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Agitação Psicomotora e Interação Medicamentosa

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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
Agitação Psicomotora e Interação Medicamentosa 
Agitação Psicomotora 
Introdução: 
A agitação psicomotora é uma emergência psiquiatria 
e corresponde ao estado de agitação física e psíquica, 
com inquietação e movimentação excessiva 
associada a um estado de tensão, reatividade 
aumentada a estímulos externos e, por vezes, 
agressividade verbal ou física. 
Abordagem inicial: 
Primeiramente, deve-se avaliar o risco de 
agressividade física na situação, a fim de proteger a 
equipe e próprio paciente. Alguns sinais sugerem risco 
de agressividade, tais como: agressividade verbal, 
punho e dentes cerrados, movimentação excessiva, 
tendência à aproximação excessiva, inclinação em 
direção ao interlocutor e volume de voz aumentado. 
Importante fazer um atendimento eficaz e rápido, 
tomando uma conduta o mais breve possível. 
A agitação psicomotora é um continuum, de modo 
que nem toda agitação psicomotora é grave. 
- Princípios gerais do desescalonamento verbal: é uma 
forma de abordar o paciente. 
 Respeitar o paciente e seu espaço; 
 Não ser provocativo; 
 Estabelecer contato verbal; 
 Ser conciso nas informações; 
 Identificar desejos e sentimentos; 
 Escutar atentamente o que o paciente está 
dizendo; 
 Concordar ou concordar para discordar. 
Etiologia: 
- Demência; 
- Alterações metabólicas ou endócrinas; 
- Encefalopatia; 
- Hiper ou hipoglicemia; 
- Epilepsia de lobo temporal; 
- Uso de drogas e substâncias psicoativas; 
- Doenças psiquiátricas: esquizofrenia, transtorno 
bipolar. 
Fatores de risco: 
- Histórico de violência; 
- Idade: jovens entre 20-40 anos; 
- Sexo masculino; 
- Uso de álcool e drogas, seja dependência, 
intoxicação ou abstinência; 
- Baixo nível socioeconômico; 
- QI baixo; 
- Excesso de mobilidade social. 
Gatilhos para agitação e agressividade: 
- Intoxicação; 
- Perda de relacionamento; 
- Crise emocional aguda; 
- Perda de poder pessoal; 
- Medo; 
- Dor; 
- Estados fisiológicos: fome, sede, sono; 
- Rejeição/desrespeito; 
- Distúrbios metabólicos: hiponatremia, hipoglicemia, 
hipo/hipertireoidismo; 
- Doenças infecciosas; 
- Anormalidades estruturais: hemorragia intracraniana, 
neoplasias, etc. 
Manejo: 
O manejo da agitação baseia-se em 4 pilares: 
- Ambiental: 
 Organização do espaço físico: retirar objetos 
ou aparelhos que possam ser quebrados ou 
usados como armas; 
 Envolvimento da equipe de enfermagem e 
segurança do local; 
 Paciente não deve ser atendido por único 
membro da equipe; 
 Quanto mais cedo for abordado, menor é o 
risco de evolução para quadro violento; 
 A exposição à estimulos ambientais deve ser 
reduzida ao máximo. 
- Comportamental: 
 O profissional deve-se dirigir ao paciente de 
maneira que seja visto, com movimentos 
suaves e mantendo distância; 
 Não cair nas provocações; 
 Evitar ações desproporcionais, por exemplo, 
gargalhadas; 
 
2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
 O paciente deve ser avaliado clinicamente 
quanto à gravidade de sua agitação por meio 
de escalas; 
 Intervenções verbais devem ser objetivas e 
claras. 
- Farmacológico: o objetivo é tranquilizar o paciente o 
mais rápido possível, reduzindo risco de auto e 
heteroagressividade. As medicações utilizadas são: 
antipsicóticos, benzodiazepínicos e as associações 
dessas medicações. Importante iniciar com doses 
baixas e em alguns casos deixar o paciente escolher 
entre as doses orais (preferível) ou intramusculares. É 
recomendado apenas se as abordagens não 
farmacológicas falharem. 
OBS: Não é recomendada administração IV devido a 
questões de segurança e efeitos colaterais. 
 Antipsicóticos: 
 Primeira geração/típicos: Haloperidol: 
é o mais adequado, devido à baixa 
incidência de sedação ou hipotensão 
e Clorpromazina, apenas se não tiver 
outra opção; 
 Segunda geração/atípicos: 
Risperidona (VO) ou Risperidona + 
Clonazepam em gotas (pacientes 
psicóticos e agitados). 
OBS: Paciente em abstinência de álcool não deve usar 
Haloperidol, pois este diminui o limiar convulsivo e 
pacientes com abstinência tem maior predisposição 
para convulsionar. Logo, tal paciente deve ser 
medicado com benzodiazepínico. 
 Benzodiazepínicos: promove ação sedativa e 
ansiolítica. Não usar como monoterapia. 
 Deve ser evitado em pacientes 
intoxicados por outros depressores, já 
que também é um depressor do SNC; 
 Deve ser evitado em casos de 
rebaixamento do nível de consciência 
e depressão respiratória. 
 Quais são: Diazepam (inicio de ação 
rápido, evitando-se usar IM), 
Midazolan (início rápido, administrado 
IM) e Lorazepam (só disponível na 
apresentação oral). 
OBS: A associação de diferentes classes traz a 
vantagem do sinergismo de ação, que leva à 
utilização de doses menores e menos efeitos colaterais. 
Na agitação a associação de Haloperidol com 
benzodiazepínico é uma das prescrições mais 
frequentemente utilizadas. 
 
- Físico: 
 Último recurso a ser tentado, restringindo-se 
seu uso às situações onde os demais recursos 
falharem e há risco iminente de auto e 
heteroagressividade; 
 Realizada por no mínimo 5 pessoas da equipe 
e apenas 1 pessoa comunica ao paciente e 
não retroceder a ação. A partir disso, essa 
pessoa que comunicou dá um sinal à equipe e 
cada profissional imobiliza um membro, sendo 
que o quinto protege a cabeça do paciente. 
 A contenção mínima deve ser 
imobilizar 2 antebraços e 2 pernas. 
 Deve durar o menor tempo possível; 
 Importante anotar no prontuário; 
 A medicação parenteral deve estar disponível 
e ser administrada assim que possível para 
tranquilizar o paciente e diminui o tempo de 
contenção física; 
 Deve ser mantido em posição confortável e 
observação contínua e monitorização pelo 
menor tempo possível  decúbito dorsal. 
OBS: Não devemos dar gravata no paciente, obstruir 
nariz e/ou boca, não usar faixa, não amarrar pelas 
mãos ou tornozelos, não amarrar os pacientes de 
bruços. 
Diagnóstico: 
Uma vez afastado o risco de agressividade ou 
garantida à segurança do paciente e da equipe, 
pode-se obter mais dados sobre a história e prosseguir 
com exame físico e neurológico. 
Importante afastar causas orgânicas para que se possa 
pensar em um transtorno psiquiátrico. 
Diagnósticos diferenciais: 
- Causas orgânicas: 
 Hipoglicemia; 
 Hipóxia/dispneia aguda; 
 TCE; 
 Sangramento; 
 Hiper ou hipotermia; 
 Meningite; 
 Sepse; 
 AVC, HSA; 
 Tumores; 
 Doenças da tireoide. 
- Uso de substâncias psicoativas; 
 
3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP 
- Crise aguda de ansiedade: o paciente se apresenta 
com juízo de realidade preservado, tendo falta de ar, 
medo de morrer, dor ou aperto no peito, palpitações, 
cefaleia, tontura e parestesias; 
- Crise dissociativa: trata-se de um diagnóstico de 
exclusão; 
- Mania: alteração do juízo (delírios) e/ou alteração de 
sensopercepção (alucinações) que pode motivar 
comportamento bizarro e agressivo; 
- Transtornos de personalidade: pacientes lançam mão 
de estratégias primitivas de defesa ao ego, como 
agressividade, negação ou manipulação ao causar 
culpa ou pena do interlocutor. 
Interação Medicamentosa 
As interações medicamentosas são clinicamente 
relevantes, uma vez, muitas vezes, levam a ineficácia 
da terapia ou ao surgimento de efeitos adversos. 
Importante questionar ao paciente sobre os 
medicamentos que ele faz uso contínuo, pois diversos 
medicamentos podem apresentar interações 
medicamentosas. 
Farmacocinética e farmacodinâmica: 
Com relação à farmacocinética, as interações podem 
estar ligadas desde ao processo de absorção daquela 
droga a distribuição, ou seja, circulação sistêmica e 
sua ligação droga-proteína. É importante avaliar a 
metabolização (biotransformação) dessa droga e a 
sua excreção. 
Já na farmacodinâmica, precisa-se avaliar a interação 
receptor/órgão alvo, além das interaçõesreceptor/órgão não alvo, pensando agora nos 
possíveis efeitos colaterais. 
 
Definições: 
- Substratos; 
- Pró-droga: droga inativa; 
- Indutores: são drogas que aceleram o processo de 
metabolização ou aceleram a biotransformação da 
droga. 
- Inibidores: há menos biotransformação. Logo, o 
inibidor inibe a transformação de uma droga ativa em 
uma droga inativa ou o contrário. 
 CYP450 
2D6 
CYP 450 1A2 CYP450 
3A4 
CYP450 
2C19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inibidores 
 
Paroxetin
a 
 
Fluoxetin
a 
 
Bupropio
na 
 
 
Duloxetin
a 
 
 
Citalopra
m 
 
 Sertralina 
(dose 
alta). 
 
Fluvoxamina 
 
 
 
Quinolonas 
 
 
 
Propranolol 
 
 
Fluvoxamin
a 
 
Fluoxetina 
(moderada
) 
 
Claritromici
na/Eritromi
cina, 
 
Diltiazem 
 
Cetoconaz
ol (fortes) 
 
Omepraz
ol 
 
 
 
 
 
Indutores 
 
 
 
 
 
- 
Tabagismo 
(nicotina) 
 
Carbamazep
ina 
 
 Omeprazol 
 
Carbamaz
epina 
 
Erva de são 
João 
 
 
Topiramato 
 
Fenitoina 
 
Fenitoina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Substratos 
 
Tricíclicos 
 
 
Tioridazin
a 
 
Vortioxeti
na 
 
Venlafaxi
na 
 
Cafeína 
 
 
 Olanzapina 
 
 
Duloxetina 
 
 
Agomelatina 
 
 
Clozapina 
 
 
Teofilina 
 
Carbamaz
epina (1 A 
2 e 2C19) 
 
Alprazolam 
 
Risperidona 
(TB 2D¨) 
 
 
Ciclosporin
a 
 
 
Sinvastatin
a e 
atorvastati
na (-) 
(inibidores 
da HMG-
CoA 
redutase) 
 
 
Diazepa
m (2C19 
e 
também 
3A4) 
 
Pró-
fármacos 
 
Tamoxife
no 
 
Tramadol

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