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Conhecendo as Agências Marítimas de Cargas

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Conhecendo as 
Agências 
Marítimas de 
Cargas
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
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0800 728 2891
ead.sestsenat.org.br 
Curso on-line – Conhecendo as Agências Marítimas 
de Cargas – Brasília: Sest/Senat, 2016.
86 p. : il. – (EaD)
1. Administração portuária. 2. Transporte de
carga. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço 
Nacional de Aprendizagem do Transporte. III.
Título. 
CDU 656.615:658 
3
Sumário
Apresentação 5
Módulo 1 7
Unidade 1 | Agência Marítima de Cargas 8
1. A Agência 10
2. As Responsabilidades de uma Agência Marítima de Cargas 11
Glossário 14
Atividades 15
Referências 17
Unidade 2 | Funções da Agência Marítima de Cargas 18
1. Fatores Relacionados aos Objetivos da Agência Marítima de Cargas 20
2. Os Conhecimentos Específicos sobre as Cargas 22
Glossário 25
Atividades 26
Referências 28
Unidade 3 | Responsabilidades da Agência Marítima de Cargas 29
1. As Responsabilidades sobre as Cargas 31
Glossário 35
Atividades 36
Referências 38
Módulo 2 39
Unidade 4 | Cargas Nacionais e Internacionais 40
1. Importação de Cargas 42
2. Exportações de Cargas 43
3. Legislação Pertinente 45
Glossário 47
Atividades 48
Referências 49
Unidade 5 | Agência Marítima de Cargas Sediada no Exterior 50
1. A Legislação 52
2. A Tributação 55
4
Glossário 56
Atividades 57
Referências 59
Módulo 3 60
Unidade 6 | A Burocracia Envolvida 61
1. A Burocracia nas Instituições 63
2. Burocracia e Desenvolvimento 64
3. A Burocracia na Atividade da Agência Marítima de Cargas 67
Glossário 69
Atividades 70
Referências 72
Unidade 7 | O Seguro de Cargas 73
1. O Seguro Marítimo 75
2. As Modalidades de Seguros 75
3. Obrigações da Agência Marítima de Cargas 76
4. Custos e Cobrança dos Seguros 78
5. Contratação do Seguro 78
6. Os Seguros Internacionais 79
Glossário 81
Atividades 82
Referências 84
Gabarito 85
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Conhecendo as Agências Marítimas de Cargas! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
• O curso possui carga horária total de 40h e foi organizado em 7 unidades, 
conforme a tabela a seguir.
Módulos Unidades Carga Horária
1
1 - Agência Marítima 
de Cargas
5 horas
2 - Funções da Agência 
Marítima de Cargas
5 horas
3 - Responsabilidades 
Legais da Agência 
Marítima de Cargas
5 horas
2
4 - Cargas Nacionais e 
Internacionais
5 horas
5 - Agência Marítima 
de Cargas Sediada no 
Exterior
5 horas
3
6 - A Burocracia 
Envolvida
7 horas
7 - O Seguro de Cargas 8 horas
6
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br ou pelo telefone 0800 72 82 891.
Bons estudos!
Conhecendo as 
Agências 
Marítimas de 
Cargas
MÓDULO 1
8
UNIDADE 1 | AGÊNCIA 
MARÍTIMA DE CARGAS
9
Unidade 1 | Agência Marítima de Cargas
 f
Você sabe o que é uma agência marítima de cargas? Sabe como 
surgiram as agências marítimas de cargas? Entende o que uma 
agência marítima de cargas faz?
A agência marítima de cargas é uma entidade que representa o armador em uma 
localidade e tem como função agenciar as cargas a serem transportadas. Quando se trata 
de uma agência marítima de cargas, sua importância é aumentada, já que os armadores 
não costumam estar fixos em qualquer localidade.
Uma agência marítima de cargas tem diversas funções e pode exercer um papel 
fundamental na captação de clientes para os armadores, além de ser responsável 
pelos trâmites relacionados à importação e exportação de mercadorias e também do 
apontamento de impostos a serem recolhidos.
10
Nesta unidade você vai aprender um pouco sobre o que é uma agência marítima de cargas 
e qual é a concepção teórica desse serviço. Também vai conhecer algumas entidades 
relacionadas a essas agências e conhecer um pouco sobre os serviços por ela oferecidos.
1. A Agência
As agências marítimas de carga 
surgiram da necessidade de uma 
representação local de um armador, ou 
seja, da carência que os operadores do 
transporte marítimo tinham por serem 
representados em algumas localidades.
Uma agência marítima de cargas pode ser 
independente ou de propriedade de um 
armador, além de poder trabalhar para 
diversos armadores, realizando diversos 
tipos de serviços diferentes.
Existem três tipos de agência marítima de cargas que são, por definição, diferentes:
• Agência única
Uma agência marítima de cargas única tem a prerrogativa de realizar todos os serviços 
possíveis referentes ao agenciamento de cargas em uma determinada localidade. Ela 
cuida de todos os trâmites e todos os processos operacionais necessários ao transporte 
contratado.
• Agência comercial
Uma agência marítima de cargas comercial realiza somente uma parte dos trâmites 
referente ao transporte marítimo de mercadorias. Normalmente ela é responsável 
pela parte comercial do agenciamento, ou seja, a captação de clientes, cobrança e 
demais itens relacionados somente a parte comercial.
11
• Agência operacional
Uma agência marítima de cargas operacional se encarrega normalmente dos trâmites 
operacionais relacionados ao transporte marítimo de cargas. É comum que esses 
agentes realizem somente a operacionalização do transporte, com o despacho de 
documentos, guias de transporte, pagamento de taxas, vistorias na alfândega entre 
outros.
2. As Responsabilidades de uma Agência Marítima de Cargas
Uma agência marítima de cargas tem diversas responsabilidades, entre elas estão:
•	 O	devido	conhecimento	sobre	as	especificações	de	diversos	tipos	de	cargas	
diferentes
As agências devem conhecer as principais características das cargas, procedimentos de 
segurança relacionados, perecibilidade, amparo legal para importações e exportações 
do produto em questão, autorizações necessárias para o transporte da determinada 
carga, entre outros;
•	 Conhecer	as	especificações	dos	navios	aos	quais	os	armadores	dispõem
As agências devem conhecer bem as características dos navios, haja vista que existem 
tipos diferentes de navios que costumam ser apropriados para o transporte de 
mercadorias específicas.
Por exemplo, ao se contratar o transporte de uma carga específica, a agência deve ter 
a certeza de que há espaço suficiente no navio para determinada carga, além de saber 
se a carga é apropriada para aquele navio específico do armador.
•	 Conhecer	as	especificações	dos	portos	de	origem	e	destino	das	cargas
Como sabemos, os portos ao redor do mundo possuem características diferentes. 
Alguns não possuem profundidade suficiente para o suporte a determinados navios, 
e também pode haver casos de não existirem terminais portuários que possuam a 
superestrutura específica para o atendimento às cargas contratadas, por esse motivo 
é necessário esse conhecimento. 
12
• Capacidade de captação de clientes
As agências marítimas de carga devem ter a plena capacidade de realizar a captação 
dos clientes para o armador, caso contrário, não há motivo para sua existência. A 
captação de clientes tem de ser feita com vistas a manter a lucratividade do armador, 
considerando sempre os elevados custos de manutenção de um navio vazio, tanto em 
um porto, quanto em alto mar.
Talvez essa seja a principal responsabilidade de uma agência marítima de cargas, já que 
dela dependetodo o negócio e a chance de subsistência, tanto dela própria, quanto do 
armador, além das outras entidades relacionadas.
• Controle das operações de carga e descarga dos navios
A agência marítima de cargas também tem a responsabilidade de controlar todos os 
procedimentos de carga e descarga dos navios dos armadores representados. Este 
procedimento pode ser feito por conta própria ou subcontratando os serviços dos 
terminais portuários na localidade de origem ou de destino da carga.
Esse controle pode ser de difícil operacionalização. Pode haver casos onde o porto de 
destino da carga não possua o maquinário necessário para a descarga da carga, ou não 
comporte o navio contratado para realizar o transporte, por esse motivo exige-se o 
conhecimento de todas essas características.
• Formação do contrato de prestação de serviços
As agências marítimas de carga são responsáveis pelo contrato a ser assinado pela 
prestação do serviço, tanto dela própria, quanto do armador e dos demais que se 
fizerem necessários, como despachantes aduaneiros, impostos, entre outros.
• Representação do armador junto às autoridades competentes
A agência marítima de cargas também deve exercer a função de representação local 
do armador contratante. Essa representação se dá junto a vários órgãos competentes, 
além dos clientes, empresas prestadoras de serviços, portos, terminais portuários, etc.
• Recolhimento das taxas e valores referentes à prestação do serviço
A agência marítima de cargas também deve ser capaz de recolher todos os valores 
referentes ao transporte, repassar a parte que cabe ao armador, recolher os impostos, 
taxas locais, entre outras.
13
• Capacidade de realização de serviços extras
A agência marítima de cargas pode exercer algumas funções bastante específicas para o 
armador, como a administração do navio, a contratação de mão de obra, o atendimento 
às necessidades da tripulação, a contratação da própria tripulação, o suprimento das 
necessidades do navio, entre outras.
 e
 O grande número de atividades envolvidas em um transporte 
marítimo de mercadorias faz com que as responsabilidades das 
agências marítimas de cargas sejam enormes. Cada tipo de carga 
de navio com que se trabalha, a origem e destino com suas 
diferentes legislações e métodos de operação tornam o 
desempenho das funções complexas. 
 
Toda essa complexidade que se apresenta é aumentada pela 
burocracia de alguns países como o Brasil, que de certa forma, 
dificulta os processos relacionados à importação e exportação 
de mercadorias. Também são dificultados os processos 
referentes à além da obtenção de documentos e realização de 
inspeções diversas por parte das autoridades competentes.
Então, espera-se que você tenha aprendido um pouco do que uma agência marítima 
de cargas faz e de todas as responsabilidades a que ela deve se ater no atendimento 
de seus clientes. Aprendeu também que a agência pode ter dois tipos de clientes, 
o que deseja contratar o transporte de uma carga e o armador que deseja obter a 
representação de seu navio na localidade em questão.
 b
Conheça mais sobre agências marítimas de cargas, acesse o 
portal oficial da Santos Bay no link a seguir. 
 
http://www.santosbaylogistica.com.br/
14
Resumindo 
 
A agência marítima de cargas é uma entidade que representa o armador 
em uma localidade e tem como função agenciar as cargas a serem 
transportadas, tanto para o próprio país quanto para o exterior. 
 
As agências marítimas de carga surgiram da necessidade de uma 
representação local de um armador, ou seja, da carência que os operadores 
do transporte marítimo tinham por serem representados em algumas 
localidades. 
 
Uma agência marítima de cargas pode ser independente ou de propriedade 
de um armador, além de poder trabalhar para diversos armadores, 
realizando diversos tipos de serviços diferentes.
Glossário
Aduaneiro: Alfandegário; próprio da alfândega, do órgão público que fiscaliza a 
entrada e saída de mercadorias, em aeroportos e fronteiras, cobrando as taxas que lhe 
são correspondentes: taxas aduaneiras.
Alfândega: Órgão público que, normalmente em aeroportos ou regiões de fronteiras, 
inspeciona bagagens e mercadorias, cobrando as taxas referentes à entrada e saída de 
produtos.
Perecibilidade: Característica, particularidade ou condição do que é perecível; 
qualidade daquilo que se estraga.
15
 d
1) Entre as responsabilidades de uma agência marítima de 
cargas estão: 
 
a. ( ) O devido conhecimento sobre as especificações de tipos 
diferentes de cargas. 
 
b. ( ) Conhecer as especificações dos navios aos quais os 
armadores dispõem. 
 
c. ( ) Conhecer as especificações dos portos de origem e 
destino das cargas. 
 
d. ( ) Capacidade de captação de clientes. 
 
e. ( ) Controle das operações de carga e descarga dos navios. 
 
f. ( ) Formação do contrato de prestação de serviços. 
 
g. ( ) Todas as alternativas anteriores. 
 
2)	 O	 pequeno	 número	 de	 atividades	 envolvidas	 em	 um	
transporte	 marítimo	 de	 mercadorias	 faz	 com	 que	 as	
responsabilidades das agências marítimas de cargas sejam 
enormes.	Cada	tipo	de	carga,	cada	navio	com	que	se	trabalha,	
cada origem e destino com suas diferentes legislações e 
métodos de operação tornam o desempenho das funções 
bastante complexos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3) A agência marítima de cargas também tem a 
responsabilidade de controlar todos os procedimentos de 
carga e descarga dos navios dos armadores representados. 
 
( ) Certo ( ) Errado
Atividades
16
4) Uma agência marítima de cargas pode ser: 
 
a. ( ) Agência estatal. 
 
b. ( ) Agência comercial. 
 
c. ( ) Agência de fomento. 
 
d. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores. 
 
5) A agência marítima de cargas também deve ser capaz de 
recolher todos os valores referentes ao transporte, repassar 
a	parte	que	cabe	ao	armador,	e	recolher	os	impostos. 
 
( ) Certo ( ) Errado
17
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/d61867.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras 
providências. Brasília, 1966. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil de acordo com o 
novo Código Civil (Vol. 7). São Paulo: Saraiva, 2003.
LEFORT, C. Que es la burocracia? México: Paidos, 1970.
RIZZARDO, A. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1988.
18
UNIDADE 2 | FUNÇÕES DA 
AGÊNCIA MARÍTIMA DE CARGAS
19
Unidade 2 | Funções da Agência Marítima de Cargas
 f
Você já conhece algumas das funções de uma agência marítima 
de cargas, mas sabe como ela exerce essas funções? Sabe quais 
são os métodos de atuação? Pode imaginar a quantidade de 
fatores que estão relacionados ao cumprimento dos objetivos 
traçados por uma agência marítima de cargas?
Como vimos na unidade anterior, uma agência marítima de cargas tem diversas 
responsabilidades e funções. Pode-se concluir que os métodos de atuação, além de todo 
um arcabouço ético são extremamente necessários para o desempenho de todas as 
atividades.
Desse modo, como em qualquer outra empresa, em que são necessários o angariamento 
de clientes e a execução de serviços a terceiros, é preciso que haja o conhecimento em 
diversas áreas da economia, administração, marketing, sociologia, entre outros campos 
de estudo, para quese possa compreender o setor que se está trabalhando.
20
Nesta unidade, conheceremos um pouco dos métodos utilizados para se atingir os objetivos 
propostos pela agência marítima de cargas, além de áreas que exercem influência extrema 
nas atividades da companhia.
1. Fatores Relacionados aos Objetivos da Agência Marítima 
de Cargas
Como é de conhecimento geral, o principal objetivo de uma empresa é a obtenção de 
lucros. Para que esse objetivo seja cumprido em uma agência marítima de cargas são 
necessários que diversos fatores sejam observados.
Em qualquer empresa, os administradores devem se atentar a conhecimentos oriundos 
de diversas áreas da ciência para que seu negócio seja bem-sucedido. 
Algumas dessas áreas e suas contribuições são:
• Economia
A observância da economia é extremamente relevante para qualquer empresa, tanto 
quanto pela ciência em si, quanto pelo acontecimento de aspectos positivos ou 
negativos na sociedade.
Em uma agência marítima de cargas, onde se lida com importações e exportações, 
diversos fatores como variação do câmbio, políticas de incentivo ao comércio 
internacional, imposição de barreiras à entrada de produtos, são fortemente 
impactantes ao negócio em questão.
• Administração
As teorias de administração também se fazem presentes constantemente no cotidiano 
de uma agência marítima de cargas. O gerenciamento satisfatório da empresa depende 
de fatores como o controle das contas a pagar e a receber, da gestão de pessoas, da 
implantação de estratégias de competição, entre outros.
21
• Marketing
Como o negócio de uma agência marítima de cargas depende, em grande parte, da 
captação de clientes, as estratégias de marketing apropriadas são essenciais para que 
haja maior poder de concorrência por parte da empresa.
As estratégias de marketing utilizadas podem ser muito diferentes das que normalmente 
se observa pelas ruas, devido ao tipo de negócio em questão. A agência deve tanto se 
preocupar em concorrer pelos clientes, quanto em não perder os armadores que são 
representados por ela.
• Direito
Este é um campo da ciência que está diretamente relacionado com o tipo de atividade 
exercida por uma agência marítima de cargas. Como se tratam muitas vezes de 
importações e exportações, deve-se atentar às leis de cada localidade envolvida na 
prestação do serviço, para que não se cometam delitos deliberadamente.
Como se sabe, existem produtos que não podem ser importados ou exportados 
para determinados países, ou precisam de autorizações especiais, ou até mesmo de 
documentos específicos. 
Por exemplo, não se pode importar veículos usados para o Brasil, logo, ao se deparar 
com um cliente que queira fazer tal transporte, deve-se tomar as medidas cabíveis, que 
vão desde a rejeição do frete, até a tomada de providências especiais, como a busca 
por autorizações.
• Relações internacionais
O estudo das relações internacionais também se faz essencial às operações de uma 
agência marítima de cargas. Não se pode manter relações comerciais com outros 
países sem se atentar aos aspectos inerentes a tais transações.
É necessário que sejam observados fatores como, restrições ao comércio, embargos 
legais, acordos bilaterais ou de bloco, além do conhecimento sobre as autoridades do 
país em questão, entre outros fatores.
22
• Ciências contábeis
A contribuição das ciências contábeis é bastante relevante em uma relação comercial 
de qualquer natureza. São sempre necessários o cálculo de impostos, o levantamento 
de taxas e tarifas de diversas naturezas, além do controle das contas da própria 
empresa em questão.
2. Os Conhecimentos Específicos sobre as Cargas
Para que se possam realizar os fretes, alguns outros fatores também são importantes 
de serem aferidos para que se possa fazer o planejamento estratégico da companhia. 
Uma empresa que agencia fretes precisa do conhecimento detalhado sobre o tipo de 
carga que se vai transportar e, além disso, precisa conhecer profundamente o armador 
com quem se está trabalhando.
Para a realização do planejamento estratégico é necessária a observação dos fatores 
relativos:
• Ao armador
Quanto ao armador, a agência marítima de cargas deve se preocupar com a idoneidade 
da empresa em questão, do histórico de serviços realizados, do nível da prestação de 
serviços.Também deve-se atentar ao preço cobrado, das condições das embarcações e 
da capacidade real da companhia.
Quando se vai vender um serviço que, tecnicamente, não é você mesmo que vai prestar, 
você assume a responsabilidade legal pelo estrito cumprimento do contrato, logo, se 
não se confiar no armador, não se pode continuar a vender seus serviços.
23
• Às cargas
 e
Em relação às cargas, deve-se observar alguns indicativos da 
produção dos produtos. Por exemplo, quando uma agência 
representa um único armador que somente transporta grãos, 
essa agência deve observar as épocas de safra, estimativas de 
colheitas, possibilidade de ocorrência de desastres ambientais, 
entre outros. 
 
Novamente, nesse caso, entram os conhecimentos em diversas 
áreas. Será preciso conhecer um pouco dos fatores impactantes 
na produção dos produtos em questão, mudança na legislação, 
políticas de comércio exterior, consumo interno, além de 
inúmeros outros.
Outro fato a ser mencionado é a 
necessidade de contratação de pessoal 
especializado nas operações referentes 
aos trabalhos desempenhados pela 
agência marítima de cargas.
Como se sabe, não existe a possibilidade 
de uma só pessoa executar todos os 
processos desempenhados na empresa, 
logo, é preciso que a escolha dos 
profissionais a serem contratados seja 
feita da melhor forma possível.
Normalmente, constam nos quadros de funcionários de uma agência marítima de 
cargas, entre outros, os seguintes profissionais:
• Economistas
• Contadores
• Administradores
• Profissionais de relações internacionais
24
• Advogados
• Despachantes aduaneiros
• Lobistas internacionais
• Engenheiros
• Especialistas em logística
• Especialistas em estocagem
 a
Além do quadro de funcionários permanentes ou esporádicos, 
ainda pode haver a necessidade da subcontratação de empresas 
terceirizadas para a realização de alguns trabalhos. Essas 
empresas podem prestar diversos tipos de serviços que venham 
a complementar os trabalhos desenvolvidos pela agência 
marítima de cargas.
Por fim, considera-se de extrema importância o entendimento dos fatores que se 
relacionam à prestação do serviço de uma agência marítima de cargas. 
Deve-se ter a consciência de que a complexidade das operações desempenhadas é 
grande e não se pode negligenciar os modos corretos de atuação.
 b
Conheça mais a respeito de comércio exterior, acesse o portal 
Invest & Export Brasil, Guia de Comércio Exterior e Investimento, 
no link a seguir e confira! 
 
http://www.investexportbrasil.gov.br/
25
Resumindo 
 
Como em qualquer outra empresa, onde são necessários o angariamento 
de clientes e a execução de serviços a terceiros, é preciso que haja o 
conhecimento em diversas áreas da economia, administração, marketing, 
sociologia, entre outros. 
 
Em qualquer empresa, os administradores devem se atentar a 
conhecimentos oriundos de diversas áreas da ciência para que seu negócio 
seja bem-sucedido. 
 
Como se sabe, não existe a possibilidade de uma só pessoa executar todos 
os processos desempenhados na empresa, logo, é preciso que a escolha 
dos profissionais a serem contratados seja feita da melhor forma possível.
Glossário
Negligenciar: Não ter cuidado com; ter negligência nos modos como se trata algo ou 
alguém; desleixar.
Câmbio: Troca de uma coisa por outra. Operação que consiste em trocar uma moeda 
por outra.
Lobistas: Pessoa que faz lobby, rede de influência, pressão ou campanha realizada por 
um grupo organizado que busca exercer.
26
 d
1)	Alguns	dos	campos	de	estudo	que	podem	se	relacionar	às	
atividades desempenhadas pela agênciamarítima de cargas 
são: 
 
a. ( ) Economia 
 
b. ( ) Administração 
 
c. ( ) Marketing 
 
d. ( ) Ciências Contábeis 
 
e. ( ) Relações Internacionais 
 
f. ( ) Todas as alternativas anteriores. 
 
2) Em relação às cargas, deve-se observar alguns indicativos 
da	produção	dos	produtos,	por	exemplo,	quando	uma	agência	
representa	um	único	armador	que	somente	transporta	grãos,	
esta agência deve observar as épocas de safra, estimativas 
de colheitas, possibilidade de ocorrência de desastres 
ambientais. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3) O principal objetivo de uma empresa é o bem-estar social. 
Para	 que	 esse	 objetivo	 seja	 cumprido	 em	 uma	 agência	
marítima	 de	 cargas,	 são	 necessários	 que	 diversos	 fatores	
sejam observados. 
 
( ) Certo ( ) Errado
Atividades
27
4) Quanto ao armador, a agência marítima de cargas deve se 
preocupar	 com	 a	 idoneidade	 da	 empresa	 em	 questão,	 do	
histórico de serviços realizados, do nível da prestação de 
serviços, além do preço cobrado, das condições das 
embarcações e da capacidade real da companhia. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
5)	É	costume	que	conste	nos	quadros	de	funcionários	de	uma	
agência	marítima	de	cargas	os	seguintes	profissionais: 
 
a. ( ) Médicos 
 
b. ( ) Enfermeiros 
 
c. ( ) Despachantes aduaneiros 
 
d. ( ) Jornalistas 
 
e. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
28
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/d61867.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras 
providências. Brasília, 1966. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil de acordo com o 
novo Código Civil (Vol. 7). São Paulo: Saraiva, 2003.
LEFORT, C. Que es la burocracia? México: Paidos, 1970.
RIZZARDO, A. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1988.
29
UNIDADE 3 | 
RESPONSABILIDADES DA 
AGÊNCIA MARÍTIMA DE CARGAS
30
Unidade 3 | Responsabilidades da Agência Marítima 
de Cargas
 f
Você sabe quais são as responsabilidades da agência marítima 
de cargas na realização dos fretes? Pode ressaltar as normas 
contratuais e extracontratuais que estão envolvidas nessas 
transações? Sabe quais são os direitos do remetente em caso de 
perdas ou danos à sua mercadoria?
As responsabilidades legais que recaem sobre a agência marítima de cargas são inúmeras. 
Todas as normas referentes a preservação do direito do contratante são devem ser 
cumpridas à risca para que as leis nacionais sejam resguardadas.
Como o transporte, neste caso, é realizado a partir da subcontratação de empresas 
transportadoras, deverá ser analisada essa responsabilidade conjunta das partes 
envolvidas.
31
Nesta unidade conheceremos um pouco dessas responsabilidades, além dos mecanismos 
de proteção do contratante do serviço e da imputação do direito ao transgressor das 
normas.
1. As Responsabilidades sobre as Cargas
O transportador, ao exercer a atividade de transportar as cargas, estará submisso a 
assumir todas as responsabilidades contratuais e extracontratuais sobre o frete. 
• Responsabilidade contratual
A responsabilidade contratual refere-se ao contrato formal acordado entre as partes 
interessadas na prestação de serviço, ou seja, do transportador e do contratante, 
por exemplo avarias nas mercadorias, quebra de prazo de entrega, por culpa do 
transportador, etc. 
• Responsabilidade extracontratual
Já a responsabilidade extracontratual resume algumas situações que trazem a 
responsabilidade do transportador para casos não previstos no contrato de prestação 
de serviço. Por exemplo, acidentes de trânsito com vítimas graves ou mortes, ou 
acidentes de trânsito com vítimas com lesões permanentes.
 a
No caso de uma agência marítima de cargas, ela assume a 
responsabilidade simultaneamente ao transportador 
contratado, dividindo assim, a obrigação de cuidar de todo e 
qualquer problema referente à carga. 
 
À agência marítima de cargas também compete à observância 
do transportador, quanto ao integral cumprimento das normas 
estabelecidas pelo contrato. Em caso de alguma ocorrência, as 
responsabilidades e cuidados sobre a carga serão divididos por 
todas as partes envolvidas nesse transporte.
32
Além das responsabilidades previstas e imprevistas citadas, existem também alguns 
procedimentos que devem ser seguidos ao se transportar qualquer carga, como:
• Realizar o recebimento, o transporte e a entrega das mercadorias no tempo e 
lugar previstos no contrato;
• Realizar a emissão do conhecimento de transporte (Nacional);
• Realizar o cumprimento estrito do itinerário que estiver descrito no contrato, se 
as partes o determinarem. Caso não seja observado esse item, o transportador e 
a agência responderão pelos riscos, inclusive os que caberiam ao remetente;
• Devem aceitar alteração de destinatário, inclusive de via de encaminhamento e 
do destino, caso haja o manifesto por parte do remetente;
• Devem permitir ao proprietário da carga ou portador de procuração, o 
desembarque em trânsito das mercadorias mediante a apresentação do 
conhecimento, salvo se tratarem de mercadorias sujeitas a transporte com 
regulamentação especial, ou se tratar de endossatário em penhor.
Segundo Rizzardo (1988), em caso de perdas, furtos ou avarias nas mercadorias 
transportadas, a agência e o transportador deverão ser responsabilizados a partir do 
momento em que realizarem o recebimento das mercadorias até a sua entrega. 
Deve-se também se lembrar do fato de que cabe ao transportador e a agência, 
demonstrar a ocorrência de força maior ou vício intrínseco, caso queira eximir-se da 
responsabilidade de danos ou ocorrências de desastres naturais, impossibilidades 
diversas, entre outras.
 a
Os danos ou perdas, causados às mercadorias podem ser 
ocasionadas por deficiências nas embalagens dos produtos. 
Porém, se o transportador, ou a agência não tiverem ressaltado 
tal circunstância no ato do recebimento das mercadorias para 
transporte, a responsabilidade de indenizar o prejuízo será 
totalmente imputada.
33
Quando se refere ao parâmetro de valor de referência para cobertura de um eventual 
prejuízo causado, deve-se observar o preço constante no conhecimento de embarque 
do produto. Caso não haja o preço no conhecimento, aplicar-se-á o preço de mercado 
do produto como parâmetro de reparação. 
Outro aspecto bastante importante, e 
que não se pode negligenciar é que, caso 
a mercadoria tenha apenas o seu valor 
diminuído pelo dano ou avaria, a apuração 
do prejuízo deve levar em consideração a 
diminuição do valor do produto.
Entre as principais características do 
transporte marítimo de cargas estão a 
baixa velocidade e questões referentes 
à aduana e inspeções governamentais. 
Não são raros os casos de descumprimento ao prazo de entrega. Então, mantem-se 
a responsabilidade pelo atraso na entrega por parte do transportador e da agência 
marítima de cargas contratada.
 e
Caso não haja acordo para o prazo, ficará subentendido que 
este será o necessário para a duração da viagem, do ponto de 
partida até o ponto de chegada, devidamente acrescido o tempo 
de embarque e desembarque da mercadoria, além dos trâmites 
legais cabíveis.
Mais uma situação que costuma ocorrer é o descumprimento de formalidades fiscais 
durante a viagem, ocasionados pelo transportador. Mais uma vez,havendo perdas ou 
danos por razão dessa desatenção, como atraso na entrega, perecimento da mercadoria 
e multas, a responsabilidade será imputada ao transportador e a agência.
Quando se refere ao prazo inicial da responsabilidade do transportador e da agência, 
este iniciará desde realização do recebimento da mercadoria para transporte e chegará 
ao fim com a entrega ao destinatário.
Ainda é importante fazer referência que o inicio da responsabilidade do transportador 
e da agência sobre a carga, é o momento que eles a recebem e passam o conhecimento 
de carga ao remetente.
34
 e
Mais um ponto a ser ressaltado pelo direito, neste caso, ainda 
sobre a responsabilidade extracontratual, é a regulação pelo 
Código Civil brasileiro, em seus artigos 186, 188, 927, 928 e 954. 
Nesses artigos, são expressos que ao contratante caberá a prova 
de que a agência e o transportador agiram com imprudência ao 
ocasionar danos à mercadoria, mesmo com o artigo 927, que 
prevê a existência de responsabilidade sem culpa (DINIZ, 2003).
Um exemplo que pode ilustrar este caso anterior é a ocorrência de um desastre 
natural marítimo, em que há danos a carga, porém não pode ser atribuída a culpa aos 
envolvidos.
Para concluir, precisa-se ressaltar que, mesmo que o modo de transporte marítimo 
possua um alto custo de manutenção e de transbordo, além da acessibilidade reduzida 
em relação aos demais. Este ainda é um meio de transporte bastante eficaz por sua 
grande capacidade de transporte de cargas. 
A partir deste contexto, conclui-se também que as agências marítimas de cargas 
possuem responsabilidade direta ou indireta em relação aos danos causados por 
seus empregados, ou contratados no exercício da realização do serviço contratado. 
Existe também a além de responsabilidade objetiva em relação aos danos causados a 
terceiros envolvendo seu frete.
 b
Leia na íntegra os artigos 186, 188, 927, 928 e 954 do Código 
Civil brasileiro. Acesse as leis através do link a seguir. Vale a 
pena! 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm
35
Resumindo 
 
As responsabilidades legais que recaem sobre a agência marítima de cargas 
são inúmeras. Todas as normas referentes à preservação do direito do 
contratante devem ser cumpridas à risca para que as leis nacionais sejam 
resguardadas. 
 
À agência marítima de cargas também compete à observância do 
transportador, quanto ao integral cumprimento das normas estabelecidas 
pelo contrato. Em caso de alguma ocorrência, as responsabilidades e 
cuidados sobre a carga serão divididos por todas as partes envolvidas nesse 
transporte. 
 
O prazo inicial da responsabilidade do transportador e da agência iniciará 
desde a realização do recebimento da mercadoria para transporte e 
chegará ao fim com a entrega ao destinatário.
Glossário
Intrínseco: Que faz parte da essência de alguém; que é característico, próprio, essencial 
ou fundamental.
Subentendido: o que se percebe, embora não tenha sido demonstrado ou dito 
explicitamente.
36
 d
1)	 Um	 aspecto	 importante	 que	 não	 se	 pode	 negligenciar	 é	
que,	caso	a	mercadoria	tenha	apenas	o	seu	valor	diminuído	
pelo dano ou avaria, a apuração do prejuízo deve levar em 
consideração a diminuição do valor do produto. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
2) Algumas das responsabilidades previstas e imprevistas da 
agência marítima de cargas são: 
 
a. ( ) Realizar o recebimento, o transporte e a entregar das 
mercadorias no tempo e lugar previstos no contrato. 
 
b. ( ) Realizar a emissão do conhecimento de transporte 
(Nacional). 
 
c. ( ) Devem aceitar alteração de destinatário, inclusive de via 
de encaminhamento e do destino, caso haja o manifesto por 
parte do remetente. 
 
d. ( ) Todas as alternativas anteriores. 
 
3) Caso não haja acordo para o prazo de realização do frete, 
ficará	 subentendido	 que	 este	 será	 determinado	 pelo	
transportador, ou seja, até um ano, devidamente acrescido o 
tempo	de	embarque	e	desembarque	da	mercadoria,	além	dos	
trâmites legais cabíveis. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
4) Os danos ou perdas, causados às mercadorias podem ser 
ocasionadas	por	deficiências	nas	embalagens	dos	produtos. 
 
( ) Certo ( ) Errado
Atividades
37
5) A agência marítima de cargas deve permitir ao proprietário 
da	 carga	 ou	 portador	 de	 procuração,	 o	 desembarque	 em	
trânsito das mercadorias mediante a apresentação do 
conhecimento,	mesmo	 quando	 se	 tratarem	 de	mercadorias	
sujeitas a transporte com regulamentação especial, ou se se 
tratar de endossatário em penhor. 
 
( ) Certo ( ) Errado
38
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/d61867.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras 
providências. Brasília, 1966. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil de acordo com o 
novo Código Civil (Vol. 7). São Paulo: Saraiva, 2003.
LEFORT, C. Que es la burocracia? México: Paidos, 1970.
RIZZARDO, A. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1988.
Conhecendo as 
Agências 
Marítimas de 
Cargas
MÓDULO 2
40
UNIDADE 4 | CARGAS 
NACIONAIS E INTERNACIONAIS
41
Unidade 4 | Cargas Nacionais e Internacionais
 f
Você conhece os procedimentos adotados para a exportação e 
importação de cargas? Sabe quais são os trâmites legais para o 
transporte dessas cargas? Imagina o que deve ser feito para o 
transporte de cargas entre territórios do Brasil pelo modo 
aquaviário?
A importação e a exportação de produtos no Brasil exigem diferentes trâmites a serem 
seguidos pelas agências marítimas de cargas. Alguns trâmites variam e necessitam 
de atenção especial em relação a alguns fatores, como documentação, autorizações, 
vistorias, entre outros.
Também existe o transporte aquaviário de cabotagem e de navegação interior, que 
são entre territórios do país. Para essas modalidades os procedimentos são um pouco 
diferentes e alguns trâmites são dispensados, porém há algumas peculiaridades que serão 
ressaltadas nessa unidade.
42
Além disso, será abordado nesta unidade o embasamento legal que rege o transporte 
marítimo de cargas no Brasil, bem como os aspectos relativos à importação e exportação 
de mercadorias.
1. Importação de Cargas
O portal do guia de Comércio Exterior e Investimento do Brasil define a importação 
como o ingresso e a internalização de mercadorias estrangeiras no território aduaneiro 
do Brasil. Legalmente só se considera a mercadoria internalizada após a sua entrada 
no país, com o desembaraço aduaneiro e o recolhimento dos tributos exigidos em lei. 
Esse processo pode ser dividido em três fases: 
• Administrativa
A fase administrativa trata dos procedimentos e exigências dos órgãos governamentais 
em um período anterior à efetivação da importação, e podem variar de acordo com 
cada operação e mercadoria. Pode-se dizer que essa fase é referente ao licenciamento 
das importações. 
• Fiscal
A fase fiscal é composta pelo tratamento da carga na aduana brasileira. É realizado o 
despacho da importação, onde são verificados com exatidão os dados declarados pelo 
importador referentes às mercadorias importadas, aos documentos apresentados e à 
legislação específica, para que haja o desembaraço aduaneiro. 
Essa etapa deve ocorrer em ambientes próprios, imediatamente após a chegada damercadoria no Brasil, e engloba a cobrança dos tributos referentes à importação. 
Depois do desembaraço aduaneiro, a mercadoria é considerada importada e pode ser 
liberada para seus compradores.
43
• Cambial
Na fase cambial realiza-se a operação de compra de moeda estrangeira destinada a 
efetivação do pagamento das importações, quando há esse pagamento, devendo ser 
lavrada por entidade financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar em 
câmbio.
2. Exportações de Cargas
A agência marítima de cargas deve estar ciente de todo o processo referente à 
exportação de mercadorias. Atualmente existem duas modalidades de exportação:
• A exportação direta
A exportação direta trata-se da operação em que o produto exportado é faturado pelo 
próprio produtor ao importador. Essa operação estabelece que a empresa conheça o 
processo, que é composto por 
• Pesquisa de mercado;
• Contato com o importador;
• Documentação de exportação;
• Acordos comerciais internacionais;
• Embalagem;
• Transações bancárias específicas da exportação;
• Transporte.
 e
Ressalta-se ainda que a contratação do agente comercial por 
parte da empresa exportadora não deixa de caracterizar a 
operação como exportação direta. O serviço da agência marítima 
de cargas não muda a especificação da operação.
44
Estando nessa categoria, o produto exportado fica isento do imposto sobre produtos 
industrializados (IPI), além de não haver a incidência do imposto sobre a circulação de 
mercadorias e serviços (ICMS). 
• A exportação indireta
A exportação indireta é aquela realizada 
por meio de empresas estabelecidas 
no Brasil que compram produtos com o 
objetivo de exportá-los. Então, a empresa 
fabricante do produto não se atenta à 
comercialização externa do produto, 
nem do transporte para o país de destino, 
nem da localização de compradores 
externos, nem da realização de pesquisas 
de mercado e nem da promoção externa 
do produto.
 a
A exportação indireta é comumente utilizada por empresas 
sem, ou com pouca experiência na comercialização externa de 
produtos. 
Essas empresas que compram os produtos com o objetivo de exportá-los podem ser:
• Trading companies;
• Empresas comerciais exclusivamente exportadoras;
• Empresas comerciais que operam no mercado interno e externo;
• Outros estabelecimentos de empresa produtoras;
• Consórcios de exportação.
Todas essas empresas podem ser usuárias das agências marítimas de cargas para 
realizarem suas exportações.
45
3. Legislação Pertinente
As agências marítimas de carga devem estar atentas também às diversas legislações 
referentes à importação e a exportação de mercadorias. 
As etapas pertinentes à exportação de mercadorias são as seguintes:
• Registro da DDE (Declaração de Despacho de Exportação) no Siscomex (Sistema 
Integrado de Comercio Exterior);
• Confirmação da presença de carga;
• Entrega de documentos;
• Fiscalização aduaneira parametrizada;
• Desembaraço aduaneiro;
• Registro dos dados de embarque;
• Averbação do embarque;
• Emissão do comprovante de exportação.
Para a importação:
• Registro da empresa;
• Incoterms;
• Classificação fiscal;
• Câmbio e cond. de pagamento;
• Tratamentos administrativos;
• Documentos;
• Despacho aduaneiro.
46
Também é necessário que a agência se atente as seguintes legislações:
• Legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
• Legislação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
(INMETRO);
• Legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
• Legislação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 
(MDIC);
• Legislação da Receita Federal do Brasil;
• Legislação da Câmara de Comércio Exterior.
Assim, pode-se constatar que a enormidade de itens que devem ser checados pela 
agência marítima de cargas é, por demais, extensa.
 b
Conheça mais a respeito de comércio exterior, acesse o portal 
Invest & Export Brasil, Guia de Comércio Exterior e Investimento, 
no link a seguir e confira! 
 
http://www.investexportbrasil.gov.br/
47
Resumindo 
 
A importação e a exportação de produtos no Brasil exigem diferentes 
trâmites a serem seguidos pelas agências marítimas de cargas. Alguns 
trâmites variam e necessitam de atenção especial em relação a alguns 
fatores, como documentação, autorizações, vistorias, entre outros. 
 
Importação é definida como o ingresso e a internalização de mercadorias 
estrangeiras no território aduaneiro do Brasil. Legalmente só se considera 
a mercadoria internalizada após a sua entrada no país, com o desembaraço 
aduaneiro e o recolhimento dos tributos exigidos em lei. 
 
A agência marítima de cargas deve estar ciente de todo o processo 
referente à exportação de mercadorias
Glossário
Aquaviário: Relativo a aquavia (ex.: tráfego aquaviário). Pessoa habilitada 
profissionalmente para operar embarcações.
Averbação: Fazer uma anotação ou registro. 
48
 d
1) As	exportações	são	classificadas	em	diretas	ou	indiretas.	 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
2)	A	exportação	direta	trata-se	da	operação	em	que	o	produto	
exportado é faturado pelo próprio produtor ao importador. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3) A exportação direta é comumente utilizada por empresas 
sem ou com pouca experiência na comercialização externa de 
produtos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
4) As agências marítimas de carga devem estar atentas às 
diversas legislações referentes à importação e a exportação 
de mercadorias. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
5) As três fases de uma importação são a administrativa, a 
fiscal	e	a	cambial.	
 
( ) Certo ( ) Errado
Atividades
49
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/d61867.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras 
providências. Brasília, 1966. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil de acordo com o 
novo Código Civil (Vol. 7). São Paulo: Saraiva, 2003.
LEFORT, C. Que es la burocracia? México: Paidos, 1970.
RIZZARDO, A. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1988.
50
UNIDADE 5 | AGÊNCIA 
MARÍTIMA DE CARGAS SEDIADA 
NO EXTERIOR
51
Unidade 5 | Agência Marítima de Cargas Sediada 
no Exterior
 f
Você sabe como uma agência marítima de cargas localizada no 
exterior deve se portar para realizar exportações ao Brasil? Sabe 
quais são as regras para a entrada de produtos estrangeiros em 
território nacional? Conhece a legislação vigente? 
A legislação vigente no Brasil regula todas as atividades de agências marítimas do exterior 
no Brasil. Nos casos de exportação de mercadorias de outros países para o território 
nacional, existe uma série de trâmites a serem seguidos.
Diversos órgãos governamentais brasileiros regulam a entrada de mercadorias em 
territórios nacionais. Essa regulação, muitas vezes pode ser complexa e imputa uma série 
de taxas e impostos às cargas provenientes de exportações ao Brasil.
52
Nessa unidade serão aprofundadas as legislações referentes à entrada de mercadorias 
estrangeiras no Brasil, pelas exportações vindas de outros países. Também serão vistos 
alguns impostos referentes aos trâmites realizados pelas agências marítimas de cargas.
1. A Legislação
A legislação a que as agências marítimas 
de cargas tanto estrangeiras quanto 
nacionais devem se atentaré bastante 
vasta e complexa, como visto na unidade 
anterior. Essa legislação é muitas vezes 
complexa e requer um maior cuidado por 
parte das agências marítimas de cargas 
sediadas no exterior.
Essa legislação é composta, entre outras 
regras, por:
• Legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
A Anvisa trata das importações e exportações a partir das seguintes pesagens:
a) A importação de bens e produtos sujeitos ao controle especial de que trata 
a Portaria SVS/MS n.º 344, de 1998 e suas atualizações. Na forma de matéria-
prima, produto semielaborado ou produto acabado, conforme enquadramento 
dos bens e produtos disponível no portal da ANVISA, estará sujeita ao registro 
de Licenciamento de Importação no SISCOMEX e autorização prévia favorável de 
embarque, submetendo-se à fiscalização pela autoridade sanitária antes de seu 
desembaraço aduaneiro;
b) A autorização prévia favorável de embarque dar-se-á mediante manifestação da 
área técnica competente da ANVISA, em sua sede, em Brasília, DF;
c) Caberá à empresa interessada encaminhar à ANVISA requerimento para 
autorização de embarque no exterior, mediante preenchimento de Petição de 
Autorização de Embarque no Exterior.
53
 h
Além dessas passagens, há ainda a portaria SVS/MS n.º 344, de 
1998 e suas atualizações, que define que somente poderão 
entrar em território nacional pelos seguintes portos e 
aeroportos: 
 
Porto do Rio de Janeiro, Aeroporto Internacional do Rio de 
Janeiro, Aeroporto Maestro Antônio Carlos Jobim (RJ), Porto de 
Santos (SP), Aeroporto Internacional de São Paulo e Aeroporto 
Governador André Franco Montoro, Guarulhos (SP). 
• Legislação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
(INMETRO)
O INMETRO regula a entrada de mercadorias estrangeiras no Brasil através da Portaria 
de nº 548/2012.
• Legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
A legislação brasileira e os acordos internacionais referentes ao trânsito de produtos 
vegetais e insumos agrícolas entre países fazem o estabelecimento de regras para a 
manutenção da qualidade, segurança e conformidade dos produtos, além da avaliação 
do risco de disseminação de pragas. 
Nacionalmente, a fiscalização e o controle são executados pelo Ministério da 
Agricultura, por meio do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
Os métodos e exigências fitossanitárias são específicos para cada tipo de produto, 
como sementes e mudas, bebidas, alimentos e insumos agropecuários.
• Legislação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 
(MDIC)
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, através do Sistema 
Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX, constituído pelo Decreto nº 660, de 25 de 
setembro de 1992. O SISCOMEX é um sistema informatizado incumbido por integrar 
as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio 
exterior, através de um fluxo único e automatizado de informações.
54
O referido Sistema permite o acompanhamento da saída e o ingresso de mercadorias 
no país, uma vez que as entidades do governo interventoras no comércio exterior 
podem controlar e interferir no processamento de operações para uma melhor gestão 
de processos. Por intermédio do próprio Sistema, o exportador (ou o importador) 
trocam informações com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização.
• Legislação da Receita Federal do Brasil
A Receita Federal do Brasil é encarregada de ditar diversas regras em relação às 
importações e exportações de mercadorias. Há diversas normas para a entrada dos 
produtos, taxação e especificações, descritas na Portaria MF nº 350, de 16 de outubro 
de 2002.
• Legislação da Câmara de Comércio Exterior
À Comex cabe o estabelecimento das seguintes normas, entre outras:
a) A definição das diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política 
de comércio exterior;
b) A coordenação e orientação das ações dos órgãos que possuem competências na 
área de comércio exterior;
c) O estabelecer das diretrizes para as negociações de acordos e convênios relativos 
ao comércio exterior, de natureza bilateral, regional ou multilateral;
d) A orientação da política aduaneira, observada a competência específica do 
Ministério da Fazenda;
e) A formulação das diretrizes básicas da política tarifária na importação e 
exportação;
f) O estabelecimento das diretrizes e medidas dirigidas à simplificação e 
racionalização do comércio exterior; e
g) O estabelecimento de diretrizes e procedimentos para investigações relativas a 
práticas desleais de comércio exterior.
55
2. A Tributação
A Receita Federal do Brasil estipula que haverá tributação para importações de 
mercadorias de qualquer valor, caso o remetente seja uma pessoa jurídica.
 No Brasil, o imposto de importação é estipulado em 60% do valor do item importado, 
mais o ICM de cada estado, como no caso do Rio de Janeiro, onde o ICMS é de 19%.
Deve-se lembrar que, para importações de qualquer valor acima de U$ 3.000,00, deve-
se realizar um desembaraço aduaneiro.
Para as exportações, a alíquota de imposto depende do produto exportado. Por 
exemplo, para produtos têxteis, automóveis e equipamentos industriais, a alíquota é 
de 6%, já para alimentos, couros e aço, a alíquota é de 0%.
Então, nota-se que há uma complexidade grande na apuração da legislação referente 
às relações comerciais do Brasil com o resto do mundo, além de inúmeras regras para 
a tributação dos produtos comprados ou vendidos ao exterior.
 b
Conheça mais a respeito de tributação de bens importados e 
exportados acessando o portal da Receita Federal. Confira e 
aprofunde-se! 
 
http://idg.receita.fazenda.gov.br/
56
Resumindo 
 
Diversos órgãos governamentais brasileiros regulam a entrada de 
mercadorias em territórios nacionais. Essa regulação, muitas vezes pode 
ser complexa e imputa uma série de taxas e impostos às cargas provenientes 
de exportações ao Brasil. 
 
A legislação brasileira e os acordos internacionais referentes ao trânsito de 
produtos vegetais e insumos agrícolas entre países fazem o estabelecimento 
de regras para a manutenção da qualidade, segurança e conformidade dos 
produtos, além da avaliação do risco de disseminação de pragas. 
 
A Receita Federal do Brasil estipula que haverá tributação para importações 
de mercadorias de qualquer valor, caso o remetente seja uma pessoa 
jurídica.
Glossário
Alíquota: percentual ou valor que serve de base para o cálculo de um imposto. 
Fitossanitário: diz-se das medidas sanitárias adotadas na defesa dos vegetais.
57
 d
1)	A	Receita	Federal	do	Brasil	estipula	que	haverá	tributação	
para	 importações	de	mercadorias	de	qualquer	valor,	caso	o	
remetente seja uma pessoa física. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
2) O SISCOMEX permite o acompanhamento da saída e o 
ingresso	de	mercadorias	no	país,	uma	vez	que	as	entidades	
do governo interventoras no comércio exterior podem 
controlar e interferir no processamento de operações para 
uma melhor gestão de processos. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3) Entre as atribuições da Câmara de Comércio Exterior 
estão: 
 
a. ( ) A definição das diretrizes e procedimentos relativos à 
implementação da política de comércio exterior. 
 
b. ( ) A coordenação e orientação das ações dos órgãos que 
possuem competências na área de comércio exterior. 
 
c. ( ) A formulação das diretrizes básicas da política tarifária na 
importação e exportação. 
 
d. ( ) O estabelecimento das diretrizes e medidas dirigidas à 
simplificação e racionalização do comércio exterior. 
 
e. ( ) Todas as alternativas anteriores. 
 
4)	No	Brasil,	a	fiscalização	e	o	controle	são	executados	pelo	
Ministério da Agricultura, por meio do Sistema de Vigilância 
Agropecuária Internacional (Vigiagro). 
 
( ) Certo ( ) Errado
Atividades
58
5)	 A	 autorização	 prévia	 favorável	 de	 embarque	 dar-se-á	
mediantemanifestação da área técnica competente da 
Receita Federal, em sua sede, em Brasília (DF). 
 
( ) Certo ( ) Errado
59
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/d61867.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras 
providências. Brasília, 1966. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil de acordo com o 
novo Código Civil (Vol. 7). São Paulo: Saraiva, 2003.
LEFORT, C. Que es la burocracia? México: Paidos, 1970.
RIZZARDO, A. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1988.
Conhecendo as 
Agências 
Marítimas de 
Cargas
MÓDULO 3
61
UNIDADE 6 | A BUROCRACIA 
ENVOLVIDA
62
Unidade 6 | A Burocracia Envolvida
 f
Você tem noção da burocracia envolvida nas atividades de uma 
agência marítima de cargas? Pode imaginar o quanto essa 
burocracia atravanca o desenvolvimento do setor? Conseguiria 
contabilizar quanto as empresas e o governo perdem com a 
burocracia?
Pode-se entender burocracia como um conjunto de regras e procedimentos que, muitas 
vezes podem ser implícitos e, na maioria das vezes, são explícitos (LEFORT, 1970).
Esse conjunto de regras existe no setor de transporte marítimo de cargas, principalmente 
no Brasil e pode fazer com que o desenvolvimento da indústria em questão, venha a ser 
prejudicado.
Nesta unidade, veremos um pouco dos efeitos da burocracia a qual as agências marítimas 
de cargas estão submetidas, além de analisarmos os custos referentes a exacerbação 
dessas regras.
63
1. A Burocracia nas Instituições
A burocracia atualmente é um termo bastante utilizado de maneira pejorativa. Refere-
se a essa palavra para expressar ineficiência de algum processo, ou a presença de 
regras inúteis, ou em demasia.
Como se sabe, a burocracia está presente em qualquer instituição e não está isenta de 
culpabilidade quando há intenção de se realizar melhorias nos métodos de atuação das 
empresas.
 a
A burocracia é necessária, o problema é quando não se tem o 
cuidado de mantê-la adequada aos parâmetros da instituição, 
além de não se ater às reais necessidades da entidade que a 
utiliza.
O governo é, normalmente, a instituição que mais utiliza a burocracia, provavelmente, 
por causa de seu tamanho. Como há relação do governo com todos os setores da 
economia, além de certa dependência para algumas realizações, acaba-se por tornarem-
se reféns do sistema criado.
Vamos a um pequeno exemplo.
Uma pessoa deseja abrir uma empresa. Os passos que essa pessoa precisa seguir são:
1º passo – Decidir quem será o sócio administrador e quem serão os sócios quotistas;
2º passo – Decidir e registrar o nome da empresa, fazendo uma pesquisa na junta 
comercial do município e pesquisar na prefeitura se o local escolhido permite a 
abertura desse negócio;
3º passo – Elaboração de um contrato social e registro na junta comercial do 
município;
4º passo – Obtenção do CNPJ junto a Receita Federal;
5º passo – Inscrição na secretaria estadual de fazenda;
6º passo – Registro na previdência;
64
7º passo – Obtenção de autorização para emissão de notas fiscais.
Desse modo, para se abrir uma empresa no Brasil, é necessário o seguimento desses 
sete passos. Esse processo é considerado burocracia.
Para algumas pessoas, o processo para se abrir empresas no Brasil é muito oneroso e 
atrapalha o desenvolvimento da economia, já que dificulta aos interessados o acesso à 
abertura de seus negócios.
Há em outros países, como Estados Unidos e Canadá, uma facilitação desse processo, 
tornando-o mais eficiente e menos carregado, com menos estágios e, principalmente, 
mais rápido.
O tempo médio para se abrir uma empresa no Brasil é de 107 dias, segundo o Banco 
Mundial, enquanto que nos Estados Unidos e Canadá, esse tempo chega a apenas cinco 
dias.
2. Burocracia e Desenvolvimento
Há uma relação estreita entre burocracia e desenvolvimento econômico ou setorial. 
Essa relação se dá pela maior dificuldade que os indivíduos encontram para desenrolar 
os trâmites necessários aos seus diversos afazeres do cotidiano.
Um exemplo que pode ser dado pode ser quando um cidadão começará a trabalhar 
em uma agência marítima de cargas, como em qualquer outra empresa, ele precisa 
apresentar uma série de documentos como:
• Comprovante da escolaridade declarada;
• Carteira de trabalho;
• Carteira de identidade;
• CPF.
65
Caso o cidadão tenha perdido sua carteira de identidade, ele precisa providenciar uma 
nova, caso tenha deixado de votar na última eleição, precisa regularizar a situação, 
caso tenha perdido sua carteira de trabalho, precisa ir até a agência do Ministério do 
Trabalho para solicitar outra. Esses procedimentos requerem de tempo, alguns desses 
procedimentos requerem semanas para serem feitos.
Todos esses procedimentos podem fazer com que uma pessoa possa, até mesmo, 
desistir de trabalhar no mercado formal devido ao processo extremamente oneroso e 
cansativo. Esse processo poderia ser resolvido, caso o governo possuísse um sistema 
integrado, que tivesse todas essas informações e os tornasse disponíveis para o 
empregador.
Existe um consenso comum que estabelece um paralelo entre os países mais 
desenvolvidos do mundo com os que possuem menos burocracia para seus processos 
internos.
66
Para expor essa teoria, observe o gráfico a seguir.
Fonte: Banco Mundial, 2016.
Como expresso no gráfico, nota-se que alguns dos países menos burocráticos do 
mundo estão entre os mais ricos e desenvolvidos economicamente, como Estados 
Unidos, Noruega, Reino Unido, Suécia e Dinamarca, comprovando a teoria de que a 
relação é válida.
Posição em 2016 País
1º Cingapura
2º Nova Zelândia
3º Dinamarca
4º Coreia do Sul
5º Hong Kong
6º Reino Unido
7º EUA
8º Suécia
9º Noruega
10º Finlândia
51º Rússia
73º África do Sul
84º China
116º Brasil
130º Índia
67
3. A Burocracia na Atividade da Agência Marítima de Cargas
A burocracia, como não poderia ser 
diferente, está presente no cotidiano 
da agência marítima de cargas 
constantemente. Por se tratar de um 
serviço de transporte, onde diversos 
indivíduos e bens estão envolvidos, o 
negócio em si, exige cuidados por parte 
das entidades governamentais.
Para que uma agência marítima de 
cargas possa realizar suas atividades, 
ela precisa ser contratada, ou contratar um transportador. Esse transportador precisa 
estar devidamente autorizado a operar em território nacional, além de precisar estar 
adequado às exigências para a atuação no tipo de transporte desejado.
Para o transporte de longo curso (para fora do país), o navio precisa de autorizações 
do governo, além de se adequar as normas nacionais e internacionais. Já para o 
transporte de cabotagem e navegação interior, é preciso que sejam cumpridas as 
seguintes regras:
• o navio deve ser de bandeira brasileira;
• o navio precisa estar registrado por uma empresa brasileira;
• o navio deve possuir tripulação brasileira;
• o navio precisa possuir todos os registros e autorizações para o transporte das 
mercadorias as quais deseja transportar.
Além disso, a agência marítima de cargas precisa seguir todas as normas nacionais, 
como qualquer empresa, como:
• manter todos os registros em ordem;
• obter e manter todas as autorizações necessárias;
• contabilizar e recolher os impostos municipais, estaduais e federais;68
• realizar a declaração de ajuste anual de imposto de renda junto a Receita Federal;
• pagar os passivos trabalhistas e fornecedores de serviços;
• entre outras.
Então, conclui-se que os processos burocráticos aos quais as empresas, de forma 
geral, precisam se enquadrar, são necessários para que haja uma padronização dos 
procedimentos requeridos, porém, o problema é a intensidade dessa burocracia.
Em uma agência marítima de cargas, existe uma infinidade de processos a serem 
seguidos, devido às características de sua atividade. O governo teria que priorizar a 
diminuição, ou facilitação do arcabouço, para que o desenvolvimento do setor seja 
propiciado.
 b
Entenda mais sobre burocracia, leia o artigo disponível no link a 
seguir sobre a opinião de Max Weber sobre este tema. Confira! 
 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/
viewFile/4847/3585
69
Resumindo 
 
Pode-se entender burocracia como um conjunto de regras e procedimentos 
que, muitas vezes, podem ser implícitos e na maioria das vezes são 
explícitos. 
 
O governo é, normalmente, a instituição que mais a utiliza, provavelmente, 
por causa de seu tamanho e como há relação do governo com todos os 
setores da economia, além de certa dependência para algumas realizações, 
acaba-se por tornarem-se reféns do sistema criado. 
 
Os processos burocráticos aos quais as empresas, de forma geral, precisam 
se enquadrar, são necessários para que haja uma padronização dos 
procedimentos requeridos, porém, o problema é a intensidade dessa 
burocracia.
Glossário
Cabotagem: Navegação mercante ao longo da costa e, especialmente, entre portos do 
mesmo país, por oposição a navegação de longo curso.
Arcabouço: Esboço. Preparo; competência para desenvolver e/ou produzir algo.
70
 d
1) Os sete passos para abrir uma empresa no Brasil, descritos 
nesta unidade, podem ser considerados parte da burocracia 
do setor. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
2) Pode ser considerado integrante do conjunto de normas 
para a cabotagem (burocracia) os seguintes itens: 
 
a. ( ) O navio deve ser de bandeira brasileira. 
 
b. ( ) O navio precisa estar registrado por uma empresa 
brasileira. 
 
c. ( ) O navio deve possuir tripulação brasileira. 
 
d. ( ) O navio precisa possuir todos os registros e autorizações 
para o transporte das mercadorias as quais deseja transportar. 
 
e. ( ) Todas as alternativas anteriores. 
 
3) A agência marítima de cargas precisa seguir normas 
como: 
 
a. ( ) Recolher impostos nos Estados Unidos. 
 
b. ( ) Realizar a declaração de imposto de renda em todos os 
países por onde seu navio representado passar. 
 
c. ( ) Manter seus funcionários em regime de férias coletivas 
enquanto não houver cargas para serem transportadas. 
 
d. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
Atividades
71
4)	Para	que	uma	agência	marítima	de	cargas	possa	realizar	
suas atividades, ela precisa ser contratada, ou contratar um 
transportador,	que	por	sua	vez	necessita	estar	devidamente	
autorizado a operar em território nacional. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
5) O processo de abertura de uma empresa no Brasil é 
bastante simples e contribui para o desenvolvimento 
empresarial nacional. 
 
( ) Certo ( ) Errado
72
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos no artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21.11.66, e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1950-1969/d61867.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema 
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras 
providências. Brasília, 1966. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016.
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil de acordo com o 
novo Código Civil (Vol. 7). São Paulo: Saraiva, 2003.
LEFORT, C. Que es la burocracia? México: Paidos, 1970.
RIZZARDO, A. Contratos. Rio de janeiro: Forense, 1988.
73
UNIDADE 7 | O SEGURO DE 
CARGAS
74
Unidade 7 | O Seguro de Cargas
 f
Você sabe o que é o seguro de cargas? Sabe como se faz o seguro 
de cargas? Conhece os aspectos referentes ao pagamento e 
cobertura de perdas e danos pelas seguradoras?
As agências marítimas de cargas, normalmente contam com empresas seguradoras para 
promover a cobertura de eventuais prejuízos que a carga vier a sofrer. Esse prejuízo pode 
ser pago tanto para o comprador como para o vendedor da carga, a depender do acordo 
celebrado.
A ideia principal da criação do seguro para as cargas é a diluição dos riscos envolvidos em 
uma cadeia de distribuição, muitas vezes, extensa. Essa medida se justifica também por se 
tratar de um meio de transporte que envolve o manuseio constante da mercadoria, com 
embarque e desembarque em vários veículos, e pela ocorrência de imprevistos causados 
pelas vias por onde trafegam os navios.
75
Nesta unidade, serão apresentados alguns aspectos referentes aos seguros para as cargas, 
suas modalidades, custos, modos de pagamento, entre outros fatores relevantes.
1. O Seguro Marítimo
O transporte aquaviário tem várias vantagens em relação aos outros modos de 
transporte. Suas características mais marcantes são a grande capacidade de carga e o 
baixo consumo de combustível, em relação ao peso deslocado.
Além dessas vantagens, ainda é possível ressaltar o baixo índice de roubos e furtos 
de cargas, o pequeno número de acidentes, proporcionalmente ao número de 
embarcações, a baixa probabilidade de afundamentos, etc.
Mesmo com tantas vantagens e benefícios do transporte aquaviário, ainda é necessário 
que se contrate um seguro para as cargas para evitar-se que algum imprevisto cause 
transtornos ou perdas irreparáveis.
As peculiaridades dessa modalidade de transporte fazem com que não seja uma tarefa 
difícil a contratação de uma seguradora para cuidar de seu patrimônio. Atualmente, no 
mercado brasileiro, existem diversas empresas que oferecem esse serviço.
2. As Modalidades de Seguros
As modalidades mais conhecidas de seguros marítimos referem-se aos seguintes itens, 
entre outros:
• Equipamentos utilizados para a carga e descarga dos navios;
• Embarcações de apoio;
• Embarcações de carga;
• Cargas em geral;
• Cargas especiais (mercadorias valiosas, perigosas, muito específicas, etc.);
76
• Trabalhadores envolvidos.
Os danos que, normalmente são cobertos pelos seguros são:
• Danos físicos 
Nesta modalidade, normalmente 
são indenizáveis os danos físicos às 
mercadorias e embarcações, perdas 
totais ou parciais, além de avarias de 
diversas naturezas;
•	 Danos	financeiros
Nesta modalidade, são cobertos prejuízos 
diversos com taxas portuárias. Esses 
prejuízos compreendem combustíveis, 
despesas de armazenagem das cargas, funcionários para o manuseio das cargas, 
salários e prejuízos referentes a eventuais multas, entre outros;
• Danos causados por responsabilidade civil
Nesta modalidade, são indenizáveis os danos referentes a derramamentos de 
combustíveis, ou prejuízos causados pelo afundamento das embarcações, morte ou 
trauma de trabalhadores, remoção de resíduos, suspensão de atividades por medidas 
judiciais, entre outras.
3. Obrigações da Agência Marítima de Cargas
As agências marítimas de cargas têm diversas obrigações para que possam contar com 
o seguro. Algumas dessas obrigações são:
• Devem estar cientes de que a conservação e a preservação das embarcações e 
cargas são de sua inteira responsabilidade, tomando as mesmas precauções caso 
não possuísse o seguro. Também devem comunicar e estabelecer qualquer nova 
providência adotadacom a seguradora;
77
• Devem contratar funcionários devidamente qualificados as funções conforme a 
lei e as exigências das autoridades portuárias;
• As agências marítimas de cargas e os armadores têm a obrigação de conhecer as 
leis e regulamentos, principalmente em relação à navegação e ao serviço para o 
qual a embarcação irá prestar;
• Cumprir ou fiscalizar o cumprimento de todas as normas de conservação e 
funcionamento das embarcações, impostas pelas vistorias da Capitania dos 
Portos, das sociedades classificadoras e de peritos indicados pela seguradora. 
Caso esses deveres sejam descumpridos, a seguradora deterá o direito de recusar-se a 
pagar por eventuais danos que de derem.
Os seguros marítimos são regulados pelas seguintes legislações:
• Acordos e convenções internacionais;
• Código Comercial Brasileiro;
• Decreto-Lei 73/66;
• Regulamento do tráfego marítimo;
• Lei 2.180/54 – Tribunal Marítimo;
• Lei 7.203/84;
• Código Civil Brasileiro;
• Circulares e resoluções da Superintendência de Seguros Privados(SUSEP), 
particularmente a Circular SUSEP 01/85, alterada pelas Circulares 08/85, 40/85 e 
27/87.
78
4. Custos e Cobrança dos Seguros
Os custos dos seguros são variáveis e sofrem a influência de diversos fatores como:
• O local por onde as cargas serão transportadas (para que se saiba quais são as 
condições marítimas, histórico de acidentes, etc.);
• As características da embarcação, além do histórico do armador;
• Quantidade de embarcações representadas pela agência marítima de cargas;
• As especificações das cargas transportadas (preço, peso, fragilidade, etc.)
O valor a ser segurado tanto das cargas quanto das embarcações é determinado pelo 
tipo de cobertura desejado, categoria da embarcação e da avaliação realizada pela 
seguradora.
5. Contratação do Seguro
O Decreto 61.867 (BRASIL, 1967) regulamenta os seguros obrigatórios no Brasil, tanto 
o transportador quanto para o proprietário da carga. Ambos devem contratar seguros 
para a operação de transporte e os seguros de cada uma das partes são específicos, 
então as apólices têm especificações diferentes e não se confundem.
O seguro do proprietário da carga é um seguro de patrimônio, destinado a assegurar 
a garantia de um determinado patrimônio durante o seu transporte marítimo, fluvial 
ou lacustre.
 a
A depender do percurso, pode ser contratada uma única apólice 
que envolva o transbordo das cargas, além do percurso que ela 
seguirá de caminhão ou trem para chegar a seu destino.
79
Já o seguro de responsabilidade da operação de transporte, é um seguro porta a 
porta que garante os bens transportados desde o momento do embarque da carga no 
veículo que o levará até o navio e o desembarque, isto é, quando as mercadorias são 
descarregadas do veículo no destino final. Existe ainda, a necessidade de contratação 
de seguro adicional para o carregamento e descarregamento do navio.
Assim, vamos reforçar que tanto o proprietário das cargas como a agência marítima de 
cargas podem ter que realizar a contratação de seguros, além de muitas vezes, ter que 
fazer a contratação de seguros adicionais.
6. Os Seguros Internacionais
Os seguros internacionais tratam-se da modalidade utilizada para as operações de 
comércio exterior, ou seja, importação ou exportação. O contrato deve ser lavrado de 
acordo com fatores como:
• O risco da viagem;
• A condição de venda da mercadoria; e
• A condição de compra da mercadoria.
Os proprietários das mercadorias normalmente contratam um seguro multimodal ou 
intermodal para a cobertura dos riscos referentes a todos os meios de transporte que 
vierem a ser utilizados para o transporte da carga, durante todo o percurso, desde a 
origem ao destino final. 
 e
Além da indenização de perdas e danos à mercadoria 
transportada que, por ventura, vierem a ocorrer, esse tipo de 
seguro cobre impostos, fretes, lucros esperados e despesas 
diversas. 
80
Os seguros de transportes internacionais de cargas devem seguir a estrutura dos 
contratos de importação e exportação, já que sua contratação é baseada nos chamados 
Incoterms (International Commercial Terms, ou Termos Internacionais de Comércio), que 
determinam, a partir da estrutura de um contrato de compra e venda internacional, os 
direitos e deveres tanto do exportador quanto do importador.
Estes termos tratam-se de um instrumento que constitui um conjunto modelo de 
definições, com normas e métodos neutros, como a localidade onde o exportador – 
neste caso a agência marítima de cargas – deve entregar a mercadoria, quem pagará o 
frete, quem será o responsável pela contratação do seguro, etc. 
 e
Os Incoterms indicam formatos de acordos entre os vendedores 
e compradores, em relação aos serviços necessários para a 
condução do produto do local onde é fabricado até o local de 
destino, com o nome de “zona de consumo”. 
Entre os termos presentes no acordo, devem estar:
• Embalagem;
• Transportes internos;
• Licenças de exportação e importação;
• Movimentação nos terminais portuários;
• Transporte;
• Seguros internacionais.
Portanto, podemos constatar que o assunto referente aos seguros de cargas é um fator 
de extrema relevância para ser constatado pela agência marítima de cargas. Pode-se 
afirmar que não é possível, até por imposição legal, que se deixe de considerar este 
item em uma operação de transporte aquaviário.
81
 b
Conheça um exemplo de seguro marítimo, acesse o portal da 
Superintendência de Seguros Privados, através do link a seguir, 
e aprofunde-se neste conteúdo. 
 
http://www.susep.gov.br/
 b
Resumindo 
 
As agências marítimas de cargas, normalmente contam com 
empresas seguradoras para promover a cobertura de eventuais 
prejuízos que a carga vier a sofrer. Esse prejuízo pode ser pago 
tanto para o comprador, como para o vendedor da carga, a 
depender do acordo celebrado. 
 
As agências marítimas de cargas têm diversas obrigações para 
que possam contar com o seguro. 
 
Os proprietários das mercadorias normalmente contratam um 
seguro multimodal ou intermodal para a cobertura dos riscos 
referentes a todos os meios de transporte que vierem a ser 
utilizados para o transporte da carga, durante todo o percurso, 
desde a origem ao destino final. 
Glossário
Apólice: Documento de contrato de seguro. Certificado de obrigação mercantil. Ação 
de companhia. Título da dívida pública.
Lacustre: Relativo a lago. Que vive nas águas ou à margem de um lago.
82
 d
1) O contrato de um seguro internacional de cargas deve ser 
lavrado de acordo com fatores como: 
 
a. ( ) O risco da viagem. 
 
b. ( ) A condição de venda da mercadoria. 
 
c. ( ) A condição de compra da mercadoria. 
 
d. ( ) Todas as alternativas anteriores. 
 
2)	 O	 valor	 a	 ser	 segurado	 tanto	 das	 cargas	 quanto	 das	
embarcações é determinado pelo tipo de cobertura desejado, 
categoria da embarcação e da avaliação realizada pela 
seguradora. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3) Os seguros normalmente são contra: 
 
a. ( ) Danos físicos. 
 
b. ( ) Danos financeiros. 
 
c. ( ) Danos por responsabilidade civil. 
 
d. ( ) Danos por defeitos nos produtos. 
 
e. ( ) 1º, 2º e 3º alternativas. 
 
4) O seguro do proprietário da carga é um seguro de 
patrimônio, destinado a assegurar a garantia de um 
determinado patrimônio durante o seu transporte marítimo, 
fluvial	ou	lacustre.	
 
( ) Certo ( ) Errado
Atividades
83
5) Os Incoterms indicam formatos de acordos entre os 
vendedores e compradores, em relação aos serviços 
necessários para a condução do produto do porto de Salvador 
até o local de destino. 
 
( ) Certo ( )Errado
84
Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasil, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 61.867, de 07 de dezembro de 1967. Regulamenta os seguros 
obrigatórios previstos

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