: 1) FC entre 120-220; 2) Início e término súbitos; 3) QRS estreito na maioria dos casos; 4) R-R regular; 5) Sem onda P aparente. B) Mecanismo: presença congênita de nó AV com duas vias de condução, permitindo que o estímulo despolarize os ventrículos e, logo em seguida, os átrios, de forma retrógrada. C) TTO: Se instabilidade: 1. Cardioversão elétrica sincronizada. Como fazer? Administrar propofol ou midazolam + fentanil, instaurar oxigênioterapia, acesso venoso e monitorização. O choque inicial deve ser sincronizado e com carga de 150J. Se estabilidade: 1. Tentar Valsalva ou compreensão do seio carotídeo. 2. Adenosina 6 mg IV. Se insucesso – repetir 12 mg IV. OU 3. Verapamil 5 mg IV. Síndrome de Wolff-Parkinson-White: é um tipo de TSVP por reentrada em via acessória. Ou seja, o estímulo passa por um feixe anômalo (Kent), excitando os ventrículos precocemente, o que forma a onda delta e o PR curto. TSV com aberrância: possui ECG idêntico ao da TVMS. Para a diferenciação, ver adiante. V. Taquicardia Ventricular (TV): (RITMO DE PCR) ritmo taquicárdico originário do ventrículo. Possui diversos subtipos. TV Monomórfica Sustentada (TVMS): A) Definição: 1) FC > 100; 2) QRS alargado e aberrante; 3) Morfologia do QRS se repete precisamente em cada derivação; 4) R-R regular. Uma TV é considerada sustentada quando: - Duração > 30 s OU - Causa instabilidade. B) Causas: doença coronariana, valvopatia, intoxicação por cocaína. C) Diferenciação de TVMS x TSV com aberrância: critérios de Brugada! D) TTO: Agudo: Se instabilidade: 1. Cardioversão elétrica sincronizada. Como fazer? Administrar propofol ou midazolam + fentanil, instaurar oxigênioterapia, acesso venoso e monitorização. O choque inicial deve ser sincronizado e com carga de 100J. 2. Iniciar antiarrítmico: • Amiodarona 150 mg IV em 10 min. Se estabilidade: somente antiarrítmico, amiodarona 150 mg IV em 10 min. TV Polimórfica Sustentada (TVPS): A) Definição: 1) FC > 200; 2) QRS alargado e aberrante; 3) Morfologia do QRS varia significativamente em cada derivação. B) TTO: Se instabilidade: 1. Desfibrilação elétrica (200J) + amiodarona 150 mg IV em 10 min. Se estabilidade: pode-se tentar amiodarona, procainamida. Uma variação importante e grave da TVPS é o torsades de pointes, definido por um intervalo QT longo e diferentes amplitudes do QRS. Causas: antiarrítmicos, tricíclicos, cocaína, cloroquina, etc. TTO: desfibrilação elétrica (200J) + MgS. VI. Bradiarritmias sinusais benignas: Bradicardia Sinusal: A) Definição: 1) Onda P positiva em D2 e D1, precedendo cada QRS; 2) FC < 60. B) Causas: aumento do estímulo vagal, BB, digitálicos, verapamil, amiodarona etc. C) TTO: quando sintomáticos, suspender drogas cronotrópicas negativas e administrar atropina 0,5-1 mg IV. VII. Bradiarritmias sinusais malignas: Doença do Nódulo Sinusal: doença fibrodegenerativa que acomete o nó sinusal. Acomete indivíduos idosos. A) Definição: 1) Bradicardia sinusal; 2) Pausas sinusais longas; 3) Bloqueio sinoatrial; 4) Síndrome bradicardia-taquicardia (episódios paroxísticos de taqui, seguidos de pausas sinusais). B) TTO: indicado para sintomáticos e feito unicamente por marcapasso definitivo. VIII. Bloqueio Atrioventricular (BAV): BAV 1º Grau: não provoca sintomas logo, não é tratado. A) Definição: intervalo PR aumentado. BAV 2º Grau Mobitz I: A) Definição: 1) Eventuais ondas P sem QRS; 2) Aumento progressivo de PR até o bloqueio de P (fenômeno de Wenckebach); 3) PR antes da P bloqueada > PR depois da P bloqueada. BAV 2º Grau Mobitz II: A) Definição: 1) Eventuais ondas P sem QRS; 2) PR iguais – não aumenta; 3) PR antes do bloqueio = PR depoisdo bloqueio. BAV 3º Grau – Total: A) Definição: ondas P dissociadas do QRS. IX. Bloqueios de Ramo: BRD: A) Definição: 1) Presença de R alargada em V1 e ondas S alargadas em D1 e V6. BRE: A) Definição: 1) Presença de S alargada em V1 e onda R alargada + ausência de onda Q em D1 e V6. BRD BRE Tratamento geral: Sintomas + estabilidade: atropina 0,5 mg IV. Se insucesso, implantação de marca-passo. Instabilidade: marca-passo transvenoso. AULA 4 – DRGE E ÚLCERAS PÉPTICAS DRGE: afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado anormal do conteúdo gastroduodenal pelo esfíncter esofágico inferior (EEI) para o esôfago, acarretando sintomatologia. O refluxo gastroesofágico ocorre em todas as pessoas, e pode ou não ser patológico. A forma mais comum de DRGE é a esofagite, mas apenas 30-40% tem lesões à EDA. A) Fatores protetores: saliva, muco, peristaltismo, resistência da mucosa esofágica, EEI, ângulo de Hiss, membrana frenoesofágica, crura diafragmática. B) Fatores agressores: 1. Relaxamento transitório do EEI; 2. Hipotensão do EEI; 3. Defeitos anatômicos (ex: hérnia de hiato); 4. Pressão abdominal aumentada; 5. Esvaziamento gástrico diminuído; 6. Bolsa ácida. C) Quadro: 1) Sintomas típicos: pirose, regurgitação, eructação e náusea. 2) Sintomas atípicos: Esofágicos: dor torácica, globus. Otorrinolaringológicos: rouquidão, pigarro, sinusite, otalgia, laringite. Pulmonares: asma, tosse, bronquite. Orais: afta, halitose, erosão dentária. 3) Sintomas de alarme (sugestivos CA): disfagia, anemia, emagrecimento, hemorragia, história familiar de neoplasia. D) Diagnóstico: 1) Clínico: por anamnese e prova terapêutica com IBP. 2) Exames complementares: EDA: objetiva identificar complicações da DRGE (esofagite, estenoses, Barrett). Indicações formais: presença de sinais de alarme, sintomas refratários ao tratamento, pirose prolongada, idade > 45 anos. Na presença de esofagite, deve-se classificar as lesões de acordo com a Classificação de Los Angeles: pHmetria: exame padrão-ouro. Indicações: sintomas refratários, avaliação de sintomas atípicos, documentação da real existência de DRGE antes de cirurgia, reavaliação após cirurgia. Esofagomanometria: tem papel no planejamento cirúrgico, estando indicado: para localizar o EEI e posicionar o cateter de pHmetria, avaliar a competência motora do esôfago, se há suspeita de distúrbio motor. Esofagografia baritada: para avaliação e caracterização das hérnias de hiato. E) Complicações: 1) Estenose de esôfago: por cicatrização fibrótica das lesões. Suspeitar sempre se disfagia progressiva, DRGE de longa data, emagrecimento, impactação alimentar. Trata-se com dilatação endoscópica por balão. 2) Úlcera esofágica: suspeitar quando odinofagia, anemia. 3) Esôfago de Barrett: o epitélio esofágico (estratificado) sofre metaplasia intestinal e se torna colunar, apresentando células caliciformes produtoras de mucina e células parietais, sendo propenso a evoluir para adenocarcinoma. Suspeitar se paciente branco, homem, tabagista, obeso, DRGE longa data, pirose que depois de um tempo “melhora”. O diagnostico se dá por EDA + biópsia. Ausência de displasia: EDA a cada 3-5 anos. Displasia baixo grau: EDA anual ou terapia endoscópica. Displasia de alto grau: terapia endoscópica ou esofagectomia. 4) Adenocarcinoma. F) TTO: 1) Clínico x Cirúrgico: são equivalentes. 2) Clínico: Medidas antirrefluxo: elevar cabeceira, reduzir gorduras, tabagismo e peso. Bloqueadores H2: bloqueiam os receptores H2 nas células parietais, inibindo uma das 3 vias de estímulo à secreção ácida. São menos eficazes que IBP logo, não prescrever na esofagite grave. • Ranitidina • Cimetidina IBP: inibem a H+/K ATPase (bomba de prótons). Atenção para efeitos agudos (cefaleia, diarreia, dor abdominal) e para os crônicos (enterocolite infecciosa, pneumonia, má absorção de Fe, Ca, Mg, pólipos): • Omeprazol • Pantoprazol Antiácidos: efeito efêmero – não indicados para tratamento prolongado. 3) Cirúrgico: fundoplicadura a Nissen (total – 360º) ou a Lid (parcial). ÚLCERA PÉPTICA GASTRODUODENAL: lesão no estômago ou duodeno que ultrapassa a muscular da mucosa. A) Causas: infecção por Helicobacter Pylori e/ou uso de AINEs. B) Patogênese e fisiopatologia: grande associação com HP e AINEs, os quais desequilibram a agressão e a defesa da mucosa, esta última constituída por: Muco (pré-epitelial); Regeneração celular (epitelial); FS (pós-epitelial). O HP reside no epitélio gástrico, dentro ou abaixo da mucosa, e produz urease, enzima que converte ureia em bicarbonato e amônia (tóxica para o estômago), a fim de manter o meio alcalino. C) Clínica: dor epigástrica tipo desconforto, fome ou corrosão, dor à palpação do abdome. O tipo duodenal (+ prevalente) é “doi-come-passa”, e o tipo gástrico é “come-doi-passa”. D) Diagnóstico: EDA! Todavia, guidelines atuais preconizam primeiro testes como urease e sorologia, e em seguida testes empíricos. EDA direto somente para pacientes > 45 ou com sinais de alarme. E) TTO: esquema 7 dias: • Omeprazol + • Claritromicina + • Amoxicilina. Se úlcera hemorrágica: endoscopia, associando-se 2 das seguintes: terapia térmica, mecânica e farmacológica. Acionar, na seguinte ordem, caso necessário: endoscopista, radio-intervencionista e cirurgião. F) Complicações: hemorragia, perfuração, obstrução. AULA 5 – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 1) Conceito: incapacidade do coração em adequar sua ejeção às demandas metabólicas corporais, ou quando o faz somente com elevadas pressões de enchimento. A FE do VE é de 52-72%. A IC pode se dividir em crônica e aguda. As crônicas, ainda, dividem-se em ICFER (antiga IC sistólica) e ICFEN (antiga IC diastólica). ICFER: quando a FE do VE é < 40%. Dentre as causas, doença coronariana (IAM), HAS, estenoses valvares, pneumopatias crônicas. ICFEN: quando a FE do VE é ≥ 50%. Dentre as causas, doença coronariana (IAM), HAS, estenoses valvares, envelhecimento. IC de alto débito: é um fenótipo incomum da IC. Dentre as causas, Beribéri (B1), tireotoxicose, anemia grave. 2) Etiologias no geral: Principal: doença coronariana (IAM); 2ª: HAS. 3) Fisiopatologia: A) ICFER: essa IC se inicia com um evento índice (ex: IAM), que causa necrose de miócitos. Dependendo do dano, pode ou não haver sintomas. Se os mecanismos compensatórios forem eficazes, haverá: 1) ativação adrenérgica, aumentando FC e força; 2) SRAA ativado, aumentando reabsorção de Na e água e fazendo vasoconstrição; 3) liberação de citocinas ANP, NO e bradicinina, para contrapor os mecanismos 1 e 2. Todavia, a ativação constante desses mecanismos gera remodelamento cardíaco, em que mais miócitos sofrem, e os mesmos mecanismos são mais exacerbados. Ao fim, tem-se hipertrofia -> dilatação -> função sistólica prejudicada. B) ICFEN: pouco se sabe sobre os mecanismos. Provavelmente fatores cardíacos e extracardíacos contribuem para sua gênese. 4) Clínica: A) Sintomas: dispneia, ortopneia (dispneia no DDH), dispneia paroxística noturna, respiração de Cheyne-Stokes (respiração cíclica caracterizada por hipersensibilidade do bulbo à pCO2 associada à lentificação do FS), fadiga. B) Sinais: aumento do TEC, turgência jugular, reflexo abdominojugular, estertores inspiratórios, derrame pleural, ictus desviado, B1 hipofonética, B2 hiperfonética, B3 em galope, hepatomegalia, ascite, edema. 5) Classificações: A) Tempo: IC crônica: natureza progressiva e persistente. IC aguda: alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas. B) FE: ICFER: < 40%. ICFEN: ≥ 50%. C) Câmara: IC esquerda: mais comum. IC direita: geralmente secundária à esquerda, mas pode decorrer de pneumopatias ou IAM de VD (cor pulmonale). 6) Diagnóstico: Critério de Framingham e Critérios de Boston. 7) Estratificações: MUITO importante conhecer a aplicar nos pacientes. A) Escore FuncionalNYHA: principal escore que determina prognóstico! B) Escore AHA para IC: 8) Exames complementares: Laboratório: HMG, Ur/Cr, ANP, eletrólitos, hormônios tireoidianos. ECG: avaliar bloqueios, coronariopatias, hipertrofias. RX tórax: avaliar cardiomegalia, hipertensão pulmonar, edema, derrame, congestão (linhas B de Kerley). Eco: avaliar FE etc. RNM e outros. 9) TTO: A) ICFER: 1. Drogas que aumentam sobrevida (para TODOS os pacientes): è IECA: • Captopril 50 mg 8/8h OU Enalapril 10-20 mg 12/12h. Quando suspender? Tolera-se aumento de Cr de até 50% do basal ou até 3. Se K > 5,5 ou Cr > 3,5, SUSPENDER IECA ou BRA e trocar por, por exemplo, nitratos, hidralazina. è BB: • Carvedilol 25 mg 12/12 OU Metoprolol 200 mg 24/24h OU Bisoprolol 10 mg 24/24h. è Antagonista receptor mineralocorticoide / antagonista aldosterona: • Espironolactona 50 mg 24/24. Atenção para hipercalemia! Atenção para hipercalemia! è Inibidores da SGLT2: • Dopagliflozina. è Vasodilatadores: para pacientes que não tolerem IECA ou BRA, ou de forma acrescentada ao IECA ou BRA. • Hidralazina + Isossorbida. è Inibidor da neprilisina (enzima que degrada ANP): LCZ96 (entresto). 2. Drogas que não aumentam sobrevida, mas melhoram sintomas: • Furosemida • Digoxina OBS.: estatinas não alteram sobrevida nem sintomas. Prescrever apenas se doença coronariana. O mesmo é válido para AAS e anticoagulantes. Casos refratários: balão intra-aórtico, dispositivos de assistência mecânica circulatória ou TX cardíaco. B) ICFEN: tratamento sintomático (diuréticos, BB), investigar e tratar possíveis etiológicas tratáveis. C) IC aguda/descompensada: em A e B, foi descrito a terapia para os quadros crônicos. Para os agudos, não existe um tratamento preconizado. É preciso, portanto, avaliar a condição e entrar com as drogas mais adequadas. Entender que, frequentemente, a descompensação será causada por infecção/sepse (iniciaremos o protocolo), HAS (corrigiremos), choque cardiogênico (melhoraremos DC), etc. 10) Causas de descompensação: - Má aderência terapêutica; - Má terapêutica; - Ingesta hídrica elevada; - Infecções; - IAM. Descompensações mais comuns? Edema pulmonar (vasodilatador, furosemida), baixo débito (dobutamina, noradrenalina), choque cardiogênico (dobutamina, noradrenalina). AULA 6 – PAC E TEP PAC: doença pulmonar, alveolar ou parenquimatosa, aguda, de etiologia infecciosa. Pneumonite = inflamação sem infecção. 1) Fisiologia: Razão Ventilação / Perfusão: Zona 1 (ápice): V>P Zona 2 (meio): V = P Zona 3 (base): V<P 2) Etiologias: PAC: S. pneumoniae (G+), H. influenzae (G-) (pensar principalmente em >65 a), Mycoplasma, Legionella (G-). PAH: Stafilo (G+), Enterobactérias (G-), Pseudomonas (G-), Acinetobacter (G-). 3) Fatores predisponentes: idade avançada, tabagismo, DPOC, alcoolismo, DM, ICC. 4) Clínica: A) Sintomas: febre alta, tosse, expectoração purulenta, calafrios, dor torácica pleurítica, tremores. B) Sinais: hipertermia, estertoração pulmonar, taquipneia, taquicardia, aumento do FTV, submacicez, broncofonia e pectorilóquia fônica, MV diminuído ou abolido. C) Alarme: dispneia, confusão mental! Não há NENHUMA necessidade de decorar isso. Basta pensar! Quente -> há perfusão -> VE ok = apenas drogas que aumentem sobrevida. Suspendo diuréticos, pois não há edema! Frio -> perfusão ruim -> VE alterado = melhorar esse débito com inotrópicos. Úmido -> congestão -> há refluxo de sangue -> VD alterado = diurético, vasodilatador. 5) Critérios de gravidade: A) CURB-65: critérios de mortalidade e de internação. B) PSI: também critério de mortalidade e de internação, porém bastante complexo. C) ATS/IDSA: critério para internação em UTI. 6) Diagnóstico: aspectos clínicos + aspectos laboratoriais e de imagem, a saber: Imagem: raio-x define o diagnóstico. O aspecto pode ser de broncopneumonia (primeira imagem), quando há múltiplas consolidações coalescentes ou de pneumonia lobar – segunda imagem (sugere pneumococo), quando há grande área de consolidação alveolar. Outros padrões nas outras imagens. Laboratorial: HMG, PCR, pesquisa do agente (só em casos graves), procalcitonina. Diagnóstico diferencial: gripe, TEP, rinossinusites, pneumotórax. 7) TTO: A) Ambulatorial: Tempo de tratamento: 5-7 dias casos brandos, 7-14 dias casos mais graves. B) Enfermaria: C) UTI: TEP: obstrução de vasos da circulação arterial pulmonar causada por trombos, tumor, ar ou gordura. 1) Etiologias: TVP (>90% dos casos) de veias profundas dos MMII, principalmente em topografia ileofemoral. Entretanto, a TVP de panturrilha é a principal causa de TVP ileofemoral, por trajeto ascendente do êmbolo. Outras: - TVP de subclávia; - Síndrome de Paget-Schroetter: TVP de subclávia em jovens hígidos, após esforço físico intenso. 2) Gênese (ou “pré-requisitos para TVP): tríade de Virchow: estase (gerando hipóxia intravascular), lesão vascular (gerando disfunção do endotélio e exposição do subendotélio) e hipercoagubilidade. Em pacientes jovens acometidos, sempre pesquisar trombofilias (ex: resistência à proteína V ativada). 3) Fatores de risco: TVP/TEP prévios, idade avançada, obesidade, tabagismo, trauma, cirurgia nos últimos 3 meses, imobilização, câncer, gravidez etc. 4) Clínica: A) Sintomas: dispneia, dor pleurítica, dor na perna, edema MMII, tosse, hemoptise. B) Sinais: taquipneia, taquicardia, estertores, redução do MV, choque. 5) Escores: A) Probabilidade de ser TEP: Escore de Wells: Escore de Genebra revisado: B) Gravidade: PESI ou sPESI. 6) Diagnóstico: usa-se a clínica + dados complementares. RX tórax: o normal não exclui o diagnóstico. Possíveis achados: è Sinal de Westermark: oligoemia focal – apagamento da trama vascular (imagem 1 – lado direito). è Sinal de Palla: dilatação da artéria pulmonar direita (imagem 2). è Corcova de Hampton: infiltrado em forma de cunha, base apoiada sobre o diafragma = infarto pulmonar (imagem 3) ECG: S1Q3T3 (onda S em D1, onda Q em D3 e onda T invertida em D3), sobrecarga de VD (onda P pulmonale) etc. ECO: para avaliar disfunção de VD, que, se presente, é marcador de mau prognóstico. Gaso: maioria dos pacientes possui hipoxemia, revelada na gaso por hipocapnia. Laboratoriais: BNP, troponina, D-dímero (produto de degradação da fibrina que se eleva sempre que houver um trombo no organismo). USG Doppler MMII: para buscar a fonte. Cintilografia: pode ser usada se angiotomografia for CI. Angiotomografia: teste de escolha na investigação inicial de TEP. Arteriografia pulmonar: método padrão-ouro. Atualmente, a principal indicação é para pacientes que receberão intervenção endovascular. Fraturas de ossos longos: pensar em embolia gordurosa! Algoritmos de auxílio: 7) TTO: Medidas gerais: 1. Oxigênio (SpO2 <90 – considerar cateter, cânula de alto fluxo, VNI, ventilação mecânica). 2. Se hipotensão e/ou hipoperfusão, considerar RL 500 ml por 15-30 min, dobutamina, noradrenalina. Anticoagulação inicial: Hemodinamicamente estáveis: è HBPM: Enoxaparina (clexane) 1 mg/kg SC 12/12h. Hemodinamicamente instáveis ou insuficiência renal ou obesidade severa: è HNF 80 U/kg EV ataque, Atenções: • Trombocitopenia induzida por heparina: costuma aparecer após 5º dia. Suspender se PLQ <100 mil. • Reversão pode ser feita com protamina. è Trombolíticos: indicados SE TEP CONFIRMADA e em casos graves, com instabilidade. Podem ser administrados até 14 dias após o TEP. Outras terapias: è Filtro de veia cava inferior: consegue impedir recidiva de TEP em curto prazo, mas aumenta o risco de TVP em longo prazo, logo, retirar posteriormente. Indicações: anticoagulação contraindicada (sangramento GI ativo, pós-op de craniotomia), falha na anticoagulação. 8) Profilaxia: è Anticoagular todos os pacientes por pelo menos 3 meses. è Descontinuar após 3 meses se 1ºTEP e/ou o paciente tem fatores de risco modificáveis. è Continuar após 3 meses se TEP recorrente e/ou paciente tem fatores de risco não-modificáveis. è Utilizar escores de Caprini e de Padua para profilaxia em pacientes cirúrgicos e clínicos. *TODOS ESSES RESUMOS PODEM CONTER ERROS*
Compartilhar