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Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 Quádricas transladadas As equações das quádricas trabalhadas até o momento possuiam apenas um termo (ou linear ou quadrático) em cada uma das variáveis e não possuíam termos mistos. Dizemos que as quádricas correspondentes a essas equações estão na posição padrão. Quando aparecem na equação de uma quádrica tanto termos lineares quanto quadráticos em alguma das variáveis, mas não aparecem termos mistos, então essa quádrica corresponde a uma quádrica na posição padrão transladada. Ou seja, existe um sistema de coordenadas x′y′z′ cujos eixos coordenados x′, y′ e z′ são as semi-retas orientadas que possuem a mesma direção e o mesmo sentido dos eixos x, y e z, respectivamente, e que passam por um ponto O′ 6= O (que é a origem do sistema x′y′z′) no qual a quádrica está na posição padrão. Nesse caso, para determinar as coordenadas do ponto O′, temos que completar quadrados nas variáveis que possuem tanto termos lineares quanto mistos. Se os termos que aparecerem na equação manipulada da quádrica forem x − x0, y − y0 e z − z0, então a nova origem é o ponto O′ = (x0, y0, z0). Exemplo 1. Identi�que e desenhe as quádricas correspondentes às equações dadas. (a) x2 + y2 − 4z2 − 4x+ 2y + 4z + 4 = 0. (b) 9x2 − 4y2 − 36x− 16y + z2 − 2z − 15 = 0. (c) 5x2 + y2 + 10x− 6y + 5z + 4 = 0. Resolução: (a) Vamos manipular a equação completando quadrados em x, y e z (uma vez que as três variáveis possuem tanto termos lineares quanto termos quadráticos). x2 + y2 − 4z2 − 4x+ 2y + 4z + 4 = 0 [x2 − 4x] + [y2 + 2y]− 4[z2 − z] + 4 = 0 [(x− 2)2 − 4] + [(y + 1)2 − 1]− 4 [( z − 1 2 )2 − 1 4 ] + 4 = 0 (x− 2)2 − 4 + (y + 1)2 − 1− 4 ( z − 1 2 )2 + 1 + 4 = 0 (x− 2)2 + (y + 1)2 − 4 ( z − 1 2 )2 = 0 (x− 2)2 + (y + 1)2 = 4 ( z − 1 2 )2 ( z − 1 2 )2 = (x− 2)2 4 + (y + 1)2 4 No sistema de coordenadas x′y′z′ que corresponde à translação do sistema cartesiano xyz com origem no ponto O′ = ( 2,−1, 1 2 ) temos x′ = x−2, y′ = y+1 e z′ = z− 1 2 . A equação da quádrica no sistema x′y′z′ é z′2 = x′2 4 + y′2 4 . Logo, essa quádrica é um cone com eixo central z′. A interseção desse cone com plano x′y′ é o vértice do cone, a interseção com o plano x′z′ é o par de retas z′2 = x′2 4 ⇒ z′ = ±1 4 x′ e a interseção com o plano y′z′ é o par 1 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 de retas z′2 = y′2 4 ⇒ z′ = ±1 4 y′. Para desenhar mais fácil o cone, é interessante desenhar a interseção do cone com o plano z′ = 1 que é a circunferência 1 = x′2 4 + y′2 4 ⇒ x′2 + y′2 = 4 e raio 2 centrada no ponto (0, 0, 1). Observe que, pela simetria do cone, sua interseção com o plano z′ = −1 é a circunferência de raio 2 centrada no ponto (0, 0,−1). Observe que esse cone é bem "aberto", já que aumentando apenas em uma unidade o z, o diâmetro da circunferência de interseção com o plano z = k é uma circunferência de diâmetro 4. O desenho desse cone no sistema coordenado x′y′z′ é: e o desenho do cone no sistema cartesiano xyz é: 2 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 (b) Vamos manipular a equação completando quadrados em x, y e z (uma vez que as três variáveis possuem tanto termos lineares quanto termos quadráticos). 9x2 − 36x− 4y2 − 16y + z2 − 2z − 15 = 0 9[x2 − 4x]− 4[y2 + 4y] + [z2 − 2z]− 15 = 0 9[(x− 2)2 − 4]− 4[(y + 2)2 − 4] + [(z − 1)2 − 1]− 15 = 0 9(x− 2)2 − 36− 4(y + 2)2 + 16 + (z − 1)2 − 1− 15 = 0 9(x− 2)2 − 4(y + 2)2 + (z − 1)2 − 36 = 0 9(x− 2)2 − 4(y + 2)2 + (z − 1)2 = 36 9(x− 2)2 36 − 4(y + 2) 2 36 + (z − 1)2 36 = 36 36 (x− 2)2 4 − (y + 2) 2 9 + (z − 1)2 36 = 1 No sistema de coordenadas x′y′z′ que corresponde à translação do sistema cartesiano xyz com origem no ponto O′ = (2,−2, 1) temos x′ = x−2, y′ = y+2 e z′ = z−1. A equação da quádrica no sistema x′y′z′ é x′2 4 − y ′2 9 + z′2 36 = 1 . Logo, essa quádrica é um hiperboloide de uma folha com eixo central y′. A interseção desse hiperboloide com plano x′y′ é a hipérbole x′2 4 − y ′2 9 = 1 (que possui focos no eixo x′ e está centrada no ponto (0, 0, 0)), a interseção com o plano y′z′ é a hipérbole −y ′2 9 + z′2 36 = 1 (que possui focos no eixo y′ e está centrada no ponto (0, 0, 0)) e a interseção com o plano x′z′ é a elipse x′2 4 + z′2 36 = 1 (que possui semi-eixo maior 6 e semi-eixo menor 2, focos no eixo z e está centrada no ponto (0, 0, 0)). O desenho desse hiperboloide de uma folha no sistema coordenado x′y′z′ é: 3 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 e o desenho no sistema cartesiano xyz é: (c) Vamos manipular a equação completando quadrados em x e y (uma vez que apenas essas duas variáveis possuem tanto termos lineares quanto termos quadráticos). 5x2 + 10x+ y2 − 6y + 5z + 4 = 0 5[x2 + 2x] + [y2 − 6y] + 5z = 0 5[(x+ 1)2 − 1] + [(y − 3)2 − 9] + 5z + 4 = 0 5(x− 1)2 − 5 + (y − 3)2 − 9 + 5z + 4 = 0 5(x− 1)2 + (y − 3)2 + 5z − 10 = 0 5(x− 1)2 + (y − 3)2 = −5z + 10 5(x− 1)2 + (y − 3)2 = −5(z − 2) 5(x− 1)2 −5 + (y − 3)2 −5 = −5(z − 2) −5 − (x− 1)2 − (y − 3) 2 5 = (z − 2) (z − 2) = −(x− 1)2 − (y − 3) 2 5 No sistema de coordenadas x′y′z′ que corresponde à translação do sistema cartesiano xyz com origem no ponto O′ = (1, 3, 2) temos x′ = x− 1, y′ = y− 3 e z′ = z− 2. A equação da quádrica no sistema x′y′z′ é z′ = −x′2 − y ′2 5 . Logo, essa quádrica é um paraboloide elíptico com eixo central z′ virado para a parte negativa do eixo z′. A interseção desse paraboloide elíptico com plano x′y′ é o vértice do paraboloide, a interseção com o plano x′z′ é a parábola 4 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 z′ = −x′2 ⇒ x′2 = −z′ e a interseção com o plano y′z′ é parábola z′ = −y ′2 5 ⇒ y′2 = −5z′. Para desenhar mais fácil esse paraboloide elíptico, é interessante desenhar sua interseção com o plano z′ = −1 que é a elipse −1 = −x′2 − y ′2 5 ⇒ x′2 + y ′2 5 = 1 que possui semi- eixo maior √ 5, semi-eixo menor 1, focos no eixo y′ e está centrada no ponto (0, 0,−1). O desenho desse paraboloide elíptico no sistema coordenado x′y′z′ é: e o desenho no plano cartesiano xyz é: 5 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 Quádricas rotacionadas Lembramos que uma quádrica é um conjunto não-vazio de todos os pontos P = (x, y, z) do espaço tridimensional R3 cujas coordenadas satisfazem uma equação da forma a1x 2 + a2y 2 + a3z 2 + a4xy + a5xz + a6yz + a7x+ a8y + a9z + a10 = 0 onde a1, a2, ..., a10 são constantes reais e a1, a2, a3, a4, a5 e a6 não são todas nulas (ou seja, na equação aparece pelo menos um dos termos quadráticos ou um dos termos mistos xy, xz e yz). Quando algum dos termos mistos xy, xz ou yz aparece na equação de uma quádrica (ou seja, quando a4 6= 0, a5 6= 0 ou a6 6= 0), então essa quádrica com certeza está rotacionada com relação à sua posição padrão. Ela pode estar transladada também ou não. Para ver essa rotação, precisamos aprender a escrever a equação da quádrica na forma matricial e utilizar a diagonalização de matrizes simétricas 3× 3. Considere as matrizes X = xy z , A = a1 a4 2 a5/2 a4/2 a2 a6/2 a5/2 a6/2 a3 e K = [a7 a8 a9]. Temos que XtAX +KX = [ x y z ] a1 a4 2 a5/2 a4/2 a2 a6/2 a5/2 a6/2 a3 xy z + [a7 a8 a9] xy z = [ x y z ] a1x+ a4 2 y + a5 2 z a4 2 x+ a2y + a6 2 z a5 2 x+ a6 2 y + a3z + a7x+ a8y + a9z = x ( a1x+ a4 2 y + a5 2 z ) + y (a4 2 x+ a2y + a6 2 z ) + z (a5 2 x+ a6 2 y + a3z ) + a7x+ a8y + a9z = a1x 2 + a4 2 xy + a5 2 xz + a4 2 xy + a2y 2 + a6 2 zy + a5 2 xz + a6 2 yz + a3z 2 + a7x+ a8y + a9z = a1x 2 + a2y 2 + a3z 2 + a4xy + a5xz + a6yz + a7x+ a8y + a9z. Logo, a equação geral das quádricas pode ser escrita matricialmente como X tAX+KX+a10 = 0. No caso particular em que a quádrica está na posição padrão ou apenas transladada, temos a4 = 0, a5 = 0 e a6 = 0 e, portanto, a matriz A = a1 0 00 a2 0 0 0 a3 é uma matriz diagonal. No caso em que alguma das constantes a4, a5 ou a6 é não-nula, amatriz A não é uma matriz diagonal, mas é uma matriz simétrica. Como toda matriz simétrica é diagonalizável por uma matriz ortogonal, então existe uma matriz ortogonal P tal que P tAP = D. Mais que isso, sabemos que os vetores-coluna da matriz P são autovetores ortonormais de A e os elementos da diagonal principal da matriz diagonal D são os autovalores de A. O que vamos fazer é uma mudança de sistema coordenadas para enxergar a rotação da quádrica e, se a quádrica também estiver transladada, vamos ter que fazer uma segunda mudança de variáveis para enxergar essa translação. De forma análoga ao que �zemos no R2, é possível mostrar o seguinte resultado: Teorema 1. Seja B = {−→u1,−→u2,−→u3} uma base ortonormal do R3 e seja P a matriz cujas colunas são os vetores −→u1, −→u2 e −→u3 na ordem que eles aparecem na base B, ou seja, P = −→u1 −→u2 −→u3 . Então ou detP = 1 ou detP = −1. 6 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 . Se detP = 1, então a base B corresponde à uma rotação da base canônica {−→i ,−→j , −→ k } do R3. . Se detP = −1, então a base {−→u2,−→u1,−→u3} (obtida ao trocar o primeiro vetor e o segundo vetor da base B de lugar) corresponde à uma rotação da base canônica {−→i ,−→j , −→ k } do R3. Não vamos provar esse resultado, porque no R3 temos uma dimensão extra e, por isso, uma rotação da base canônica envolve não apenas um ângulo e sim dois ângulos θ e β (po- demos pensar nesses dois ângulos como: para obter uma rotação qualquer da base canônica podemos rotacioná-la em torno do eixo z por um ângulo θ e depois rotacionar a base resultante �inclinando” o eixo z por um ângulo β). Por conta disso a prova desse teorema é um pouco mais delongada do que a demonstração do R2 que �zemos apesar de envolver o mesmo raciocínio e por isso, julgamos não ser tão produtiva sua apresentação. Vamos seguir então o seguinte passo-a-passo para conseguirmos identi�car e desenhar uma quádrica cuja equação possui algum termo misto. (1) Escreva a equação da quádrica na forma matricial X tAX +KX + a10 = 0. (2) Diagonalize a matriz A utilizando uma matriz ortogonal P cujo determinante é exatamente 1 (se durante o processo de diagonalização você obteve uma matriz ortogonal com determi- nante −1, basta trocar duas colunas dessa matriz de lugar para obter a matriz P desejada com determinante positivo). Considere a base B do R3 cujos vetores são os vetores coluna da matriz P na ordem que eles aparecem nessa matriz. Observe que a base B obtida dessa forma com certeza equivale à uma rotação da base canônica. (3) Considere o sistema de coordenadas x′y′z′ com origem em O e mesma unidade de medida do sistema cartesiano xyz, mas cujos eixos coordenados são os segmentos de reta orientados na direção e no sentido dos vetores da base B passando pelo ponto O. Ou seja, x′ é o eixo coordenado na direção e no sentido do primeiro vetor da base B, y′ é o eixo coordenado na direção e no sentido do segundo vetor da base B e z′ é o eixo coordenado na direção e no sentido do terceiro vetor da base B. Como a base B corresponde a uma rotação da base canônica, então o sistema de coordenadas x′y′z′ corresponde à uma rotação do sistema de coordenadas cartesianas xyz. Como B é uma base do R3, então todo vetor de −→v ∈ R3 pode ser escrito como combinação linear dos vetores da base B. Lembramos que se P é a matriz cujas colunas são os vetores da base B na ordem que eles aparecem, então para determinar os coe�cientes da combinação linear que resulta no vetor −→v , precisamos resolver o sistema linear PX ′ = −→v , onde X ′ é a matriz coluna cujas entradas são os coe�cientes da combinação linear. Como detP 6= 0 (pois os vetores coluna de P são os vetores da base B e, portanto, são LI), então o sistema linear tem uma única solução e essa única solução é X ′ = P−1−→v . Como P é uma matriz ortogonal que diagonaliza a matriz A, então P−1 = P t e P tAP = D. Logo, X ′ = P t−→v . Observe que as coordenadas do vetor −→v no sistema de coordenadas x′y′z′ são as componentes desse vetor na direção dos eixos coordenados x′, y′ e z′, respectivamente. Considerando o representante do vetor −→v com ponto inicial na origem, podemos ver a coordenada x′ como o quanto temos que deslocar na direção do eixo x′, a coordenada y′ como o quanto temos que deslocar na direção do eixo y′ e a coordenada z′ como o quanto temos que deslocar na direção do eixo z′ à partir da origem para chegar no ponto �nal do vetor −→v . Como os vetores da base B são vetores unitários e a unidade de medida do sistema x′y′z′ é igual ao do sistema xyz, então as coordenadas do vetor −→v no sistema x′y′z′ são exatamente os coe�cientes da combinação linear de −→v em função dos vetores da base B, ou seja, são X ′ = P t−→v . As coordenadas de um ponto Q do espaço tridimencional no sistema coordenado x′y′z′ são as coordenadas do vetor −→ OQ no sistema x′y′z′. Logo, se Q = (x, y, z) no sistema cartesiano 7 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 xyz, então Q = (x′, y′, z′) no sistema cartesiano x′y′z′, onde x′y′ z′ = P t xy z . Se X ′ = x′y′ z′ e X = xy z , então o que obtivemos foi que X ′ = P tX . Multiplicando os dois lados dessa equação por P à esquerda, obtemos PX ′ = PP tX ⇒ PX ′ = (PP t)X ⇒ PX ′ = I3X ⇒ PX ′ = X . Vamos determinar a equação da quádrica no sistema coordenado x′y′z′ utilizando que X = PX ′ e que P tAP = D: X tAX +KX + a10 = 0⇒ (PX ′)tA(PX ′) +KPX ′ + a10 = 0 ⇒ (X ′tP t)A(PX ′) +KPX ′ + a10 = 0 ⇒ X ′t(P tAP )X ′ +KPX ′ + a10 = 0 ⇒ X ′tDX ′ +KPX ′ + a10 = 0 Observe que nessa equação não aparece nenhum dos termos mistos x′y′, x′z′ e y′z′. Logo, a quádrica está ou na posição padrão ou está apenas transladada no sistema cartesiano x′y′z′. Se a quádrica depois da mudança de coordenadas estiver transladada no sistema x′y′z′, então temos que de�nir um sistema de coordenadas x′′y′′z′′ cujos eixos coordenados sejam paralelos aos eixos x′, y′ e z′, respectivamente, mas cuja origem seja diferente da origem O = (0, 0, 0). Para determinar as coordenadas dessa nova origem O′′, basta completar quadrados na equação da quádrica como �zemos anteriormente. No sistema de coordenadas x′′y′′z′′ a quádrica estará na posição padrão. Exemplo 2. Em cada caso identi�que a quádrica, determine o sistema coordenado no qual a quádrica está na posição padrão e desenhe a quádrica tanto nesse sistema coordenado quanto no sistema cartesiano xyz. (a) 2xy + 2xz + 2yz = 1. (b) 3x2 + 3y2 + 9z2 + 2xy + 4 √ 2 x− 4 √ 2 y + 18z − 19 = 0. (c) 6xy + 8xz + 3 √ 50 y + 4 √ 50 z + 5 = 0. Resolução: (a) (1) A equação da quádrica pode ser escrita na forma matricial como X tAX + KX = 1, onde X = xy z , A = 0 1 11 0 1 1 1 0 e K = [0 0 0]. Como K = 0, então a equação da quádrica se torna apenas X tAX = 1. (2) Vamos diagonalizar a matriz A. Temos que A − λI3 = 0− λ 1 11 0− λ 1 1 1 0− λ =−λ 1 11 −λ 1 1 1 −λ e, portanto, o polinômio característico da matriz A é p(λ) = det(A− λI3) = −λ3 + 3λ + 2. Como todos os coe�cientes do polinômio característico são 8 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 números inteiros, então as únicas possíveis raízes racionais de p(λ) são 1,−1, 2 e −2 que são os divisores do termo constante 2. Para saber se algum desses é raiz de p(λ), basta testá-los no polinômio. . p(1) = −13 + 3 · 1 + 2 = −1 + 3 + 2 = 4. . p(−1) = −(−1)3 + 3 · (−1) + 2 = 1− 3 + 2 = 0. . p(2) = −23 + 3 · 2 + 2 = −8 + 6 + 2 = 0. . p(−2) = −(−2)3 + 3 · (−2) + 2 = 8− 6 + 2 = 4. Logo, −1 e 2 são raízes do polinômio característico e os fatores (−1−λ)(2−λ) aparecem na fatoração de p(λ). Dividindo p(λ) por (−1−λ)(2−λ) = −2+λ−2λ+λ2 = λ2−λ−2: −λ3 + 3λ+ 2 | λ2 − λ− 2 −λ3 + λ2 + 2λ −λ− 1 − λ2 + λ+ 2 −λ2 + λ+ 2 0 Concluímos que p(λ) = (λ2 − λ − 2)(−λ − 1) = (2 − λ)(−1 − λ)2 e, portanto, a matriz A possui apenas dois autovalores distintos: λ1 = 2 de multiplicidade algébrica e geométrica 1 e λ2 = −1 de multiplicidade algébrica e geométrica 2. Vamos determinar uma base compostade um vetor unitário para o auto-espaço associado ao autovalor λ1 = 2 e uma base ortonormal para o auto-espaço associado ao autovalor λ2 = −1. . Se λ1 = 2, então A− λ1I3 = A− 2I3 = 0− 2 1 11 0− 2 1 1 1 0− 2 = −2 1 11 −2 1 1 1 −2 . Vamos resolver o sistema linear homogêneo (A− 2I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é −2 1 1 | 01 −2 1 | 0 1 1 −2 | 0 . Vamos escaloná-la. −2 1 1 | 01 −2 1 | 0 1 1 −2 | 0 L1 ↔ L2 1 −2 1 | 0−2 1 1 | 0 1 1 −2 | 0 L2 → L2 + 2L1 L3 → L3 − L1 1 −2 1 | 00 −3 3 | 0 0 3 −3 | 0 L2 → L2 ÷ (−3) 1 −2 1 | 00 1 −1 | 0 0 3 −3 | 0 L1 → L1 + 2L2 L3 → L3 − 3L2 x1 x2 x3 1 0 −1 | 00 1 −1 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x3 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalo- nada reduzida é x1 − x3 = 0 x2 − x3 = 0 0 = 0 ⇒ { x1 = x3 = α x2 = x3 = α e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = αα α = α 11 1 , α ∈ R. O vetor 9 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 −→v1 = (1, 1, 1) é um autovetor associado ao autovalor λ1 = 2 e o conjunto {−→v1} é uma base do autoespaço W1 associado à este autovalor. Vamos obter um auto- vetor unitário −→u1 para este autovalor normalizando o vetor −→v1 : −→u1 = 1 ||−→v1 || −→v1 = 1 ||(1, 1, 1)|| (1, 1, 1) = 1√ 3 (1, 1, 1) = ( 1√ 3 , 1√ 3 , 1√ 3 ) . . Se λ2 = −1, então A − λ2I3 = A + I3 = 0 + 1 1 11 0 + 1 1 1 1 0 + 1 = 1 1 11 1 1 1 1 1 . Vamos resolver o sistema linear homogêneo (A + I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é 1 1 1 | 01 1 1 | 0 1 1 1 | 0 . Vamos escaloná-la. 1 1 1 | 01 1 1 | 0 1 1 1 | 0 L2 → L2 − L1 L3 → L3 − L1 x1 x2 x3 1 1 1 | 00 0 0 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x2 = α ∈ R e x3 = β ∈ R são variáveis livres. A equação linear associada à única linha não-nula da matriz escalonada reduzida obtida é x1 + x2 + x3 = 0 ⇒ x1 = −x2 − x3 = −α − β e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = −α− βα β = α −11 0 + β −10 1 , α, β ∈ R. Os vetores −→v2 = (−1, 1, 0) e −→v3 = (−1, 0, 1) são autovetores associados ao autovalor λ2 = −1 e o conjunto {−→v2 ,−→v3} é uma base do autoespaço W2 associado à este autovalor. Vamos obter uma base ortonormal para W2. Como −→v2 • −→v3 = 1 6= 0, então os vetores −→v2 e −→v3 não são ortogonais e, portanto, precisamos utilizar o método de Gram-Schmidt para obter uma base ortonormal. −→w3 = −→v3 − proj−→v2 −→v3 = −→v3 − (−→v2 • −→v3 ||−→v2 ||2 ) −→v2 = (−1, 0, 1)− 1 2 (−1, 1, 0) = (−1, 0, 1) + ( 1 2 ,−1 2 , 0 ) = ( −1 2 ,−1 2 , 1 ) . Vamos normalizar os autovetores −→v2 e −→w3. O vetor unitário na direção e no sentido do vetor −→v2 é −→u2 = 1 ||−→v2 || −→v2 = 1 ||(−1, 1, 0)|| (−1, 1, 0) = 1√ 2 (−1, 1, 0) =( − 1√ 2 , 1√ 2 , 0 ) . O vetor unitário −→u3 na direção e no sentido do vetor −→w3 é o mesmo vetor unitário na direção e no sentido do vetor (−1,−1, 2) = 2−→w3 e, por- tanto, −→u3 = 1 ||(−1,−1, 2)|| (−1,−1, 2) = 1√ 6 (−1,−1, 2) = ( − 1√ 6 ,− 1√ 6 , 2√ 6 ) . Temos que det −→u1 −→u2 −→u3 = det 1√ 3 − 1√ 2 − 1√ 6 1√ 3 1√ 2 − 1√ 6 1√ 3 0 2√ 6 = 1. Logo, vamos con- siderar a base B = {−→u1,−→u2,−→u3} do R3 para de�nir o novo sistema de coordenadas e 10 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 vamos considerar a matriz P = 1√ 3 − 1√ 2 − 1√ 6 1√ 3 1√ 2 − 1√ 6 1√ 3 0 2√ 6 . Como detP = 1, então a base B corresponde a uma rotação da base canônica do R3. Além disso, a matriz P é uma matriz ortogonal que diagonaliza A e P tAP = D = 2 0 00 −1 0 0 0 −1 . (3) Considere o sistema de coordenadas x′y′z′ do R3 no qual o eixo x′ está na direção e no sentido do vetor −→u1 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (1, 1, 1)), o eixo y′ está na direção e no sentido do vetor −→u2 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (−1, 1, 0)), o eixo z′ está na direção e no sentido do vetor −→u3 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (−1,−1, 2)), que tem a mesma unidade de medida que o sistema xyz e que possui origem no ponto O = (0, 0, 0). Nesse sistema coordenado a quádrica não está mais rotacionada. Vamos determinar a equação da quádrica em x′, y′ e z′. Utilizando que X = PX ′, onde X = xy z e X ′ = x′y′ z′ , obtemos X tAX = 1⇒ (PX ′)tA(PX ′) = 1⇒ X ′t(P tAP )X ′ = 1 ⇒ X ′tDX ′ = 1⇒ [ x′ y′ z′ ] 2 0 00 −1 0 0 0 −1 x′y′ z′ = 1 ⇒ 2x′2 − y′2 − z′2 = 1⇒ x ′2 2 − y′2 − z′2 = 1 Como não existem tanto termos lineares quanto quadráticos em nenhuma das variáveis x′, y′ e z′, então a quádrica está na posição padrão no sistema coordenado x′y′z′. Pela 11 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 equação obtida, observamos que a quádrica é um hiperboloide de duas folhas com eixo central x′. Esse hiperboloide de duas folhas não intersepta o plano y′z′, a interseção com o plano x′y′ é a hipérbole x′2 2 −y′2 = 1 (que possui focos no eixo x′) centrada na origem e a interseção com o plano x′z′ é a hipérbole x′2 2 − z′2 = 1 (que possui focos no eixo x′) centrada na origem. Se substituirmos y′ = 0 e z′ = 0 na equação do hiperboloide, obtemos x′2 2 = 1 ⇒ x′2 = 2 ⇒ x′ = ± √ 2. Logo, os vértices desse hiperboloide são os pontos ( √ 2, 0, 0) e (− √ 2, 0, 0). Para facilitar o desenho desse hiperboloide de uma folha, vamos desenhar suas interseções com os planos x′ = 2 e x′ = −2. A interseção com o plano x′ = 2 é a curva de equação 2− y′2 − z′2 = 1⇒ y′2 + z′2 = 1 e, portanto, é a circunferência de raio 1 contida no plano x′ = 2 e centrada no ponto (2, 0, 0). Pela simetria do hiperboloide de duas folhas, sua interseção com o plano x′ = −2 é a circunferência de raio 1 contida no plano x′ = −2 e centrada no ponto (−2, 0, 0). O desenho desse hiperboloide de duas folhas no sistema coordenado x′y′z′ é: e o desenho no sistema cartesiano xyz é: 12 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 (b) (1) A equação da quádrica pode ser escrita na forma matricial como X tAX+KX−19 = 0, onde X = xy z , A = 3 1 01 3 0 0 0 9 e K = [4√2 −4√2 18]. (2) Vamos diagonalizar a matriz A. Temos que A− λI3 = 3− λ 1 01 3− λ 0 0 0 9− λ . Utili- zando a expansão em cofatores pela terceira linha dessa matriz, obtemos que o polinômio característico da matriz A é p(λ) = det(A− λI3) = (9− λ)(−1)3+3((3− λ)2 − 1) = (9− λ)(λ2 − 6λ+ 8). Logo, p(λ) = 0 se 9 − λ = 0 (o que ocorre apenas se λ = 9) ou se λ2 − 6λ + 8 = 0. Utilizando a fórmula de Bháskara para determinar as raízes desse polinômio de grau 2, obtemos λ = 6± √ 36− 32 2 = 6± 2 2 e, portanto, λ = 4 ou λ = 2. Concluímos assim que a matriz A possui três autovalores distintos: λ1 = 9, λ2 = 4 e λ3 = 2, todos de multiplicidade algébrica e geométrica 1. Vamos determinar auto-vetores unitários associados a estes auto-valores. . Se λ1 = 9, então A − λ1I3 = A − 9I3 = 3− 9 1 01 3− 9 0 0 0 9− 9 = −6 1 01 −6 0 0 0 0 . Vamos resolver o sistema linear homogêneo (A− 9I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é −6 1 0 | 01 −6 0 | 0 0 0 0 | 0 . Vamos escaloná-la. −6 1 0 | 01 −6 0 | 0 0 0 0 | 0 L1 ↔ L2 1 −6 0 | 0−6 1 0 | 0 0 0 0 | 0 L2 → L2 + 6L1 1 −6 0 | 00 −35 0 | 0 0 0 0 | 0 L2 → L2 ÷ (−35) 1 −6 0 | 00 1 0 | 0 0 0 0 | 0 L1 → L1 + 6L2 x1 x2 x3 1 0 0 | 00 1 0 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x3 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalonada reduzida é x1 = 0 x2 = 0 0 = 0 e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = 00 α = α 00 1 , α ∈ R. O vetor −→k = (0, 0, 1) é um autovetor associ- ado ao autovalor λ1 = 9 e o conjunto { −→ k } é uma base do autoespaço W1 associado à este autovalor. Como o vetor −→ k já é unitário, não é necessário normalizá-lo e vamos considerar −→u1 = −→ k . 13 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 . Se λ2 = 4, então A − λ2I3 = A − 4I3 = 3− 4 1 01 3− 4 0 0 0 9−4 = −1 1 01 −1 0 0 0 5 . Vamos resolver o sistema linear homogêneo (A− 4I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é −1 1 0 | 01 −1 0 | 0 0 0 5 | 0 . Vamos escaloná-la. −1 1 0 | 01 −1 0 | 0 0 0 5 | 0 L2 → L2 + L1 L3 → L3 ÷ 5 −1 1 0 | 00 0 0 | 0 0 0 1 | 0 L1 → −L1L2 ↔ L3 x1 x2 x3 1 −1 0 | 00 0 1 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x2 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalonada reduzida obtida é x1 − x2 = 0 x3 = 0 0 = 0 ⇒ { x1 = x2 = α x3 = 0 e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = αα 0 = α 11 0 , α ∈ R. O vetor −→v2 = (1, 1, 0) é um autovetor associado ao autovalor λ2 = 4 e o conjunto {−→v2} é uma base do autoespaço W2 associado à este autovalor. Vamos obter um auto- vetor unitário −→u2 para este autovalor normalizando o vetor −→v2 : −→u2 = 1 ||−→v2 || −→v2 = 1 ||(1, 1, 0)|| (1, 1, 0) = 1√ 2 (1, 1, 0) = ( 1√ 2 , 1√ 2 , 0 ) . . Se λ3 = 2, então A − λ3I3 = A − 2I3 = 3− 2 1 01 3− 2 0 0 0 9− 2 = 1 1 01 1 0 0 0 7 . Vamos resolver o sistema linear homogêneo (A− 2I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é 1 1 0 | 01 1 0 | 0 0 0 7 | 0 . Vamos escaloná-la. 1 1 0 | 01 1 0 | 0 0 0 7 | 0 L2 → L2 − L1 L3 → L3 ÷ 7 1 1 0 | 00 0 0 | 0 0 0 1 | 0 L2 ↔ L3 x1 x2 x3 1 1 0 | 00 0 1 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x2 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalonada 14 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 reduzida obtida é x1 + x2 = 0 x3 = 0 0 = 0 ⇒ { x1 = −x2 = −α x3 = 0 e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = −αα 0 = α −11 0 , α ∈ R. O vetor −→v3 = (−1, 1, 0) é um autovetor associado ao autovalor λ3 = 2 e o conjunto {−→v3} é uma base do autoespaço W3 associado à este autovalor. Vamos obter um autovetor unitário −→u3 para este autovalor normalizando o vetor −→v3 : −→u3 = 1 ||−→v3 || −→v3 = 1 ||(−1, 1, 0)|| (−1, 1, 0) = 1√ 2 (−1, 1, 0) = ( − 1√ 2 , 1√ 2 , 0 ) . Temos que det −→u1 −→u2 −→u3 = det 0 1√ 2 − 1√ 2 0 1√ 2 1√ 2 1 0 0 = 1. Logo, vamos considerar a base B = {−→u1,−→u2,−→u3} do R3 para de�nir o novo sistema de coordenadas e vamos consi- derar a matriz P = 0 1√ 2 − 1√ 2 0 1√ 2 1√ 2 1 0 0 . Como detP = 1, então a base B corresponde a uma rotação da base canônica do R3. Além disso, a matriz P é uma matriz ortogonal que diagonaliza A e P tAP = D = 9 0 00 4 0 0 0 2 . (3) Considere o sistema de coordenadas x′y′z′ do R3 no qual o eixo x′ está na direção e no sentido do vetor −→u1 = −→ k (que acaba coincidindo com o eixo z), o eixo y′ está na direção e no sentido do vetor −→u2 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (1, 1, 0)), o eixo z′ está na direção e no sentido do vetor −→u3 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (−1, 1, 0)), que tem a mesma unidade de medida que o sistema xyz e que possui origem no ponto O = (0, 0, 0). 15 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 Nesse sistema coordenado a quádrica não está mais rotacionada. Vamos determinar a equação da quádrica em x′, y′ e z′. Utilizando que X = PX ′, onde X = xy z e X ′ = x′y′ z′ , obtemos X tAX +KX − 19 = 0⇒ (PX ′)tA(PX ′) +KPX ′ − 19 = 0 ⇒ X ′t(P tAP )X ′ + [ 4 √ 2 −4 √ 2 18 ] 0 1√ 2 − 1√ 2 0 1√ 2 1√ 2 1 0 0 x′y′ z′ − 19 = 0 ⇒ X ′tDX ′ + [ 18 0 −8 ] x′y′ z′ − 19 = 0 ⇒ [ x′ y′ z′ ] 9 0 00 4 0 0 0 2 x′y′ z′ + 18x′ − 8z′ − 19 = 0 ⇒ 9x′2 + 4y′2 + 2z′2 + 18x′ − 8z′ − 19 = 0 ⇒ 9[x′2 + 2x′] + 4y′2 + 2[z′2 − 4z′]− 19 = 0 ⇒ 9[(x′ + 1)2 − 1] + 4y′2 + 2[(z′ − 2)2 − 4]− 19 = 0 ⇒ 9(x′ + 1)2 − 9 + 4y′2 + 2(z′ − 2)2 − 8− 19 = 0 ⇒ 9(x′ + 1)2 + 4y′2 + 2(z′ − 2)2 − 36 = 0 ⇒ 9(x′ + 1)2 + 4y′2 + 2(z′ − 2)2 = 36 ⇒ 9(x ′ + 1)2 36 + 4y′2 36 + 2(z′ − 2)2 36 = 36 36 ⇒ (x ′ + 1)2 4 + y′2 9 + (z′ − 2)2 18 = 1 . No sistema de coordenadas x′′y′′z′′ que corresponde à translação do sistema coordenado x′y′z′ com origem no ponto O′′ = (−1, 0, 2) temos x′′ = x′ + 1, y′′ = y′ e z′′ = z′ − 2. A equação da quádrica no sistema x′′y′′z′′ é x′′2 4 + y′′2 9 + z′′2 18 = 1 . Logo, essa quádrica está na posição padrão no sistema coordenado x′′y′′z′′ e essa quádrica é um elipsoide que intersepta os eixos coordenados nos pontos (2, 0, 0), (−2, 0, 0), (0, 3, 0), (0,−3, 0), (0, 0, √ 18) e (0, 0,− √ 18). A interseção desse elipsoide com o plano xy é a elipse x′′2 4 + y′′2 9 = 1, a interseção com o plano yz é a elipse y′′2 9 + z′′2 18 = 1 e a interseção com o plano xz é a elipse x′′2 4 + z′′2 18 = 1. 16 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 O desenho desse elipsoide no sistema coordenado x′′y′′z′′ é: o desenho no sistema coordenados x′y′z′ é: e o desenho no sistema cartesiano xyz é: 17 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 (c) (1) A equação da quádrica pode ser escrita na forma matricial como X tAX+KX−19 = 0, onde X = xy z , A = 0 3 43 0 0 4 0 0 e K = [0 3√50 4√50]. (2) Vamos diagonalizar a matriz A. Temos que AA − λI3 = 0− λ 3 43 0− λ 0 4 0 0− λ =−λ 3 43 −λ 0 4 0 −λ e o polinômio característico da matriz A é p(λ) = det(A− λI3) = −λ3 + 25λ = λ(25− λ2) Logo, p(λ) = 0 se λ = 0 ou se 25 − λ2 = 0 ⇒ λ2 = 25 ⇒ λ = ±5. Concluímos assim que a matriz A possui três autovalores distintos: λ1 = 0, λ2 = 5 e λ3 = −5, todos de multiplicidade algébrica e geométrica 1. Vamos determinar auto-vetores unitários associados a estes auto-valores. . Se λ1 = 0, então A − λ1I3 = A = 0 3 43 0 0 4 0 0 . Vamos resolver o sistema linear homogêneo AX = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é 0 3 4 | 03 0 0 | 0 4 0 0 | 0 . Vamos escaloná-la. 0 3 4 | 03 0 0 | 0 4 0 0 | 0 L1 ↔ L2 3 0 0 | 00 3 4 | 0 4 0 0 | 0 L1 → L1 ÷ 3L2 → L2 ÷ 3 1 0 0 | 00 1 4/3 | 0 4 0 0 | 0 L3 → L3 − 4L1 x1 x2 x3 1 0 0 | 00 1 4/3 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x3 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalonada reduzida é x1 = 0 x2 + 4 3 x3 = 0 0 = 0 ⇒ x1 = 0x2 = −4 3 x3 = − 4 3 α e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = 0−4 3 α α = α 0−4/3 1 , α ∈ R. O vetor −→v1 = (0,−4, 3) = 3(0,−4/3, 1) é um autovetor associado ao autovalor λ1 = 0 e o conjunto {−→v1} é uma base do autoespaço W1 associado à este autovalor. Vamos obter um autovetor unitário −→u1 para este autovalor normalizando o vetor −→v1 : −→u1 = 1 ||−→v1 || −→v1 = 1 ||(0,−4, 3)|| (0,−4, 3) = 1 5 (0,−4, 3) = ( 0,−4 5 , 3 5 ) . . Se λ2 = 5, então A−λ2I3 = A−5I3 = −5 3 43 −5 0 4 0 −5 . Vamos resolver o sistema 18 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 linear homogêneo (A − 5I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é−5 3 4 | 03 −5 0 | 0 4 0 −5 | 0 . Vamos escaloná-la. −5 3 4 | 03 −5 0 | 0 4 0 −5 | 0 L1 → L1 + L3 −1 3 −1 | 03 −5 0 | 0 4 0 −5 | 0 L2 → L2 + 3L1 L3 → L3 + 4L1 −1 3 −1 | 00 4 −3 | 0 0 12 −9 | 0 L1 → −L1L2 → L2 ÷ 4 1 −3 1 | 00 1 −3/4 | 0 0 12 −9 | 0 L1 → L1 + 3L2 L3 → L3 − 12L2 x1 x2 x3 1 0 −5/4 | 00 1 −3/4 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x3 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalonada reduzida obtida é x1 − 5 4 x3 = 0 x2 − 3 4 x3 = 0 0 = 0 ⇒ x1 = 5 4 x3 = 5 4 α x2 = 3 4 x3 = 3 4 α e, portanto, a solução geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = 5 4 α 3 4 α α = α 5/43/4 1 , α ∈ R. O vetor −→v2 = (5, 3, 4) = 4(5/4, 3/4, 1) é um autovetor associado ao autovalor λ2 = 5 e o conjunto {−→v2} é uma base do autoespaço W2 associado à este autovalor. Vamos obter um autovetor unitário −→u2 para este autovalor normalizando o vetor −→v2 : −→u2 = 1 ||−→v2 || −→v2 = 1 ||(5, 3, 4)|| (5, 3, 4) = 1√ 50 (5, 3, 4) = ( 5√ 50 , 3√ 50 , 4√ 50 ) . . Se λ3 = −5, então A − λ3I3 = A + 5I3 = 5 3 43 5 0 4 0 5 . Vamosresolver o sistema linear homogêneo (A + 5I3)X = 0. A matriz aumentada desse sistema linear é5 3 4 | 03 5 0 | 0 4 0 5 | 0 . Vamos escaloná-la. 5 3 4 | 03 5 0 | 0 4 0 5 | 0 L1 → L1 − L3 1 3 −1 | 03 5 0 | 0 4 0 5 | 0 L2 → L2 − 3L1 L3 → L3 − 4L1 1 3 −1 | 00 −4 3 | 0 0 −12 9 | 0 L2 → L2 ÷ (−4) 1 3 −1 | 00 1 −3/4 | 0 0 −12 9 | 0 L1 → L1 − 3L2 L3 → L3 + 12L2 19 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 x1 x2 x3 1 0 5/4 | 00 1 −3/4 | 0 0 0 0 | 0 . Logo, x3 = α ∈ R é variável livre. O sistema linear associado à matriz escalonada reduzida obtida é x1 + 5 4 x3 = 0 x2 − 3 4 x3 = 0 0 = 0 ⇒ x1 = − 5 4 x3 = − 5 4 α x2 = 3 4 x3 = 3 4 α e, portanto, a solu- ção geral do sistema linear homogêneo é X = x1x2 x3 = −5 4 α 3 4 α α = α −5/43/4 1 , α ∈ R. O vetor −→v3 = (−5, 3, 4) = 4(−5/4, 3/4, 1) é um autovetor associado ao autovalor λ3 = −5 e o conjunto {−→v3} é uma base do autoespaçoW3 associado à este autovalor. Vamos obter um autovetor unitário −→u3 para este autovalor normalizando o vetor −→v3 : −→u3 = 1 ||−→v3 || −→v3 = 1 ||(−5, 3, 4)|| (−5, 3, 4) = 1√ 50 (−5, 3, 4) = ( − 5√ 50 , 3√ 50 , 4√ 50 ) . Temos que det −→u1 −→u2 −→u3 = det 0 5√ 50 − 5√ 50 −4 5 3√ 50 3√ 50 3 5 4√ 50 4√ 50 = 1. Logo, vamos con- siderar a base B = {−→u1,−→u2,−→u3} do R3 para de�nir o novo sistema de coordenadas e vamos considerar a matriz P = 0 5√ 50 − 5√ 50 −4 5 3√ 50 3√ 50 3 5 4√ 50 4√ 50 . Como detP = 1, então a base B corresponde a uma rotação da base canônica do R3. Além disso, a matriz P é uma matriz ortogonal que diagonaliza A e P tAP = D = 0 0 00 5 0 0 0 −5 . (3) Considere o sistema de coordenadas x′y′z′ do R3 no qual o eixo x′ está na direção e no sentido do vetor −→u1 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (0,−4, 3)), o eixo y′ está na direção e no sentido do vetor −→u2 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (−5, 3, 4)), o eixo z′ está na direção e no sentido do vetor −→u3 (que é a mesma direção e o mesmo sentido do vetor (5, 3, 4)), que tem a mesma unidade de medida que o sistema xyz e que possui origem no ponto O = (0, 0, 0). Nesse sistema coordenado a quádrica não está mais rotacionada. Vamos determinar a equação da quádrica em x′, y′ e z′, utilizando que X = PX ′, onde X = xy z e X ′ = x′y′ z′ . 20 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 XtAX +KX + 5 = 0⇒ (PX ′)tA(PX ′) +KPX ′ + 5 = 0 ⇒ X ′t(P tAP )X ′ + [ 0 3 √ 50 4 √ 50 ] 0 5√ 50 − 5√ 50 −4 5 3√ 50 3√ 50 3 5 4√ 50 4√ 50 x′y′ z′ + 5 = 0 ⇒ X ′tDX ′ + [ 0 25 25 ] x′y′ z′ + 5 = 0 ⇒ [ x′ y′ z′ ] 0 0 00 5 0 0 0 −5 x′y′ z′ + 25y′ + 25z′ + 5 = 0 ⇒ 5y′2 − 5z′2 + 25y′ + 25z′ + 5 = 0 ⇒ 5[y′2 + 5y′]− 5[z′2 − 5z′] + 5 = 0 ⇒ 5 [( y′ + 5 2 )2 − 25 4 ] − 5 [( z′ − 5 2 )2 − 25 4 ] + 5 = 0 ⇒ 5 ( y′ + 5 2 )2 − 125 4 − 5 ( z′ − 5 2 )2 + 125 4 + 5 = 0 ⇒ 5 ( y′ + 5 2 )2 − 5 ( z′ − 5 2 )2 = −5 ⇒ 5 ( y′ + 52 )2 −5 − 5 ( z′ − 52 )2 −5 = −5 −5 ⇒ − ( y′ + 5 2 )2 + ( z′ − 5 2 )2 = 1 . No sistema de coordenadas x′′y′′z′′ que corresponde à translação do sistema coordenado x′y′z′ com origem no ponto O′′ = ( 0,−5 2 , 5 2 ) temos x′′ = x′, y′′ = y′+ 5 2 e z′′ = z′− 5 2 . A equação da quádrica no sistema x′′y′′z′′ é −y′′2 + z′′2 = 1 . Logo, essa quádrica está na posição padrão no sistema coordenado x′′y′′z′′ e essa quádrica é um cilindro cuja curva geratriz é a hipérbole −y′′2 + z′′2 = 1 e que pode ser obtida tomando todas as retas paralelas ao eixo x′′ que interseptam essa hipérbole. 21 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 16 de novembro de 2020 O desenho desse cilindro no sistema coordenado x′′y′′z′′ é: o desenho no sistema coordenado x′y′z′ é: e o desenho no sistema cartesiano xyz é: 22
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