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Anamnese do abdômen Abordar alguns conceitos que pertencem a base da anamnese; Entender a estruturação da anamnese; Abordar sintomas comuns da semiologia abdominal; Trabalhar os conceitos dos sintomas; Compreender perguntas “chaves” da anamnese do abdômen; Sanar possíveis dúvidas. Queixa principal (QP): “aquilo que mais incomoda o paciente, sintoma guia”; História da doença atual (HDA): “detalhamento do sintoma guia através do LICIDEF’’; Interrogatório sintomatológico (IS): “busca por sintomas associados” Sistema gastrointestinal. Pirose: a. Queimação retroesternal, azia ou em termos leigos: “queimação no esôfago”; b. Perguntas: Quando ocorre ? Qual a frequência ? O que desencadeou ? c. Fatores agravantes: Bebidas alcoólicas, alimentos com caráter ácido (café, frutas cítricas, refrigerantes) ou gordurosos, exercícios físicos, medicamentos. OBS: Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Disfagia: a. Dificuldade para deglutir; b. Perguntas: Qual tipo de alimento ? Sólidos ou líquidos ? Tem dor associada ? (odinofagia) Intermitente ou persistente ? c. Fatores agravantes: Obstrução a nível de laringe ou faringe, doença prévia, modo de alimentação (mastigação) OBS: Em geral vem como associação a um sintoma guia, ou seja, algo “mais relevante” Êmese: a. Ação de vomitar; b. Perguntas: Qual a cor ? Tem cheiro ? Qual a composição ? Qual a quantidade ? Tem sangue (hematêmese) ? Sentiu náusea ? Sentiu ânsia ? OBS: Qual a diferença de náusea para ânsia ? Por que perguntar se teve ânsia ? Qual a diferença de regurgitação para vômito ? Classificação: vômitos alimentares, vômitos biliosos, vômito fecalóide, hematêmese. Diarreia: a. Evacuação de pelo menos três vezes com diminuição de consistência fecal devido a aumento da quantidade de água; b. Perguntas: Qual a consistência ? Qual a frequência de evacuações ? Qual o volume ? Há tenesmo (urgência de defecação, mas sem conseguir fazê-la completamente) ? Há puxo (sensação de dor na região anal que precede a evacuação) ? Sente cólica ?Qual a coloração ? Há presença de sangue ? OBS: Acolia fecal: pode estar associada a colúria (“urina cor de Coca-Cola”), icterícia e possíveis comorbidade hepáticas, ausência de cor nas fezes; Melena: fezes enegrecidas (“borra de café”), associado a hemorragia digestiva alta; Esteatorreia: presença de gordura nas fezes; Enterorragia: eliminação de ALTA quantidade de sangue vermelho vivo nas fezes associada a hemorragia digestiva baixa; Hematoquezia: eliminação de BAIXA quantidade de sangue vermelho vivo nas fezes, associada a hemorragia digestiva baixa. Acolia fecal Melena Hematoquezia Disenteria: a. Diarreia acompanhada de cólicas intensas, tenesmo e fezes mucossanguiolentas; pode ter origem amebiana ou bacteriana (shigellose). b. Perguntas: Qual a consistência ? Qual a frequência de evacuações ? Qual o volume ? Há tenesmo (urgência de defecação, mas sem conseguir fazê-la completamente) ? Há puxo (sensação de dor na região anal que precede a evacuação) ? Sente cólica ?Qual a coloração ? Há presença de sangue ? OBS: É importante que se pergunte sobre o consumo de água e alimentos e sobre a existência ou não de saneamento básico. Dispepsia: a. Designação genérica de qualquer dor ou desconforto na parte alta do abdome, e costuma estar associada a empanzinamento (empanturramento), sensação de distensão por gases, náuseas, intolerância a determinados alimentos. b. Perguntas: É agudo ou crônico e recorrente? Em que momento ocorre? Está associada às refeições ou com o uso de algum fármaco? Está associada à odinofagia ou disfagia? c. Fatores agravantes: Esforço físico, alguns alimentos ou álcool. Alguns alimentos e uso de antiácido podem melhorar os sintomas. OBS: Episódio único e agudo de dispepsia é preocupante, especialmente se for acompanhado de dispneia, sudorese ou taquicardia, podendo ser um sintoma de isquemia coronariana aguda; Sintomas crônicos que ocorrem aos esforços e melhoram com o repouso podem ser decorrentes de angina; Causas gastrointestinais costumam se manifestar como queixas crônicas. Constipação ou obstipação intestinal: a. “Prisão de ventre” ou “Intestino preso”, ocorre quando as fezes ficam retidas por mais de 48 h. Considera-se normal desde três evacuações por dia até uma evacuação a cada 2 dias. b. Perguntas: Qual a consistência das fezes? Há quanto tempo isto vem ocorrendo? Qual a frequência de defecação (quantas vezes por semana)? Há tenesmo associado? Há necessidade de esforço? Faz uso de laxante? OBS: Realizar uma boa anamnese em relação à alimentação, pois baixa ingesta de fibras e de água são causas de constipação. Perguntar sobre cirurgia abdominal prévia e sintomas de distúrbios metabólicos (p. ex., hipotireoidismo, diabetes mellitus) e neurológicas (p. ex., doença de Parkinson, esclerose múltipla, lesão medular).
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