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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS- CECA UNIDADE EDUCACIONAL VIÇOSA MONITORIA CLÍNICA DE PEQUENOS “É O BICHO” Monitora: Franciely Feijó Orientadora: Prof.ª Drª Márcia Notomi INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA E ANIMAIS PEÇONHENTOS/ VENENOSOS INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA CAUSAS • Altas doses; • Dose de cão administrada para gatos; • Medicação sem prescrição; • Desinformação do med.vet./ Tutor; • Ingestão acidental. INTRODUÇÃO AINE Analgésicos/ AINE: Diclofenaco de potássio; flunixin meglumine; Paracetamol; AAS Gatos apresentam deficiência relativa na atividade da enzima glicuraniltransferase, resultando em uma metabolização mais lenta ocasionando intoxicação quando administrada medicações em altas doses Principais Fármacos Causadores de Intoxicação na Medicina Veterinária Ansiolíticos e Tranquilizantes • Benzodiazepínicos • Fenotiazínicos Anticonvulsivantes • Barbitúricos Analgésicos e Antiinflamatórios • Paracetamol • Diclofenaco • AAS (Ácido Acetilsalicílico) • Dipirona • Flunexin Meglumine • Cetoprofeno (Brasil); • Ibuprofeno (EUA e Bélgica) • Fenazopiridina Medicamentos usados em dermatologia • Benzoato de benzila • Cetoconazol • Griseofulvina • Ivermectina • Milbemicina (Endoectoparasita • Amitraz Antibiótico • Oxitetraciclina ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES • É um dos medicamentos mais utilizados do mundo; • Principal causa de intoxicação em cães e gatos; PARACETAMOL • Fácil aquisição e frequente uso entre humanos; • Causa depleção das reservas de glutationa (antioxidante), o que acarreta susceptibilidade a lesões oxidativas; • É muito tóxico para gatos, não devendo ser administrado em situação alguma; Lesões mais focadas no fígado, resultando em hepatite aguda. Acomete principalmente as hemácias, resultando em meta-hemoglobinemia. Apatia, anorexia, êmese e hipotermia Mucosas pálidas, dificuldade respiratória, edema de face, hipotermia, cianose e coma. USO PROIBIDO EM GATOS Fonte: http://www.vetanimalis.com.br/intoxicacao-de-felinos-por-acetaminofen-paracetamol-tylenol/ Fonte:https://www.fielamigo.pt/_o_p aracetamol_ex_benuron_mata Indução de êmese Carvão ativado: 2g/Kg, VO N-acetilcisteína: 280mg/Kg, VO Oxigenoterapia Transfusão de sangue http://www.vetanimalis.com.br/intoxicacao-de-felinos-por-acetaminofen-paracetamol-tylenol/ https://www.fielamigo.pt/_o_paracetamol_ex_benuron_mata DICLOFENACO • Antiinflamatório e analgésico; • Extremamente tóxico para animais, pois não é bem metabolizado por cães (principalmente) e gatos; • Uso fortemente contra indicado para cães e gatos; • Lesões gastrointestinais, renais e hepática; • Cão: grave gastroenterite hemorrágica Hematêmese; Melena; Anorexia; Prostação; Gastrite; Úlcera USO PROIBIDO EM CÃES/GATOS FENAZOPIRIDINA • Utilizada na medicina humana como antisséptico e analgésico do trato urinário; • Torna-se comum a administração por tutores quando seus animais apresentam problemas urinrários; • Uso contra-indicado em cães e gatos; • Resulta em: • Meta-hemoglobinemia (hipóxia); • Hemólise. USO PROIBIDO EM CÃES/GATOS AAS (ÁCIDO ACETILSALICÍLICO) • Analgésico, antitérmico, anti-inflamatório e inibidor de agregação plaquetária. • Inibidor não-seletivo da COX; • Gatos são mais predispostos a intoxicação do que cães; • Gatos não metabolizam os salicilatos rapidamente, devido à deficiência das enzimas de glicuroniltransferase; • Idosos e filhotes >predisposição; • Não utilizar: distúrbios hematológicos e hemorrágicos (incluindo trombocitopenia e doença de von Willebrand). USO PROIBIDO EM GATOS AAS (ÁCIDO ACETILSALICÍLICO) • Tratamento • Fluidoterapia; • Lavagem gástrica ou indução do vômito; • Carvão ativado 2g/KgV.O.; • Protetor gástrico: ranitidina ou omeprazol; • Transfusão sanguínea: anemia ou hemorragia grave SINAIS CLÍNICOS PODENDO EVOLUIR Anorexia; Depressão; Hiperpneia; Hipersensibilidade; Salivação profusa; Êmese; Hipermetria; Anemia; Nistagmo; Gastroenterite hemorrágica; Icterícia; Convulsão Acidose metabólica; Ataxia; Óbito. FLUNIXIN MEGLUMINE • Analgésico, anti-inflamatório e antipirético utilizado em cães e gatos; • Inibidor não seletivo da COX; • Sinais: gastrite erosiva, úlcera péptica e hemorragia, alterações hepáticas, hipersensibilidade e nefropatia; CETOPROFENO • Anti-inflamatório, analgésico e antipirético; • O Cetoprofeno é um inibidor não seletivo das COXs; • Seu uso é considerado seguro, sendo tóxico em casos de ingestão acidental e superdosagem; • Pode causar efeitos adversos nos sistemas: • Gastrointestinal; • Renal; • Hepático; • Hemático; • Imune; • Nervoso; • A dose letal para cães e gatos não é conhecida. MEDICAMENTOS COMPOSTOS MEDICAMENTOS USADOS EM DERMATOLOGIA INVERMECTINA E MILBEMICINA • Antiparasitário; • Bastante utilizados na clínica médica de pequenos animais; • Raças Predisponentes • cães de raças Collie; • Old English Sheepdog; • Pastor de Shetland; • Pastor Alemão; • Afgan Honds; • Fácil passagem da ivermectina pela barreira hematoencefálica; • Animais jovens, menores que 4 meses. • Sinais clínicos: Ataxia, perda dos reflexos pupilares, fraqueza, midríase, bradicardia, depressão, letargia, tremores, sialorreia, coma, morte. AMITRAZ • Mais comum em animais jovens entre 3 e 4 meses de idade; • Raças de pequeno porte são mais susceptíveis; • Sinais clínicos: depressão, incoordenação motora, midríase, prolapso de terceira pálpebra, ataxia, bradicardia, êmese, salivação, poliúria, hipotensão, hipotermia, hiperglicemia, convulsões, coma, morte. • Tratamento • Banhar o animal; • Administrar antídoto: • Ioimbina 0,1mg/kg, IV ou IM; • Atipamezol 0,1- 0,2 IV ou IM; • Diazepam (em animais que apresentem convulsão); • Fluidoterapia; • Provocar êmese ou lavagem estomacal. FATORES IMPORTANTES DO PROCESSO DE INTOXICAÇÃO • Tempo de exposição: quanto maior for o tempo de exposição, maior será a possibilidade de danos à saúde; • Concentração do agente: quanto maior for a concentração do agente químico, maior será a chance de poder causar um efeito danoso à saúde; • Toxicidade: algumas substâncias são mais tóxicas que outras, se comparadas a uma mesma concentração; • Natureza da substância química: se é um gás, um líquido, vapor, etc. Isto tem relação com a forma de entrada deste tóxico no organismo; • Susceptibilidade individual: algumas indivíduos são mais sensíveis do que outros a determinados agentes químicos. TRATAMENTO GERAL- INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA • Tratamento emergencial: Deve-se estabilizar o animal; • Deverá realizar tratamento de suporte e amenizar os sinais apresentados; • Fluidoterapia; • Oxigenioterapia; • Lavagem gástrica ou indução do vômito; • Carvão ativado 2g/Kg V.O.; • Banhar o animal (caso seja tópico); • Aquecer em casos de hipotermia; • Transfusão sanguínea. TRATAMENTO GERAL- INTOXICAÇÃO Eliminar o contato com o agente • Via de penetração; • Cutâneo: banhar; • Oral: lavar Diluição • Administração oral de água; Remoção do produto tóxico • Provocar êmese; • Lavagem gástrica. Adsorvente • Carvão ativado Diluição • Catárticos: osmótico/ oleoso; • Remover o adsorvente e o veneno. ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS • ESCORPIÕES • COBRAS • ARANHAS • SAPOS • ABELHAS Animal Peçonhento • É aquele que tem veneno e apresenta estrutura para inoculá-lo; • Presas em serpentes; • Aguilhão em escorpião; • Quelíceras em aranhas; • Cerdas em lagartas. Animal Venenoso • É o que tem veneno, mas não dispõe de nenhuma estrutura para inocula-lo; • Sapos. ACIDENTES OFÍDICOS • Acidente botrópico- 73% • Acidente crotálico- 7,4% • Acidente laquético- 3% • Acidente elapídico- 0,7% ACIDENTE BOTRÓPICO • Jararaca pintada; • Todo território nacional, exceto no Norte. Bothrops neuwiedi • Jararaca; • Sul e Sudeste. Bothropsjararaca • Jararacussu; • Cerrado da região central; Florestas tropicais do sudeste Bothrops jararacussu Rhinocerophis alternatus • Urutu; • Sul e Sudeste. VENENO BOTRÓPICO Ação coagulante, proteolítica e vasculotóxica; Metaloproteinases (toxinas hemorrágicas – jararagina); Fosfolipase A2 (miotoxina); Serinoproteases (enzimas tipo trombina); Peptídios que agem sobre a bradicinina e o sistema angiotensina. SINAIS CLÍNICOS LOCAIS OU FOCAIS • Edema; • Dor; • Eritema; Petéquias; Equimoses; • Pústulas; Bolhas; • Necrose local ACIDENTE BOTRÓPICO Fonte: SAKATE et. al., 2015. SINAIS CLÍNICOS SISTÊMICOS • Gengivas (gengivorragias); Hematúria; Epistaxe; Hematomas; Hematêmese; Petéquias Hemorragias genitais. • Fibrinogênio e hematócrito (hemólise intravascular); • CID. • Nefrotoxicidade: Diminuição da filtração glomerular; Insuficiência renal aguda. Cão apresentando gengivorragia após acidente botrópico. Fonte: SAKATE et. al., 2015. EXAMES LABORATORIAIS • Teste de coagulação: • Tempo de coagulação (TC); • Tempo de protrombina (TP); • Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA); • Tempo de coagulação ativado (TCA); • Aumento de produtos de degradação da fibrina (PDF). • Hemograma: leucograma de estresse; Trombocitopenia. Sinais clínicos Reconhecimento do gênero da serpente Diagnóstico ACIDENTE BOTRÓPICO Exames laboratoriais Valores de referência para os exames de avaliação da hemostasia secundária. ESPÉCIE TC TCA TP TTPA PDF CÃO 3 a 13min 60 a 110s 4 a 9,5s 12 a 18,3s <10mg/ ml GATO ±8min 50 a 75s 7 a 11,5s 10 a 15s <10mg/ ml ACIDENTE BOTRÓPICO • Soroterapia: • Soro antiofídico antibotrópico-crotálico (SABC); • Soroterapia antibotrópica (SAB); • Quantidade mínima (Crotalus e Bothrops): 50 ml, IV (independente do tamanho do animal) • Após 12 h do tratamento inicial (sem melhora): repetir a soroterapia TRATAMENTO NÃO FAZER: Torniquete; Incisão no local; Sucção; Uso de produtos químicos. • Fluidoterapia: • Correções hidreletrolíticas (quadro de acidose); • Preservação da função renal; • Prevenção da instalação de IRA; • Observação mínima de 72h: lugar silencioso e confortável; • Diuréticos: furosemida 2-4 mg/Kg • Antibiótico (amplo espectro): Enro 5mg/Kg, IM, BID • Heparina, reposição de fatores de coagulação, plasmaférese e extratos vegetais: estão em discussão . Fonte: SAKATE et. al., 2015. ACIDENTE CROTÁLICO Crotalus durissus (C. d.) C. d. terrificus, C. d. collilineatus, C. d. cascavella, C. d. ruruima C. d. marajoensis. VENENO CROTÁLICO Ação neurotóxica, coagulante e hemolítica, miotóxica sistêmica e nefrotóxica. Crotoxina (50%): SNC, SNP, lesões na junção neuromuscular e fibras musculares, podendo causar paralisia respiratória.; Crotamina: menos tóxica que a crotoxina; Ação analgésica; Giroxina: produz sinais labirínticos; Convulxina: causa agregação plaquetária; Aparecimento de convulsões; Perturbações circulatórias e respiratórias. MAIS LETAL SINAIS CLÍNICOS LOCAIS • Edema; • Dor; • Desconforto; • Inquietação. ACIDENTE CROTÁLICO Fonte: Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 75 - dezembro de 2014 • NEUROTÓXICOS: • distúrbios de locomoção (ataxia e fasciculações); • Apatia; Decúbito; Sedação; • flacidez da musculatura da face; • Ptose palpebral, ptose mandibular; • midríase responsiva à luz; • Oftalmoplegia; • Disfagia; • dificuldade de fonação; • Sialorreia; • Vômitos e diarreia ACIDENTE CROTÁLICO SINAIS CLÍNICOS SISTÊMICOS Animais apresentando ptose mandibular, midríase e sialorreia em decorrência de acidente crotálico. Fonte: SAKATE et. al., 2015. ACIDENTE CROTÁLICO SINAIS CLÍNICOS SISTÊMICOS • COAGULANTES: • Redução do número de plaquetas in vivo; • Indução de agregação plaquetária in vitro; • Aumento do TC; • MIOTÓXICO: • Rabdomiólise: Mioglobina e mioglobinúria; • NEFROTÓXICO: • Ação direta do veneno; • Secundário à rabdomiólise: mioglobinúria; • Oligúria, anúria; • Desidratação, hipotensão arterial, acidose metabólica, choque. Alterações na cor da urina de um cão intoxicado com veneno crotálico 2h e 8h após. Fonte: SAKATE et. al., 2015. EXAMES LABORATORIAIS • Aumento de CK e AST; • Aumento de TP e TTPA; • Hemograma: • Anemia, leucocitose, trombocitopenia; • Aumento de ALT. Sinais clínicos Reconhecimento do gênero da serpente Diagnóstico ACIDENTE CROTÁLICO Exames laboratoriais EXAME FÍSICO • Taquicardia; • Taquipneia; • Hipotermia ou hipertermia ACHADOS DE NECROPSIA • Mionecrose; • Hemorragia: SNC, pulmões; • Gastrite aguda; • Glomerulonefrite; • Processo degenerativo hepático. ACIDENTE CROTÁLICO • Soroterapia: • soro anticrotálico (SAC) específico ou bivalente SABC,IV; • Terapia auxiliar: • Fluidoterapia: Ringer com lactato ou de NaCl a 0,9%, associada ao bicarbonato. • Diurético: furosemida; • Nutrição parenteral ou enteral; TRATAMENTO SOROTERAPIA-ACIDENTE OFÍDICO Casos benignos • 1 frasco reconstituído contendo 50ml, SC, em dose única; Casos médios • 1 frasco reconstituído contendo 50ml, SC, em dose única; • 1 frasco reconstituído de 50ml, IV, em dose única; Casos graves • 1 frasco reconstituído contendo 50ml, SC, em dose única; • 3 frascos reconstituído de 50ml, IV, em dose única. Pequeno porte: desprezar 30 mL do diluente na seringa, reconstituíndo a fração liofilizada com o restante. No momento da aplicação diluir o conteúdo do frasco do produto liofilizado, com o diluente (50mL) da seringa acompanhante. Após reconstituído o produto deve ser aplicado imediatamente. ESCORPIONISMO • Tityus serrulatus (escorpião amarelo) • Tityus bahiensis (escorpião-marrom) Bahia, regiões centro-oeste, sudeste e sul. • Tityus stigmurus (escorpião-amarelo-do- nordeste) Nordeste, São Paulo, Paraná, Santa Catarina ESCORPIONISMO • Dor; • Coceira e vermelhidão; • Sudorese; • Êmese; • Hipermotilidade gastrintestinal; • Agitação, hiperatividade; • Taquicardia ou bradicardia, • Taquipneia ou bradipneia; SINAIS CLÍNICOS: LEVE-GRAVE • Miose; • Priapismo; • Piloereção; • Hipotermia; • Hipotensão ou hipertensão; • Edema pulmonar; • Convulsões e choque. ESCORPIONISMO • Hemograma: leucocitose com neutrofilia; • Hiperglicemia, aumento de AST; • Urinálise: glicosúria, proteinúria, mioglobinúria. ACHADOS LABORATORIAIS • Soro antiescorpiônico ou antiaracnídico; • Não disponível para veterinária; • Terapia de suporte: • Observação de 4- 6h, podendo chegar a 48h; • Analgésico: Meloxicam 0,1mg/Kg, SC, SID; Carprofeno 2,2mg/Kg, VO, BID. • Lidocaína s/vasoconstritor no local da picada; • Antieméticos: Ondasetrona 0,22mg/Kg, IV, SID ou BID TRATAMENTO ACIDENTES POR VENENO DE SAPO Rhinella sp. • As mesmas espécies de sapos podem ter comunidades mais ou menos venenosas: • Dieta; • Clima; • Adaptações evolutivas. • Veneno de aspecto leitoso; • Ação antipredatória ou de defesa; • Cães: abocanha ou ingere o sapo; ACIDENTES POR VENENO DE SAPO • Pode levar à morte em até 15min; • Cardiotóxica; • Vômito e sialorreia: auxilia na eliminação de parte do veneno; SINAIS CLÍNICOS LEVE MODERADO GRAVE irritação da mucosa oral e sialorreia; Irritação da mucosa oral; Sialorreia; Vômitos; Depressão; Fraqueza; Ataxia com andar em círculos; Anormalidades do ritmo cardíaco; Evacuação e micção Irritação da mucosa oral; Sialorreia; Vômitos; Diarreia; Dor abdominal; Depressão; Fraqueza; Decúbito esternal; Pupilas não responsivas à luz; Convulsões; Anormalidades do ritmo cardíaco; Sinais de edema pulmonar; Cianose; Óbito. ACIDENTES POR VENENO DE SAPO • Lavar a boca ou mucosa afetada; • Fluidoterapia; • Analgésicos; • Propranolol (bloqueador adrenérgico não seletivo), 0,5 mg/kg IV, com repetição a cada 20 min (3 a 4 vezes) • Controlar arritmias cardíacas; TRATAMENTO ACIDENTES POR PICADA DE ABELHA • Apis mellifera (Abelhas) • Polistes spp. (Marimbondos) • Bombus spp. (Mamangavas)ACIDENTES POR PICADA DE ABELHA • Reação alérgica (por uma picada); • Reação tóxica local ou reação habitual (envenenamento por poucas); • Reação tóxica sistêmica ( múltiplas ferroadas); • Edema localizado/ Dor no local da inoculação/ Visualização do ferrão no local da picada; • Edema de orofaringe (picada em cavidade oral); • Sinais leves: urticária, prurido, edema, vômito e diarreia; • Sinais graves: sistemas respiratório e cardiovascular, • Dispneia, tosse, broncoconstrição, podendo evoluir para a morte por hipoxia ou parada respiratória; • Sinais anafiláticos: • Micção, defecação, fraqueza muscular, depressão respiratória e, finalmente, convulsão. SINAIS CLÍNICOS ACIDENTES POR PICADA DE ABELHA • Única picada (sem complicações anafiláticas): • Aplicação de gelo, compressas frias; • Anti-histamínicos; • Múltiplas picadas: • Avaliar vias respiratórias anteriores; • Suplementação de oxigênio quando preciso • Monitoramento cardíaco. • Corticosteroide: succinato sódico de prednisolona 10 mg/kg IV, seguido de prednisolona 1 mg/kg, VO, BID durante 5 dias. • Anafilaxia: Adrenalina (1:10.000) IV na dose de 0,5 a 1 ml. TRATAMENTO . Fonte: SAKATE et. al., 2015. ACIDENTES POR ARANHAS • Loxosceles sp. (Aranha marrom) • Phoneutria sp. (Aranha armadeira) Ferrão: cefalotórax; Acidentes (Raros): cão>gato. ACIDENTES POR ARANHAS PHONEUTRIA SP. (ARANHA ARMADEIRA) Classificação da gravidade do acidente causado por aranha Phoneutria e tratamento proposto. CLASSIFICAÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ORIENTAÇÃO E TRATAMENTO INESPECÍFICO Leve Quadro somente local: dor, edema, eritema, sudorese Observação clínica Anestésico local e/ou analgésico Moderado Quadro local associado a êmeses ocasionais, agitação, hipertensão arterial Internamento Anestésico local e/ou analgésico Grave Além dos quadros anteriormente citados: sudorese profusa, priapismo, êmeses frequentes, arritmia, choque, edema agudo pulmonar Internamento com terapia intensiva Aranhas agressivas; Efeito neurotóxico • Aranhas calmas; • Edema discreto- Dor moderada no local- Surgimento de halo necrótico (eritema, prurido, hemorragia bolhosa focal, áreas isquêmicas e necrose); • Necrose pode ser limitada ou se estender; • Hemólise; Anemia; Icterícia; Hemoglobinúria (24 a 48 h após o acidente); • Petéquias; • Equimoses, • CID; ACIDENTES POR ARANHAS LOXOSCELES SP. (ARANHA MARROM) Lesão necrótica focal por acidente loxoscélico. Fonte: SAKATE et. al., 2015. TRATAMENTO: • Soro antiloxoscélico: não disponível para veterinária; • Curativos locais: Compressas frias; Limpeza; Antissepticos; • Antibiótico (amplo espectro): Enrofloxacina 5mg/Kg, IM, BID • Analgesia: Morfina (0,5-1,0mg/Kg, IM ou SC) ou Metadona (0,2-0,5 mg/Kg, IM); • Fluidoterapia: Ringer c/ lactato • Corticoides: Hidrocortisona 50mg/Kg, IV • Transfusão sanguínea; • Cirurgias reparadoras RELATO DE CASO Medicamento permitido Medicamento proibido CAUSAS • Altas doses; • Dose de cão administrada para gatos; • Medicação sem prescrição; • Desinformação do med.vet./ Tutor; • Ingestão acidental. RELATO DE CASO • Fêmea, canina, SRD, aproximadamente 3 meses de idade, pesando 1.2 Kg; • Resgatada a 30 dias: Antiparasitário e vermífugo; • Após 14 dias apresentou: • Apatia; • Hiporexia; • Abdômen distendido com severa sensibilidade dolorosa ao toque; • Mucosas claras; • Medicada (?) e suplemento vitamínico; • Persistência dos sinais: • Prescrito: Nimesulida 100mg, SID; • Agravamento do quadro; Dose ideal: 0,8 mg ≈ 119X maior • Atendido no HVU- UFAL: • Erliquiose; • Úlcera estomacal; • Sucralfato (suspensão: 2 g/10 ml) na dose de 30 mg/kg, VO, TID, durante 7 dias; • Cloridrato de ranitidina (xarope: 150 mg/10 ml) 2,5 mg/kg, VO, BID durante 10 dias; • Simeticona (gotas: 75 mg/15 ml) 2 mg/kg, VO, BID durante 5 dias. • Cloridrato de tramadol (gotas: 100 mg/ml) 4 mg/kg, VO, TID durante 5 dias; • Enrofloxacino 2,5% na dose de 4 mg/kg, SC, SID (Erlichia spp); Filhote canino de aproximadamente 3 meses, recém- resgatado. Fonte: Juliana Nascimento. Dose ideal: 0,8 mg ≈ 119X maior RELATO DE CASO • Hospital Veterinário Colosso vip dog; • Cão macho, 3 anos de idade, da raça Chow-Chow; • Queixa principal: falta de apetite; • Anamnese: • Apresentado vômito esverdeado, claudicação de membro pélvico direito; • Tutor administrou: 50mg de diclofenaco de potássio por um período de 48 horas para alívio da dor (em um total de 3 comprimidos). • Houve melhora da dor; • Após 5 dias do tratamento: apatia e falta de apetite; • Distensão abdominal e dor no local. • Fezes com coloração escura e pastosa, com aspecto de “borra de café”; • Durante a noite não resistiu e veio a óbito. • Necropsia. http://revista.faciplac.edu.br/in dex.php/Revet/article/view/301 http://revista.faciplac.edu.br/index.php/Revet/article/view/301 • Figura 1- A) Fotografia da cavidade abdominal de um cão. Observa-se grande quantidade de líquido serosanguinolento, turvo preenchendo toda a cavidade. Esse achado é compatível com peritonite. • B) Serosa do estômago de cão. Evidencia-se fibrina em quantidade moderada recobrindo a superfície do órgão. • Figura 2- Fotografia da região de transição gastroduodenal cão. Úlcera perfurada de aproximadamente 2 cm de diâmetro, permitindo a visualização da mucosa gástrica. As bordas apresentam elevação e coloração vermelha enegrecida (contorno de seta), compatível com área de necrose. Nota-se a serosa com coloração amarelada devido depósito de fibrina (seta). • O animal apresentou um quadro clínico agudo de gastrite ulcerativa; • A úlcera observada na transição gastroduodenal era perfurada, o que gerou um quadro de peritonite e pode ter desencadeado um quadro de sepse, levando o animal a morte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • SAKATE, M.; CAMPLESI, A. C.; MOTTA, Y. P.; Intoxicação Medicamentosa em Pequenos Animais. In: Jericó, M.M.; Andrade Neto, J.P.; Kogika, M.M.; Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. Cap. 66, P. 1848- 1861. • ANDRADE, S. F.; Intoxicação por Amitraz, Avermectinas e Milbemicinas. In: Jericó, M.M.; Andrade Neto, J.P.; Kogika, M.M.; Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015.Cap. 68, P. 1928- • SAKATE, M.; JARK, P.C.; Intoxicação e envenenamentos. In: Crivellenti, L. Z.; Borin- Crivellenti, S.; Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos Animais. 2ª Ed. Editora MedVet, 2015. Cap. 10 P. 400- 404. • CONCEIÇÃO, JOHON LENNON DOS SANTOS; ORTIZ, MARIANA APARECIDA LOPES. INTOXICAÇÃO DOMICILIAR DE CÃES E GATOS. REVISTA UNINGÁ REVIEW, [S.l.], v. 24, n. 2, nov. 2015. ISSN 2178-2571. Disponível em: <http://revista.uninga.br/index.php/uningareviews/arti cle/view/1692>.Acesso em: 16 jun. 2020. INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA http://revista.uninga.br/index.php/uningareviews/article/view/1692 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • SAKATE, M.; NOGUEIRA, R. M. B.; MOTTA,Y. P.; Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos. In: Jericó, M.M.; Andrade Neto, J.P.; Kogika, M.M.; Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. Cap. 72, P. 2044- 2086. • SAKATE, M.; JARK, P.C.; Intoxicação e envenenamentos. In: Crivellenti, L. Z.; Borin- Crivellenti, S.; Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos Animais. 2ª Ed. Editora MedVet, 2015. Cap. 10 P. 389- 400. • https://www.vetsmart.com.br/cg/produto/60 7/soro-antiofidico-polivalente-liofilizado ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS https://www.vetsmart.com.br/cg/produto/607/soro-antiofidico-polivalente-liofilizado BONS ESTUDOS! OBRIGADA!
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