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1 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 SINAIS E SINTOMAS Os sintomas de HSA e AVCh podem ser muito parecidos com AVCi, sendo difícil diferenciar sem uma TC. No entanto, algumas coisas falam mais a favor de um do que de outro. O AVCh e HSA se complementam muito em tratamento, se diferenciando mais na abordagem final neurocirúrgica. O tratamento inicial e a sintomatologia dos dois são parecidos. O AVCh e o HSA tendem a ser mais grave que o AVCi. No entanto, existem níveis diferentes. Pode ser que tenha um AVCi que seja muito mais grave que um hemorrágico. A tendência é que a HSA/AVCh seja pior que o isquêmico, a menos que este pegue uma área muito extensa. Não dá para diferencia-los sem TC, mas dá para direcionar o pensamento. Quando há mais sinais de HIC (anisocoria, pupila multiforme, pupila média-fixa) fala mais a favor de hemorragia, de HSA, de hemorragia intraparenquimatosa cerebral do que de AVCi. Anisocoria é sinal de herniação de uncus. Pupila puntiforme é sinal de herniação de ponte. Pupila média-fixa é sinal de herniação de amigdala. mesencéfalo. Todos esses sinais de HIC são sinais de edema, indicando mais AVCh/HSA do que AVCi. Normalmente, HSA/AVCh não faz perda de força muscular, não tem assimetria facial, não tem disartria. Os sintomas são mais associados a: • Nistagmo: nistagmo cerebelar (vertical) com fase descendente rápida. • Cefaleia: intensa. Pior cefaleia da vida. • Vômitos: principalmente em jato. Não associado a náusea, principalmente na HSA, que faz a irritação meníngea. • Hipertensão: mais presente no AVCh/HSA do que no isquêmico. O RNC também é mais comum no hemorrágico do que no isquêmico. São sintomas mais graves do que os do AVCi. São mais comuns no isquêmico do que no hemorrágico: • Perda de equilíbrio. • Ataxia de marcha. • Afasia. • Disartria. Então, perda de força, desequilíbrio, disartria, afasia são mais comuns no AVCi do que no hemorrágico. No entanto, se a hemorragia for na fossa posterior também vai dar perda de equilíbrio, ataxia de marcha. Então, a sintomatologia pode direcionar para o tratamento de AVCI ou AVCH. Mas, só define de fato com a TC. AVEH e HSA 2 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 AVC hemorrágico de lenticulado, pegando o joelho da capsula interna – o putamen e o globo pálido. Na maioria das vezes, a etiologia desses AVCs é hipertensivo. Lembrete: cápsula interna não é a mesma coisa que putamen e globo pálido... Hemorragia dentro do tálamo. É uma hemorragia nucleocapsular talâmica. Hemorragia grande dentro do tálamo. É sempre bom calcular o volume do hematoma. Na imagem superior: AVC hemorrágico frontal. Na imagem do meio: AVC hemorrágico na ponte Tálamo. Na imagem inferior: AVC hemorrágico na fossa posterior. AVC hemorrágico no tálamo ponte. Essa imagem mostra um HSA, com sangue nas cisternas. Fissuras Sylvianas, pré pontinhas, ambiens, quadrigeminal com sangue. Orelha do Mickey. Tem um grau de hidrocefalia, pelos cornos dos ventrículos laterais abertos. 3 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 Sangue dento dos ventrículos. HSA fisher 4. Hemorragia talâmica. HSA → sangue nas cisternas e fissuras. OUTROS EXAMES Quando chega um neurocrítico com a sintomatologia já falada, tenta-se, ao máximo, blindar o paciente e tentar chegar a esse diagnóstico o mais rápido possível. Alguns exames são extremamente necessários. • Hemograma e coagulograma: importante pedir. • VDRL: salvador tem epidemia de sífilis. E tem que pensar em sífilis terciária para pacientes com sintomas neurológicos. Principalmente em mulher em idade fértil com sintomatologia neurológica. Inclusive, faz VDRL no líquor e no sangue. • Sódio e potássio: o RNC pode ser por um distúrbio eletrolíticos, principalmente em paciente idoso. • ECG: existe um tipo de supra no ECG chamado supra cerebral --: quando há uma hipertensão intracraniana violenta e o eletro faz um supra. Não é infarto. Então, é uma das causas que supra o ECG e não é infarto. • HGT: primeiro exame em paciente rebaixado. • Doppler de carótidas e artérias vertebrais: feito em AVC isquêmico. • Ecocardiograma: também vale mais para o AVEi, para saber se é cardioembólico ou não. • Punção lombar: pode ser feita para identificar se é quadro de meningite. Além disso, para dar diagnóstico de HSA, principalmente a partir do 3º dia de sintoma, que pode ocorrer xantocromia liquórica. A punção lombar não faz sentido pedir no AVCh ou no AVCi. Lembrando que antes da punção lombar, precisa de uma TC para descartar HIC. • RNM sequência de difusão / RNM FLAIR (T2): A sequência de difusão é o ideal, por detectar de forma mais precoce o AVCi. Depois pode seguir com a sequência de Flair. • Mismatch pode ser feito para fazer a avaliação mais precisa de áreas de penumbra, para saber se consegue fibrinolizar o paciente com AVCi com mais de 4:30h de sintomas. Pelo tempo, já teria perdido a chance de fazer, mas com o Mismatch dá para ver que tem área cerebral para ser salva, podendo fibrinolizar, aumentando o tempo possível de fazer com sintomas para 6-9h. • Em resumo, essa sequência de RNM permite saber se ainda tem área viável no cérebro com possibilidade para salvar. • O exame que mais PRECOCEMENTE identifica o AVCI é a RNM por sequência de difusão!!! • Arteriografia cerebral por subtração digital: pode ser feita em caso de HSA não traumática. Lembrando que a maior causa de HSA é traumática. A segunda principal causa é o 4 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 aneurisma. A arteriografia por subtração digital permite identificar o aneurisma, podendo mandar para hemodinâmica fazer uma clipagem ou para a neurocirurgia. • Punção lombar. • Arteriografia cerebral por subtração digital: Só faz se tiver TC evidenciando sangue nas cisternas, cisuras e/ou ventrículos = HSA. • Fundoscopia: exame simples, feito a beira leito, que já identifica papiledema. Ou seja, pode dar sinais de HIC. • USG no nervo óptico também pode ser feito. Vai dizer se a bainha está dilatada ou não, pois é sinal indireto de HIC HGT, ECG, sódio, potássio, VDRL, hemograma, coagulograma é pedido para todo mundo! Fisher 3 (não chegou ainda nos ventrículos). A HSA é dividida em Fisher 1, 2, 3, 4. O diagnóstico é com TC, a menos que tenha feito uma arteriografia por subtração digital e visto um aneurisma roto. Principal causa de HSA é trauma cranioencefálico e a segunda causa é aneurisma roto. Toda HSA (sangue em cisternas e cisuras), onde a ponte fica branca, tem sua origem não traumática principal o aneurisma roto. Fisher 1: TC normal. Tem sintomas: cefaleia intensa, vômito. A punção lombar pode ter xantocromia liquórica. Diagnóstico pela punção lombar, principalmente após 3º dia de sintoma, por conta do aparecimento da xantocromia liquórica, ou com arteriografia cerebral com presença do aneurisma roto. Fisher 2: lâmina de 1mm de sangue nas cisternas e cisuras. É difícil, mas consegue ver. Fisher 3: coleções de sangue na cisterna e cisuras, com mais de 1mm de espessura. Fisher 4: sangue nos ventrículos (hemoventrículos) ou intraparenquimatoso. O AVCh, se não matar ou deixar grave sequela no início, tem melhor prognóstico do que a HSA a longo prazo. A HSA pode matar e sequelar no início, além de pior prognóstico a longo prazo. Nem sempre sangue nos ventrículos é igual a DVE (derivação ventrículo externo). Pode ser que tenha sangue nos ventrículos, mas não dilatou. O próprio sistema de reabsorção liquórica vai reabsorver. Mas, sangue nos ventrículos com sinal de HIC, com abertura de cornos temporais de ventrículos laterais, com terceiro ventrículo ingurgitado,precisa analisar possibilidade de DVE. Não há um “ponto de corte” para se decidir, depende da clínica e do comprometimento cerebral. Em resumo: a HSA pode ser classificada em Fisher 1,2,3 e 4. Na 1: TC normal; Fisher 2: uma lâmina de 1 mm de sangue nas cisternas e cisuras.; Fisher 3: sangue nas cisternas e cisuras com mais de 1 mm de espessura; Fisher 4: hemoventrículo ou intraparenquimatoso. MNEMÔNICO CHIRV – A HSA faz muita convulsão, pois irrita sistema meníngeo; hidrocefalia é base da hipertensão intracraniana da HSA, que nada mais é 5 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 do que jogar muito mais volume do que o sistema liquórico comporta; isquemia por vasoespasmo e ressangramento. Atentar que vasoespasmo é uma complicação importantíssima dos pós HSA. Ou seja, o risco da HSA não é só no primeiro momento, por isso é fundamental estabilizá-lo e mantê-lo em observação em unidade fechada de preferência por pelo menos 21 dias. TODA HSA FAZ VASOESPASMO CEREBRAL, porém o nível de vasoespasmo é que determina se o paciente terá ou não repercussões neurológicas. Das HSAs, a que mais fácil faz vasoespasmo é a Fisher 3, por isso que cronicamente é a mais perigosa. Fisher 1: 15% de risco de vasoespasmo; Fisher 2: 25%; Fisher 3: 35%; Fisher 4: 25%. O vasoespasmo pode ocorrer do ictus até o 21º dia, porém o intervalo mais crítico é de 7-10 dias. Quanto ao tratamento, atualmente tem se dado predileção para a hemodinâmica, pois apesar do risco de ressangramento ser igual, é menos invasivo, portanto, o pós operatório é bem melhor. O tratamento para minimizar vasoespasmo cerebral grave é o Nifedipino. Atentar sempre para pacientes com cefaleia grave, vômito, rebaixamento do nível de consciência, persistência dos sintomas, mesmo com analgesia. Na mínima chance de gravidade, é essencial investigar. ESCORE PROGNÓSTICO DO AVC-H Existem escores para prognóstico de AVCH, os neurocirurgiões utilizam esse escore como ponto de corte para definir em quem vai ter investimento pleno e quem terá tratamento conservador. Inicialmente avalia-se o Glasgow: 3-4: 2 pontos; 5- 12:1 ponto; >12: 0 pontos; Volume do hematoma > ou igual a 30 cm³: 1 ponto; tem inundação ventricular? 1 ponto; Origem infratentorial – ponte, cerebelo, amígdala...: 1 ponto ou supratentorial - diencefálica: 0 pontos; Idade igual ou superior a 80 anos: 1 ponto. Se o somatório for maior ou igual a 3 pontos: elevadíssima mortalidade; normalmente não se indica abordagens mais agressivas, como cirurgias, por conta do risco de óbito. TRATAMENTO DO AVC-H/HSA 1. Elevação da cabeceira entre 30 – 45º. Não existe paciente neurocrítico com cabeceira baixa, aumenta ainda mais a pressão intracraniana. Essa é uma das medidas básicas de hipertensão intracraniana. Investigar se o paciente teve trauma raquimedular antes da elevação da cabeceira. 2. Proteger vias aéreas – fentanil + propofol. Óbvio que a via aérea tem que ser protegida. Tem que ver se o paciente tem ou não condição de proteger via aérea. Qual a melhor forma de ver isso? Pelo Glasgow. Glasgow menor igual a 8: intuba. Se for intubar, usar que droga? Fentanil + propofol. A maioria das vezes a pressão dele vai permitir. Tem uma série de vantagens de usar propofol: • Vantagens do propofol: ½ vida curta, tempo de ação curto, hipnótico, anticonvulsivante, hipotensor, neuroprotetor; Hipotensor é uma vantagem se o paciente estiver com pressão alta. A maioria dos pacientes com HSA/AVC hemorrágico tem pressão alta. Propofol é a droga do neurocrítico (NÃO ESQUECER). Dúvida: é um paciente que precisa de sedação profunda inicialmente?? Essa sedação profunda não deve ser buscada em nenhum contexto. Induzir coma em um paciente não é uma opção. A ideia é que o paciente fique com um RASS entre 0 e -1 mas também não quer um de -5. RASS de 3, 4 no início, o mínimo de sedação possível para poder ficar acomodado no ventilador. Acomodou no ventilador está tudo certo. Se ele acomodou no ventilador com 6 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 5mL/H de propofol é 5mL/H de propofol que vou deixar, não deixar o paciente em coma que não é bom. O ideal é fazer sedativo e analgesia. Fazer sedação sozinho induz delirium. Mas com os dois no mínimo possível, para manter o paciente confortável na ventilação, sem interação com o ventilador, para manter um troca gasosa adequada, volume corrente adequado. O despertar diário caiu por terra, mas ainda é utilizado. Antigamente se desligava a sedação, hoje em dia, reduz a sedação, principalmente pela manhã. Chegou no plantão, o paciente está com 20mL/h de propofol, diminui 5mL/h, não precisa desligar o propofol, até porque ele pode interagir, a PIC pode aumentar. Se sustentar 15 mL/h, mantém, se sustentar por 4 h, cai para 10 mL/h e vai desmamando, é o despertar diário. Só não pode ser feito como era feito antigamente que tinha, por exemplo, 40mL/h e desligava. Às vezes que tem de fazer uma mistura de drogas para ter melhor aceitação à retirada das drogas, como precedex, que é uma droga que faz uma sedação, mas ao mesmo tempo, deixa o paciente sem vigília, essa droga é utilizada para desmame de sedação. Não deixa sem, mas também não tira totalmente. O neurocheck é feito de 1 em 1 hora, reavalia pupilas, pressão, reflexos de dor, outros reflexos como olho de boneca. Quanto mais grave menor o tempo, exemplo o paciente com anisocoria (15 em 15 min). Depois da estabilização de 2 em 2, 3 em 3... Tomar cuidado quando intubar o paciente: • IOT com cabeceira elevada e evitar reflexos de vômito ou tosse; Ou seja, pode fazer o bloqueador neuromuscular para evitar esses eventos (rocurônio 50 mg IV bolus só para induzir). Por que evitar reflexos de vômito ou tosse? E por que intubar com cabeceira elevada? Cabeceira elevado porque a primeira medida é cabeceira elevada, quanto mais se eleva a cabeceira menos sangue venoso fica no cérebro, sendo uma medida boa e simples de redução da PIC. Segundo ponto é que o paciente está com hipertensão intracraniana não tem nada mais que aumente a pressão intracraniana do que vomitar e tossir. Além de que o paciente não está com proteção de via aérea, se vomitar, tem broncoaspiração. O paciente tem que estar bem sedado, analgesiado e bloqueado, com a intubação rápida, se estimular a glote ou colocar o tubo no esôfago e ele fizer reflexo de vômito, a PIC aumenta. 3. Controle de TA – visar uma PAS alvo de 140mmHg nas primeiras 6 horas, e tolerar até 160mmHg nas próximas horas; Dúvida: nos hemorrágicos, a PAS é mais importante do que a PAD, no isquêmico a PAD tem mais importância, tem muita associação com aumento da área de isquemia do que a PAS. Se faz uma hipertensão permissiva. O AVC isquêmico é diferente. Mas no hemorrágico eu quero um controle rigoroso da pressão. Qual a droga? • Niprid sol. Padrão IV em BI ACM – começar com 5 – 10ml/h; • Não abaixar rápido demais - estudo Interact 2 Se baixar demais, suspende, aí volta, se baixar de menos, aumente aí ela abaixa mais. Aí começa com 5 a 10 mL/h. a enfermeira vai perguntar qual a vazão, vai controlando conforme pressão vai descendo ou subindo. O estudo Interact fala que tem que reduzir a pressão do AVC hemorrágico/HSA a uma PAS de 140mmHg nas primeiras 6 horas, porém isso não precisa ser feito rápido. E depois das 6 horas pode deixar uma hipertensão permissiva de 160mmHg. O estudo comparou um grupo de avc hemorrágico que baixou pressão muito rápido nas primeiras 6 horas X um grupo de avc hemorrágico que baixou a pressão paulatina, quem baixou mais rápido teve maior mortalidade. Tem que ser feito paulatinamente, de 5 em 5 mL/h. E avaliando para ver se a pressão está caindo. Se viu que caiu demais, diminui a dose do Nipridou deixa a dose para permanecer mais um tempo naquela pressão. Depois que passou as 6 horas se a PAS subiu até 160 você aceita. Não precisa mexer nessa PAS. No AVC hemorrágico/HSA o que mais aumenta hemorragia é a PAS, diferente do avc isquêmico, que o PAD é pior para o AVC isquêmico. 4. Controle da PIC: • Se PIC > 20mmHg ou se sinais de HIC (papiledema, alterações pupilares, aumento da bainha do nervo óptico, desvio de linha média 7 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 >5mm, edema cerebral difuso, tríade de Cushing...) Se o paciente tiver essas condições acima, tratar a PIC. Como: Primeira linha: Não fazer os dois de vez. A cada 1 hora ou 30 minutos, faz um depois o outro. ❖ Manitol – 1g/kg IV. Correr em 1h; ❖ Solução salina hipertônica – sol salina a 7,5% (10 amp de NaCl 20% + 200ml de NaCl 0,9% = 300ml de NaCl a 7,5%) – correr IV em BI em 1h – correr em acesso venoso central (a droga é muito concentrada). Visa aumentar a osmolaridade do plasma, fazendo com que o plasma sugue mais o edema do cérebro para o vaso, deixando mais líquido dentro do vaso e não edemaciando o cérebro. • Segunda linha: altamente controversos, não é muito utilizado. ❖ Indução de coma barbitúrico. ❖ Hipotermia. ❖ Hiperventilação – sat JVO > 75% - reduz PIC as custas de redução de FSC – meta de PCO2 entre 30 – 35 mmHg – evitar hiperventilar por mais de 20 min. Depende do bulbo de jugular. Se a saturação venosa do bulbo de jugular for maior que 75%, vale a pena hiperventilar. Visando lavar CO2 e quando lavo CO2, acaba tendo uma vasodilatação periférica e vasoconstrição cerebral, menos sangue vai para o cérebro, mais sangue fica no vaso, aí reduz PIC as custas de redução do fluxo sanguíneo cerebral. Nem sempre é bom. Porque se o paciente quiser oxigênio, se for um cérebro hipermetabólico, é ruim. Meta de PCO2: entre 30 e 35. A ideia é não hiperventilar por mais de 20 minutos. TRATAMENTO DEFINITIVO • Depende da causa da HIC. ❖ DVE; se for HSA com repercussão neurológica grave, hidrocefalia grave. ❖ Craniectomia descompressiva; dependendo do volume de hematoma, quanto está fazendo aquele paciente rebaixar a nível de consciência, sinais de hipertensão intracraniana. O tratamento definitivo é neurocirúrgico... clipagem de aneurisma, drenagem de hematoma. CUIDADOS E METAS PÓS ESTABILIZAÇÃO Assim que estabilizou o quadro: cabeceira (30/45°), garantiu a proteção de via aérea, fez o controle de pressão (controle nas primeiras 6 horas de 140, depois para 160 nas próximas horas), fez as condutas do manitol e/ou solução salina hipertônica (lembrar de não fazer as duas juntas). O professor faz normalmente a salina hipertônica primeiro (acesso central), depois o manitol. E viu se é uma patologia que que dá para hiperventilar, pode renunciar a um bulbo de jugular e outros dados para poder ver se ele tem ou não, por exemplo, AVC isquêmico agudo já não fazer hiperventilação, se for um paciente com crises convulsivas reentrantes é mais complicado hiperventilar porque o cérebro dele vai ter uma demanda maior por oxigênio. • Cabeceira a 30 – 45º; • PCO2 35 – 40 mmHg; • Na: 145 – 155 pra não perder osmolaridade plasmática e perder líquido para o 3º espaço porque aí edemacia mais ainda o cérebro. • Tomografia de controle após 48h. • Omeprazol para úlcera gástrica entra imediatamente. • Profilaxia para TVP/TEP – 48h após estabilização do quadro + conduta neurocirúrgica definitiva (alguns livros trazem 24 h). - Tem que ter TC de controle que mostre ausência de sangramento. - Não pode ter piora clínica neurológica. - Não pode ter piora radiológica (ex: aumento de hematoma, de ventrículo, que a HSA não aumento o sangramento). • Diazepam 10mg IV ou midazolam 10mg IM – se crise convulsiva. • Hidantal – apenas se crise convulsiva – ❖ Dose de ataque: 20 mg/kg IV diluído em 100ml de SF 0,9% ou água destilada (JAMAIS em SG por conta de precipitação do soluto) – IV em BI correr em 30 min – 1h ❖ Dose de manutenção: 100mg IV de 8/8h; • Nimodipino – APENAS EM HSA – evita vasoespasmo cerebral intenso; ❖ Dose – 60mg VO de 4/4h por 21 dias. 8 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 12 DEXAMETASONA – NÃO ESTÁ INDICADO PARA HSA OU AVCH! OBS: 1. Corticoide não está indicado para HSA ou AVCH. 2. Coma barbitúrico, hipotermia terapêutica: CONTROVERSO 3. Hiperventilar: depende - Tomar cuidado com bulbo de jugular < 75. - PCO2 < 35mmHG 4. Hidantal: depende (se convulsionou ou não). Induzir com propofol: anticonvulsivante, neuroprotetor, é a droga do neurocrítico. Se com propofol continuar convulsionando, adicionar ou tiopental ou associar ácido valproico, ou baclofeno + ácido valproico. Tiopental é a medida mais drástica possível. Lembrar que HIDANTAL NÃO TIRA DA CRISE, aumenta o limiar convulsivo!! Quem tira da crise é benzodiazepínico. O que você pode fazer é: induzir com propofol e manter com dormonid. E já entra com hidantal. Tonico-clônico: ácido valproico pega melhor. Focal: carbamazepina pega melhor. O medicamento depende muito do tipo de convulsão. Uma vez que ele convulsione, é preciso combater urgentemente para não aumentar a PIC. (TEXTOS ABAIXO SÃO DE SLIDES QUE MURILO PASSOU NA AULA MUITO RAPIDAMENTE) METAS DO TRATAMENTO • PAM> 80. • PPC>60. • PIC<20. • GG < SJO2 <75%. • SAT O2> 94%. • 24 < ECO2 < 42.
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