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Otopatias em Pequenos Animais

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Clínica Pequenos Animais
Otopatias 
Estão frequentemente associadas a Dermatopatias; o diagnostico não pode ser baseado somente na coloração do cerúmen, tem que ser mais especifico. Podem evoluir para otites medias (apresenta sinais neurológicos), não é normal apresentar recidivas (pode estar associado com atopia). 
· Fatores predisponentes: 
1. Conformação: orelha pendular, estreitamento do meato acústico (Pug), maior quantidade de tecido glandular (labrador chocolate). 
2. Maceração: umidade excessiva, banhos ou natação frequentes, ambiente úmido. 
3. Irritação iatrogênica: limpeza excessiva com o uso de pinças hemostáticas ou cotonetes. 
4. Falha terapêutica: tratamento excessivo, insuficiente ou inadequado. 
5. Falha diagnostica. 
· Causas primárias:
 Pólipos (benigno) ou neoplasias sempre infecciona.
· Causas secundárias:
 
· Anatomia da orelha: é um órgão vestibulococlear, que confere audição e equilíbrio. 
1. Orelha externa: pavilhão auricular e meato acústico externo.
2. Orelha media: membrana timpânica, cavidade timpânica, ossículos auditivos e tuba auditiva.
3. Orelha interna: labirinto ósseo e labirinto membranáceo.
É mais comum otite externa, alguns otoscópios conseguem atingir a orelha media, mas muitos animais não deixam, sendo necessário sedação. 
· Fisiologia: tem formato de ‘’L’’. Possui folículos pilosos, glândulas sebáceas e ceruminosas. O pH varia de 4.6-7.2 em cães hígidos (CUIDADO ao usar produtos humanos, o PH é diferente e pode ser ototóxico). 
· Mecanismo de autolimpeza (ceruminoquinese): o próprio organismo faz a limpeza, retirada de sujidades, secreções, células mortas. Animais atópicos podem ter deficiência nesse mecanismo. 
· Anamnese: apresenta prurido a quanto tempo; meneios cefálicos (chacoalhar a cabeça); dor, otorreia (secreção); odor desagradável; Head tilt (rotação e desvio da cabeça- otite média ou interna); deambulação em círculos (andar em círculos); dificuldade de mastigar; alteração do equilíbrio; síndrome de horner (alteração ocular, um olho fica em miose e o outro em midríase – otite média/interna). 
· Exame físico: otite (inflamação/infecção do conduto auditivo) pode ser classificada de acordo com suas características físicas e morfológicas:
1. Ceruminosa (cerúmen), eczematosa (inflamada, vermelhidão), bacteriana (presença de pus), hiperplásica (edemaciada, aumento de volume) ou estenosante (fechada) -> PODE APRESENTAR TODAS!! 
2. Ou de acordo com a porção anatômica acometida: otite externa, média ou interna. 
· Inspeção direta e indireta: 
1. Otoscopia: permite a avaliação do epitélio interno do pavilhão auricular, o poro, meato acústico e a coleção presente. 
2. Palpação: avaliar o grau de estreitamento induzido pela inflamação, aumento de volume, calcificação do conduto (otite crônica, fica duro).
3. Olfação: odor pútrido (otite bacteriana), odor levemente acético (otomicose), odor rançoso (otite ceruminosa), e odor característico em quadros de miíase, PORÉM, NÃO É DIAGNOSTICO CONCRETO, ISSO É RELATIVO, DEVE-SE UTILIZAR OUTROS MEIOS DIAGNOSTICOS PARA CONFIRMAR. 
· Diagnostico: 
· Histórico e sinais clínicos: já apresentou otite; foi tratado; se sim, com o que; por quanto tempo; hiperpigmentação = cronicidade. 
· Otoscopia: avaliar o grau de inflamação, ulceração, estenose, secreções, corpo estranho, ectoparasita, neoplasia, avaliar a membrana timpânica. Levar em consideração o temperamento do paciente, a gravidade do caso, se apresentar muita dor não insistir, em alguns casos é necessário sedar, e sempre iniciar pelo lado MENOS acometido. 
· Microscopia: swab de ouvido, para avaliar presença de ácaros (sarna em gatos é muito comum).
· Citologia: swab de ouvido, para avaliar bactérias, fungos, cerume, leucócito, células neoplásicas. É UM EXAME MUITO IMPORTANTE!
· Cultura bacteriana: quando apresenta otites repetitivas, tratamento inapropriado, grande quantidade pus e em casos de suspeita de otite média.
· Antibiograma: escolha do antibiótico adequado. 
· Cultivo fúngico: quando há suspeita de demartófito. 
· Raio – x (avaliar o estreitamento da bula timpânica – alguns animais já nascem com o estreitamento por isso, são mais predispostos a otites), tomografia (suspeita de otite média/interna, sinais neurológicos). 
· Otite Ceruminosa: presença de muito cerúmen, inflamação, eritema e edema, prurido intenso. Pode ter duas etiologias: 
1. Excesso na produção de cerúmen: predisposição genética, raças como Labrador, Cocker, Golden, gatos Persa, Dermatopatias crônicas seborreicas. Excesso de cerúmen = aumento de malassezia. Deve-se controlar a produção de cerúmen com o uso de ceruminolítico. 
2. Otocaríase: Otodectes cynotis (sarna de orelha), lesões autotraumáticas periauriculares (crostas ao redor do conduto); em casos de felinos perguntar se possuem outros animais, pois, é transmissível. Deve-se realizar otoscopia e parasitológico do cerúmen.
 
· Otite eczematosa: eritema ao longo do meato, inflamação, pode ser acompanhado de excesso de cerúmen ou não. Etiologia: excessiva produção de cerúmen, proliferação de Malassezia, otocaríase, DAPE (dermatite alérgica a picada de ectoparasitas), hipersensibilidade alimentar e atopia. Acompanhar o paciente, PRECISA DESCOBRIR A CAUSA BASE!
 
· Ceruminosa X Eczematosa: 
 
· Otite bacteriana: quadro purulento onde se evidencia presença de pus. Proliferação de patógenos devido ao ambiente favorável (neoplasia pode favorecer a proliferação). Quadro grave, com risco maior de otite media.
· Diagnostico: citologia SEMPRE, cultura e antibiograma (quando tem pus, otite por repetição, uso indiscriminado de produtos), é necessário estar há um determinado tempo sem uso de antibióticos tópicos, cuidado no momento da coleta com o swab para não pegar no pavilhão auricular e contaminar o swab. 
Quando tem muito pus, deve-se realizar uma lavagem ótica para retirar e depois realizar o tratamento. 
 
As bactérias mais comuns são: Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus, Corynobacterium, Enterococcus e E. coli. 
· Otite hiperplásica e estenosante: intenso edema e estenose do lúmen do conduto auditivo. Etiologia: qualquer otite pode tornar-se hiperplasia e estenosante, ou seja, é a fase crônica das demais otites. Quando estenosa fecha-se completamente o conduto, animal sente muita dor, não é possível realizar a otoscopia, nem lavagem (deve-se fazer corticoide para abrir, dose alta 2mg/kg e depois desmamar). Pode-se realizar corticoide – metilprednisolona- intralesional (pontinhos na pele, na lesão, onde está hiperplásico). É importante usar ceruminolítico para realizar a limpeza, por 5 dias no mínimo, para conseguir tratar com os produtos otológicos. 
 
· Terapia das otites externas:
· Otite ceruminosa: ceruminolítico (3-7 dias), após este período, terapia específica (produtos otológicos). 
· Infecção secundária por Malassezia pachydermatis: terapia tópica com antifúngico (miconazol, nistatina, cetoconazol) por 15-20 dias. 
· Otite ceruminosa por otocaríase: ceruminolítico, parasiticida tópico, natalene por 21 dias, em casas com muitos gatos pode fazer ivermectina; controle de instalações, fômites e contactantes.
· Otite eczematosa: alergopatias (uso de corticoides devido alergia grave – hidrocortisona é o mais potente-), otomicose (fungos – antifúngicos, cetoconazol, nistatina-), otocaríase (diazinon, parasiticida). 
· Proliferação levedúrica ou ácaros: ceruminolítico (3-7d) e após, fungicidas ou acaricidas (cetoconazol; Natalene- diazinon é ectoparasiticida, piramicina é antifungico, nomicina é antibiótico aminoglicosideo e dexametasona é corticoide-) por 21 dias. 
· Produtos otológicos: corticoides tópicos (dexametasona 0,1%; betametasona 0,1%; triancinolona 0,1%; hidrocortisona 1%) CUIDADO COM USO PROLONGADO DE CORTICOIDE, MESMO QUE TOPICO. 
· Otite bacteriana: deve-se tratar a infecção e investigar causa base (pode ser uma otocaríase, otite eczematosa, ou quadros crônicos, que levam a formação de pólipos obstruindo apassagem de tecido epitelial e ocorre acumulo de material favorecendo a proliferação bacteriana). Quando é unilateral, recidivante e purulenta pode ser pólipo ou neoplasia. Quando tem muito pus deve-se realizar cultura e antibiograma e lavagem ótica. Antibióticos: ciprofloxacina 0,35%; enrofloxacina 0,3%; gentamicina 0,3%; tobramicina 0,3% (é o mais efetivo, porém, OTOTÓXICO, NÃO USAR EM CASOS DE SUSPEITE DE RUPUTRA TIMPANICA!!); realizar antibiótico sistêmico associado ao tópico (próximo ao cérebro pode ter meningoencefalite por isso usar).
· Otite hiperplásica e estenosante: doses altas de corticoide (2mg/kg prednisona VO/SID 30 dias, com desmama gradativa); metilprednisolona intralesional (5 pontos, sob anestesia, dói), após isso reavaliar com otoscópio (anestesiar devido a dor), se não tiver sucesso realizar ablação meatal parcial ou total (extremamente agressiva).
· Otite média/interna: sinais clínicos mais graves, associados com alteração neurológica. Casos crônicos de otite externa + otite média devem ser investigados. 
· Diagnostico: avaliar a membrana timpânica; raio-x simples (alteração da bula timpânica), raio-x contrastado, tomografia. 
· Sinais neurológicos: síndrome de horner, anisocoria (alteração pupilar), paralisia do nervo facial, nistagmo (rotação do globo ocular), síndrome vestibular, head tilt. 
· Em cães: está relacionado com cronicidade da otite externa, principalmente bacteriana.
· Em gatos: quadros respiratórios crônicos (não necessariamente apresentam otite externa). 
· Terapia: eliminar a causa base, miringotomia (incisão pequena no tímpano, para drenagem de liquido ou pus do ouvido médio), cultura e antibiograma, corticoide sistêmico, produto otológico (CUIDADO COM OS OTOTÓXICOS), antibiótico sistêmico. 
· Otohematoma: acúmulo de sangue (bolsa de sangue); deve-se drenar o conteúdo e aplicar corticoide no local da drenagem para reduzir recidivas, e tratar a otite. 
· Lavagem ótica: anestesia geral do paciente, o objetivo é retirar o material purulento, avaliar a membrana timpânica e coleta de material para citologia/biopsia.
· Materiais: sonda uretral, seringa (20 ou 60ml), solução fisiológica levemente aquecida, turbilhonamento da solução dentro do conduto e aspiração (não pode ser muito rápido por causa da pressão, pode romper, e por excesso de pressão também, pode apresentar sintomatologia neurológica). 
· Limpeza da orelha: o que fazer: ceruminolítico (primeiro, para o ouvido fazer a autolimpeza – 3-7d) ou produtos otológicos para limpeza, depois o tratamento especifico. A limpeza é recomendada 1x/semana ou a cada 15 dias, em animais que produzem cerúmen em excesso. NÃO FAZER: limpeza com pinça hemostática, cotonetes, retirada de pelos (causa inflamação, só retirar quando tem muito pelo e não está ajudando o tratamento). 
· Analgésico: quando o animal apresentar dor. Tramadol 2mg/kg/BID/7d. 
· Escolha do tratamento:

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