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1 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. UNIDADE I – ESTUDO DAS CÔNICAS E QUÁDRICAS 1) Equação da circunferência De maneira geral, denominamos de uma curva a toda equação em x e y cujas soluções ( x,y) são as coordenadas dos pontos da curva. No caso de um circunferência de centro C ( xC , yC ) e raio r dados, temos: y r P P (x,y) curva d (CP) = r C x Assim, usando a fórmula de distância entre dois pontos, obtemos: d = 2 c 2 c )y(y)x(x r = 2 c 2 c )y(y)x(x r² = ( x – xc ) ² + ( y – yc ) ² que é denominada equação reduzida da circunferência. Exemplos: 1) Determine a equação reduzida da circunferência de centro C ( 3, -1) e raio r = 2. Solução : ( x – 3 ) ² + (y – (-1))² = 2², ou seja, ( x – 3 )² + ( y +1)² = 4 2) Verifique se os pontos A (2, -1) e B (3,0) pertencem a circunferência de equação (x-2)²+(y-3)²=16. 3) Identifique o centro e o raio da circunferência de equação ( x+3)² + (y-1)² = 9 4) Determine a equação da circunferência de centro ( 0,0) e raio 5. Já conhecemos a equação reduzida da circunferência, que é r² = ( x – xc ) ² + ( y – yc ) ². Desenvolvendo esta equação, temos: r² = ( x – xc ) ² + ( y – yc ) ² r² = x² - 2xxc + xc ² + y² - 2yyc +yc² Reorganizando, teremos: x² - 2xxc + xc ² + y² - 2yyc +yc² - r² = 0 Pondo -2xc = a , –2yc = b e xc ² + yc² - r² = c, teremos: x² + y² + ax + by + c = 0 que é a equação geral da circunferência. 2 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Observamos que: -2 xc = a 2 a x c -2 yc = b 2 b y c xc² + yc² - r² = c cyxr 2 c 2 c Exemplos: 1) Determine a equação geral da circunferência de centro C(2,3) e raio 1. 2) Determine o centro e o raio da circunferência de equação x² + y²- 8x + 12y + 3 = 0. 2) O gráfico da circunferência Dada a equação (x-1)² + (y-2)² = c, podemos observar os seguintes casos: a) Se c > 0, então a equação representa uma circunferência de centro (1,2) e raio r = c . b) Se c = 0, então a equação representa o ponto (1,2) c) Se c < 0, então ela representa o conjunto vazio. Faça o gráfico para visualizar melhor. Exercícios: 1) Determine a equação da circunferência ( reduzida e geral) em cada caso: a) C ( 3,3) e r = 6 b) C(-1,-3) e r = 2 2) Sendo dado o ponto P(1,1) pertencente a circunferência e o centro C(3,3), determine a equação reduzida e geral da circunferência. 3) Determine o centro e o raio da circunferência em cada caso: a) x² + y² - 4x – 8y + 19 = 0 b) 2x² + 2y² + 4x – 8y – 8 = 0 c) 2x² - y² = 9 d) 4x² + 4y² + 8x – 4y – 3 = 0 Respostas: 1) a) (x-3)² + (y-3)² = 36 e x² + y² - 6x – 6y –18 = 0 b) (x+1)² + (y+3)² = 4 e x² + y² + 2x + 6y + 6 = 0 2) (x-3)² + (y-3)² = 8 e x² + y² - 6x – 6y + 10 = 0 3 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 3) a) C (2,4) r = 1 b) C(-1,2) e r = 3 c) não é circunferência d) C(-1, ½ ) r= 2 3) A circunferência definida por três pontos 1) Determine a equação da circunferência de centro C(2,0) e que passa pelo ponto P(4,1). Solução: Para obtermos o raio, basta usar a fórmula da distância: r = 22 )01()24( r P r = 5 C A equação da circunferência fica então definida como ( x – 2) ² + y² = 5. 2) Vamos agora determinar a equação da circunferência que passa pelos pontos M(2,0) e N(4,-2) e tem centro na reta s: y = 2x. Solução: Como o centro equidista de todos os pontos na circunferência, temos que N s d(CM) = d(CN) M 2 c 2 c 2 c 2 c )y2()x(4)y(0)x(2 Ficamos com 4xc – 4 yc = 16 ou xc – yc = 4. C Como C(xc ,yc ) pertence a s: y = 2x, temos que yc = 2xc . Substituindo esta equação na equação acima, vem: xc = -4 e yc = - 8. Assim, o centro é C = ( -4, -8) e podemos obter o raio: r = 10)80()42( 22 A equação da circunferência é ( x + 4 )² + ( y + 8 ) ² = 100 3) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos M(3, -1) , N(0,8) e P (0,0) . Situação: N C M P Exercícios: 1) Encontre a equação da circunferência sabendo que os pontos A(4,-2) e B(2,0) pertencem a circunferência e cujo centro é o ponto médio de AB. 2) Determine a equação de um circunferência de raio igual a 3, tangente aos eixos coordenados e contida no 2º quadrante. 4 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 3) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos A(-1,0) e B(1,0) e tem raio igual a 10 . 4) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos A(7,10), B(-9,2) e D(9,-4) Respostas: 1) (x-3)² +(y+1)² = 2 2) (x+3)² + (y-3)² = 9 3) x² + (y +3)² = 10 ou x² + ( y-3)² = 10 4) (x-1)²+(y-2)²=100 4) Posições relativas: I ) Posição relativa entre ponto e circunferência: Dado um ponto P qualquer e um circunferência, podemos ter três casos: P P P C C C P P interior de P exterior de Exemplos: Verifique qual é a posição do ponto P dado em relação à circunferência de equação dada: a) P (5,-1) e x² + y² - 6x – 2y + 8 = 0 b) P ( 1, -2) e x² + y² - 2x + 4y – 3 = 0 c) P (1, -3) e x² + y² -2x + 4y – 3 = 0 Conclusão: - Se d(CP) > r o ponto é exterior à circunferência - Se d (CP) = r o ponto pertence à circunferência - Se d(CP) < r o ponto é interior à circunferência. Ainda com relação a posição entre ponto e circunferência, podemos observar algumas inequações e gráficos . Considere a equação da circunferência de centro (2,3) e raio 2 . a) Se ( x-2)² + (y-3)² < 2, teremos pontos dentro da circunferência. 5 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. b) Se ( x-2)² + (y-3)² 2, teremos pontos dentro e sobre a circunferência. c) Se ( x-2)² + (y-3)² = 2, teremos pontos sobre a circunferência. d) Se ( x-2)² + (y-3)² > 2, teremos pontos fora da circunferência. e) Se ( x-2)² + (y-3)² 2, teremos pontos fora e sobre a circunferência. Exercícios: 1) Determine a posição de P em relação a nos casos: a) P (4,4) e : (x-3)² + (y-2)² - 4 = 0 b) P (3,1) e : x² + y² -4x – 2y + 4 = 0 c) P (5,3) e : x² + y² - 8x = 0 2) Determine k para que o ponto P(3,k) pertença ao interior da circunferência de equação x² + y² - 4x = 0. 3) Determine k para que a equação x² + y² - 2x + 4y + k = 0 represente uma circunferência. 4) Idem para x² + y² - 4x – 3y + m = 0. 6 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 5) Faça o gráfico que represente as relações abaixo: a) x² + y² < 1 b) x² + y² > 4 c) 1 x² + y² 4 6) Represente graficamente as soluções do sistema: 2yx 4yx 22 Respostas: 1) a) exterior b) pertence à circunferência c) interior 2) 33 k 3) k < 5 4) m < 25/4II ) Posição relativa entre reta e circunferência: Uma reta t e uma circunferência do plano cartesiano podem apresentar as seguintes posições relativas: Secante Tangente Exterior P P t t d Q d d C t C C d < r e t = { P, Q} d = r e t = { P} d > r e t = Dada a equação de t, ax + by + c = 0, o centro e o raio de , C ( xc, yc ) e r, podemos estabelecer a posição relativa calculando a distância d entre o centro e a reta: ba cbyax d 22 cc Comparando d com r, temos: d < r t e são secantes d = r t e são tangentes d > r t e são exteriores 7 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Exemplos: 1) Considere a reta t: x + y – 4 = 0 e a circunferência : x² + y² = 16 e verifique a posição relativa entre t e . Solução: 1º modo: centro e raio de : C ( 0, 0) e r = 4 Distância entre C e t: 22 2 4 11 )4(00 d 22 Como 422 , temos d < r e concluímos que t e são secantes. 2º modo: vamos resolver o sistema das equações de t e : S = 16yx 04yx 22 Teremos duas soluções: x = 0 ou 4. Para x = 0 teremos y = 4 enquanto que para x = 4 termos y = 0. Logo, os pontos de intersecção são (4,0) e (0,4). Ou seja, há dois pontos de intersecção, logo a reta e a circunferência são secantes. III ) Posição relativa entre duas circunferências: Duas circunferências 1 e 2 do plano cartesiano podem apresentar as seguintes posições relativas: a) EXTERIORES b) TANGENTES EXTERNAMENTE c) SECANTES d) UMA NO INTERIOR DA OUTRA 8 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. e) TANGENTES INTERIORMENTE f) CONCÊNTRICAS Exemplo: 1) Verifique a posição relativa das circunferências: 1 = ( x – 1 )² + ( y – 2 ) ² = 5 2 = ( x – 3 )² + ( y – 3 )² = 10 Se existir, determine os pontos de intersecção. Exercícios 1) Determine a posição relativa entre a reta x + y – 3 = 0 e a circunferência x² + y² -2x –2y –3 = 0. Se existir, determine os pontos de intersecção. 2) Idem para x + y = -3 e x² + y² - 4x –2y –13 = 0. 3) Idem para x = y + 1 e x² + y² - 2x + 2y – 3 = 0 4) Determine o valor de m para que o ponto P (-1,3) pertença a circunferência x²+y²-2x+3y + m = 0. 5) Quais os pontos de intersecção entre a reta x+y+15=0 e a circunferência x² + y² - 4x -10y - 35=0. 6) Calcule o comprimento da corda que a reta x + y - 3 = 0 determina na circunferência de equação (x+2)² + (y-1)² = 10. 7) Quais são os valores de k para que a reta t, de equação 4x + 3y + k = 0 e a circunferência de equação x² + y² - 12x + 6y + 9 = 0 sejam secantes? 8) Verifique a posição entre as circunferências e se existir, determine os pontos de intersecção. a) : ( x-1)² + y² = 1 : ( x-1)² + (y-4)² = 1 b) : ( x-1)² + y² = 1 : ( x-2)² + y² = 4 c) : ( x-2)² + (y-2)² = 4 : x² + y² = 25 d) : ( x-4)² + y² = 4 : ( x-2)² + y² = 1 9 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 9) As circunferências de equações x² + y² + 2x – 4y = 0 e x² + y² - x – y = 0 cortam-se nos pontos A e B. Obtenha a equação da reta AB. Respostas: 1) secantes 2) tangentes 3) secantes 4) m = -21 5) 6) 22 7) k > -45 e k < 15 8) a) exteriores b) tangentes internamente c) interiores não concêntricas d) secantes 9) x – y = 0 10 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. ELIPSE Algumas aplicações das cônicas são: As órbitas dos planetas têm a forma de elipse; A hipérbole é utilizada no estudo descritivo da expansão de gases em motores a explosão; A parábola é a curva que descreve a trajetória de um projétil, desprezando a resistência do ar. Aparece ainda na construção de espelhos parabólicos, utilizados em faróis de automóveis, e de antenas parabólicas. Neste capítulo, vamos estudar a elipse. Uma maneira prática de desenhar a elipse é a seguinte: espetamos um alfinete em cada foco e amarramos neles as pontas de um pedaço de linha com comprimento 2 a . Deslizando a ponta do lápis pela linha, de modo a mantê-la sempre bem esticada, faremos o desenho de uma elipse. 1) Definição: A elipse é o lugar geométrico dos pontos de um plano os quais a soma das distâncias a dois pontos fixos desse plano, F1 e F2 é uma constante 2a (maior que a distância 21FF ). P F1 F2 Ao conjunto de todos os pontos P do plano tais que: d(P,F1 ) + d(P,F2 ) = 2a ou |PF1 | + | PF2 | = 2 a dá-se o nome de ELIPSE. Observação: a distância 2a é o tamanho do fio que se usou para construir a elipse. 11 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 2) Elementos da elipse: B2 a a b A1 F1 c c F2 A2 a a b B1 F1 e F2 são ditos FOCOS; d( F1 , F2 ) = distância focal; C = centro A1 , A2 , B1 e B2 = vértices | A1 A2 | = 2 a ( eixo maior) | B1 B2 | = 2 b ( eixo menor) a = semi eixo maior b = semi eixo menor Em toda a elipse vale a relação: a² = b² + c² Excentricidade: e = a c ( 0 < e < 1 ) 3) Equação da Elipse de centro na origem do sistema: 1º CASO: o eixo maior está sobre o eixo dos x. B2 P ( x,y) A1 F1(-c,0) F2(c,0) A2 b B1 a Usando a definição, temos: d(P,F1 ) + d(P,F2 ) = 2a ou, em coordenadas: 2ayc)(xyc)(x 2222 Isolando um dos radicais, temos: 2222 yc)(x2ayc)(x 12 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. e elevando ao quadrado, temos: x² + 2cx + c² + y² = 4a² - 4 a 222222 yc2cxxc2cxyx Isolando o radical e tornando a elevar ao quadrado ficamos com: 4a 4cx4ac2cxyx 2222 a cxac2cxyx 2222 Elevando novamente ao quadrado: a² [ x² - 2cx + c² + y² ] = a 4 – 2a²cx + c²x² a²x² - 2a²cx + a² c² + a²y² = a 4 – 2 a²cx + c²x² (a² - c²)x² + a² y² = a² ( a² - c²) Dividindo por a² ( a² - c²) fica 1 ca y a x 22 2 2 2 Como já sabemos que a² = b² + c², podemos escrever a² - c² = b² Logo, substituindo esta relação teremos: 1 b y a x 2 2 2 2 que é a equação reduzida da elipse. 2º CASO: o eixo maior está sobre o eixo dos y. b A2 (0,c) a F2 B1 0 B2 F1 (0,-c) A1 Com um procedimento análogo ao 1º caso, obteremos a equação reduzida 1 a y b x 2 2 2 2 Observação: Tendo em vista que a² = b² + c², segue que a² > b² e daí a > b Então, sempre o maior dos elementos na equação reduzida representa o número a², onde “a” é a medida do semi-eixo maior. 13 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Exemplos: 1) Dadas as elipses 3 a) b)2 -2 2 -3 3 -3 -2 as equações em cada caso são: a) 1 2 y 3 x 2 2 2 2 ou 1 4 y 9 x 22 b) 1 3 y 2 x 2 2 2 2 ou 1 9 y 4 x 22 2) Determine a equação da elipse de centro na origem e eixo maior horizontal sendo 10 cm e a distância focal 6 cm. Solução: Se o eixo maior = 10, temos que 2a = 10 logo, a = 5. E se a distância focal = 6, temos que 2c = 6, logo, c = 3 Assim, a equação fica: 1 b y a x 2 2 2 2 com a= 5, c = 3 e b = ???? Como achar b? Da relação a² = b² + c² temos que b = 4 Logo, a equação da elipse fica 1 16 y 25 x ou 1 4 y 5 x 22 2 2 2 2 3) Determine o eixo maior, o eixo menor, a distância focal, os focos, a excentricidade e o gráfico da elipse de equação x² + 4y ² = 16. 4) Idem para a equação 9x² + 25 y² = 225. 14 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 5) Idem para a equação 4x² + y² = 16 6) Idem para a equação x² + y² - 9 = 0 7) Uma elipse de centro na origem tem um foco no ponto ( 3,0) e a medida do eixo maior é 8. Determine sua equação. A excentricidade A excentricidade de uma elipse de eixo maior 2a e distância 2c é o número tal que e = a c . Imaginemos uma seqüência de elipses, todas com mesmo eixo maior, porém com distância focais cada vez menores: a a a c1 c2 c3 F1 F2 F1 F2 F1 F2 e1 = a c 1 e2 = a c 2 e3 = a c 3 Conforme os focos vão se aproximando, a excentricidade da elipse vai diminuindo ( e1 > e2 > e3 ). Veja que quando a excentricidade é menor, a elipse fica mais arredondada.(Se e = 0, temos circunferência). Como curiosidade, saiba que tanto a trajetória da Terra em torno do Sol, como a da Lua em torno da Terra, são elipses, porém muito próximas de circunferências, pois têm excentricidade próximas de zero: a primeira tem excentricidade e = 0,016, enquanto a segunda tem excentricidade e = 0,054. 4) Equação da Elipse com centro fora da origem do sistema: 1º CASO: o eixo maior é paralelo ao eixo dos x. Considere a elipse de centro C ( xc , yc ) e seja P (x, y) um ponto qualquer da mesma. 15 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. P (x,y) F1 F2 yc A1 A2 C xc A equação de uma elipse de centro C (0,0) e eixo maior sobre o eixo dos x dada por 1 b y a x 2 2 2 2 passa agora, quando o eixo maior for paralelo ao eixo dos x e o centro for C( xc , yc ), para equação 1 b )y-(y a )x-(x 2 2 c 2 2 c 2º CASO: o eixo maior é paralelos ao eixo dos y. A2 F2 yc C F1 A1 xc De forma análoga, temos: 1 a )y-(y b )x-(x 2 2 c 2 2 c Exemplo: 1) Determine a equação da elipse de centro C(2,-1) e tangente aos eixos coordenados, sendo os eixos de simetria paralelos aos eixos x e y. 2) Determine o centro, os focos, o eixo maior e o eixo menor da elipse 4x² + 9y² - 16x – 18y – 11 = 0. Exercícios: 1) Dê a equação e a excentricidade da elipse nos casos seguintes: a) O eixo menor mede 8 e os focos são F1 (-6,0) e F2 (6,0). b) Um foco é F1 (0,4), o centro dela é C(0,0), ela passa em P(2,0). 16 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. c) O eixo maior mede 14 e os focos são F1 (0,-5) e F2 (0,5). 2) Determine o centro, os focos, o eixo maior e o eixo menor da elipse em cada caso: a) 25x² + 16y² + 50x + 64y – 311 = 0 b) 4x² + 9y² - 24x + 18y + 9 = 0 c) 16x² + y² + 64x – 4y + 52 = 0 d) 4x² + 9y² - 8x – 36y + 4 = 0 3) Determine a equação da elipse em cada caso: a) eixo maior = 10, focos (-4,0) e (4,0) b) centro ( 0,0), um foco em F1 =( ¾ , 0) e um vértice em A1 = (1,0) c) eixo menor = 4, Centro (0,0) e um foco em F1 = (0, 5 ). d) Centro C(2,4), um foco F(5,4) e excentricidade ¾. e) Eixo maior mede 10 e focos em F1 (2,-1) e F2 = (2,5). 4) Determine o centro, os vértices A1 e A2 , os focos F1 e F2 , e a excentricidade das elipses dadas: a) 1 9 3)(y 16 2)(x 22 b) 1 100 y 36 x 22 c) 9x² + 25y² - 25 = 0 d) 9x² + 5y² = 45 Respostas: 1) a) 1 16 y 52 x 22 , e 0,83 b) 1 20 y 4 x 22 , e 0,89 c) 1 49 y 24 x 22 , e 0,71 2) a) C(-1,-2) , F1 (-1,1) e F2 (-1,-5), eixo maior = 10, eixo menor = 8 b) C(3,-1), F1 ( 1,53 ) e F2 ( 1,53 ), eixo maior = 6, eixo menor = 4 c) C(-2,2), F1 ( 152 ,2 ) e F2 ( 152 ,2 ), eixo maior = 8, eixo menor = 2 d) C(1,2), F1 ( 2 ,51 ) e F2 ( 2 ,51 ), eixo maior = 6, eixo menor = 4 3) a) 9x² + 25y² = 225 b) 7x² + 16y² = 7 c) 9x² + 4y² - 36 = 0 d) 7x² + 16y² - 28x – 128y + 172 = 0 e) 25x² + 16y² - 100x – 64y – 236 = 0 4) a) C(2,-3), A1 (-2,-3), A2 (6, -3), F( 2 7 , -3), e = 4 7 b) C(0,0), A(0, 10), F ( 0, 8) , e = 5 4 c) C(0,0), A ( 3 5 , 0 ) , F ( 3 4 , 0) , e = 5 4 d) C(0,0), A ( 0, 3) , F ( 0, 2) , e = 3 2 17 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. HIPÉRBOLE 1) Definição: Hipérbole é o lugar geométrico dos pontos de um plano cuja diferença das distâncias, em valor absoluto, a dois pontos fixos desse plano é constante. Consideremos no plano dois pontos distintos F1 e F2 tal que a distância d (F1, F2 ) = 2c. Ao conjunto de todos os pontos P do plano tais que: | d (P, F1) - d (P, F2) | = 2 a ou | PF1| - | PF2 | = 2a dá-se o nome de hipérbole. P F1 F2 Na verdade, | d (P, F1) - d (P, F2) | = 2 a significa que d (P, F1) - d (P, F2) = 2 a Quando P estiver no ramo da direita, a diferença é + 2a e, em caso contrário, será – 2a . P3 P1 F1 A1 A2 F2 C P4 P2 2 a 2c A hipérbole é uma curva simétrica em relação a estas duas retas, como também em relação ao ponto C. Se P1 é um ponto da hipérbole, existem os pontos P2 , P3 e P4 tais que: P2 é o simétrico de P1 em relação à reta horizontal, P3 é o simétrico de P1 em relação à reta vertical, P4 é o simétrico de P1 em relação à origem. Ainda pela simetria, conclui-se que d (A1 , F1) = d (A2 , F2) e da própria definição vem 18 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. d (A1 , A2) = 2a 2) Elementos: B1 c b F1 A1 a A2 F2 B2 2 a 2c Focos: F1 e F2 Distância focal: 2 c entre os focos Centro: ponto médio do segmento F1F2 Vértices: A1 e A2 Eixo real ou transverso: é o segmento A1A2 de comprimento 2a Eixo imaginário ou conjugado: é o segmento B1B2 de comprimento 2b O valor de b é definido através da relação: c² = a² + b² onde a, b e c são as medidas dos lados do triângulo retângulo no desenho. Excentricidade: e = a c com c > a e e > 1 . 3) Equação da hipérbole com centro C ( 0,0)na origem do sistema: 1º CASO: eixo real sobre o eixo dos x: | d (P, F1) - d (P, F2) | = 2 a 2a |0)(yc)(x0)(yc) -(x| 2222 Com o mesmo procedimento da equação da elipse, chegamos a equação: 1 b y a x 2 2 2 2 que é a equação reduzida da hipérbole de centro na origem e eixo real sobre o eixo dos x. 2º CASO: eixo real sobre o eixo dos y: 1 b x a y 2 2 2 2 que é a equação reduzida da hipérbole de centro na origem e eixo real sobre o eixo dos y. 19 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Exemplos: 1) A hipérbole da figura a seguir tem equação reduzida ............ 2 -3 3 -2 1 2 y 3 x 2 2 2 2 ou 1 4 y 9 x 22 2) No exemplo anterior, determine os vértices A1 e A2 e os focos F1 e F2 . Basta fazermos y = 0, encontrando na equação 3. ou x 1 9 x 2 Logo, A1 (3,0) e A2 (-3,0) . Para encontrarmos os focos, precisamos encontrar a distância focal, ou seja, o valor de c. Como c² = a² + b², temos c² = 9 + 4 = 13 Assim, c = 13 Logo, F1 ( 13 , 0) e F2 (- 13 , 0). 4) Equação da hipérbole com centro C ( xc , yc ) fora da origem do sistema: 1º CASO: eixo real sobre o eixo dos x: 1 b )y-(y a )x-(x 2 2 c 2 2 c 2º CASO: eixo real sobre o eixo dos y: 1 b )x-(x a )y-(y 2 2 c 2 2 c 5) Hipérbole Equilátera: Os semi eixos real e imaginário são iguais: Logo, a = b 20 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Exemplos: Em cada caso ( 1 até 5) , determine: - a equação reduzida; - a medida dos semi-eixos; - um esboço do gráfico; - os vértices; - os focos; - a excentricidade. 1) 9x² - 7y² - 63 = 0 Solução: 9x² - 7y² - 63 = 0 ou 1 9 y 7 x ou 63 63 63 7y 63 9x 2222 a² = 7 logo, a = 7 b² = 9 logo, b = 3 Gráfico: Vértices: A1 (- 7 ,0) e A2 ( 7 , 0) Focos: precisamos do valor de c: c² = a² + b² c = 4 Logo, os focos são F1 (-4,0) e F2 (4, 0) Excentricidade: e = c/a = 4 / 7 2) x² - 4y² + 16 = 0 3) x² - y² = 4 4) 16x² - 25y² - 1600 = 0 5) x² - y² = 1 21 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Exercícios: 6) Determine a equação de uma hipérbole de Focos (-5, 0) e (5,0) e a medida do eixo real é igual a 6. 7) Sendo dados os vértices A1 ( 5,5) e A2 (5, -1), e a excentricidade e = 2, determine a, b e c, grafique a hipérbole e determine sua equação. 8) Ídem ao exercícios 7, sendo dados os focos F1 (3,4) e F2 (3, -2), e a excentricidade e = 2. 9) Sendo F1 ( -1,-5) e F2 (5, -5), determine a equação da hipérbole equilátera. Faça também um esboço do gráfico. 10) Determine a equação da hipérbole de vértices A1 ( 1,-2) e A2 (5, -2), sabendo que F(6,-2) é um de seus focos. 11) Determine o centro, um esboço do gráfico, os vértices, os focos e a excentricidade das hipérboles de equação: a) 9x² - 4y² - 18x – 16y – 43 = 0 b) 9x² - 4y² - 54x + 8y +113 = 0 c) 4x² - y² - 32x + 4y + 24 = 0 d) x² - 4y² + 6x + 24y – 31 = 0 Respostas: 6) 1 16 y 9 x 22 7) a=3, b= 3 3 e c = 6, 1 27 5)-(x 9 2)-(y 22 8) 4x² - 12y² - 24x + 24y + 51 = 0 9) 2x² - 2y² - 8x – 20y – 51 = 0 10) 5x² - 4y² - 30x - 16y + 9 = 0 11) a)C(1,-2) , A1 (-1,-2), A2 (3, -2) , F ( 1 13 , -2) , e = 2 13 b) C(3,1) , A1 (3,-2), A2 (3, 4) , F (3, 1 13 ) , e = 3 13 c) C(4,2) , A1 (1,2), A2 (7, 2) , F ( 534 , 2) , e = 5 d) C(-3,3) , A1 (-5,3), A2 (-1,3) , F ( 53 , 3) , e = 2 5 22 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. PARÁBOLA: Consideremos em um plano uma reta d e um ponto F não pertencente a d. Parábola é o lugar geométrico dos pontos do plano que são eqüidistantes de F e d. F F = _ _ = P = _ _ = V d A P’ Elementos: F = ponto fixo ( FOCO) d = diretriz ( reta) eixo: é a reta que passa pelo foco e é perpendicular à diretriz Vértice: é o ponto V de interseção da parábola com o seu eixo. Por definição, temos que d(PF) = d(PP’) 1) Equação da Parábola de Vértice na origem do sistema: 1º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos y: F P 2 p 2 p x d P’ Da definição de parábola, temos que: d(PF) = d(PP’) Como, F ( 0, 2 p ) e P’( x, - 2 p ) temos: | (x - 0, y - 2 p )| = | (x - x, y + 2 p )| ou 23 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 2222 ) 2 p (yx)(x) 2 p (y0)(x Elevando ambos os membros ao quadrado, obteremos: (x - 0)² + ( y - 2 p )² = ( x – x ) ² + ( y + 2 p )² . ou x² + y² - py + 4 2p = y² + py + 4 2p ou, simplesmente: x² = 2 py Esta equação é chamada equação reduzida da parábola e constitui a forma padrão da equação da parábola de vértice na origem tendo para eixo o eixo dos y. Da análise desta equação conclui-se que, tendo em vista ser 2py sempre positivo (pois é igual a x²>0), os sinais de p e de y são sempre iguais. Consequentemente, se p > 0 a parábola tem concavidade voltada para cima e , se p < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo. Este número real p 0 é conhecido como parâmetro da parábola. 2º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos x: y P’ P(x,y) A V F( 2 p , 0) x 2 p 2 p d Sendo P(x,y) um ponto qualquer da parábola de foco F( 2 p ,0), obteremos de forma análoga ao 1º caso a equação reduzida: y² = 2 px 24 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Conforme o sinal de p termos: se p > 0, a parábola tem concavidade voltada para a direita e , se p < 0 a parábola tem concavidade voltada para a esquerda. Exemplos: 1) Determine o foco e a equação da diretriz das parábolas x² = 8y e y² = -2x. Construir o gráfico: Solução: a) x² = 8y A equação é da forma x² = 2py, logo: 2p = 8 p = 4 2 p = 2 Portanto, foco : F ( 0, 2) Diretriz = y = -2 y F 2 x 0 4 diretriz -2 b) y² = -2x A equação é da forma y² = 2px, logo: 2p = -2 p = -1 2 p = - 2 1 Portanto, foco: F = (- 2 1 , 0) d: x = ½ diretriz: x = 2 1 2 F -2 -2 3) Determine a equação de cada uma das parábolas, sabendo que: a) vértice ( 0,0) e foco ( 1,0) ; b) vértice ( 0,0) e diretriz y = 3; c) vértice (0,0), passa pelo ponto P (-2,5) e concavidade voltada para cima. d) Vértice ( 0,0) e foco ( 0, -3) ; e) Foco ( 2,0) e diretriz x + 2 = 0. 3) Translação de eixos: Consideremos no plano cartesiano xOy um ponto O’(h,k) arbitrário. 25 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Usando um novo sistema x’O’y’ tal que os eixos O’x’e O’y’ tenham a mesma unidade de medida, a mesma direção e o mesmo sentido dos eixos Ox e Oy. Assim, podemos obter este novo sistema pela translação de eixos. y y’ P y’ x’ O’ y x’ k x h x Podemos observar que x = x’+ h e y = y’+ k Logo, teremos: x’= x – h e y’= y – k Estas são as fórmulas de translação. A principal finalidade da transformação de coordenadas é modificar a forma de equações. Por exemplo, seja a parábola de equação x’² = 4y’ no novo sistema. Se tivermos h = 3 e k = 2, isto é, O’( 3,2) e sabendo que x’= x – h e y’ = y – k, temos x’= x – 3 e y’= y – 2 Logo, a equação da parábola em relação ao sistema xOy é: (x-3)² = 4 (y-2) ou x² - 6x + 9 = 4y – 8 ou x² - 6x – 4y + 17 = 0 Gráfico: 4) Equação da Parábola de Vértice fora da origem do sistema: 1º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos y: y 26 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. y’ P y’ y O’ = V x’ k x’ x h x Seja P(x,y) um ponto qualquer desta parábola. Sabe-se que a equação da parábola referida ao sistema x’O’y’ é: x’² = 2py’ mas x’= x – h e y’= y – k, logo: ( x – h )² = 2 p ( y – k ) que é a forma padrão da equação de uma parábola de vértice V(h,k) e eixo paralelo ao eixo dos y. 2º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos x: De modo análogo ao caso anterior, teremos: ( y – k )² = 2 p ( x – h ) Observamos que se V(h,k) = (0,0) voltamos a ter o caso inicial de vértice na origem. Exemplos: 1) Determine a equação da parábola de vértice V(3,-1) sabendo que y-1=0 é a equação de sua diretriz. Solução: Vejamos o gráfico para facilitar y 1 y = 1 diretriz 2 p 3 x -1 V A equação da parábola é da forma : ( x-h)² = 2p(y-k) Mas h=3 k= - 1 e p/2 = -2 , p = -4 substituindo na equação , vem: (x-3)² = 2 . (-4) ( y+1) ou 27 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. x² - 6x + 9 = -8y – 8 ou melhor: x² - 6x + 8y + 17 = 0 2) Determine a equação da parábola de vértice V(4,1) e equação de diretriz x + 4 = 0 3) Determine a equação da parábola de foco em F(1,2), sendo x=5 a equação da diretriz: 4) Determine o vértice, o foco, a equação da reta diretriz e o gráfico de cada uma das parábolas: a) x² + 4x + 8y + 12 = 0 b) y² - 12x – 12 = 0 c) y² + 2y – 16x – 31 = 0 d) x² - 2x – 20y – 39 = 0 5) Equação da parábola na forma explícita: Sabemos que a equação de uma parábola de vértice V(h,k) e eixo paralelo ao eixo dos y tem a forma padrão : (x-h)² = 2p(y-k) 28 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Por exemplo, para V(2,-1) e p = 1/8, teríamos: (x-2)² = ¼ (y+1) Como o objetivo é escrever a forma explícita, vamos explicitar y na equação: x² - 4x + 4 = ¼ y + ¼ ou 4x² - 16x + 16 = y + 1 de onde vem: y = 4x² - 16x + 15 que é a forma explícita mais conhecida por nós, ou seja, está na forma: y = ax² + bx + c. Reciprocamente, dada uma equação na forma explícita, podemos sempre conduzi-la à forma padrão. Assim, se a equação é : y= 4x² - 16x + 15 temos: 4x² - 16x = y – 15 4 ( x² - 4x ) = y – 15 Completando quadrados: 4 ( x² - 4x + 4 ) = y – 15 + 16 4(x-2)² = y + 1 ( x – 2 )² = ¼ (y+1) Logo, o vértice é V ( 2, -1) e 2p = ¼ portanto p = 1/8 . OBS.: Se a parábola tem eixo paralelo ao eixo dos x, sua equação na forma explícita é x = ay² + by + c, correspondente a forma padrão ( y – k )² = 2p(x - h) Exemplos: 1) Determine a equação da parábola que passa pelos pontos ( 0,1), (1,0) e (3,0) conforme a figura: 1 1 3 Exercícios: 1) Em cada caso estabeleça a equação de cada uma das parábolas sabendo que: a) vértice V(0,0) e diretriz d: y = -2 b) vértice V(0,0) e foco F(0,-3) c) foco F(0,-1) e diretriz d: y – 1 = 0 d) vértice V(-2,3) e foco F(-2,1) e) vértice V(0,0), eixo y = 0 e passa por (4,5). f) Foco F(6,4) e diretriz y = -2 g) Eixo de simetria paralelo ao eixo dos y e a parábola, passa pelos pontos A(0,0), B(1,1) e C (3,1). 29 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 2) Em cada caso, determine o vértice, o foco, uma equação para a diretriz e uma equação para o eixo da parábola de equação dada. Esboce o gráfico: a) x² = -12 y b) y² = -3x c) y² + 4y + 16x – 44 = 0 d) 6y = x² - 8x + 14 e) y² - 16x + 12y + 49 = 0 Respostas: 1) a) x² = 8y b) x² = - 12y c) x² = - 4y d) x² + 4x + 8y – 20 = 0 e) 5x² - 16y = 0 f) (x-6)² = 12 (y-1) g) y = x 3 4 x 3 1 2 2) a) V(0,0), F(0,-3) , y = 3 e x =0 b) V(0,0), F(- ¾ , 0), x = ¾ e y =0 c) V(3,-2), F(-1,-2), x=7 e y =-2 d) V(4, -1/3 ), F(4, 7/6), 6y + 11 = 0 e x-4=0 e) V( 16 13 ,-6), F( 16 77 ,-6), x = 16 51 e y = -6 30 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Aplique seus conhecimentos e descubra as equações das cônicas e retas das embalagens representadas em seu corte transversal longitudinal: 31 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. SUPERFÍCIES QUÁDRICAS Atividade avaliativa 1) Reduzir as equações à forma canônica, identificar e construir o gráfico, utilizando software. a) x2 + y2+ z2 = 25 b) 2x2 + 4y2 + z2 -16 = 0 c) x2 - 4y2 + 2z2 = 8 d) z2 – 4x2 – 4y2 = 4 e) x2 + z2 - 4y = 0 f) x2 + y2 + 4z = 0 g) 4x2 - y2 = z h) z2 = x2 + z2 i) z = x2 + y2 j) x2 + y2 = 9 k) y2 = 4z l) x2 - 4y2 = 16 m) 4y2+ z2 – 4x = 0 n) - x2 + 4y2 + z2 = 0 o) 16x2 + 9y2 - z2 = 144 p) 16x2 - y2 - z2 = 144 q) 2y2+ 3z2 - x2 = 0 r) 4x2 + 9y2 = 36z s) 9x2 + 4y2 + 36z2 = 36 t) 36x2 + 9y2 - 4z2 = 36 u) 36x2 - 9y2 - 4z2 = 36 32 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. c) UNIDADE II – VETORES 1. O Plano Cartesiano R²: Representamos por R² o conjunto de todos os pares ordenados de números reais, ou seja: R² = {(x, y) / x R e y R } Por exemplo, são elementos de R² os pares ( 2, 4) , ( -1, 5), (1/2 , 0 ), )2,2( , etc. Cada elemento do R² pode ser associado a um ponto de um plano no qual fixamos um sistema de coordenadas conforme indicado a seguir. y x Marque no plano acima, os pontos A (4,3), B ( -2,2), C ( -4, -2), D( 3, -3) , E(0, 2) e F( -3,0) . 1.1. Operações com pares ordenados: a) Igualdade: dizemos que os pares ordenados ( x1, y1 ) e ( x2, y2 ) são iguais se e somente se x1= x2 e y1 = y2 . Exemplo: ( x + 1 , y – 1 ) = ( 0,1 ) x + 1 = 0 e y – 1 = 1 x = -1 e y = 2. b) Adição: chamamos soma de pares ( x1, y1 ) e ( x2, y2 ) ao par ( x1 + x2 , y1 + y2 ) e indicamos por ( x1, y1 ) + ( x2, y2 ) = ( x1 + x2 , y1 + y2 ) Exemplo: ( 3,1) + ( 2, -4) = ( 3 + 2, 1 – 4 ) = ( 5, -3) c) Multiplicação por escalar ( ou númeroreal): chamamos produto do número real k pelo par (x,y) ao par ( kx, ky) e indicamos por: k ( x,y) = ( kx, ky). Exemplo: 9 (5, -3) = ( 9. 5, 9 . (-3)) = ( 45, -27) 33 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. d) Propriedades: Sejam A = ( x1 , y1 ), B = ( x2 , y2 ) e C = ( x3 , y3 ) três elementos quaisquer de R² e sejam k e m dois números reais quaisquer. Podemos constatar as seguintes propriedades das operações com pares ordenados: - Associativa: ( A + B ) + C = A + ( B + C ) - Comutativa: A + B = B + A - Elementos neutro da adição: é o par O = (0,0), onde A + O = O + A = A - Oposto de A: é o par –A = ( - x1 , - y1 ) , onde A + (-A) = O - k ( A+ B ) = kA + kB - k ( mA) = (km)A - 1. A = A Exercícios: 1) Dar as coordenadas dos pontos indicados na figura: 2) Dar o quadrante onde está cada ponto do exercício anterior. 3) Se xy < 0, em quais quadrantes pode estar situado o ponto P (x,y) ? 4) Dados A = ( -3, -1), B = (0,5 ) e C = (-1, 4 ), determine: a) A + B + C b) 2A – B + 3C c) 4 ( A + 2B) – 3 (C – B) 5) Dados A = (3,7), B = ( -1, 2) e C = (11,4), determine os números x e y que tornam verdadeira a igualdade xA + yB = C. 6) Determine x e y em cada equação: a) x (3,-1) + y(7,5) = ( 4,6) b) x ( 1,-2) + y ( -2, 0) = 2 (x, y) – 3 (y, -x) 34 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 2. O espaço R³: Representamos por R³ o conjunto de todos os ternos ordenados de números reais, ou seja: R³ = {(x, y, z) / x R , y R e z R } Por exemplo, são elementos de R³ os ternos ( 2, 4, -1) , ( -2, 1, 5), (1/2 , 0, 0 ), )2 ,0 ,2( , etc. 2.1 Operações no espaço R³: Podemos definir as mesmas operações vistas no plano R²: - Igualdade: ( x1 , y1, z1 ) = ( x2 , y2, z2 ) x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 . - Adição: ( x1, y1 , z1 ) + ( x2, y2 , z2 ) = ( x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ). - Multiplicação por número real: k ( x, y, z ) = ( kx, ky, kz) - Elemento neutro da adição é O = (0,0,0). - Elemento oposto é ( -x, -y, -z). 2.2 Representação geométrica: z Cada elemento do R³ pode ser associado P3 P a um ponto no espaço no qual fixamos um sistema y de coordenadas conforme indicado ao lado. P2 O P1 x Precisamos agora considerar três eixos coordenados, dois a dois perpendiculares, orientados conforme a figura. P1, P2 e P3 são as projeções dos eixos x, y e z respectivamente. Assim, temos : xP = OP1 = abscissa de P eixo x = eixo das abscissas yP = OP2 = ordenada de P eixo y = eixo das ordenadas zP = OP3 = cota de P eixo z = eixo das cotas Oxyz = sistema cartesiano ortogonal O = (0, 0, 0 ) é a origem do sistema cartesiano. Exemplo: P3 C P = ( 2, 5, 3 ) A = ( 2, 5, 0) plano xy P B = B P C = P2 P1 = P2 = P1 A P3 = 35 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Atividade avaliativa: Representar no plano “ r três” as dimensões de uma caixa e determine: a) todas as coordenadas da caixa; b) as coordenadas do centro do sólido; c) o volume da caixa. Exercícios: 1) Dados u = (1, 2, 3), v = ( 1, 0, 1) e w = ( -1, 2, -2), calcule: a) u + v b) 2v – w c) 2u – v + 3w d) 3 ( 2w – u) – 2 ( 3v + w) 2) Represente os pontos acima encontrados num sistema cartesiano ortogonal. 3. Vetores no Plano R²: No paralelogramo ABCD abaixo, os segmentos orientados AD e BC apresentam em comum: - O comprimento ( módulo): | AD | = | BC | D C - A direção: estão em retas paralelas. - O sentido ( das flechas) A B Por isto, dizemos que BC e AD representam um mesmo vetor v : AD é o vetor v aplicado em A e BC é o vetor v aplicado em B. Um número real não negativo ( denominado módulo), uma direção e um sentido são os três elementos que caracterizam o que denominamos vetor, ente que é representado geometricamente através de segmentos orientados. Na figura indicamos três segmentos orientados u representantes de um mesmo vetor u . u Podemos observar que todos os três tem mesma direção e sentido e a projeção na direção do eixo x tem medida algébrica -3 enquanto a projeção na direção do eixo y tem medida 2. Podemos assim associar o vetor u ao u par ( -3, 2 ) do R². Logo, u = ( -3, 2). De modo geral , um vetor v do plano cartesiano pode ser associado a um par ordenado ( a, b) do R², onde a e b são, nesta ordem, as medidas algébricas das projeções de v nas direções dos eixos x e y. 36 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. y v b b v a x a 3.1. Cálculo das componentes: Podemos calcular as componentes de um vetor v a partir das coordenadas das extremidades de um segmento orientado que o representa. Se v = AB , A = ( x1 , y1 ) e B = ( x2 , y2 ), então v = ( x2 – x1 , y2 – y1 ) v = AB = B – A onde B – A é a diferença entre os pares ordenados. Exemplo: Seja A = ( 1, -1) e B = ( 5, 1 ), determine o vetor v = AB . v = AB = B – A = ( 5 – 1, 1 – (-1)) = ( 4, 2 ) Represente graficamente AB e v : Observações: - Medida de um vetor: é o seu comprimento ou módulo e é indicado por | AB |. Ex.| AB | = 5 u.c. A B Unidade - Vetor Nulo: é um vetor cuja extremidade coincide com a origem e tem comprimento zero. Pode ser chamado de vetor zero e é indicado por O . - Vetor Oposto: dado um vetor v = AB, o vetor BA é o oposto de AB e se indica por - AB ou por -v . - Vetor Unitário: um vetor v é unitário se | v | = 1. 37 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. - Vetores Colineares: dois vetores são colineares se tiverem a mesma direção. Em outras palavras, são colineares se tiverem representantes u e v pertencentes a uma mesma reta ou a retas paralelas. v u u v - Vetores Coplanares: dois ou mais vetores são ditos coplanares se possuem representantes AB, CD e EF pertencentes a um mesmo plano. v D F C w B u A E Observação: Dois vetores quaisquer, não colineares são sempre coplanares no R². 3.2. Operações com vetores: Adição : Dados dois vetores u e v , a soma u + v corresponde a soma dos pares ordenados associados a u e v . u = (x1 , y1 ) e v = ( x2 , y2 ) u + v = ( x1 + x2 , y1 + y2 ) Representação geométrica: u + v u v Exercícios: 1) Dados u = ( 3, 1) e v = ( 2,5), determine u + v . 2) Dados u = (-2, 5) e v = (-4, 3), determine u + v . 3) Dados u = (-4,-5) e v = (2, -3), determine u + v . Propriedades da adição: - Comutativa: u + v = v + u - Associativa: (u + v ) + w = u + (v + w ) - Existe vetor nulo O tal que v + O = O + v = v - Existe vetor oposto– v tal que v + ( -v ) = -v + v = O 38 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Subtração : Dados dois vetores u e v , a diferença d = u - v corresponde ao vetor u + (-v ) . Representação geométrica: u u - v -v Exercícios: 1) Dados u = ( 3, 1) e v = ( 2,5), determine u - v . 2) Dados u = (-2, 5) e v = (-4, 3), determine 2u -3 v . 3) Dados u = (-4,-5) e v = (2, -3), determine u - v . Multiplicação por número real : Dado um vetor u 0 e um número real k 0 , chama-se produto de número real k pelo vetor u o vetor p = k u , tal que: Módulo: | p | = | k u | = | k | | u | Direção: a mesma de u . Sentido: o mesmo de u se k > 0, e contrário ao de u se k < 0. Propriedades da multiplicação por número real Se e v são vetores quaisquer e a e b são números reais, temos: - Associativa: a ( b v ) = ( a b ) v - Distributiva: ( a + b) v = a v + b v - Distributiva: a ( u + v ) = a u + a v - 1 . v = v Exemplos Dados A = ( 11, -7), B = ( 0, 3 ) e C = (-1, 1), calcule 2 AB + 5 BC – CA . AB = BC = CA = Exercícios: 1) Dar o par ordenado associado ao vetor v em cada caso: 39 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. a) b) c) 5 3 2 2 4 -4 1 6 d) e) f) 4 5 4 2 2 2 5 1 1 5 3 7 2) Dados A = ( -2, 3 ), B = ( 2, 0), C = ( 0, -5) e D = ( -4, -2), verifique se os vetores AB e DC são iguais e que os vetores AD e CB são opostos. 3) Dados A = (2,1) , B = (5,-1) e C (-4,0), calcule e represente o vetor soma dos vetores AB e AC. 4) Se v = AB, A = (3,2) e v =(5,8), então qual é o ponto B? 5) Os vetores u = (3,4), v = (2a , 7) e w = (1, 3b) satisfazem à equação 2u – v + 3 w = O. Calcule a e b. 6) Sabendo que o ângulo entre os vetores u e v é de 60º, determine o ângulo formado pelos vetores: a) u e v b) –u e v c) –u e –v d) 2u e 3v 7) Dados os pontos A = (3,7 ) e B = ( 11, -1), determine o ponto médio de AB. →→ 8) Obter os pontos que dividem o segmento de extremidades A (2,4) e B (14,13) em três partes iguais. 9) Prolonga-se o segmento AB, A (1,2) e B(5,4), no sentido de A para B, até o ponto P tal que o comprimento de AP é o triplo de AB. Determine o ponto P. 10) O Baricentro G de um triângulo ABC é o ponto de interseção das medianas do triângulo. Medianas = segmentos que vão de um vértice do triângulo até o ponto médio do lado oposto ao vértice. E ainda, para calcularmos o Baricentro G basta usarmos a fórmula G = 3 CBA . Usando a fórmula acima, encontre o baricentro do triângulo ABC em cada caso e faça a representação gráfica: a) A (0,0), B ( 9,0) e C ( 0,6) b) A (-1,-2), B (0,-4) e C(1,6) Marque a resposta correta, justificando: 11) Da igualdade ( xy – 1 , x – y ) = ( 3,0), podemos concluir que 40 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. a) x = 3 e y = 0 b) x = y = 1 c) x = y = 2 d) x = 1 e y = 0 e) x = 2 e y = -2 12) Um retângulo de centro na origem do sistema cartesiano apresenta os lados paralelos aos eixos coordenados e um vértice é A = ( -5, 3). Os outros vértices são: a) ( 5, 3) , (5,0 ) e ( -5, 0) b) ( 3,5 ) , ( 5, -3) e ( -3,-5) c) ( -5, 3) , ( 3, 5 ) e ( -3, -5 ) d) ( 5, 3 ) , ( 5, -3) e ( -5, -3) e) n.r.a. 13) Dado o vetor u = ( -3, 1), uma representação geométrica do vetor –2u é: a) b) c) d) 6 6 2 2 -2 -6 -2 6 14) Das representações geométricas seguintes, a que não corresponde ao vetor u = (2,1) é: a) b) c) d) 3 1 1 2 2 -2 2 -1 1 3 15) Dados A (1,0) , B (0,4) e C ( 0,0 ), o vetor AB + 2 BC é igual a: a) ( -1, -4) b) ( 4, 1) c) ( -1, 1 ) d) ( -4, -4 ) e) (–1, 0 ) 16) Dados os vetores u = (3, -1), v = ( 4, 2 ) e w = (-4, 3), os números x e y que verificam a equação xu + yv = w são respectivamente: a) 2 e 5/2 b) 2 e –5/2 c) –2 e ¼ d) –2 e ½ e) n.r.a. Gabarito exercícios páginas 7 e 8 1) a) v = ( 4, 3 ) b) v = ( -4, 2) c) v = ( 5, 3) d) v = ( 3, -2) e) v = ( -4, 3) f) v = ( -4, -3) 2) AB e DC são iguais e AD e CB são opostos. 3) AB = ( 3, -2) AC = ( -6, -1) AB + AC = (-3, -3) 4) B = ( 8, 10) 5) a = 9/2 e b = - 1/9 6) a) 60º b) - 120º c) 60º d) 60º 7) M = (7, 3) 8) P1 = ( 6, 7 ) e P2 = ( 10,10) 9) P = ( 13, 8) 41 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 10) a) G = ( 3,2) b) G = ( 0,0) 11) c 12) d 13) b 14) d 15) a 16) d 4. Vetores no Espaço R³: Há uma correspondência entre o R³ e o conjunto dos vetores do espaço. A cada terno ordenado (a, b, c) do R³ associamos o vetor OP onde P = ( a, b, c), e escrevemos: OP = P – O = ( a, b, c ) Dados A = ( x1 , y1 , z1 ) e B = ( x2 , y2 , z2 ) , ao vetor AB associamos o terno ordenado (x2 - x1 , y2 - y1 , z2 - z1 ) e escrevemos AB = B – A = (x2 - x1 , y2 - y1 , z2 - z1 ) z2 C B P z1 A b y y1 y2 y x1 a x2 x x Esta correspondência é tal que à soma de dois vetores corresponde a soma dos ternos associados aos vetores e o produto de um número real por um vetor corresponde o produto do mesmo número real pelo terno associado ao vetor. Isto significa que operar com os vetores é o mesmo que operar com os ternos associados. Exemplo: Sendo A = ( 1, 2, -5), B = ( 4, -3, 0) e C = ( 6, 4, 1 ) temos os vetores, representados por: AB = B – A = BC = C – B = AC = C – A = AB + BC = Ponto Médio e Baricentro: Para obter o ponto médio M de um segmento AB e o baricentro G de um triângulo ABC, utilizamos as fórmulas: 42 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 3 CBA G e 2 BA M . Exercícios: 1) Dados u = ( -1, 2, -3), v = (-1, 0, 1 ) e w = ( 1, -2, -2), calcule e represente graficamente: a) u + v b) 2v – w c) 2u – v + 3 w d) 3( 2 w -u ) – 2 ( 3v + w ) 2) Dados u = ( 1, 2, 4), v = ( 2, 1, 0) e w = ( 1, 0, 0 ), calcule os números a, b e c tais que au + bv + c w = ( 4 , 6, 8 ). 3) Dados os pontos A = ( 1, 2, -1), B = ( 3, 3, 4 ) e C = ( 5, 2, 0) determine os vetores: a) AB + 2 BC = b) 3 AC – 2 BA = 4) Dados A ( 2, 4, 0) e B = ( -1, 3, 2 ) obter o ponto C tal que AC = 3 AB. 5) Obter o ponto simétrico ( que está do outro lado, tipo espelho ) do ponto P = ( 2, 1, 0) em relação ao ponto M = ( 0, 1, 2 ). DESAFIO: 6) Determine os vértices de um triângulo sendo conhecidos o baricentro G = ( 4, 1/3, 2), e os pontos médios de dois lados, M = (3, 1, ½ ) e N = ( 0,-1, 2). Gabarito 1) a) ( -2, 2, -2), b) ( -3, 2, 4 ) ; c) ( 2, -2, -13) ; d) ( 13, -14, -5) 2) a = 2 b = 2 c = -2; 3) a) ( 6, -1, -3) b) ( 16, 2, 13); 4) C = ( -7, 1, 6 ) 5) ( -2, 1, 4 ) 6) (12,3,2); (6,-1,5); ( -6,-1,-1) 5. Decomposição de um Vetor no Plano: Dados dois vetores v 1 e v 2 não colineares, qualquer vetor v ( coplanar com v 1 e v 2 ) pode ser decomposto segundo as direções de v 1 e v 2 . O problema consiste em determinar dois vetores cujas direções sejam as de v 1 e v 2 e cuja soma seja v . Em outras palavras, iremos determinar dois números reais a1 e a2 tais que: v = a1 v 1 + a2 v 2 . Exemplo: 1) Dados os vetores v 1 e v 2 não colineares e v ( arbitrário), a figura mostra como é possível formar um paralelogramo em que os lados são determinados pelos vetores a1 v 1 e a2 v 2 e, portanto, a soma deles é o vetor v , que corresponde à diagonal desse paralelogramo: 43 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. v 1 a1 v 1 v 2 v v v 1 v 2 a2 v 2 Quando o vetor v estiver representado por v = a1 v 1 + a2 v 2 dizemos que v é combinação linear de v 1 e v 2 . O par de vetores v 1 e v 2 , não colineares, é chamado base no plano. Aliás, qualquer conjunto { v 1 , v 2 } de vetores não colineares constitui uma base no plano. Os números a1 e a2 da representação são chamados componentes ou coordenadas de v em relação à base { v 1 , v 2 }. É bom esclarecer que, embora estejamos simbolizando a base como um conjunto, nós a pensamos como conjunto ordenado. O vetor a1 v 1 é chamado projeção de v sobre v 1 segundo a direção de v 2 . Do mesmo modo, a2 v 2 é a projeção de v sobre v 2 segundo a direção de v 1. Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortonormais. Uma base { e1, e2 } é dita ortonormal se os seus vetores forem ortogonais e unitários, isto é , e1 e2 e | e1 | = | e2 | = 1. Na figura, consideramos uma base ortonormal { e1, e2 } no plano xOy e um vetor v com componentes 3 e 2, respectivamente, isto é, v = 3e1 + 2e2 . y 2e2 v e2 3 e1 e1 x No caso de uma base ortonormal como esta, os vetores 3e1 e 2e2 são projeções ortogonais de v na direção de e1 e e2 , respectivamente. Existem naturalmente infinitas bases ortogonais, porém uma delas é particularmente importante. Trata-se da base formada pelos vetores representados por segmentos orientados com origem em O e extremidades nos pontos ( 1,0) e ( 0,1). Estes vetores são simbolizados com i e j e a base { i , j } é chamada canônica. y 44 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. j x i Em nosso estudo, trataremos somente da base canônica ( a não ser que seja feita alguma outra referência). Dado um vetor v = x i + y j , no qual x e y são as componentes de v em relação à base { i , j }, o vetor x i é a projeção ortogonal de v na direção de i e y j é a projeção ortogonal de v na direção de j . Como a projeção sempre será ortogonal, diremos somente projeção. y y j v x x i Observação: Expressão analítica de um vetor no plano R²: A cada vetor podemos associar um par ordenado, ou seja, v = ( x, y), onde x é a abscissa e y é a ordenada. Por exemplo, em vez de escrever v = 3 i – 5 j , pode-se escrever v = ( 3, -5). Assim também: - i + j = ( -1, 1) 3 j = ( 0, 3) -10 i = ( -10, 0) e particularmente, i = ( 1,0), j = ( 0,1). Exercícios: 1) Determine o vetor w na igualdade 3 w + 2u = ½ v + w, sendo dados u = (3,-1) e v = - 2 i + 4 j . 2) Encontrar os números a1 e a2 tais que w = a1 u + a2 v , sendo u = i + 2 j , v = ( 4, -2) e w = ( -1,8). 3) Dados os pontos A ( -1,2), B(3,-1) e C (-2,4), determine D ( x,y), de modo que CD = ½ AB. Expressão analítica de um vetor no espaço R³: 45 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Todo estudo de vetores feito até aqui, no plano, pode ser realizado no espaço de forma análoga. No plano, qualquer conjunto { v 1, v 2 } de dois vetores, não colineares, é uma base e, portanto, todo vetor v deste plano é combinação linear dos vetores da base, isto é, sempre existem os números a1 e a2 reais tais que v = a1 v 1 + a2 v 2. No espaço, qualquer conjunto { v 1, v 2 , v 3 } de três vetores não coplanares é uma base e, de forma análoga, demonstra-se que todo vetor v do espaço é combinação linear dos vetores da base, isto é, sempre existem números reais a1 , a2 e a3 tais que v = a1 v 1 + a2 v 2 + a3 v 3 . Uma base no espaço é ortonormal se os três vetores forem unitários e dois a dois, ortogonais. Por analogia ao que fizemos no plano, dentre as infinitas bases ortonormais existentes, escolheremos para nosso estudo a base canônica representada por { i , j , k }. A reta com a direção do vetor i é o eixo x, a reta com a direção do vetor j é o eixo dos y e a reta com a direção do vetor k é o eixo dos z. As setas indicam o sentido positivo de cada eixo. Estes eixos são chamados eixos coordenados. z k j y i x Para completar, consideramos um vetor v = x i + y j + z k , onde x, y e z são as componentes de v na base canônica { i , j , k ). Da mesma forma como fizemos no plano, este vetor v é igual ao vetor OP com , O (0,0,0) e P ( x, y, z). O vetor v corresponde à diagonal do paralelepípedo, cujos lados são determinados pelos vetores x i , y j e z k . E para simplificar, escrevemos v = ( x, y, z) , que é a expressão analítica de v . z zk k v j y j y i x i 46 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Em vez de escrever v = 2 i – 3 j + k , pode-se escrever v = ( 2, -3, 1). Assim também, i – j = ( 1, -1, 0 ) 2 j – k = ( 0, 2, -1 ) 4 k = ( 0, 0, 4 ) e em particular, i = ( 1, 0, 0) , j = ( 0, 1, 0 ) e k = ( 0, 0, 1). Exemplos: 1) Escreva na forma analítica os vetores: ) 2 1,- (5, w e 0) 3, 2, ( v 1),- 0, (1, u . 2) Agora escreva na forma de ternos ordenados: i2 j- k5 w e i2-k2 v ,ki3j2 u . Exercícios: 1) Determine a extremidade do segmento que representa o vetor v = 2 i – 5 j , sabendo que sua origem é o ponto A ( -1, 3). 2) Dados os vetores u = ( 3, -1) e v = ( -1, 2), determine o vetor w tal que 4 (u – v ) + 1/3 w = 2u – w . 3) Dados os vetores u = ( 2, -4) , v = ( -5, 1) e w = ( -12, 6), determine a1 e a2 tal que w = a1u +a2 v .4) Dados os pontos A ( 2, -3, 1) e B (4, 5, -2), determine o ponto P tal que AP = PB. 5) Determine o vetor v sabendo que 3 i + 7 j + k + 2v = ( 6, 10, 4) – v . Respostas: 1) ( 1, -2) 2) w = ( -15/2, 15/2) 3) a1 = -1 e a2 = 2 4) P = ( 3, 1, - ½ ) 5) v = ( 1, 1, 1) REFERÊNCIAS: - ANTON, Howard & RORRES, Chris, Álgebra Linear com Aplicações, 8ª ed. , Porto Alegre, Bookman, 2001. - STEINBRUCH, Alfredo; WINTERLE, Paulo. Geometria Analítica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1987. - STEINBRUCH, Alfredo & WINTERLE, Paulo. Álgebra Linear. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987. UNIDADE III - PRODUTO ESCALAR, VETORIAL E MISTO 47 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. PRODUTO ESCALAR 1) Definição: Chamamos produto escalar ( ou produto interno usual) de dois vetores u = ( x1 , y1 ) e v = ( x2 , y2 ) do R² ao número real x1 x2 + y1 y2 . Indicamos este número pelo símbolo u v ou < u , v > , cuja leitura é “u escalar v ”. u = ( x1 , y1 ) e v = ( x2 , y2 ) u v = x1 x2 + y1 y2 Exemplos: 1) Sendo u = ( 5, 3) , v = ( 2, 4 ) e w = ( -6, 1), temos: u v = 5 . 2 + 3 . 4 = 22 v w = 2 ( -6) + 4 . 1 = - 8 u u = 5 . 5 + 3 . 3 = 34 2) Se u = 3 i – 5 j e v = 4 i + 2 j então < u , v > = 3 . 4 + ( -5 . 2 ) = 12 – 10 = 2 O produto escalar possui as seguintes propriedades: 1) u u 0 e u u = 0 u = 0 2) u v = v u 3) u ( k v ) = k ( u v ) 4) u ( v + w ) = u v + u w onde u , v e w são vetores e k é número real. Exemplo: Mostre as propriedades 2, 3 e 4 usando um exemplo numérico. 2) Módulo de um vetor: Dado o vetor u = ( x, y) do R², podemos mostrar que o seu módulo ( comprimento) é dado por: | u | = 22 yx P u y 0 x O módulo pode ser expresso usando o produto escalar. De fato, notamos que 48 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. u u = ( x, y ) ( x , y ) = x . x + y . y = x² + y² = ( | u | ) ² logo | u | = uu Observação: o módulo de u é também chamado norma de u e indicado por | u | ou || u ||. Exemplo: u = ( -6, 8) | u | = 101006436 8 6)- ( 22 . 3) Vetor Unitário: Um vetor que possui módulo igual a 1 é chamado vetor unitário. v é unitário | v | = 1 Observações: 1) Dado um vetor não nulo v , o vetor v ’= |v| v é um vetor unitário de mesma direção e sentido de v , denominado versor de v . Exemplo: O versor de v = ( 3, -4 ) é o vetor v ’= 5 4 , 5 3 5 )4 ,3( 43 )4 ,3( |v| v 22 . 2) A distância d entre os pontos A ( x1 , y1 ) e B ( x2 , y2 ) é assim definida: d = | AB | = | B – A | d = 2 12 2 12 )y(y)x(x Exemplo: Sabendo que A ( -1, 2 ) e B ( 1, -1 ) , calcule a distância entre estes pontos. 4) Produto escalar no espaço R³: O produto escalar no espaço R³ é idêntico ao no R². Assim, sejam dois vetores u = ( x1 , y1 , z1) e v = ( x2 , y2 , z2 ) do R³. O produto escalar de u por v é o número real x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 e indicamos este número pelo símbolo u v ou < u , v > , cuja leitura é “u escalar v ”. u = ( x1 , y1 ,z1) e v = ( x2 , y2 , z2) u v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 49 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Exemplo: Dados os vetores u = ( 4, , -1) e v = ( , 2, 3 ) e os pontos A (4, -1, 2 ) e B ( 3, 2, -1), determine o valor de tal que u (v + BA ) = 5. O produto escalar no R³ possui as mesmas propriedades do R²: 1) u u 0 e u u = 0 u = 0 2) u v = v u 3) u ( k v ) = k ( u v ) 4) u ( v + w ) = u v + u w onde u , v e w são vetores e k é número real. 5) Módulo de um vetor no R³ : Dado o vetor u = ( x, y, z ) do R³, podemos mostrar que o seu módulo ( comprimento) é dado por: | u | = 222 zyx z u y x Observação: A distância d entre os pontos A ( x1 , y1 , z1 ) e B ( x2 , y2 , z2 ) é assim definida: d = | AB | = | B – A | d = 2 12 2 12 2 12 )z(z)y(y)x(x Exemplos: 1) Sabendo que a distância entre os pontos A ( -1, 2, 3 ) e B ( 1, -1, m ) é 7, calcule m. 2) Determine para que o vetor v = 4 1 , 2 1 α, seja unitário. 3) Prove que | u + v | ² = | u | ² + 2 u v + | v | ² 4) Prove que | u - v | ² = | u | ² - 2 u v + | v | ² 50 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 5) Prove que u u = | u | ². ( PROPRIEDADE) 6) Ângulo entre dois vetores: Vamos aqui mostrar que o produto escalar de dois vetores está relacionado com o ângulo formado por eles. Lembremos que o ângulo entre dois vetores não nulos u e v varia desde 0º até 180 º. u u u v v v 0 < < 90º = 90º 90º < < 180º u v u v = 0º = 180º u e v são paralelos, de mesmo sentido u e v são paralelos, de sentidos opostos Aplicando a lei dos cossenos ao triângulo ABC indicado na figura, temos: C ( | u – v | )² = (| u |)² + (| v |)² - 2 | u | | v | cos isto é : ( u – v ) ( u - v ) = u u + v v - 2 |u | | v | cos u – v isto é: u u u – 2 ( u v ) + v v = u u + v v - 2 | u | | v | cos ou seja: - 2 ( u v ) = - 2 | u | | v | cos A B Portanto: v ( u v ) = | u | | v | cos Logo, o produto escalar de dois vetores u e v é o produto dos seus módulos pelo cosseno do ângulo formado entre eles. Observe que: 1º) u v > 0 cos > 0 0º < 90º O produto escalar é positivo quando o ângulo é agudo ( ou nulo). 2º) u v < 0 cos < 0 90º < < 180º O produto escalar é negativo quando o ângulo é obtuso ( ou raso). 3º) u v = 0 cos = 0 = 90º O produto escalar é nulo quando o ângulo é reto. 51 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Para determinar o ângulo , sendo dados u = ( x1 , y1 ) e v = ( x2 , y2 ), partimos da fórmula: |v| |u| vu θ cos Exemplos: 1) Determine o ângulo entre os vetores u = ( 1, 1, 4) e v = ( -1, 2, 2 ). R.: 45º 2) Sabendo que o vetor v = ( 2, 1, -1) forma um ângulo de 60º com o vetor AB determinado pelos pontos A (3, 1, -2) e B (4, 0, m), calculem. R.: m = - 4 3) Determine os ângulos internos ao triângulo ABC, sendo A (3, -1, 3 ), B ( 2, -1, 2) e C ( 1, 0, 2). R.: 30º, 120º e 30º. 4) Prove que o triângulo de vértices A(2, 3, 1), B ( 2, 1 –1) e C ( 2, 2, -2) é um triângulo retângulo. 7) Paralelismo e Ortogonalidade: Condição de Paralelismo: Quando dois vetores u e v do R² são paralelos, suas representações geométricas por segmentos orientados a partir da origem O, ficam sobre uma mesma reta. Y y v u u u u x v v v x 52 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Neste caso, se v não é nulo , podemos concluir que u é “múltiplo” de v , ou seja, u = k v , onde k = |v| |u| . Assim, dado um vetor não nulo v , todo vetor u paralelo a v é um “múltiplo” de v , isto é, u = k v , onde k é número real. Sendo u = (x1 , y1 ) e v = (x2 , y2 ) temos u = k v (x1 , y1 ) = k (x2 , y2 ) 21 21 kyy kxx Se x2 . y2 0, decorre que k = 2 1 x x e k = 2 1 y y , logo 2 1 x x = 2 1 y y E concluímos que a condição de paralelismo dos vetores u e v é que eles apresentem componentes proporcionais. O mesmo vale para vetores no R³, ou seja, 2 1 x x = 2 1 y y = 2 1 z z . Assim, verificamos que as três componentes também devem ser proporcionais. Exemplo: Dado v = ( 3, 5 ) , são paralelos a v os seguintes vetores: u 1 = ( 6, 10) u 2 = ( 15, 25 ) u 3 = ( -9, -15) u 4 = ( 1, 5/3 ) Condição de Ortogonalidade: De acordo com a terceira observação da página anterior, vimos que dois vetores são ortogonais ( ou perpendiculares ) se e somente se o produto escalar deles é nulo, isto é, se: u v = 0 Esta condição de Ortogonalidade vale tanto para vetores em R² como em R³. Exemplo: Seja u = ( -2, 3, -2) e v = ( -1, 2 , 4 ) . Mostre que u e v são ortogonais. u v = -2 ( -1) + 3 . 2 + ( -2) . 4 = 2 + 6 – 8 = 0 Logo, u e v são ortogonais. 53 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 6) Interpretação Geométrica do Produto Escalar: Na figura abaixo, A’ B’ é a medida algébrica da projeção do vetor v sobre a direção do vetor u . Em símbolos: A’ B’ = vproj u . B v A A’ B’ u Do triângulo retângulo AB’B A’B’= | v | cos Como |v| |u| vu θ cos temos: A’B’= | v | |v| |u| vu Simplificando, vem: vproj u = |u| vu ou |u|vu vproj u 9) O vetor projeção: O assunto é muito útil em física. F representa uma força aplicada a um bloco. Nosso objetivo é decompor F sobre outro vetor ou sobre os eixos cartesianos x e y. F 2 F o F 1 Determinar o vetor v 1 , projeção do vetor v sobre o vetor u 0. v 2 v // u v 1 u Dedução: Sendo v 1 paralelo a u , então v 1 = k u . (1) Mas v = v 1 + v 2 (2) Substituindo (1) em (2) temos v = k u + v 2 Multiplicando escalarmente por u u v = k u u + u v 2 ou u v = k | u |² + 0 k = 2|u| v.u 54 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. Substituindo (3) em (1): v 1 = 2|u| v.u u Assim, o vetor projeção de v na direção de u ( ou sobre u ) é dado pela fórmula Vetor proj u v = 2|u| v.u u Exemplo: Dados os vetores u = i – j e v = 2 i – j + 2 k , calcule o vetor projeção de v sobre u . Exercícios: 1. Dados u = ( 4, 7, 3 ) , v = ( 2, 2, 1 ) e w = ( 0, -5, 2 ), calcule: a) u v b) v w c) (u + v ) w d) u ( v – 2 w ) e) proj u v f) vetor proj u v 2. Dados u = ( 4, 0, 3) e v = ( 0, 1, -1 ), determine: a) | u + v | b) | 3 v – u | 3. Determine o versor de u = ( -5, 10, -10). 4. Dados os vetores u = ( 1, a, -2a-1), v = (a, a-1, 1) e w = ( a, -1, 1), determine “a” de modo que u v = ( u + v ) w . 5. Dados os pontos A ( 1, 2, 3 ) , B (-6, -2, 3) e C ( 1, 2, 1), determine o versor do vetor 3 BA – 2 BC. 6. Calcule o perímetro do triângulo ABC de vértices A(1, 1, 0), B( 0, 1, 1) e C (1, 1, 1). 7. Obtenha um ponto P no eixo das abscissas e equidistante dos pontos A ( 1, 0, 1) e B (- 1, 2, 0). 8. Associe cada item ( I a V ) a uma das afirmações ( A a C ) : I. u = ( 4, 0, 6) e v = (3, 1, -2) II. u = ( 2, 1, -1) e v = ( -4, -2, 2 ) A) u e v são paralelos III. u = ( 12, 8, 0) e v = ( 8, 6, 0) B) u e v são ortogonais IV. u = (-1, 0, 3 ) e v = (-3, 0, 1) C) u e v não são paralelos nem V. u = ( 1, 1, -1) e v = ( 1, -2, -1) ortogonais. 9. Calcule o ângulo formado pelos vetores u = ( 4, 1, 1) e v = ( 2, -1, 2 ). 10. Determine a e b de modo que os vetores u = ( 4, 2, -8) e v = ( 10, a, b ) sejam paralelos. 11. Sabe-se que os vetores ( k, -1, 0) e ( 2, -1, 2) formam um ângulo de 45º. Qual é o valor de k? 55 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. 12. Mostre que os pontos A(0,3,2), B(-1,1,2), C(1,0,1) e D(2,2,1) são os vértices de um retângulo. 13. Calcule y para que o quadrilátero de vértices A ( 0,0), B ( 5, 1 ), C ( 7, 3) e D ( 3, y) possua as diagonais AC e BD perpendiculares. 14. O triângulo de vértices A ( 6, -4), B ( 11,2) e C ( 1,1) é retângulo? Justifique. 15. Dado o triângulo de vértices A( 0,2) , B ( 3 , 5) e C (0,6), calcule a medida do ângulo interno A. 16. Determine o perímetro do triângulo ABC de vértices A ( 0, 1, 2), B ( -1, 0, -1) e C (2, - 1, 0). 17. Calcule n para que seja de 30º o ângulo entre os vetores u = ( 1, n, 2) e v = j . 18. Qual o valor de para que os vetores k 4 - j 5 i a e k 4 j 2 i ) 1 ( b sejam ortogonais. 19. Calcule | u + v | e | u – v |, sabendo que | u | = 4, | v | = 3 e o ângulo entre u e v é de 60º. 20. Se u = ( ½ , 1/3 ) e v = ( ½ , 2/3 ) então o ângulo formado pelos vetores u + v e 2u – v é: a) 30º b) 45º c) 60º d) 120º e)n.r.a. RESPOSTAS: 1) a) 25 b) –8 c) – 37 d) 83 e) 74 25 f) 74 75 , 74 175 , 37 50 2) a) 61b) 21 3) ( -1/3, 2/3, -2/3 ) 4) a = 2 5) ( 7/9, 4/9, 4/9 ) 6) 2 + 2 7) ( -3/4, 0, 0) 8) I – B II – A III – C IV – C V – B 9) 45º 10) a = 5 b = -20 11) k = 1 ou 7 12) Sim são vértices do retângulo 13) y = 17/3 14) Não 15) 30º 16) 2 ( 3 11 ) 17) 15 18) –3 e 2 19) 13 e 37 20) b 56 Material elaborado pela Professora Mirian B. B. Oberziner - Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica I. REFERÊNCIAS: - ANTON, Howard & RORRES, Chris, Álgebra Linear com Aplicações, 8ª ed. , Porto Alegre, Bookman, 2001. - STEINBRUCH, Alfredo; WINTERLE, Paulo.
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