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Analista de Folha de Pagamento Folha de Pagamento 1 ÍNDICE Capítulo 1 – SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 6 1.1 Conceito de Remuneração 7 1.2 Salário Mínimo 7 1.3 Salário “in natura” 8 1.4 Equiparação Salarial 9 1.5 Recibo e Pagamento de Salário 9 1.6 Salário Complessivo 10 1.7 Piso Salarial 10 1.8 Política Salarial 10 Capítulo 2 – SALÁRIO COMPOSTO DE COMISSÕES 11 2.1 Salário à Base de Comissões 12 2.2 Forma de Remuneração – Anotações em CPTS 12 2.3 Prazos para Pagamento – Fixo e Comissões 12 2.4 Remuneração Mínima Devida ao Comissionista 13 2.5 Estornos de Comissões 14 2.6 Comissões x Rescisão Contratual 14 2.7 Comissionista X Horas Extras X Integração no DSR 15 Capítulo 3 – OUTRAS FORMAS DE REMUNERAÇÃO 16 3.1 Tarefeiro 17 3.2 Gorjeta 17 3.3 Ajuda de Custo 17 3.4 Diárias de Viagem 18 3.5 Despesa de Viagem a Serviço X Uso de Veículo do Empregado 18 3.6 Graticações 18 3.7 Prêmios 19 3.8 Abonos 19 3.9 Adicionais 19 3.9.1 Adicional de Insalubridade 19 3.9.2 Adicional de Periculosidade 24 3.9.3 Periculosidade no Setor de Energia Elétrica 25 3.9.4 Incidência do Adicional 26 3.9.5 Caracterização de Periculosidade 26 3.10 Salário-Família 28 2 Capítulo 4 – DESCONTOS DO SALÁRIO 30 Contribuição Sindical 31 Contribuição Assistencial 32 Contribuição Confederativa 33 Mensalidade Sindical 33 Contribuição a Previdência Social 33 Capítulo 5 – SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO 35 Verbas que Integram o Salário-de-Contribuição 36 Verbas que não Integram o Salário-de-Contribuição 36 Capítulo 6 – IMPOSTO DE RENDA NA FONTE 40 Dedução Mensal do Rendimento Tributável 41 Contribuição Previdenciária Dedutível do IRF 42 Dependentes 42 Pensão Alimentícia 43 Proventos e Pensões de Maiores de 65 Anos 43 Capítulo 7 – FGTS – FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO 44 7.1 Movimentação das Contas do FGTS 46 Capítulo 8 – VALE-TRANSPORTE e VALE-REFEIÇÃO / ALIMENTAÇÃO 47 Custeio do Vale-Transporte 49 Operacionalização do Vale-Transporte 50 Vale-Transporte x Incentivos Fiscais 50 Vale-Refeição / Alimentação 52 Capítulo 9 – ENCARGOS SOCIAIS 53 RAT - Risco Ambiental do Trabalho 54 Guia da Previdência Social – GPS 55 Prazos para Recolhimento em GPS 55 GPS – Campos Obrigatórios 56 GPS – Negativa 56 GPS – Retenção 56 GPS – Valor inferior a R$ 29,00 56 GPS – Obras de Construção Civil 57 GPS – Compensação Previdenciária 58 3 O conhecimento que faz a diferença! Em mais de 20 anos de atuação, a Employer conquistou o reconhecimento do mercado de RH por priorizar o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, garantindo soluções simples e ecazes para todos seus clientes. Agora, os Cursos Employer inauguram uma nova plataforma de atuação do grupo, completando um circuito de serviços de excelência: da seleção e contratação de mão-de- obra à qualicação de colaboradores. Integrando as melhores práticas de uma extensa vivência corporativa e conhecimento acadêmico, a Employer desenvolveu um sistema de cursos e treinamentos focados na melhoria contínua dos processos e da administração do moderno RH. 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Atualmente, é responsável pela divisão de Cursos Employer e instrutor do Senac. 4 Folha de Pagamento O uso da Folha de Pagamento é obrigatório para o empregador e deve car à disposição da scalização. Ela pode ser feita à mão, por processo mecânico ou eletrônico. Nela são registrados mensalmente todos os valores referentes à remuneração dos empregados, divididos em duas partes: PROVENTOS – são os valores de ganho do funcionário e podem ser compostos por: · Salário • Horas extras • Adicional de Insalubridade · Adicional de periculosidade • Adicional noturno • Salário-família · Diárias de viagem • Ajuda de custo • Qüinqüênios · Prêmios • Graticações • Outros DESCONTOS – são os valores que devem ser deduzidos do trabalhador referentes a: · INSS • Imposto de renda retido na fonte • Contribuição sindical · Seguros • Adiantamentos • Faltas e atrasos • Vale-transporte · Convênio com farmácia • Convênio com associação • Outros A denição destes itens e suas formas de cálculo e processamento na composição da Folha de Pagamento é o que veremos a seguir. 5 CAPÍTULO 1 SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 6 Salário ou remuneração é o conjunto de vantagens habitualmente atribuídas aos empregados, em contraprestação de serviços ao empregador. Segundo alguns juristas, a diferença entre os termos salário e remuneração, está no fato de o primeiro dizer respeito apenas ao pagamento em dinheiro, e o segundo engloba também as utilidades, ou benefícios, como alimentação, moradia, vestuário, e outras prestações “in natura”. Segundo legislação brasileira, salário é o valor pago como contraprestação dos serviços prestados pelo empregado, enquanto remuneração engloba este, mais outras vantagens a título de gratificação ou adicionais. Observe: ( 1.1 Conceito de Remuneração – Art. 457 da CLT ) Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. · Integram o salário não só a importância xa estipulada, como também as comissões, percentagens, graticações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador (§ 1º). · Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado (§ 2º). · Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados (§ 3º). ( 1.2 Salário Mínimo ) Salário Mínimo é a remuneração mínima estipulada por um governo para determinado número de horas trabalhadas. O salário mínimo é diferente em cada país. No Brasil, segundo o art. 76 da CLT, salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Mesmo quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona (art.78 da CLT). Da mesma forma, quando o salário mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário mínimo, vedado qualquer desconto em mês subseqüente a título de compensação (incluído pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/2/1967). No caso do empregado mensalista, o salário hora normal será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho por 30 vezes o número de horas dessa duração. Sendo o número de dias inferior a 30, adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês (art.64 da CLT). 7 Exemplo: Salário do empregado: R$ 880,00 Carga horária mensal: 220 horas Valor/hora: R$ 880,00 / 220 = R$ 4,00 por hora Já para o empregado diarista, o salário hora normal será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração do trabalho pelo número de horas de efetivo trabalho (art. 65 da CLT). Exemplo: Valor da diária: R$ 40,00 Carga horária diária: 8 horas Valor/hora: R$ 40,00 / 8 = R$ 5,00 por hora ( Importante: o pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a c o m i ss õ e s , p e r c e n t a g e n s e g r a t i c a ç õ e s . Q u a n d o o p a g a m e n t o h o u v e r s i d o estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do m ê s s ubseqü ente ao vencido ( a rt. 4 59 da CLT). ) ( 1.3 Salário “in natura” ) O conceito de salário “in natura” é denido pelo art. 458 da CLT que determina que, “além do pagamento em dinheiro, compreende- se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações ‘in natura’ que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado”. Este mesmo artigo proíbe o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas e determina que os valores atribuídos às prestações “in natura” deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário mínimo. A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos ns a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual (art. 458 § 3º da CLT). Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família (art. 458 § 4º da CLT). ( Atenção: Para os efeitos previstos no art. 458 da CLT, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (Lei nº. 10.243, de 19/6/2001). I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou ) 8 ( não por transporte público; IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro- saúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada. ) ( 1.4 Equiparação Salarial ) A aplicação da Equiparação Salarial é definida pelo art. 461 da CLT com as seguintes condições: Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Trabalho de igual valor será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos (art. 461 § 1º). Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. Estas promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade, dentro de cada categoria profissional (art. 461 § § 2º e3º). ( I m po r t a n t e : o t r a b a l h a d o r r e a d a p t a d o e m n o v a f un ç ã o p o r m o t i v o d e d e c i ê n c i a física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de p a r a d i g m a p a r a n s d e e q u i p a r a ç ã o s a l a r i a l ( a r t . 461 § 4 º d a C L T ) . ) ( 1.5 Recibo e Pagamento de Salário ) O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse m em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho (art.464 da CLT). O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária (art.464 da CLT). ( Importante: a prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do Pa ís. O pag a mento do sa lá rio r e ali z a d o co m i nobserv ância dest e a r t ig o co n sid e ra-s e como não feito (art.463 da CLT). ) 9 ( 1.6 Salário Complessivo ) Salário complessivo é aquele que engloba numa única prestação pecuniária o pagamento de diferentes parcelas. Tal prática é considerada indevida, pois impossibilita que se constate a exatidão dos valores e pagamentos efetivados. Sua nulidade é denida na Súmula nº 91 do TST – “Nula é cláusula contratual que xa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador”. As verbas salariais têm um nome próprio e devem ser pagas de forma destacada no recibo de pagamento de salário, especicando sua natureza e discriminando o seu valor. Observe os exemplos: Forma correta de apresentação: Denominação Referência Valor T otal Salário xo 220 300,00 Comissões 2.000,00 DSR s obre c omissões 400,00 Totais 2.700,00 Salário Complessivo Denominação Referência Valor Total Salário xo 220 300,00 ComisTsoõteasis+ D SR 22..470000,,0000 ( 1.7 Piso Salarial ) É o salário mínimo que certa categoria prossional tem que receber por força do seu acordo, convenção ou dissídio coletivo. ( 1.8 Política Salarial ) Política Salarial é o conjunto dos princípios e diretrizes que reetem a orientação e a losoa da organização, no que tange aos assuntos de remuneração de seus empregados. Assim, todas as normas presentes e futuras, bem como as decisões sobre cada caso, deverão orientar-se por estes princípios e diretrizes. A política salarial não é estática, pelo contrário, é dinâmica e evolui, aperfeiçoando-se com sua aplicação frente a situações que se modicam com rapidez. Uma política salarial bem elaborada deve conter: a) previsão de reajustes das classes salariais em função das alterações do mercado a m de acompanhar os índices de crescimento dos salários das empresas concorrentes. Essa 10 previsão deverá considerar o fator tempo e o fator incremento salarial; b) salários de admissão para as diversas classes salariais. O salário de admissão poderá ser inferior a até 10% ou 20% do limite mínimo da classe salarial, devendo ser ajustado ao valor desse limite após o período experimental, se o empregado corresponder às expectativas; c) aumentos salariais: qualquer ajuste salarial dentro da empresa deverá ser enquadrado como: ajustes coletivos, ajustes individuais (por promoção, enquadramento, mérito etc.); d) reajustes obrigatórios por lei, ou dissídios coletivos. CAPÍ TULO 2 SALÁRIO COMPOSTO DE COMISSÕES 11 Em algumas atividades, principalmente as relacionadas a vendas, é comum as partes envolvidas no contrato de trabalho estipularemque a retribuição pelos serviços prestados seja feita à base de comissões. Para tanto, em regra geral, é acordado um percentual “X” sobre as vendas efetivadas. Note que a remuneração do comissionista poderá, ainda, ser composta de parte xa, sem que esse fato descaracterize a modalidade de pagamento. ( 2.1 Salário à Base de Comissões ) A Lei nº 3.207 de 18/07/57, ao regulamentar as atividades dos empregados vendedores, viajantes ou pracistas, determina, em seu art. 2º que “o empregado vendedor terá direito à comissão, avençada sobre as vendas que realizar. No caso de lhe ter sido reservada, expressamente, com exclusividade, uma zona de trabalho, terá esse direito sobre as vendas ali realizadas diretamente pela empresa ou por um preposto desta”. Contudo, para que surja o direito às comissões é necessário que o empregador aceite a transação realizada pelo empregado. Conforme art. 3º desta mesma lei a transação será considerada aceita se o empregador não a recusar por escrito, dentro de 10 (dez dias), contados da data da proposta. Em se tratando de transação a ser concluída com comerciante ou empresa estabelecida noutro estado ou noutro país, o prazo para recusa da proposta de venda será de 90 (noventa dias), podendo ser prorrogado, por tempo determinado, mediante comunicação escrita feita ao empregado. ( 2.2 Forma de Remuneração – Anotações em CPTS ) Uma vez pactuada, entre empregador e empregado, a forma de remuneração deste último, deverá o empregador proceder à correspondente anotação na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador). As anotações concernentes à remuneração devem especificar todas as parcelas que a integram – parte fixa, comissões, percentagens, utilidades, etc., conforme o caso – e de forma igual àquela já constante em contrato de trabalho. ( Importante: todos os detalhes pactuados para a apuração de comissões, como b p a e s r c e e d n e t u i a n l c , i h d i ê p n ó c t e i a s e d s o d p e e r c c a e n n c t e u l a a l m r e s n p t o e c o t u i v o e , s t é o p r o n c o a d p a a s r c a o p m a i g s s a õ m e e s n , t d o e , v v e a m r i a c ç o ã n o s d t a e r em contrato de trabalho de forma clara e inequívoca. ) ( 2.3 Prazos para Pagamento – Fixo e Comissões ) Conforme o art. 459 da CLT, “o pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade de trabalho, não deve ser estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações”. O pagamento de comissões e percentagens só é exigível após ultimada a 12 transação a que se referem. Nas transações realizadas por prestações sucessivas, o pagamento de comissões e percentagens que lhe disserem respeito será exigível proporcionalmente à liquidação respectiva, sendo certo que a cessação das relações de trabalho não prejudicará a percepção de comissões ou percentagens pertinentes a transações já concluídas (art. 466 da CLT). Nos termos da Lei nº 3.207/57 o pagamento de comissões e percentagens deverá ser feito mensalmente, expedindo a empresa, no fim de cada período (mês), a conta respectiva com as cópias das faturas correspondentes aos negócios concluídos. Faculta-se às partes a fixação de outra época para o pagamento de comissões e percentagens, desde que não exceda a um trimestre, contado da aceitação do negócio. ( 2.4 Remuneração Mínima Devida ao Comissionista ) Visando esclarecer dúvidas em torno da garantia do salário mínimo aos trabalhadores que percebem remuneração variável, expediu- se a Lei nº 8.716, datada de 11/10/93. Esta lei estendeu a garantia de um salário mensal nunca inferior ao salário mínimo (já denida na CLT para os trabalhadores que percebem salário misto) aos trabalhadores que percebam remuneração variável xada somente à base de comissões, peças, tarefas ou outras modalidades. Observamos também que a Lei n° 8.542 de 23/12/92, ao dispor sobre Política Nacional de Salários, rearmou a denição de Salário Mínimo como sendo a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, por jornada de trabalho, acrescentando, ainda, que “o salário mínimo diário corresponderá a um trinta avos (1/30) salário mínimo. Dessa forma, o salário mínimo legalmente xado refere-se a uma jornada de até 8 (oito) horas diárias de trabalho ou 220 (duzentas e vinte) horas mensais. Por isso, em se tratando de empregado contratado à base de comissão ou com direito a percentagem, ou sendo sua remuneração composta de parte xa e parte variável (salário misto), de igual forma ser-lhe-á assegurado o salário mínimo, vedado qualquer desconto em mês subseqüente a título de compensação (art. 78 da CLT). Isto quer dizer que nos casos em que o empregado não vender ou produzir o suciente para garantir-lhe no mês o salário mínimo vigente o empregador é obrigado a complementar sua remuneração até este valor, não podendo descontar o valor do complemento em remunerações futuras, ainda que o ganho do(s) do salário mínimo mensal, e o salário mínimo horário, a um duzentos e vinte avos (1/220) do mês(es) subseqüente(s) seja(m) ao salário mínimo. superior(es) Exemplo: ( Mês X Denominação S a l á r i o x o Comissões DSR s obre C omissões Totais Referência 220 Valor T otal 300,00 2.000,00 400,00 2.700,00 ) ( Denominação S a l á r i o x o Comissões DSR s obre C omissões Complemento p ara o p iso Totais Referência 220 Valor T otal 300,00 100,00 20,00 80,00 500,00 )Mês Y Piso de R$ 500,00. Obs.: Deverá ser respeitado o salário mínimo ou, se for o caso, o piso da categoria. 13 É BOM SABER · O valor da complementação de salário efetivada integra o salário do empregado para todos os efeitos legais, inclusive para desconto de contribuição previdenciária e depósitos de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), considerando-se como remuneração, para esse m, o valor total pago. · É importante que os valores pagos aos empregados a título de complementação, para garantia de remuneração mínima, constem em folha/recibo de pagamento de forma destacada - separadamente do ganho normal – de maneira que se evidencie sua nalidade, evitando problemas futuros. · Embora tenhamos tratado aqui especicamente da garantia de remuneração mínima equivalente ao salário mínimo, acrescente-se que na hipótese de possuir a categoria piso salarial este é que deverá ser respeitado para todos os efeitos legais, vez que mais benéco ao empregado. · Empregados viajantes regidos pelas disposições da Lei nº 3.207/57, sempre que, devido à conveniência da empresa empregadora, vericar-se a transferência de sua zona de trabalho com redução de vantagens ser-lhe-á assegurado como mínimo de remuneração um salário correspondente à média dos 12 (doze) últimos meses anteriores à transferência (Lei nº 3.207/57, art. 2º § 2º). ( 2.5 Estornos de Comissões ) De conformidade com o estabelecido no art. 7º da Lei nº 3.207/57, quando verificada a insolvência do comprador terá o empregador o direito de estornar a comissão que houver pagado ao empregado vendedor. ( 2.6 Comissões x Rescisão Contratual ) Como já dissemos anteriormente mesmo após rescindido o contrato de trabalho, serão devidas comissões ou percentagens pertinentes a transações concluídas anteriormente. Dessa forma, é conveniente que por ocasião da rescisão contratual a empresa elabore demonstrativo das comissões pendentes do empregado, comprometendo-se a quitá-las à medida que for se vericando seu recebimento. Tão logo haja o pagamento por parte do comprador, solicitará a empresa o comparecimento do ex-empregado (vendedor) para quitação da comissão correspondente. Assim procederá até liquidação das comissões pendentes. 14 ( Importante: nos casos de discussão judicial do assunto, têm os Tribunais Trabalhistas, regra geral, adotado posicionamento no sentido de que quandosatisfatoriamente demonstrada a efetiva participação do empregado na realização dos negócios/vendas aos quais se referem às comissões pleiteadas, o não reconhecimento do seu direito resultaria em enriquecimento sem causa, vedado por lei. ) A LEI NA PRÁTICA Instrumentos Coletivos de Trabalho O reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho é um direito assegurado a todos os trabalhadores, urbanos e rurais, pela Constituição Federal de 1988 (art. 7º, XXVI). Assim, tudo quanto estabelecido em cláusula de convenções e acordos coletivos de trabalho deverá prevalecer entre as partes, salvo se constatada inobservância a princípios de direito ou norma legal reguladora de garantias mínimas. Portanto, deve a empresa tomar conhecimento da convenção ou acordo coletivo de sua categoria econômica ou da categoria prossional do empregado (no caso de trabalhador vinculado a categoria prossional diferenciada) para certicar-se de que os procedimentos adotados não conitam com o instrumento coletivo de trabalho que deva observar. Este cuidado se faz necessário principalmente no caso de implantação ou modicação de procedimento. ( 2.7 Comissionista X Horas Extras X Integração no DSR ) 340 - Comissionista. Horas extras (Revisão da Súmula nº 56 - Res. 40/1995, DJ 17/02/1995. Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19/11/2003) “O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor/hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.” 27 - Comissionista (RA 57/1970, DO-GB 27/11/1970). É devida a remuneração do descanso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista. Exemplo: Denominação Referência Valor T otal Salário xo 220 300,00 Comissões 2.000,00 DSR s obre C omissões 400,00 Totais 2.700,00 15 CAPÍTULO 3 OUTRAS FORMAS DE REMUNERAÇÃO 16 ( 3.1 Tarefeiro ) É o salário resultante das tarefas · dispensa de trabalhar o restante da produzidas em determinado tempo. Essa modalidade de salário pressupõe fixação de preço ou tarifa por unidade produzida e o resultado mínimo produzido em determinado tempo. atriEbmui- csoen sveaqnütêangceima daa oe coenmopmreiag daed ote, mqpuoe, pode consistir em: · salário pelas unidades produzidas em tempo economizado; ou jornada, concluídas as tarefas diárias. Em síntese, a sistemática consiste em um período de tempo determinado, uma produção fixada e, em conseqüência da ereccoonmompeian sad.e tempo, uma vantagem ou O salário resulta da multiplicação do número de tarefas realizadas pelo preço ou tarifa por unidade. ( 3.2 Gorjeta ) É a remuneração que o empregado recebe de terceiros, isto é, de clientes. Os estabelecimentos que adotam este tipo de pagamento são bares, hotéis, motéis, restaurantes, lanchonetes, etc. sociais, o valor da gorjeta compulsória é o “quantum” determinado nas notas, rateado entre os empregados. Se espontânea, obedece ao valor constante da tabela estimativa. Os sindicatos das categorias profissionais, A gorjeta pode ser espontânea ou por dificuldade em estipular o total percebido compulsória. A gorjeta espontânea é a pelo empregado a título de gorjeta espontânea, importância dada pelo cliente diretamente ao empregado. A gorjeta compulsória é aquela importância cobrada pela empresa, do cliente, como adicional na nota de despesa. Para fins de integração na remuneração do empregado e recolhimento dos encargos têm determinado valores estimativos através de acordo, convenção ou dissídio coletivo. A cobrança compulsória da taxa de serviço pela empresa a exclui da aplicação da tabela estimativa, salvo se esta for superior à importância ganha pelo empregado no rateio. ( 3.3 Ajuda de Custo ) É o valor atribuído ao empregado, pago de uma única vez, para cobrir eventual despesa por ele realizada ou em virtude de serviço externo, a que se obrigou a realizar. Pelo exposto acima, verifica-se que a ajuda de custo tem natureza indenizatória e não salarial, seja qual for a importância paga. ( I m po r t a n t e : a i m p o r t â n c i a x a p a g a m ê s a m ê s , s o b a d e n o m i n a ç ã o d e a j u d a d e custo, ao empregado que trabalha internamente, é um pagamento incorreto, pois se constitui como salário e é incorporado ao mesmo para todos os efeitos legais. ) 17 ( 3.4 Diárias de Viagem ) São valores pagos de maneira habitual, para cobrir despesas necessárias à execução de serviço externo realizado pelo empregado. Podemos citar os seguintes exemplos de diárias para viagem: despesas de transporte, alimentação, alojamento, etc. As diárias para viagem integram o salário, quando excedentes de 50% do salário do empregado, considerando-se o valor total, e não só a parte excedente. ( É BOM SABER Adiantamento de Valores As diári a s nã o são c o n si deradas sal ário , me s mo q u e excedentes a 5 0% d o salário do empregado, desde que haja prestação de contas, quando do retorno da viagem, mediante a apresentação de notas. ) ( 3.5 Despesa de Viagem a Serviço X Uso de Veículo do Empregado ) O empregado que usa veículo próprio no desempenho de suas atividades pode ter reembolsadas as despesas tais como combustíveis, lubricação, lavagem, reparos, etc., através dos pagamentos por quilometra- gem rodada, reembolso de despesas e contrato de comodato modal. Observe: Quilometragem rodada – é o valor previamente estipulado pela empresa por quilômetro rodado. Esse valor tem por finalidade ressarcir os gastos com combustível e desgaste do veículo do empregado. O entendimento quanto à sua natureza jurídica não é pacífico, uma vez que existem os que o consideram como indenização, outros como salário e, ainda, aqueles que afirmam revestir- se de características de diárias para viagem. Reembolso de Despesas – não integra o salário do empregado quando se faz o acerto de contas mediante a apresentação de notas. Contrato de Comodato Modal – comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, ou seja, que não podem ser substituídas por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade. Neste caso, o empregado cede, gratuitamente, o veículo de sua propriedade para realização de serviços da empresa, mediante reembolso dos gastos decorrentes do uso. A existência do referido contrato descaracteriza a natureza salarial do pagamento, devendo este, contudo, ser justo e razoável. ( 3.6 Gratificações ) Integra a remuneração a gratificação, mesmo anual, paga a qualquer título, por ajuste tácito ou expresso. conMexeãsom oc oqmu eo atr agbraalthifoic aeçxãeorc isdeoj ap ecloon ecemdpidreag apdoor lnibae eramlipdraedsea ,d ion teegmrapráe gaa droerm, umnearsa çhãaov epnadroa todos os efeitos legais. 18 ( 3.7 Prêmios ) São instituídos de forma a incentivar o empregado na execução do contrato de trabalho ou recompensá-lo por sua dedicação e empenho. Assim, em sentido próprio, constituem formas de incentivo, objetivando maior participação do individuais de trabalho, acordos, convenções coletivas e regulamentos de empresas. Temos os seguintes prêmios: · prêmio-assiduidade, que tem por causa a freqüência do empregado; · prêmio-antiguidade, tendo como causa o em mperlehgoar dcoo mnop otratabmalehnot,o c. om maior rendimento tem•p op drêem sieor-vpirçood nuaçã eom, pqreusaan;do a causa do Os prêmios podem resultar dos contratos pagamento tem por base uma determinada produção a se atingir. ( 3.8 Abonos ) É um valor concedido pelo empregador por mera liberalidade ou através de acordo, convenção ou dissídio coletivo e, ainda, por força dedispositivo legal. O abono integra a remuneração para todos os efeitos legais, salvo se houver legislação dispondo o contrário. ( 3.9 Adicionais ) É o acréscimo salarial, em função das condições mais penosas em que o trabalho é prestado. Assim sendo, o adicional é a forma legal que majora salário, em decorrência da maior dificuldade ou condições mais penosas em que se executa o trabalho. Os adicionais previstos na legislação trabalhista são em decorrência de: · htroarbaasl heox tnraooturrdninoá; rias; · trabalho insalubre; · trabalho perigoso; · transferência de local de trabalho. Outros adicionais podem ser convencionados entre as partes (empregador e empregado), através de convenção, acordo ou dissídio coletivo. Dentre estes, podem- se destacar o adicional de tempo de serviço (fuannçuãêon.ios, qüinqüênios, etc.) e o adicional de 3.9.1 Adicional de Insalubridade O salário adicional em virtude da prestação O exercício do trabalho em condições de serviços em atividades insalubres foi insti- insalubres, acima dos limites de tolerância tuído pelo Decreto-Lei nº 2.162 de 01/05/40. A portaria nº 3.214, de 08/06/78, do Ministério do Trabalho, aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V da CLT, que passou a denominar Segurança e Medicina do Trabalho, tratando das atividades e operações insalubres na NR 15, e das atividades e operações perigosas na NR 16. estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional de 10%, 20%, e 40% do salário mínimo, segundo se classiquem nos graus mínimo, médio e máximo, de acordo com o disposto no art. 192 da CLT. Sendo assim, condições ou métodos de trabalho, que expõem os empregados a agentes 19 nocivos a saúde, acima dos limites de tolerância xados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos, deverão ser compensadas com adicional de: Grau mínimo 10% Grau médio 20% Sobre o salário mínimo Grau máximo 40% ( A LEI NA PRÁTICA SÚMULA 264 DO TST “Hora suplementar – Cálculo: A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado das parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo ou convenção coletiva ou sentença normativa” (DJU, 30/10, 3 e 4/11/86). 139 - Adicional de insalubridade. (RA 102/1982, DJ 11/10/1982 e DJ 15/10/1982. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 102 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20/04/2005). Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração. ) Desta forma, o cálculo do valor da hora extra para o empregado que recebe adicional de insalubridade é feito considerando-se este. Usa-se o mesmo critério para o cálculo de horas extras de trabalho com adicional noturno. A seguir, observe as formas de apresentação deste cálculo. A mais indicada para a empresa é aquela que discrimina parcela por parcela, não caracterizando o chamado salário complessivo. Denominação Referência Valor T otal Salário M ensal 220 880,00 Insalubridade M áxima 220 166,00 Total B ruto 1.046,00 ( Salário e Insalubridade ) ( Denominação Salário M ensal Insalubridade M áxima Referência 220 220 Valor T otal 880,00 166,00 )Insalubridade e Hora extra Horas E xtras 5 0% 40,00 285,27 DSR sobre Horas Extras 14,10 57,05 Total B ruto 1.388,32 Soma-se o salário mais o adicional de insalubridade para o cálculo do adicional de horas extras. 20 ( Denominação Salário M ensal Insalubridade M áxima Referência 220 220 Valor T otal 880,00 166,00 )Insalubridade e Falta Total de Pagamento 1.046,00 Desconto F alta 9,00 36,00 Insalub/falta 9,00 6,75 DSR/falta 7,33 29,32 DSR/insalub/falta 7,33 5,49 Total dos Descontos -77,56 Total L íquido 968,44 ( Denominação Salário M ensal Insalubridade M áxima Adicional Noturno Total B ruto Referência 180 180 60,00 Valor T otal 720,00 135,00 57,00 912,00 )Insalubridade e Adicional Noturno Soma-se o salário mais o adicional de insalubridade para o cálculo do adicional noturno. Obs.: o Salário mínimo utilizado como base de cálculo foi de R$ 415,00 (portaria interministerial MPS/MF nº 77, de 11 de março de 2008). ( A LEI NA PRÁTICA Súmula Vinculante nº 4 do STF “Salvo os casos previstos na Constituição Federal, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.” O que é Súmula Vinculante? O instituto da Súmula Vinculante, criado pela Emenda Constitucional (EC) 45/04, tem o i n t u i t o d e p a c i c a r a d i s c u ss ã o d e q u e s t õ e s e x a m i n a d a s n a s i n s t â n c i a s i n f e r i o r e s d o Judiciário. Súmula Vinculante permite que agentes públicos, tanto do Poder Judiciário q u a n t o d o E x e c u t i v o , p a ss e m a a d o t a r a j u r i s p r u d ê n c i a x a d a p e l o S T F . ) 21 É BOM SABER Sobre a Exclusão do Pagamento da Insalubridade · A Súmula número 80 do TST diz que ocorre eliminação do pagamento da insalubridade através do fornecimento de equipamentos de proteção aprovados pelos órgãos competentes. · A classicação de insalubridade ou periculosidade, segundo normas do Ministério do Trabalho, será feita através de perícia, a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho registrados no MTE. · A microempresa e as empresa de pequeno porte serão ressarcidas dos custos da perícia para avaliação de condições de insalubridade ou periculosidade se o respectivo laudo concluir pela inexistência dessas condições, conforme preceitua o art. 18 da Lei nº 8.864 de 28/03/94, DOU de 29/03/94. ( Importante: é proibido o trabalho do menor em serviços perigosos ou insalubres, conforme quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho. Excetua-se a proibição para os menores aprendizes maiores de 16 anos, estagiários de cursos de aprendizagem, na forma da lei, desde que os locais de trabalho tenham sido previamente vistoriados e aprovados pela autoridade competente em matéria de Segurança e Medicina de Trabalho, devendo os menores ser submetidos a exame médico semestralmente. ) Observe algumas decisões judiciais sobre a insalubridade: ( Súmulas do TST 17 - Adicional de insalubridade (RA 28/1969, DO-GB 21/08/1969. Cancelada - Res. 29/1994, DJ 12/05/1994. RESTAURADA - Res. 121/2003, DJ 19/11/2003). O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença n o r m a t i v a , p e r c e b e s a l á r i o p r o ss i o n a l s e r á s o b r e e s t e c a l c u l a d o . 47 - Insalubridade (RA 41/1973, DJ 14/06/1973). O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional. 80 - Insalubridade (RA 69/1978, DJ 26/09/1978). A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional. 137 - Adicional de insalubridade (RA 102/1982, DJ 11/10/1982 e DJ 15/10/1982. Cancelada - Res. 121/2003, DJ 19/11/2003). ) 22 É devido o adicional de serviço insalubre, calculado à base do salário mínimo da região, ainda que a remuneração contratual seja superior ao salário mínimo acrescido dataxa de insalubridade. Ex- prejulgado nº 8. 139 - Adicional de insalubridade. (RA 102/1982, DJ 11/10/1982 e DJ 15/10/1982. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 102 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20/04/2005). Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais. (ex-OJ Nº 102 – Inserida em 01/10/1997). 162 - Insalubridade (RA 102/1982, DJ 11/10/1982 e DJ 15/10/1982. Cancelada - Res. 59/1996, DJ 28/06/1996). É constitucional o art. 3º do Decreto-Lei nº 389, de 26/12/1968. Ex-prejulgado nº 41. Art. 3º Somente a partir do despacho judicial homologatório do laudo pericial serão devidos os afeitos pecuniários, inclusive adicionais, decorrentes do trabalho em condições da insalubridade ou da periculosidade atestadas. § 1º Enquanto não se vericar haverem sido eliminadas as suas causas, o exercício de atividades ou operações insalubres assegura a percepção de adicionais respectivamente de 40%, 20% e 10% segundo se classiquem nos graus máximo, médio e mínimo. § 2º O adicional para a prestação de serviço em contato permanente com inamáveis em condições de periculosidade é o previsto na Lei número 2.573, de 15 de agosto de 1957. Res2.2 182 -1 /A2d0i0c3io, DnaJ l 1d9e/1 i1n/s2a0l0u3b)r.idade. Base de cálculo (Res.14/1985, DJ 19/09/1985. Nova redação - O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas na Súmula nº 17. 248 - Adicional de insalubridade. Direito adquirido (Res.17/1985, DJ 13/01/1986). A reclassicação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial. 271 - Substituição processual. Adicionais de insalubridade e de periculosidade (Res. 4/1988, DJ 01/03/1988. Cancelada - Res.121/2003, DJ 19/11/2003). Legítima é a substituição processual dos empregados associados, pelo sindicato que congrega ap ercicautelogsoidria dep.rossional, na demanda trabalhista cujo objeto seja adicional de insalubridade ou 289 - Insalubridade. Adicional. Fornecimento do aparelho de proteção. Efeito (Res. 22/1988, DJ 24/03/1988). O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. 292 - Adicional de insalubridade. Trabalhador rural (Res. 2/1989, DJ 14/04/1989. Cancelada - Res. 121/2003 - DJ 19/11/2003). O trabalhador rural tem direito ao adicional de insalubridade, observando-se a necessidade de vericação, na forma da lei, de condições nocivas à saúde. 293 - Adicional de insalubridade. Causa de pedir. Agente nocivo diverso do apontado na inicial (Res. 3/1989, DJ 14/04/1989). A vericação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade. 23 3.9.2 Adicional de Periculosidade Há empresas que por comercializarem certos tipos de produto, ou prestarem determinados tipos de serviços, expõem seus empregados a risco de vida. Como não há uma forma de as empresas garantirem a integridade de seus empregados expostos a situação de perigo, a legislação instituiu um adicional de salário para compensar o fator de risco. São consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente do trabalhador com inamáveis, explosivos, energia elétrica ou radiações ionizantes e substâncias radioativas, em condições de risco acentuado ou em potencial. Todas as áreas de risco devem ser delimitadas, sob responsabilidade do empregador. São consideradas áreas de risco: a) nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifícios; b) nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores; c) nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicas. Operação com explosivos São consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a degradação química ou autocatalítica, e a ação de agentes exteriores, tais como calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. Operação com inamáveis São considerados inamáveis os produtos que possam ser convertidos em chamas. Para esse efeito, considera-se líquido combustível todo aquele com ponto de fulgor igual ou superior a 70º C e inferior a 93,3º C. As operações de transporte de inamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, com exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 litros para os inamáveis líquidos e 135 quilos para os inamáveis gasosos liquefeitos. As quantidades de inamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não serão consideradas para ns de periculosidade. Radiações ionizantes e substâncias radioativas São consideradas como atividades de risco em potencial, assegurando ao empregado o adicional de periculosidade, as desenvolvidas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas, quando desenvolvidas na área de risco. As principais atividades são: a) produção, utilização, processamento, transporte, guarda, estocagem e manuseio de materiais radioativos, selados e não selados, de estado físico e forma química quaisquer, naturais ou articiais; b) atividades de operação e manutenção de reatores nucleares; c) atividades de operação e manutenção de acelerados de partículas; d) atividades de operação com aparelhos de raios X, com irradiadores de radiação gama, radiação beta ou radiação de nêutrons; e) atividades de medicina nuclear; f) descomissionamento de instalações nucleares e radioativas; g) descomissionamento de minas, moinhos e usinas de tratamento de minerais radioativos. Identicação da atividade Os empregados que exercem atividades em condições de periculosidade serão especialmente credenciados e portarão identicação adequada. 24 3.9.3 Periculosidade no Setor de Energia Elétrica O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, independentemente do cargo, categoria ou ramo da empresa, em condições de risco, também tem direito ao adicional de periculosidade, desde que: a) permaneça habitualmente em área de risco, exercendo ou aguardando ordens, e em situação de exposição contínua, caso em que o pagamento do adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho integral; ou b) ingresse, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que o adicional incidirá sobre o salário do tempo despendido pelo empregado na execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo à disposição do empregador. ( É BOM SABER O ingresso ou a permanência eventual em área de risco não gera direito ao adicional de periculosidade. São equipamentos ou instalações elétricas em situação de risco aqueles cujo contato físico ou exposição aos efeitos da eletricidade possam resultar em incapacidade, invalidez permanente ou morte. Quando o empregador fornecer equipamentos de proteção individual ou adotar técnicas de proteção ao trabalhador, a empresa se eximirá do pagamento do adicional de periculosidade, salvo se não for eliminado o risco resultante da atividade do trabalhador em condições de periculosidade. ) ( A LEI NA PRÁTICA Súmula nº 361 - Adicional de periculosidade. Eletricitários. Exposição intermitente. “O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado areceber o adicional de periculosidade de forma integral, tendo em vista que a Lei nº 7.369/85 não estabeleceu qualquer proporcionalidade em relação ao seu pagamento.” ) 25 3.9.4 Incidência do Adicional O exercício de trabalho permanente em condições de periculosidade assegura ao empregado a percepção de 30% sobre o respectivo salário, sem os acréscimos resultantes de outros adicionais, tais como graticações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Para o empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade, o adicional de 30% incide sobre o salário efetivamente percebido. Segundo jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, o adicional será devido de forma integral mesmo na hipótese de exposição intermitente do empregado ao agente nocivo. Integração ao salário A jurisprudência determina que o adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo da indenização. Desta forma, o adicional pago com habitualidade integra o salário para o pagamento das férias, 13º salário, horas extras, repouso semanal remunerado, bem como as demais verbas que integram o salário. Como o adicional de periculosidade incide somente sobre o salário básico, não acrescido de outros adicionais, no caso da hora extra a incidência deve se dar sobre o valor da hora excedente sem o adicional de 50 %. Supressão do adicional O adicional de periculosidade somente é devido quando o trabalho é executado em local e condições perigosas. Assim, se o empregado deixa de trabalhar em local considerado de risco, não está a empresa obrigada a continuar pagando-lhe o adicional respectivo, uma vez que tal direito está condicionado ao exercício de atividade perigosa. Simultaneidade com insalubridade Caso o empregado exerça as suas funções, simultaneamente, em ambiente perigoso e insalubre, o mesmo poderá optar pelo adicional de insalubridade, evidentemente quando o valor deste for superior ao de periculosidade. 3.9.5 Caracterização de Periculosidade A caracterização da periculosidade deve ser realizada através de perícia a cargo de Engenheiro do Trabalho. Requerimento de perícia É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias prossionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho através das Delegacias Regionais do Trabalho, a realização de perícia na empresa ou setor desta, com o objetivo de caracterizar ou delimitar as atividades perigosas. Essas providências, entretanto, não prejudicam a ação scalizadora do MTE, nem a realização da perícia de ofício, quando solicitada pela justiça, nas cidades em que não houver perito. ( Súmulas do TST 39 - Periculosidade (RA 41/1973, DJ 14/06/1973). Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15/08/1955). 70 - Adicional de periculosidade (RA 69/1978, DJ 26/09/1978). O adicional de periculosidade não incide sobre os triênios pagos pela Petrobras. 132 - Adicional de periculosidade. Integração (RA 102/1982, DJ 11/10/1982 e DJ 15/10/1982). ) 26 Nova redação em decorrência da incorporação das Orientações Jurisprudenciais nº 174 e 267 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20/04/2005). I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras (ex-prejulgado nº 3), (ex-Súmula nº 132 - RA 102/1982, DJ 11/10/1982/ DJ 15/10/1982 e ex-OJ nº 267 - Inserida em 27/09/2002). II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas. (ex- OJ nº 174 - Inserida em 08/11/2000). 191 - Adicional. Periculosidade. Incidência (Res. 13/1983, DJ 09/11/1983. Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19/11/2003). O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. 361 - Adicional de periculosidade. Eletricitários. Exposição intermitente (Res. 83/1998, DJ 20/08/1998). O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, porque a Lei nº 7.369, de 20/09/1985 não estabeleceu nenhuma proporcionalidade em relação ao seu pagamento. 364 - Adicional de periculosidade. Exposição eventual, permanente e intermitente (Conversão dasI O- Frieanz tajuçsõ aeos Jaudricisiopnruadl ednec ipaeisri cnuºl o5s, id2a5d8e eo 2 e8m0 pdrae gSaDdIo-1 e -x pRoessto. 1 p2e9r/m20a0n5e,n DteJm 2e0n/t0e4 o/2u0 0q5u)e., de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex- OJs nº 05 – Inserida em 14/03/1994 e nº 280 - DJ 11/08/2003). II - A xação do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposição ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenções coletivos. (ex-OJ nº 258 - Inserida em 27/09/2002). Exemplos de cálculo do Adicional de Periculosidade: ( D S a e l n á o r i m o i M n e a n ç s ã a o l Adicional Periculosidade Total B ruto R e f e 2 r 2 ê 0 n c i a 30% V a l 9 o 5 r 0 T , o 0 t 0 a l 285,00 1.235,00 )Adicional de Periculosidade ( DSR/Horas E xtras Total B ruto 57,60 1.489,60 )Adicional de Periculosidade e Horas extras Denominação Referência Valor T otal Salário M ensal 220 880,00 Adicional Periculosidade 30% 264,00 Horas E xtras 5 0% 40 240,00 Per. s obre H oras E xtras 40 48,00 27 Adicional de Periculosidade e Horas Extras ELETRICISTA Denominação Referência Valor T otal Salário M ensal 220 880,00 Adicional Periculosidade 30% 350,40 Horas E xtras 5 0% 40 240,00 DSR/Horas E xtras 48,00 Total Bruto 1.518,40 A Periculosidade é calculada sobre o total da remuneração. Adicional de Periculosidade e Faltas Denominação Referência Valor T otal Salário M ensal 220 950,00 Adicional Periculosidade 30% 285,00 Total d e P agamento 1.235,00 Desconto F alta 9,00 38,86 Periculosidade/Falta 9,00 11,66 DSR/Falta 7,33 31,65 DSR/Peric./Falta 7,33 9,50 Total d os D escontos -91,67 Total L íquido 1.143,33 ( 3.10 Salário-Família ) Como vimos anteriormente, o salário- família é um dos benefícios previdenciários devidos ao trabalhador empregado, sendo um dos valores integrantes da folha de pagamento. O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até quatorze anos de idade, ou inválido de qualquer idade, foi determinado pela Portaria Interministerial nº 77 e são aplicáveis a partir de 1º de março de 2008. Estes valores são: I - R$ 24,23 (vinte e quatro reais e vinte e três centavos) para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 472,43 (quatrocentos e setenta e dois reais e quarenta e três centavos); e II - R$ 17,07 (dezessete reais e sete 28 centavos) para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 472,43 (quatrocentos e setenta e dois reais e quarenta e três centavos) e igual ou inferior a R$ 710,08 (setecentos e dez reais e oito centavos). Nestes casos considera-se remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário-de-contribuição, ainda que resultante da soma dos salários-de-contribuição correspondentes a atividades simultâneas (art. 4 § 1º da PI 77). O direito à cota do salário-família é definido em razão da remuneração que seria devida ao empregado no mês, independentemente do número de dias efetivamente trabalhados (art. 4 § 2º da PI 77). Todas as importâncias que integram o salário-de-contribuiçãoserão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, exceto o 13º salário e o adicional de férias previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição, para efeito de definição do direito à cota do salário-família (art. 4 § 3º da PI 77). A cota do salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão do empregado (art.4 § 4º da PI 77). ( Tabela de Salário-Família a partir de 1º de março de 2008 Salário-de-contribuição ( R$) Até R $ 47 2,43 De R $ 4 72,44 a R $ 7 10,08 Valor 24,23 17,07 ) Apenas com salário Denominação Referência Valor/Hora Valor T otal Salário M ensal 220 2,00 440,00 Salário-Família 2 24,23 48,46 Total Bruto 488,46 Com salário e outros adicionais Denominação Referência Valor/Hora Valor T otal Salário M ensal 220 2,00 440,00 Insalub. Mé dia 20% 83,00 Salário-Família 2 17,07 34,14 Total B ruto 557,14 Salário-Família e 1/3 de Férias Denominação Referência Valor/Hora Valor T otal Férias n o M ês 30 d ias 2,00 600,00 1/3 de Fé rias no M ês 200,00 Salário-Família 2 17,07 34,14 Total B ruto 834,14 Todas as importâncias que integram o salário-de-contribuição serão consideradas como parte integrante da remuneração do mês, exceto o 13º salário e o adicional de férias previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição, para efeito de denição do direito à cota do salário-família (art. 4 § 3º da PI 77). 29 CAPÍTULO 4 DESCONTOS DO SALÁRIO 30 Segundo o art. 462 da CLT “ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo”. Mas este mesmo artigo define que ”em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado” (art. 462 § 1º). A seguir analisamos as situações em que o desconto no salário é permitido. ( 4.1 Contribuição Sindical ) Os artigos 578 e 579 da CLT prevêem que as contribuições devidas aos sindicatos, pelos que participem das categorias econômicas ou prossionais ou das prossões liberais representadas pelas referidas entidades, têm a denominação de Contribuição Sindical. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos (art. 582). O valor da contribuição sindical é de “um dia de trabalho”, sendo esse considerado o equivalente: a) uma jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por unidade de tempo; b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão (art. 582 § 1º). Quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social (art. 582 § 2º). Atenção O recolhimento da contribuição sindical referente aos empregados e trabalhadores avulsos será efetuado no mês de abril de cada ano, e o relativo aos agentes ou trabalhadores autônomos e prossionais liberais será realizado no mês de fevereiro (art. 583). O recolhimento obedecerá ao sistema de guias, de acordo com as instruções expedidas pelo Ministro do Trabalho (art. 583 §1º). O comprovante de depósito da contribuição sindical será remetido ao respectivo sindicato; na falta deste, à correspondente entidade sindical de grau superior, e, se for o caso, ao Ministério do Trabalho (art. 583 §2º). Destinação A destinação das verbas arrecadadas na contribuição sindical é denida pelo art. 589 da CLT, recentemente alterado pela Lei nº 11.648, de 31 de março de 2008. Os créditos, realizados pela Caixa Econômica Federal, obedecem os seguintes critérios: Contribuições dos empregadores: ab) 51%5% ( c(iqnucion zpeo rp ocer ncteon) top)a rpaa raa c ao nfefeddeeraraççããoo; correspondente; c) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e d) 20% (vinte por cento) para a Conta Especial Emprego e Salário. 31 ( Contribuições dos trabalhadores: a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente; b) 10% (dez por cento) para a central sindical; 15% (quinze por cento) para a federação; 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e 10% (dez por cento) para a Conta Especial Emprego e Salário. O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e Emprego a central sindical a q u e e s t i v e r li a d o c o m o b e n e c i á r i a d a r e s p e c t i v a c o n t r i b u i ç ã o s i n d i c a l , p a r a n s d e d e s t i n a ç ã o d o s créditos (art.589 § 1º). Para recebimento dos créditos a central sindical deverá atender aos requisitos de representatividade p r e v i s t o s n a l e g i s l a ç ã o e s p e c í c a s o b r e a m a t é r i a . ( N R ) Obs.: Inexistindo confederação, o percentual previsto no art. 589 desta Consolidação caberá à federação representativa do grupo (art. 590 da CLT). ) ( 4.2 Contribuição Assistencial ) Também chamada de taxa assistencial, esta receita decorre das contribuições pagas pelos membros das categorias profissional ou econômica, filiados ou não à entidade sindical que os representa. Uma vez instituída, é extensiva a toda a categoria representativa, tendo caráter compulsório. É fixada por assembléia da categoria, devidamente convocada para tal, através da publicação de edital e vem A base legal da contribuição assistencial é a alínea “e” do art. 513 da CLT. Confira: “São prerrogativas dos sindicatos: e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.” Destinação A receita arrecadada a título de contribuição pdree vtirsatab alehmo aocuo, rdnoa oauu scêonncviae nçdãeos scaosl,e teivma adses isintetenrceiasls e sedroá sainpdliiccaadtoa, deam csaetervgioçroias sentença normativa em processo de dissídio coletivo (no caso de contribuição de categoria profissional). Não havendo critério para sua fixação, cada entidade adota o seu próprio, através da competente assembléia. Em muitos casos, os sindicatos têm tomado por base o capital social da empresa, por considerarem o mais justo a ser aplicado. representada e no patrimônio da Entidade ou, ainda, poderá ter outro destino, desde que aprovada em assembléia geral. Essa contribuição refere-se aos serviços prestados pelas entidades sindicais à categoria, sobretudo a celebração de acordos ou convenções coletivas de trabalhos ou participação em processos de dissídio coletivo. 32 ( 4.3 Contribuição Confederativa ) Também de natureza compulsória, esta contribuição, uma vez instituída, obriga toda a categoria e não apenas os liados ao sindicato. Pode ser cobrada tanto por sindicatos representantes de categorias prossionais quanto de categorias econômicas. Obrigatoriamente, deve ser xada por assembléia geral de toda a categoria, devidamente convocada para tal, e desde que a entidade pertença ao sistema confederativo sindical. Não há, propriamente, um critério para sua xação, devendo ser adotado aquele denido pela assembléia da categoria representada. São dois os embasamentos legais para instituição e cobrança da contribuição confederativa: o art. 548, alínea “b” da CLT e inciso IV, do art. 8º da Constituição Federal, transcritos a seguir: “Art. 548 - Constituemo patrimônio das associações sindicais: b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos estatutos ou pelas assembléias gerais.” sind“Aicrat.l , 8oºb -s Éer vlivarned oa oa sseogcuiainçtãeo: prossional ou IV - a assembléia geral xará a contribuição que, em se tratando de categoria prossional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista por lei.” Destinação A Contribuição Confederativa destina- se ao custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, que é composto dos sindicatos, federações e confederações. ( 4.4 Mensalidade Sindical ) A mensalidade sindical é uma contribuição que o sócio sindicalizado faz, facultativamente, a partir do momento que opta em liar-se ao sindicato representativo. Esta contribuição é normalmente feita através do desconto mensal em folha de pagamento, no valor estipulado em convenção coletiva de trabalho. Assim, apenas os liados ao sindicato é que pagam a mensalidade sindical (art. 548, b, da CLT), pois beneciam-se dos serviços prestados pelo sindicato, como atendimento médico, dentário, assistência jurídica, etc. ( 4.5 Contribuição à Previdência Social ) A inscrição como segurado da Previdência Social é obrigatória para todo o trabalhador com carteira assinada. Trabalhadores autônomos e empresários são contribuintes individuais. Já os estudantes, donas de casa e desempregados podem pagar como contribuinte facultativo para ter direito aos benefícios. A manutenção das contribuições em dia é condição básica para o direito a qualquer benefício da Previdência. As contribuições têm alíquotas diferenciadas para contribuintes individuais, com registro em carteira e facultativos, devendo ser aplicadas sobre o salário-de-contribuição (soma de todos os ganhos durante o mês) até o teto da Previdência Social. Conra tabela: 33 Tabela de Contribuição Mensal ( Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de março de 2008 A lí q u o t a p a r a n s d e r e c o l h i m e n t o a o Salário-de-contribuição (R$) A t é R $ 9 1 1 , 70 De R $ 9 11,71 a R $ 1 .519,50 De R $ 1 .519,51 a té R $ 3 .038,99 INSS (%) 8,00 9,00 11,00 Teto Máximo Previdenciário: R$ 3.038,99 x 11% = R$ 334,29 ) ( É BOM SABER Sempre que ocorrer mais de um vínculo empregatício para os segurados empregado e doméstico, as remunerações deverão ser somadas para o correto enquadramento na tabela acima, respeitando-se o limite máximo de contribuição. Esta mesma regra se aplica às remunerações do trabalhador avulso. Quando houver pagamento de remuneração relativa a décimo terceiro salário, este não deve ser somado à remuneração mensal para efeito de enquadramento na tabela de salários- de-contribuição, ou seja, aplica-se a alíquota sobre os valores em separado. ) 34 CAPÍ TULO 5 SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO 35 O salário-de-contribuição é determinado pelo Decreto 3.048 em seu capítulo VII. Para o empregado e trabalhador avulso, segundo o art. 214 do referido decreto, entende-se como salário-de-contribuição “a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa”. ( Importante: quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado (inclusive o doméstico) ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (art. 214§ 1º do Decreto 3.048). ) ( 5.1 Verbas que Integram o Salário-de-Contribuição ) Segundo o Decreto 3.048, também são considerados salário-de-contribuição: a) o salário-maternidade (art. 214 §2º); b) a remuneração adicional de férias (art. 214 § 4º); c) o décimo terceiro salário (exceto para o cálculo do salário-de-benefício) sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho (art. 214 § 6º); d) o valor das diárias para viagens, quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal do empregado, integra o salário-de-contribuição pelo seu valor total (art. 214 § 8º). ( 5.2 Verbas que não Integram o Salário-de-Contribuição ) O parágrafo 9º do art. 214 do decreto 3.048 especica as verbas que não integram o salário- de-contribuição. São elas: I - os benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, exceto salário- maternidade; II - a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973; III - a parcela “in natura” recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art.137 da CLT; V - as importâncias recebidas a título de: · indenização compensatória de quarenta por cento do montante depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; · indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; · indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado; · indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato; · incentivo à demissão; · aviso prévio indenizado; 36 · indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que antecede a correção salarial a que se refere o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984; · indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da CLT; · abono de férias na forma dos arts.143 e 144 da CLT; · ganhos eventuais e abonos expressamente deslveiin (cRueladdaoçsã od od asdaalá rpioe lop oDr efocrçeato d neº 3.265, de 29/11/99); · licença-prêmio indenizada; · outras indenizações, desde que expres- samente previstas em lei. VI - a parcela recebida a título de vale- transporte, na forma da legislação própria; VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a cinqüenta por cento da remuneração mensal do empregado; IX - a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 1977; X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei especíca; XI - o abono do PIS/ PASEP; XII - os valores correspondentes a trans- porte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo MTE; XIII - a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio- doença desde que este direito seja extensivo àtotalidade dos empregados da empresa; XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965; XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa doeu fpercehvaiddêan, cdiae scdoem qpule mdeisnptaorn ívperilv aàd tao,t aalibdeardtea de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; XVII - o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente comprovadas (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99); XIX - o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 1996, e a cursos de capacitação e qualicação prossionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; XXI - os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; XXII - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do art.477 da CLT; 37 XXIII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas; (Inciso acres- centado pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99); XXIV - o reembolso babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal e condicionado à comprovação do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da empregada, do pagamento da remuneração e do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança (Inciso acrescentado pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99); XXV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT (Inciso acrescentado pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99). ( Importante: as parcelas anteriormente referidas, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, integram o salário-de-contribuição para t o d o s o s n s e e f e i t o s , s e m p r e j u í z o d a a p li c a ç ã o d a s c o m i n a ç õ e s l e g a i s c a b í v e i s . (art. 214 § 10). ) É BOM SABER · Para a identicação dos ganhos habituais recebidos sob a forma de utilidades, deverão ser observados: I - os valores reais das utilidades recebidas; ou II - os valores resultantes da aplicação dos percentuais estabelecidos em lei em função do salário mínimo, aplicados sobre a remuneração paga caso não haja determinação dos valores de que trata o inciso I (art. 214 § 11). · A incidência da contribuição sobre a remuneração das férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista (art. 214 § 14). · O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para ns de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria, observado, no que couber, o disposto no art. 32 (art. 214 § 15). 38 Desconto do INSS Denominação Referência Valor T otal Salário M ensal 220 880,00 Adicional Periculosidade 30% 264,00 Horas E xtras 5 0% 40 240,00 Per. s obre H oras E xtras 40 48,00 DSR/Horas Ex tras 57,60 Total d a R emuneração 1.489,60 Desconto do INSS (Sal. de- Contribuição R$ 1.489,60) 9% 134,06 Total Lí quido 1.355,54 ( Periculosidade/Falta DSR/Falta DSR/Periculosidade/Falta Desconto do INSS (Sal. de- Contribuição R$ 1.059,09) Total d os D escontos Total L íquido 9,00 7,33 7,33 9% 10,80 29,32 8,79 95,31 -180,22 963,78 )Desconto do INSS com faltas Denominação Referência Valor T otal Salário M ensal 220 880,00 Adicional Periculosidade 30% 264,00 Total d e P agamento 1.144,00 Desconto F alta 9,00 36,00 39 CAPÍTULO 6 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE 40 O artigo 43 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 define como tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como: I - salários, ordenados, vencimentos, soldos, soldadas, vantagens, subsídios, honorários, diárias de comparecimento, bolsas de estudo e de pesquisa, remuneração de estagiários; II - férias, inclusive as pagas em dobro, transformadas em pecúnia ou indenizadas, acrescidas dos respectivos abonos; III - licença especial ou licença-prêmio, inclusive quando convertida em pecúnia; IV - gratificações, participações, interesses, percentagens, prêmios e quotas- partes de multas ou receitas; V - comissões e corretagens; VI - aluguel do imóvel ocupado pelo empregado e pago pelo empregador a terceiros, ou a diferença entre o aluguel que o empregador paga pela locação do imóvel e o que cobra a menos do empregado pela respectiva sublocação; VII - valor locativo de cessão do uso de bens de propriedade do empregador; VIII - pagamento ou reembolso do imposto ou contribuições que a lei prevê como encargo do assalariado; IX - prêmio de seguro individual de vida do empregado pago pelo empregador, quando o empregado é o beneficiário do seguro, ou indica o beneficiário deste; X - verbas, dotações ou auxílios, para representações ou custeio de despesas necessárias para o exercício de cargo, função ou emprego; XI - pensões, civis ou militares, de qualquer natureza, meios-soldos e quaisquer outros proventos recebidos de antigo empregador, de institutos, caixas de aposentadoria ou de entidades governamentais, em virtude de empregos, cargos ou funções exercidos no passado; XIII - as remunerações relativas à prestação de serviço por: a) representantes comerciais autônomos (Lei nº 9.250, de 1995, art. 34 §1º); b) conselheiros fiscais e de administração, quando decorrentes de obrigação contratual ou estatutária; c) diretores ou administradores de sociedades anônimas, civis ou de qualquer espécie, quando decorrentes de obrigação contratual ou estatutária; d) titular de empresa individual ou sócios de qualquer espécie de sociedade, inclusive as optantes pelo Simples de que trata a Lei nº 9.317, de 1996; e) trabalhadores que prestem serviços a diversas empresas, agrupados ou não em sindicato, inclusive estivadores, conferentes e assemelhados. ( 6.1 Dedução Mensal do Rendimento Tributável ) Ao estabelecer a base de cálculo para o IRF, são permitidos alguns itens de dedução referentes à contribuição previdenciária, gastos com dependentes, pensão alimentícia e proventos ou pensões de maiores de 65 anos. A seguir veremos como e quando cada um deles pode ser aplicado. 41 6.1.1 Contribuição Previdenciária Dedutível do IRF São dedutíveis da base de cálculo para incidência de IRF as seguintes contribuições previdenciárias: a) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; b) as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus
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