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Bruna França Antimicobacterianos Esquema terapêutico: 1. Isoniazida-rifampicina administrada durante 9 meses cura 95 a 98% dos casos de tuberculose causados por cepas suscetíveis. 2. A adição da pirazinamida à combinação de isoniazida e rifampicina durante os dois primeiros meses: terapia de 6 meses 3. Prática clínica: isoniazida, rifampicina, pirazinamida mais etambutol (não aumenta atividade global - proporciona cobertura adicional em caso de resistência), até que se tenha determinado a sensibilidade do isolado clínico. Primeira Linha Representantes MA e Resistência Farmacocinética e Farmacodinâmica Uso clínico e EAs Isoniazida inibe a síntese de ácidos micólicos, que são componentes essenciais das paredes celulares das micobactérias. Sendo um profármaco ativado por KatG (a catalase-peroxidase micobacteriana). A forma ativada da isoniazida produz um complexo covalente com uma acil-proteína transportadora (AcpM) e com a KasA (uma sintetase da proteína transportadora betacetoacil) que bloqueia a síntese de ácido micólico. A resistência está associada a mutações que resultam em expressão excessiva de inhA, que codifica uma proteína transportadora acil-redutase dependente de NADH - resistência de baixo nível à isoniazida e resistência cruzada à etionamida; à mutação ou deleção do gene katG - resistência de alto nível à isoniazida e, com frequência, não apresentam resistência cruzada à etionamida; a mutações promotoras que resultam na É absorvida no TGI sendo difundida para líquidos e tecidos orgânicos. O metabolismo da isoniazida, sobretudo a acetilação pela N-acetiltransferase hepática, é determinado por meios genéticos. Os metabólitos da isoniazida e uma pequena quantidade do fármaco inalterado são excretados principalmente na urina. A dose não precisa ser ajustada quando há insuficiência renal. A posologia típica da isoniazida é 5 mg/kg/dia; a dose normal para um adulto é de 300 mg, administrados uma vez ao dia. Até 10 mg/kg/dia podem ser utilizados em quadros de infecção grave ou quando a má absorção é um problema. Nos efeitos adversos podemos ter: (1) reações alérgicas: febre e erupções cutâneas. podendo ter lúpus eritematoso sistêmico induzido por fármaco; (2) toxicidade direita: hepatite avaliada pelos valores de aminotransferases - avaliar necrose hepatocelular; (3) neuropatia periférica é mais provável em acetiladores lentos e em pacientes com condições predisponentes, como desnutrição, alcoolismo, diabetes melito, Aids e uremia; (4): hematológicas: indução de anemia por deficiência de piridoxina, zumbido e desconforto gastrintestinal, além de poder reduzir o metabolismo da fenitoína Bruna França expressão excessiva de ahpC, um gene envolvido na proteção da célula contra o estresse oxidativo, e a mutações no kasA. Rifampicina Liga-se à subunidade b da RNA-polimerase (bacteriana) dependente do DNA bacteriano e, assim, inibe a síntese de RNA. A resistência resulta de qualquer uma das várias mutações puntiformes possíveis em rpoB, o gene para a subunidade b da RNA-polimerase resultando na redução da liigação da rifampicina à RNA-polimerase. Logo, é eficaz contra micobactérias. Penetra rapidamente na maioria dos tecidos e nas células fagocíticas. Não há resistência cruzada com outras classes de fármaco antimicrobianos, mas sim com outros derivados da rifamicina, como rifabutina e rifapentina. É bem absorvida após administração oral e é excretada principalmente no fígado pela bile. Sofre, então, recirculação entero-hepática, sendo a maior parte excretada como metabólito deacilado nas fezes e uma pequena quantidade na urina. O ajuste da dose em quadros de insuficiência renal ou hepática não se faz necessário A rifampicina, em geral 600 mg/dia (10 mg/kg/dia) por via oral, deve ser administrada com isoniazida ou outros fármacos antituberculose em pacientes com tuberculose ativa, visando evitar o surgimento de micobactérias resistentes ao tratamento. Além disso, pode ser utilizada para estado de portador meningocócico, profilaxia nos contatos de crianças com doença por Haemophilus influenzae do tipo b., quando combinada com um segundo agente é utilizada para erradicar o estado de portador estafilocócico. ou tratamento de infecções estafilocócicas graves, como osteomielite e endocardite de prótese valvar. Produz uma coloração alaranjada inócua à urina, ao suor e às lágrimas. Destaca exantemas, trombocitopenia e nefrite. Além de poder causar icterícia colestática e, ocasionalmente, hepatite; comumente provoca proteinúria de cadeia leve. Quando administrada com frequência inferior a duas vezes por semana, pode causar uma síndrome semelhante à gripe caracterizada por febre, calafrios, mialgias, anemia e trombocitopenia. Sua utilização foi associada à necrose tubular aguda. A rifampicina induz intensamente a maioria das isoformas do citocromo P450 (CYP1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4), o que aumenta a eliminação de vários outros fármacos, inclusive metadona, anticoagulantes, ciclosporina, alguns anticonvulsivantes, inibidores da protease, alguns inibidores não nucleosídeos da Bruna França transcriptase reversa e Anticoncepcionais, portanto resulta em níveis séricos muito menores desses fármacos. Etambutol Inibe as arabinosil-transferases das micobactérias, que são codificadas pelo óperon embCAB. As arabinosil-transferases estão envolvidas na reação de polimerização do arabinoglicano, um componente essencial da parede celular das micobactérias. A resistência é causada por mutações que resultam em expressão excessiva dos produtos do gene emb ou dentro do gene estrutural embB. A resistência ao etambutol surge rapidamente quando o medicamento é empregado de forma isolada. Portanto, o etambutol sempre deve ser administrado em combinação com outros fármacos antituberculose. É bem absorvido no intestino.. Cerca de 20% do fármaco é excretado nas fezes, e 50%, na urina na forma inalterada.Acumula-se na insuficiência renal, e a dose deve ser reduzida pela metade quando a depuração da creatinina for inferior a 10 mL/min. O etambutol atravessa a barreira hematencefálica apenas quando as meninges estão inflamadas. O cloridrato de etambuto geralmente é administrado em dose única diária em combinação com isoniazida ou rifampicina para tratamento de tuberculose ativa. A dose mais elevada é recomendada para o tratamento da meningite tuberculosa. Os EAs são raros, tendo como mais comum mais comum a neurite retrobulbar, resultando em perda da acuidade visual e em cegueira para as cores vermelho e verde. Pirazinamida É captada por macrófagos e exerce sua atividade contra as micobactérias que residem no ambiente ácido dos lisossomos. É convertida em ácido pirazinoico – a forma ativa do fármaco – pela pirazinamidase micobacteriana, codificada pelo pncA. O ácido pirazinoico interrompe o metabolismo da membrana celular das micobactérias e abala sua função de transporte. A resistência pode decorrer de comprometimento da captação da pirazinamida ou de mutações no pncA que comprometem a conversão da pirazinamida na sua forma ativa. Administrada via oral, sendo bem absorvida no trato gastrintestinal com ampla distribuição nos tecidos orgânicos, inclusive nas meninges inflamadas. O composto original é metabolizado pelo fígado, mas os metabólitos são depurados nos rins (alerta em pacientes com DR). É um importante fármaco de primeira linha em conjunto com a isoniazida e com a rifampicina nos esquemas de série curta como agente de “esterilização” ativo contra os organismos intracelulares residuais que podem provocar recidiva. Os EAs são hepatotoxicidade, náuseas, vômitos, febre medicamentosa e hiperuricemia (uniforme - não é motivo para interromper, pensar em artrite gotosa aguda). Bruna França Os bacilos da tuberculose desenvolvem resistência à pirazinamida com bastante rapidez, mas não há resistência cruzada com a isoniazida ou com outros fármacos antimicobacterianos. Estreptomicina cap 45 A estreptomicina penetra mal nas células e é ativa principalmente contra os bacilos extracelulares da tuberculose.O medicamento atravessa a barreira hematencefálica e alcança concentrações terapêuticas com as meninges inflamadas. O sulfato de estreptomicina é utilizado quando um fármaco injetável é necessário ou desejável, e no tratamento de infecções resistentes a outros fármacos. Nos EAs é é ototóxica e nefrotóxica. A vertigem e a perda da audição são os efeitos colaterais mais comuns e podem ser permanentes. A toxicidade mantém relação com a dose, e o risco aumenta nos idosos. Segunda Linha Utilizados quando (1) resistência aos agentes de primeira linha; (2) insucesso clínico com a terapia convencional; (3) reações medicamentosas graves que impeçam o tratamento. Etionamida Está quimicamente relacionada com a isoniazida, e bloqueia, de modo similar, a síntese dos ácidos micólicos. Administrada de forma oral, metabolizada no fígado. EAs: hepatotóxicos, irritação gastrointestinal e neurológicos Capreomicina Antibiótico inibidor da síntese do peptídeo proteico, obtido a partir do Streptomyces capreolus. Administração via IM, As cepas de M. tuberculosis resistentes à estreptomicina ou à amicacina geralmente são sensíveis à capreomicina. A resistência a esse medicamento, quando ocorre, pode ser causada por uma mutação em rrs. EAs: nefrotóxica e ototóxica, ocorre zumbido, surdez e distúrbios vestibulares. A injeção causa dor local significativa, podendo ocorrer abscessos estéreis. Ciclosserina É um inibidor da síntese da parede celular Administrado via oral, eliminado por via renal, e a dose deve ser reduzida pela metade quando a depuração da creatinina for inferior a 50 mL/min. EAs: neuropatia periférica e disfunção do sistema nervoso central, inclusive depressão e reações psicóticas podendo se associar a piridoxina para reduzir a toxicidade neurológica. Bruna França Ácido aminossalicilíco É um antagonista da síntese de folato ativo quase exclusivamente contra o M. tuberculosis. É estruturalmente similar ao ácido p-aminobenzoico (PABA) e às sulfonamidas Administrado VO, metabolizado no TGI aonde distribui-se amplamente nos tecidos e líquidos orgânicos, exceto no líquido cerebrospinal. É excretado na urina, em parte como ácido aminossalicílico ativo, em parte como composto acetilado e outros produtos metabólicos. EAs: Sintomas gastrintestinais com possibilidade de úlcera péptica e hemorragia, além de reações de hipersensibilidade manifestadas por febre, dores articulares, exantemas cutâneos, hepatoesplenomegalia, hepatite, adenopatia e granulocitopenia Canamicina e Amicacina A canamicina foi utilizada para tratamento da tuberculose provocada por cepas resistentes à estreptomicina. A amicacina está tendo uma função mais importante no tratamento da tuberculose em razão da prevalência de cepas multirresistentes. Também é ativa contra micobactérias atípicas. Não há resistência cruzada entre estreptomicina e amicacina, porém a resistência à canamicina frequentemente indica resistência também à amicacina. É indicada para o tratamento da tuberculose suspeita ou sabidamente causada por cepas resistentes à estreptomicina ou multirresistentes. Esse medicamento deve ser utilizado em combinação com pelo menos um, e preferivelmente dois ou três, outro fármaco para o qual o isolado seja sensível no tratamento dos casos resistentes a medicamentos. Fluoroquinolonas O ciprofloxacino, o levofloxacino, o gatifloxacino e o moxifloxacino inibem cepas de M. tuberculosis em concentrações inferiores a 2 mcg/mL. Também são ativos contra micobactérias atípicas. São uma adição importante aos medicamentos disponíveis para o tratamento da tuberculose, em especial para as cepas resistentes aos agentes de primeira linha. A resistência, que pode resultar de qualquer uma das váriasmutações puntiformes na subunidade A da girase, desenvolve-se rapidamente quando uma fluoroquinolona é usada como agente isolado; assim, o medicamento deve ser utilizado em combinação com outros dois ou mais agentes ativos. Linezolida Utilizada em combinação com outros medicamentos de segunda e terceira linhas no tratamento de pacientes com tuberculose provocada por cepas multirresistentes a fármacos. A negativação das culturas de escarro foi associada ao uso de linezolida nesses casos. Ef EAs: supressão da medula óssea e neuropatia óptica e periférica irreversível, foram relatados nas séries de terapia prolongadas necessárias no tratamento da tuberculose. Neste momento deve ser considerada como medicamento de último recurso a ser usado em caso de cepas multirresistentes que também sejam resistentes a vários outros agentes de primeira e segunda linhas.
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