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A IMPRENSA Conceito e missão Que a imprensa nasceu há muito tempo isso já se sabe, mas como foi e pode ser conceituada a imprensa no meio de tantos meios de comunicação e informação? O conceito de imprensa vem desde o século XVIII inventado pelos filósofos franceses do qual englobava todo tipo de produtos das artes gráficas tanto em textos quanto imagens, ou seja, a imprensa era todo impresso em geral (SCHEEL, 2003). Com a evolução dos tempos e o surgimento de outros meios de comunicação, a imprensa se subdividiu formando especialidades. De acordo com a Lei de Imprensa vigente, Lei n.º 5.250, imprensa é toda manifestação de informações ou ideias. Em seu artigo primeiro que trata da liberdade de manifestação, a Lei refere-se ao “recebimento de informação ou ideias, por qualquer meio [...]” abrindo o leque de especialidades e não se limitando apenas a jornais e periódicos (grifo nosso). A imprensa dos dias atuais não é apenas meio tradicional de divulgação como jornais e revistas, mas sim o veículo da notícia e da informação. Toda forma jornalística informativa pode ser considerada imprensa, não interessando o suporte material pelo qual a notícia se espalha. Dessa forma, um jornal, seja ele impresso, televisivo ou on-line tem o mesmo objetivo: a propagação da notícia e da informação. Sabemos que a imprensa possui grande importância e poder em consequência da sua capacidade de penetração na sociedade. Sua força na construção e destruição através da divulgação das suas informações a tornou o 4º Poder de Estado (MIRANDA, 1995, p.69). Mas qual a verdadeira missão da imprensa? Segundo Miranda (1995, p.69), a missão da imprensa é: [...] mais do que a de informar e divulgar fatos, é a de difundir conhecimentos, disseminar a cultura, iluminar as consciências, canalizar as aspirações e os anseios populares, enfim, orientar a opinião pública no sentido do bem e da verdade (grifo nosso). Grifamos: “orientar a opinião pública no sentido do bem e da verdade”, mas até que ponto? Pois, a maneira como estão sendo divulgadas as informações neste começo de milênio nos leva a questionar, na verdade, a debater a missão da imprensa e, até onde ela ainda utiliza sua essência ética e particular de tempos atrás. A imprensa age de acordo com as forças sociais, transformando a notícia em mercadoria “atuando de forma a ocultar as contradições sociais, o conflito, o questionamento e a polêmica” contribuindo ainda para estimular “a acomodação e a passividade dos grupos dominados ao apresentar uma realidade disponibilizada e sem contradições à qual todos devem se adaptar” (SILVA, GONÇALVES, 2006, p.5). Segundo Salerno (2006) existe uma imprensa séria e outra apelativa que recorre a “aspectos popularescos, manipulando os leitores e divulgando informações sensacionalistas”. A primeira tendo como principal característica um texto com referencial, enquanto a segunda preocupa-se mais em divulgar fotos marcantes e com cenas fortes deixando seu texto fraco e sem embasamento teórico. Que a missão da imprensa é direcionada à boa imprensa isso não se tem dúvida, mas como em todo lugar sempre encontramos lados opostos que se equilibram em opiniões e espaço, e nos podem mostrar o que realmente queremos saber. Significado da palavra imprensa O termo Imprensa originou-se no século XV com o invento de Johannes Guttenberg com a prensa móvel, que era usada para os processos gráficos e posteriormente, no século XVIII também na impressão de jornais. A prensa móvel era uma máquina que “por meio de pressão, aplicava os tipos ou caracteres metálicos, embebidos em tinta, sobre o papel em branco, ali deixando a impressão deles” (MIRANDA, 1995, p. 49). O termo Imprensa vem do latim impressus e quer dizer “todos os produtos de artes gráficas, todos os impressos destinados à publicação e divulgação” (MIRANDA, 1995, p. 49-50). Ao longo do tempo, foi transformando seu significado e deixou de ser exclusivamente ligado à máquina de imprimir, estendendo-se também ao papel impresso. Desse papel impresso ela ampliou-se mais ainda, abrangendo também os meios de comunicação de massa, ou seja, quando nos referimos à imprensa, hoje, abordamos não só veículos impressos, mas também outros veículos jornalísticos e seus profissionais, além do relato da notícia em si e o debate de ideias em jornais, revistas, rádios, televisão e internet. O Dia da Imprensa no Brasil A imprensa teve seu dia comemorado em 10 de Setembro, data imposta por força dos atos do Estado Novo do ex-presidente Getúlio Vargas (SOUZA FILHO, 2000, p.7). Em 1999 aconteceu a mudança de data, em homenagem a Hipólito Costa, com aprovação das entidades que se dispuseram a alterar: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul, Associação Riograndense de Imprensa e Associação Nacional de Jornais. A mudança visou prestar homenagem a Hipólito. O Presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei que estabelece a data de 1º de junho como o DIA DA IMPRENSA. A mudança foi originada através de projeto de Lei do Deputado Nélson Marchezan (PSDB-RS). No dia 21 de abril de 1960, na inauguração da nova Capital Federal, Assis Chateaubriand, diretor- presidente dos Diários Associados, reeditou o Correio Braziliense. Marchezan presidiu a Câmara dos Deputados na ditadura Militar, regime que censurou jornais e assassinou jornalistas. Na época, o Deputado não moveu uma palha para acabar com a censura e assegurar que a imprensa brasileira voltasse a ser independente e livre como o Correio de Hipólito José da Costa. (Jornal do jornalista, agosto/setembro/1999; O Imparcial, setembro/1999). REFERENCIAS MIRANDA, Darci Arruda. Comentários à Lei de Imprensa. 3ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995. 844 p. SALERNO, Fernando Mauro M. O Papel da Imprensa. 2006. Disponível em: http://www.hottopos.com/mirand3/opapelda.htm SILVA, Mauricio Jose da; GONÇALVES, Alex Guerson. Um ensaio sobre a consolidação de estado nacional no Brasil e o papel da imprensa. Rio de Janeiro, UERJ, 2006. SCHEEL, Marcio. Imprensa engessada: Jornalista acaba refém de um novo árbitro: a Justiça. Revista Consultor Jurídico, 3 de setembro de 2003. Disponível em: http://conjur.estadao.com.br/static/text/3622,1
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