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DEFINIÇÃO Embora a OA esteja ligada ao envelhecimento, ela não é considerada uma doença degenerativa, uma vez que existe um aumento considerável do metabolismo celular articular em resposta a uma agressão à cartilagem. O fator determinante do processo osteoartrítico é o desequilíbrio degradação-reparação. Nesse sentido, a OA pode ser entendida como uma insuficiência cartilaginosa decorrente de fatores mecânicos, genéticos, hormonais, ósseos e metabólicos, que acarreta uma degradação do tecido cartilaginoso com a consequente remodelação óssea e algum grau de inflamação sinovial. FATORES DE RISCO Idade (+45 anos), sexo feminino, predisposição genética, obesidade, estresse mecânico, trauma articular, doenças congênitas/desenvolvimento de osso e articulação, afecção articular inflamatória precedente, doenças endócrino-metabólicas. ETIOPATOGENIA As OA secundárias podem se iniciar a partir da própria cartilagem (alterações estruturais do tecido de origem genética), da membrana sinovial ou sinóvia (artrite reumatoide e doenças similares) ou do osso subcondral (doença de Paget e osteopetrose), o que permite imaginar que as OA idiopáticas também poderiam se originar de qualquer uma dessas estruturas, por alterações ou mecanismos por vezes ainda não identificados. OA secundárias à desorganização da estrutura cartilaginosa Alterações estruturais de origem genética (condrodisplasias). Acúmulo de produtos bioquímicos ou sanguíneos de origem hereditária ou não (ocronose, hemocromatose, doença de Wilson, hemofilia). Alterações decorrentes de distúrbios endócrinos metabólicos (diabetes, acromegalia, doença de Kashin-Beck). Ação enzimática resultante da presença de cristais (gota, condrocalcinose, doença por fosfato básico de cálcio). Ação enzimática ou imunológica resultante de sinovite inespecífica (sinovites traumática, por corpo estranho, imunológica). Invasão por sinovite hiperplásica (artrite reumatoide e doenças semelhantes). Ação mecânica aguda ou crônica (trauma agudo com e sem fratura, doença de Charcot, trauma postural, trauma ocupacional). OA secundárias à desorganização da estrutura óssea ou alteração do alinhamento articular Remodelagem acelerada ou aumento da densidade do osso subcondral (doença de Paget, osteopetrose e trauma). Necrose óssea (necroses assépticas). Defeitos do desenvolvimento ou abiotróficos com graus variáveis de herança (displasia congênita do quadril, deslizamento da epífise da cabeça femoral, alterações da cabeça femoral e das relações do colo femoral). Como sinóvia, osso subcondral e cartilagem estão intimamente relacionados estrutural e funcionalmente, alterações em qualquer um desses tecidos podem influenciar os demais. Sinovites podem atuar sobre a cartilagem, erodindo-a por meio de mecanismo enzimático direto ou da ação de mediadores, como citocinas capazes de modular a ação do condrócito. Como o osso subcondral participa também da absorção de impactos, seu enrijecimento pode fazê-lo perder sua competência funcional e, assim, reduzir sua proteção à cartilagem, facilitando sua degradação. Estudos sugerem, apesar de o osso poder mostrar resposta metabólica precoce, que os condrócitos desempenham papel mais importante na iniciação do processo. Já se verificou também participação de osteoblastos e quimiocinas (uma família de citocinas com funções fisiológicas significativas) na patogenia da OA. FISIOPATOLOGIA Quando a OA se inicia na cartilagem, a alteração básica pode estar na matriz colágena e de proteoglicanos ou nos condrócitos. Já foram identificadas formas precoces de OA generalizada associadas com o gene codificado do procolágeno II (COL2A1) no cromossomo 12, havendo substituição da arginina por cisteína, aminoácido não encontrado no colágeno humano tipo II, mas há poucas evidências de que formas comuns de OA dependam de mutações no colágeno. O desarranjo da rede colágena repercute nos proteoglicanos e vice-versa, em virtude da íntima correlação funcional entre esses componentes da matriz extracelular. Os condrócitos são a maior fonte de enzimas degradadoras na OA, sintetizando e ativando metaloproteinases (colagenase, estromelisina, gelatinase), serinoproteases e tiolproteases, substâncias muito atuantes no catabolismo da cartilagem. A homeostase da cartilagem se estabelece por meio do equilíbrio entre agentes que atuam no seu anabolismo e catabolismo. Um desequilíbrio entre eles, com predominância dos agentes catabólicos, determina a degradação cartilaginosa. Principalmente a interleucina 1 (IL-1), mas também a interleucina 6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral (TNF), desempenham papel muito importante na síntese de proteases. Fatores de crescimento contrabalançam o efeito das citocinas, por meio do estímulo da síntese dos componentes da matriz ou de inibidores das enzimas degradadoras. Entre os fatores de crescimento com ação na cartilagem estão o fator de crescimento fibroblástico (FGF, fibroblast growth factor), o fator de transformação do crescimento (TGF, transforming growth factor) e o fator de crescimento insulínico (IGF, insulin growth factor). O inibidor tecidual de metaloproteases (TIMP, tissue inhibitor of metalloproteases) e o inibidor da atividade de plasminogênio (PAI-1) são os mais importantes inibidores da ação das metaloproteases, mas há também inibidores naturais de IL-1 e a participação de citocinas anti-inflamatórias (IL-4, IL-10 e IL-13). A plasmina é responsável, em parte, pela ativação de colagenase e estromelisina. Observa-se que há, na OA, um aumento do ativador de plasminogênio (u-PA) e uma diminuição do nível do inibidor da atividade de plasminogênio (PAI-1), o que faz a plasmina aumentar. Os condrócitos ativados passam a produzir o óxido nítrico (NO), que exerce vários efeitos catabólicos: inibe a síntese de colágeno e proteoglicanos, ativa metaloproteases, inativa o TIMP, diminui a expressão do antagonista do receptor de IL-1 (IL-1ra), inibe a proliferação de condrócitos, interfere na sinalização de integrinas e induz a apoptose de condrócitos in vitro. A apoptose provoca redução da população de condrócitos. Além disso, esse fenômeno pode afetar a estrutura da matriz e a função dos condrócitos viáveis pelo fato de não haver fagócitos mononucleares para remover os remanescentes das células mortas na cartilagem. A apoptose correlaciona-se com a gravidade da degradação cartilaginosa. Diversos tipos de agravos ou sobrecarga, ao atuarem sobre o condrócito, são capazes de induzir uma resposta catabólica mediada por citocinas que induzem a síntese e a ativação de enzimas com especificidade para componentes estruturais da matriz da cartilagem. Fragmentos de colágeno, proteoglicanos e outras moléculas, por sua vez, também podem acelerar a liberação de citocinas que agem sobre a sinóvia promovendo sua inflamação e a amplificação da resposta inicial. Estabelece-se, assim, um círculo vicioso que acelera cada vez mais a degradação da cartilagem. Resposta catabólica do condrócito Diminuem: Síntese de colágenos tipos II e IX Síntese de proteoglicanos (fase final) Proliferação celular (fase final) Síntese de inibidor tecidual do plasminogênio (TIMP) Síntese do inibidor do ativador de plasminogênio (PAI-1) Aumentam: Síntese de plasmina Síntese de metaloproteases Colágenos tipos i, III, VI e X Ciclo-oxigenase-2 e prostaglandina e2 Óxido nítrico sintetase indutível e óxido nítrico Apoptose Na OA idiopática, é possível que participem como fatores desencadeantes ou agravantes a idade, a genética, fatores endócrinos e metabólicos, trauma, sobrecarga mecânica e inflamação. Embora a OA tenha incidência crescente com a idade, ela não é uma decorrência natural do envelhecimento. Entretanto, existe uma redução natural dos mecanismos anabólicos compensatórios normais da cartilagem, o que facilita a progressão do processo. Além disso, uma vez que a evolução da doença é lenta, a tendência é que apareça clinicamente em indivíduos mais velhos. Fatores genéticos desempenham papel importante no aparecimento da OA. Os parentes de primeiro grau têm 2 a 3 vezesaumento de risco de desenvolver a doença. Ultimamente, demonstrou-se a associação entre nódulos de Heberden isolados com o HLA-B8 e de OA generalizada nodal com o HLA-A1 ou com o haplótipo HLA-A1-B8, além do fenótipo monozigoto alfa 1-antitripsina, apesar de haver divergências quanto a esses achados. A OA nodal também foi associada a dois loci do braço curto do cromossomo 2, não tendo sido ainda determinado o gene responsável, apesar de existirem diversos candidatos. Um polimorfismo do gene do receptor de vitamina D (VDR) parece estar associado a aumento de risco de OA do joelho. Igualmente, polimorfismo do gene do receptor de estrogênio estaria ligado ao surgimento de OA generalizada. Fatores endócrinos e metabólicos e alguma forma de trauma ou inflamação ainda não identificada são etiologias suspeitadas, mas não comprovadas, nas OA idiopáticas. Vários fatores de risco podem interagir para o desencadeamento da OA. QUADRO CLÍNICO As OA secundárias são geralmente mono ou oligoarticulares, sendo menos comuns os quadros poliarticulares; as formas idiopáticas são habitualmente poliarticulares e comportam alguns subgrupos: OA generalizada, OA nodal, OA nodal erosiva e condromalácia de patela. Sua incidência é baixa antes dos 40 anos, aumentando progressivamente com a idade. Certas localizações são preferencialmente femininas (mãos); outras são mais comuns nos homens (coxofemorais). Coluna cervical e lombar, joelhos, mãos, coxofemorais e pés são frequentemente comprometidos; mais raramente e, em geral, de forma secundária a trauma e outras causas, são acometidos punhos, cotovelos, ombros e tornozelos. As OA, como regra, não apresentam manifestações sistêmicas, nem mesmo quando os quadros são poliarticulares. Os sintomas se instalam habitualmente de maneira insidiosa e progridem para mínima ou grave incapacidade, com variações próprias para cada articulação, havendo certa tendência para a bilateralidade. A dor é o principal motivo que leva o paciente a procurar ajuda médica. A etiopatogenia da dor é múltipla: Encarceramento do nervo por: - Edema periarticular - Proliferação óssea - Microfraturas Reflexo muscular hipertônico, induzido e mantido por impulsos próprios e nociceptivos aferentes Imobilização neurogênica reativa da articulação Potencialização psicossomática da dor e hipertonia muscular Excitação mecânica de nociceptores - Localização em cápsula, ossos e região perivascular - Localizados nos ligamentos, particularmente nas enteses, por instabilidade articular Ativação química de nociceptores da sinovial e regiões periarticulares - Resposta inflamatória e isquemia - Inflamação neurogênica mediada por neuropeptídeos: substâncias P, K, CGRP. Sintomas Dor espontânea (localizada ou irradiada) Rigidez pós-repouso (não superior a 30 min) Rigidez e dor protocinética Parestesias e disestesias Melhora ao repouso Sinais Dor e sensibilidade à mobilização, à palpação ou às manobras Crepitação palpável, excepcionalmente audível Espasmo e atrofia da musculatura articular satélite Limitação de amplitude articular, em geral sem anquilose Mau alinhamento articular e defeitos posturais, causais ou consequentes Alterações da morfologia articular decorrentes da remodelagem Sinais discretos de inflamação articular, raramente acentuados Derrame articular, comumente relacionado a trauma ou uso excessivo da articulação As manifestações radiográficas da OA incluem três características básicas: redução do espaço articular, esclerose óssea subcondral e osteófitos (cistos subcondrais, etc). Essas duas últimas alterações refletem remodelação óssea, um dos aspectos que mais diferenciam a OA das outras artropatias inflamatórias crônicas. Nos casos mais avançados, ocorrem também cistos e erosões ósseas, mas, em geral, o osso que circunda essas alterações têm densidade normal ou aumentada, diferentemente do que se verifica nas artropatias inflamatórias crônicas. Redução do espaço articular (1), osteófitos (2) e esclerose óssea subcondral (3). DIAGNÓSTICO Radiografias: método mais simples e adequado para estabelecer o diagnóstico de OA, determinar sua extensão e gravidade, monitorar sua progressão e determinar os candidatos à cirurgia. Por meio de radiografias simples, é possível identificar alterações que caracterizam a doença e refletem sua anatomia patológica nas diferentes fases evolutivas. Métodos como ressonância magnética e ultrassonografia podem ser necessários no diagnóstico diferencial e na identificação de lesões cartilaginosas precoces, visando a uma atuação profilática. Um dos problemas no diagnóstico da OA é que nem sempre existe uma correlação entre achados na imagem e manifestações clínicas. É comum, por exemplo, que pacientes com gonartrose sintam dores, na dependência de adiposidade dolorosa do joelho ou de bursite anserina associada. A bursite trocantérica pode simular, em algumas situações a OA do quadril. A OA erosiva e a OA generalizada idiopática podem ser confundidas com artrite reumatoide. Sintomas neurológicos, supostamente secundários a OA de coluna, merecem ser cuidadosamente diferenciados de doenças primárias do sistema nervoso. O achado de OA em articulações que infrequentemente são afetadas deve ser investigado, em busca de uma etiologia específica: é o caso, por exemplo, da OA de metacarpofalângicas, observada em pacientes com hemocromatose. A contribuição do laboratório para o diagnóstico da OA é praticamente nula, podendo ser útil somente para o diagnóstico diferencial. Não há exames específicos. O líquido sinovial é normalmente classificado como não inflamatório, mas costuma conter componentes da matriz cartilaginosa e cristais, podendo mostrar algumas evidências de líquido inflamatório. Habitualmente, apresenta menos de 2.000 células/mm3 com predomínio de mononucleares. A viscosidade está bastante reduzida. Teoricamente, o achado precoce de componentes da matriz cartilaginosa em sangue, urina ou líquido sinovial seria revelador de sua degradação, com implicações diagnósticas e terapêuticas significativas, mas até hoje não foi encontrado um marcador biológico suficientemente específico. O American College of Rheumatology estipulou critérios de classificação da OA de joelhos, coxofemorais e mãos. A existência de critérios específicos para cada articulação só reforça a natureza diferenciada da OA segundo a topografia articular. Deve-se ressaltar que a dor é manifestação obrigatória para a caracterização da OA, isto é, indivíduos só com alterações radiográficas não podem ser definidos como doentes. Critério de classificação da osteoartrite de joelhos segundo o American College of Rheumatology. Clínico 1. Dor nos joelhos na maior parte dos dias do último mês 2. Crepitação na movimentação ativa 3. Rigidez matinal com duração < 30 min 4. Idade > 38 anos 5. Alargamento ósseo no exame físico do joelho Admite-se a presença de osteoartrite quando estão presentes os itens: - 1-4 - 1, 2, 5 - 1, 4, 5 Clínico e radiográfico 1. Dor nos joelhos na maior parte dos dias do último mês 2. Osteófitos à radiografia 3. Líquido sinovial típico de osteoartrite 4. Idade > 40 anos 5. Rigidez matinal com duração < 30 min 6. Crepitação na movimentação ativa Admite-se a presença de osteoartrite quando estão presentes os itens: - 1, 2 - 1, 3, 5, 6 - 1, 4, 5, 6 Critério de classificação da osteoartrite de quadril segundo o American College of Rheumatology. 1. Dor no quadril na maior parte dos dias do último mês 2. Hemossedimentação < 20 mm/h 3. Osteófitos femorais e/ou acetabulares à radiografia 4. Redução do espaço articular à radiografia Admite-se a presença de osteoartrite quando estão presentes os itens: - 1-3 - 1, 2, 4 - 1, 3, 4 TRATAMENTO O passo inicial para o tratamento da OA é o reconhecimento dos fatores desencadeantes e agravantes presentes em cada caso, além de se identificar adequadamente as estruturas articulares e periarticulares envolvidas e que efetivamente tenham participação nos sintomas. Em um caso secundário à sobrecarga mecânica, por exemplo, a eficácia do tratamento medicamentososeria muito limitada. Ainda como exemplo, a origem da dor pode estar relacionada a condições extra-articulares que acompanham a OA, como tendinopatias ou enfraquecimento e dor muscular que, se não reconhecidos e tratados de modo específico, resultarão na falência do tratamento. Os objetivos básicos do tratamento da OA são: alívio dos sintomas, recuperação funcional, retardo ou bloqueio da evolução da doença e regeneração dos tecidos lesados. Há um conjunto de medidas que deve ser seguido, com as variações inerentes a cada localização do processo. Existem inúmeros consensos sobre as diversas modalidades de tratamento da OA, o qual pode ser dividido em não farmacológico e farmacológico. O tratamento medicamentoso da OA apoia-se basicamente em: - Fármacos sintomáticos de curta duração (analgésicos, anti-inflamatórios não hormonais (AINH) e analgésicos opióides). - Fármacos de ação lenta na OA. Neste grupo, incluem-se os fármacos sintomáticos de ação lenta e os fármacos com potencial modificador do curso de doença. Algumas substâncias podem cumprir essas duas ações. São vários os medicamentos usados no tratamento da OA e pertencem a diferentes categorias, sendo as principais: - Analgésicos - AINH (anti-inflamatórios não hormonais) - Antiartrósicos de ação lenta: Sulfato de glicosamina, Sulfato de condroitina, Diacereína, Extratos não saponificados de soja e abacate, Cloroquina, Hidrolisados de colágeno (hidroxiprolina) - Medicação intra-articular: Corticosteroides, Ácido hialurônico (antiartrósico) - Medicação tópica: AINH, Capsaicina. Duloxetina. CIRURGIA Cogitada quando o tratamento conservador se mostra ineficaz, a cirurgia pode ser indicada em pacientes com dor prolongada ou permanente ou naqueles que começam a desenvolver deformidades fixas ou perda da função articular e não tiveram resposta satisfatória diante de um tratamento otimizado durante 3 a 6 meses. Outro ponto fundamental é a necessidade de o paciente manifestar sua aprovação pelo procedimento, uma vez que este é eletivo e exige a participação ativa do próprio paciente na recuperação. Os procedimentos variam de acordo com a articulação acometida e o grau de lesão, mas é sempre importante levar em conta as expectativas do paciente, que pode estar desejando obter resultados inatingíveis. As osteotomias visam a corrigir o desalinhamento articular e evitar a concentração de carga. As artroplastias totais devem ser reservadas para estágios mais avançados da doença e pacientes mais idosos, tendo em vista a durabilidade das próteses, e as artrodeses só devem cogitadas em casos excepcionais. Outro ponto bastante importante é não esperar muito tempo para realizar uma artroplastia quando indicada, uma vez que a progressão da deterioração da articulação e dos tecidos periarticulares pode comprometer o resultado cirúrgico. A irrigação salina – removendo restos cartilaginosos e outros materiais da articulação – tem se mostrado eficaz no tratamento da OA de joelho. A técnica de artrolavagem percutânea, mais econômica, utilizando material comum de toracocentese, vem obtendo resultados idênticos aos da lavagem artroscópica. O desbridamento artroscópico, com remoção de corpos soltos e fragmentos da articulação, também pode ser utilizado no tratamento das OA. Até o momento, métodos que procuram estimular o reparo da cartilagem com implantação de enxertos de tecidos moles, condrócitos, células mesenquimais, fatores de crescimento, matrizes artificiais, autoenxertos e aloenxertos com cartilagem articular ainda não mostraram resultados definitivos e necessitam ser mais bem testados. Nesse grupo, inclui-se a infiltração intra-articular com o plasma rico em plaquetas e o uso de células mesenquimais e diferenciadas, que estão se revelando promissoras em modelos experimentais, mas necessitam de mais estudos clínicos. Muitos desses processos apresentam melhores resultados em indivíduos mais jovens e com lesões cartilaginosas focais.
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