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Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Sistema de coordenadas polares O sistema de coordenadas polares é um sistema de coordenadas utilizado para descrever os pontos do plano. Nesse sistema, nós tomamos o ponto �xo do plano que coincide com a origem do plano cartesiano (chamado de pólo do plano polar e também denotado por O), tomamos a semi-reta horizontal do plano com ponto inicial no pólo que coincide com o semi-eixo positivo de x (chamada de eixo polar) e utilizamos a mesma unidade de medida do sistema cartesiano tradicional xy. Em coordenadas polares, um ponto P do plano pode ser descrito por um par ordenado de números reais (r, θ). A coordenada r é a distância do ponto P ao pólo, ou seja, r = d(P,O) = ‖ −→ OP‖. Observe que o ponto P se encontra sobre a circunferência de raio r centrada na origem (uma vez que sua distância até a origem é r). A coordenada θ corresponde a um ângulo em radianos pelo qual se rotacionarmos o vetor −→ OA em torno da origem (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista r unidades da origem) obteremos o vetor −→ OP . A coordenada θ é positiva se essa rotação ocorrer no sentido anti-horário e negativa se essa rotação ocorrer no sentido horário. Exemplo 1. Em cada caso, desenhe no plano polar o ponto cujas coordenadas polares são dadas. (a) P = (2, 3π). (b) P = ( 5, 2π 3 ) . (c) P = ( 3,−π 6 ) . (d) P = ( 4, 25π 4 ) . Resolução: (a) O ponto P é o ponto que dista 2 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 2 unidades da origem) por um ângulo de 3π radianos no sentido anti-horário. 1 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (b) O ponto P é o ponto que dista 5 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 5 unidades da origem) por um ângulo de 2π 3 radianos no sentido anti-horário. (c) O ponto P é o ponto que dista 3 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 3 unidades da origem) por um ângulo de π 6 radianos no sentido horário. 2 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (d) O ponto P é o ponto que dista 4 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 4 unidades da origem) por um ângulo de 25π 4 = 6π+ π 4 radianos no sentido anti-horário. É interessante estender o sinal da coordenada r também para os negativos para que todo par ordenado de números reais esteja associado à algum ponto do plano. Para tanto, de�nimos o ponto de coordenadas (−r, θ) como sendo o mesmo ponto correspondente ao par ordenado (r, θ + π) se r > 0. Ou seja, o ponto (−r, θ) é o ponto sobre a circunferência de raio r diametralmente oposto ao ponto (r, θ). Exemplo 2. Em cada caso, desenhe no plano polar o ponto cujas coordenadas polares são dadas. (a) P = (−2, π). (b) P = ( −1, π 2 ) . (c) P = ( −3, π 4 ) . (d) P = ( −5,−π 6 ) . Resolução: 3 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (a) Como P = (2, π + π) = (2, 2π), então o ponto P é o ponto que dista 2 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor−→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 2 unidades da origem) por um ângulo de 2π radianos no sentido anti-horário. (b) Como P = ( 1, π 2 + π ) = ( 1, 3π 2 ) , então o ponto P é o ponto que dista 1 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 1 unidades da origem) por um ângulo de 3π 2 radianos no sentido anti-horário. (c) Como P = ( 3,−5π 4 + π ) = ( 3,−π 4 ) , então o ponto P é o ponto que dista 3 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 3 unidades da origem) por um ângulo de π 4 radianos no sentido horário. 4 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (d) Como P = ( 5,−π 6 + π ) = ( 5, 5π 6 ) , então o ponto P é o ponto que dista 5 unidades da origem e que corresponde ao ponto �nal do representante do vetor −→ OP obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista 5 unidades da origem) por um ângulo de 5π 6 radianos no sentido anti-horário. Podemos pensar nas coordenadas polares (r, θ) de um ponto do plano da seguinte forma: imagine que você está no pólo do sistema de coordenadas polares olhando para o eixo polar. . O ângulo θ representa o quanto temos que girar para chegarmos até o ponto desejado. Se θ é positivo giramos no sentido anti-horário (ou seja, para a esquerda), se θ é negativo giramos no sentido horário (ou seja, para a direita) e se θ = 0 não giramos nada. . A coordenada r representa o quanto temos que andar para frente ou para trás para chegar até o ponto após termos rotacionado pelo ângulo θ. Se r é positivo andamos para frente, se r é negativo andamos para trás e se r = 0 não andamos nada e, portanto, não saímos do pólo. Observe que temos várias formas de chegarmos até um ponto P do plano utilizando este raciocício. Por exemplo, se P = (r, θ), onde r > 0, então para atingirmos o ponto P podemos: . Girar o corpo de um ângulo θ e andar r unidades para frente. Nesse caso, obtemos as coordenadas P = (r, θ). . Girar o corpo de um ângulo θ + π e andar r unidades para trás. Nesse caso, obtemos as coordenadas P = (−r, θ + π). . Girar o corpo de um ângulo θ − 2π e andar r unidades para frente. Nesse caso, obtemos as coordenadas (r, θ − 2π). . Girar o corpo de um ângulo θ + 4π e andar r unidades para frente. Nesse caso, obtemos as coordenadas (r, θ + 4π). . Girar o corpo de um ângulo θ − π e andar r unidades para trás. Nesse caso, obtemos as coordenadas (−r, θ − π). e assim por diante. Concluímos assim que o mesmo ponto pode ser representado de diferentes formas em coordenadas polares como (r, θ), (−r, θ + π), (r, θ − 2π), (r, θ + 4π), (−r, θ − π), etc. 5 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Exemplo 3. O ponto de coordenadas polares P = ( 2, π 6 ) também pode ser escrito em coorde- nadas polares como . P = ( −2, π 6 + π ) = ( −2, 7π 6 ) ; . P = ( 2, π 6 − 2π ) = ( 2,−11π 6 ) ; . P = ( 2, π 6 + 4π ) = ( 2, 25π 6 ) ; . P = ( −2, π 6 − π ) = ( −2,−5π 6 ) . Algumas propriedades importantes envolvendo coordenadas polares são: (1) (r, θ) = (r, θ + 2nπ) para todo n ∈ Z. De fato, se rotacionarmos θ ou θ + 2nπ à partir do sentido do eixo polar, nós vamos parar exatamente na mesma direção e no mesmo sentido: a diferença será você ter dado mais ou menos voltas para chegar nessa posição e ter rotacionado no sentido horário ou anti-horário para chegar nessa posição. Observe que, com isso, podemos concluir que um ponto do plano tem in�nitos pares ordenados de coordenadas polares correspondentes à ele. 6 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (2) Os pares ordenados (0, θ) correspondem ao pólo do sistema coordenado para todo θ ∈ R. De fato, como a distância do ponto (0, θ) para o pólo é zero (pois r = 0), então esse ponto é o próprio pólo. (3) Os pares ordenados (r, nπ) representam pontos sobre o eixo x para todo n ∈ Z. Mudando de coordenadas polares para coordenadas cartesianas Considere a �gura abaixo na qual representamos o sistema de coordenadas cartesianas e o sistema de coordenadas polares no mesmo desenho. Pelo triângulo retângulo da �gura, observamos que se r 6= 0, então cos θ = x r ⇒ x = r cos θ e sen θ = y r ⇒ y = r sen θ. Além disso, se r= 0, então o ponto P corresponde à origem do sistema coordenado e, portanto, x = 0 = 0 · cosθ = r cos θ e y = 0 = 0 · sen θ = r sen θ. Logo, as coordenadas cartesianas (x, y) de um ponto P podem ser escritas em termos das coordenadas polares (r, θ) de P como x = r cos θ e y = r sen θ . Com essas fórmulas consegui- mos encontrar as coordenadas cartesianas de um ponto qualquer quando as suas coordenadas polares são conhecidas. Exemplo 4. Em cada caso, determine as coordenadas cartesianas do ponto P cujas coordena- das polares são dadas. (a) P = ( 4, π 6 ) . (b) P = ( 0, 35π 4 ) . (c) P = (−3, 0). (d) P = (−2, π). (e) P = ( 2, π 2 ) . (f) P = ( 1, 3π 2 ) . (g) P = ( −7, π 6 ) . (h) P = ( −2,−π 3 ) . (i) P = ( 2 √ 2,−3π 4 ) . Resolução: (a) No ponto P = ( 4, π 6 ) temos r = 4 e θ = π 6 . Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = 4 cos π 6 = 4 · √ 3 2 = 2 √ 3 e y = r sen θ = 4 sen π 6 = 4 · 1 2 = 2. Ou seja, P = (2 √ 3, 2) em coordenadas cartesianas. 7 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (b) No ponto P = ( 0, 35π 4 ) temos r = 0 e, portanto, esse ponto corresponde à origem. Ou seja, P = (0, 0) em coordenadas cartesianas. (c) No ponto P = (−3, 0) temos r = −3 e θ = 0. Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = −3 cos 0 = −3 · 1 = −3 e y = r sen θ = −3 sen 0 = −3 · 0 = 0. Ou seja, P = (−3, 0) em coordenadas cartesianas. (d) No ponto P = (−2, π) temos r = −2 e θ = π. Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = −2 cosπ = −2 · (−1) = 2 e y = r sen θ = −2 sen π = −2 · 0 = 0. Ou seja, P = (2, 0) em coordenadas cartesianas. (e) No ponto P = ( 2, π 2 ) temos r = 2 e θ = π 2 . Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = 2 cos π 2 = 2 · 0 = 0 e y = r sen θ = 2 sen π 2 = 2 · 1 = 2. Ou seja, P = (0, 2) em coordenadas cartesianas. (f) No ponto P = ( 1, 3π 2 ) temos r = 1 e θ = 3π 2 . Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = 1 cos 3π 2 = 1 · 0 = 0 e y = r sen θ = 1 sen 3π 2 = 1 · (−1) = −1. Ou seja, P = (0,−1) em coordenadas cartesianas. (g) No ponto P = ( −7, π 6 ) temos r = −7 e θ = π 6 . Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = −7 cos π 6 = −7 · √ 3 2 = −7 √ 3 2 e y = r sen θ = −7 sen π 6 = −7 · 1 2 = −7 2 . Ou seja, P = ( −7 √ 3 2 ,−7 2 ) em coordenadas cartesianas. (h) No ponto P = ( −2,−π 3 ) temos r = −2 e θ = −π 3 . Logo, as coordenadas cartesianas de P são x = r cos θ = −2 cos ( −π 3 ) = −2 · 1 2 = −1 e y = r sen θ = −2 sen ( −π 3 ) = −2 · ( − √ 3 2 ) = √ 3. Ou seja, P = ( −1, √ 3 ) em coordenadas cartesianas. (i) No ponto P = ( 2 √ 2,−3π 4 ) temos r = 2 √ 2 e θ = −3π 4 . Logo, as coordenadas cartesi- anas de P são x = r cos θ = 2 √ 2 cos ( −3π 4 ) = 2 √ 2 · ( − √ 2 2 ) = −2 e y = r sen θ = 2 √ 2 sen ( −3π 4 ) = 2 √ 2 · ( − √ 2 2 ) = −2. Ou seja, P = (−2,−2) em coordenadas carte- sianas. Mudando de coordenadas cartesianas para coordenadas polares Vamos aprender a encontrar coordenadas polares (r, θ) para um ponto quando suas coorde- nadas cartesianas são dadas por P = (x, y). Podemos tomar r = d(P,O) = √ x2 + y2. . Se P = (0, 0), então estamos na origem do plano cartesiano e, portanto, r = 0. Podemos tomar qualquer ângulo θ neste caso para compôr as coordenadas polares de P . 8 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 . Se P 6= (0, 0), então r 6= 0. Nesse caso, como x = r cos θ ⇒ cos θ = x r e y = r sen θ ⇒ sen θ = y r , então podemos utilizar o cosseno e o seno para determinar um ângulo θ referente ao ponto P . Exemplo 5. Em cada caso, determine coordenadas polares para o ponto P cujas coordenadas cartesianas são dadas. (a) P = (1,−1). (b) P = (0, 2). (c) P = ( −4,− 4√ 3 ) . (d) P = ( 5, 5 √ 3 ) . (e) P = ( −3, √ 27 ) . (f) P = (−7, 0). Resolução: (a) No ponto P = (1,−1) temos x = 1 e y = −1. Logo, podemos tomar r = √ x2 + y2 =√ 12 + (−1)2 = √ 2 e podemos tomar um ângulo θ que satisfaça simultaneamente as relações cos θ = x r = 1√ 2 e sen θ = y r = − 1√ 2 . Como o ângulo θ = −π 4 satisfaz essas relações, então uma representação polar para o ponto P seria P = (√ 2,−π 4 ) . (b) No ponto P = (0, 2) temos x = 0 e y = 2. Logo, podemos tomar r = √ x2 + y2 =√ 02 + 22 = 2 e podemos tomar um ângulo θ que satisfaça simultaneamente as relações cos θ = x r = 0 2 = 0 e sen θ = y r = 2 2 = 1. Como o ângulo θ = π 2 satisfaz essas relações, então uma representação polar para o ponto P seria P = ( 2, π 2 ) . (c) No ponto P = ( −4,− 4√ 3 ) temos x = −4 e y = − 4√ 3 . Logo, podemos tomar r = √ x2 + y2 = √ (−4)2 + ( − 4√ 3 )2 = √ 16 + 16 3 = √ 64 3 = 8√ 3 e podemos tomar um ângulo θ que satisfaça simultaneamente as relações cos θ = x r = − 4 8/ √ 3 = −4 · √ 3 8 = − √ 3 2 e sen θ = y r = −4/ √ 3 8/ √ 3 = − 4√ 3 · √ 3 8 = −1 2 . Como o ângulo θ = 7π 6 satisfaz essas relações, então uma representação polar para o ponto P seria P = ( 8√ 3 , 7π 6 ) . (d) No ponto P = ( 5, 5 √ 3 ) temos x = 5 e y = 5 √ 3. Logo, podemos tomar r = √ x2 + y2 =√ 52 + (5 √ 3)2 = √ 100 = 10 e podemos tomar um ângulo θ que satisfaça simultaneamente as relações cos θ = x r = 5 10 = 1 2 e sen θ = y r = 5 √ 3 10 = √ 3 2 . Como o ângulo θ = π 3 satisfaz essas relações, então uma representação polar para o ponto P seria P = ( 10, π 3 ) . (e) No ponto P = ( −3, √ 27 ) temos x = −3 e y = √ 27. Logo, podemos tomar r = √ x2 + y2 =√ (−3)2 + √ 27 2 = √ 36 = 6 e podemos tomar um ângulo θ que satisfaça simultaneamente as relações cos θ = x r = −3 6 = −1 2 e sen θ = y r = √ 27 6 = 3 √ 3 6 = √ 3 2 . Como o 9 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 ângulo θ = 2π 3 satisfaz essas relações, então uma representação polar para o ponto P seria P = ( 6, 2π 3 ) . (f) No ponto P = (−7, 0) temos x = −7 e y = 0. Logo, podemos tomar r = √ x2 + y2 =√ (−7)2 + 02 = 7 e podemos tomar um ângulo θ que satisfaça simultaneamente as relações cos θ = x r = −7 7 = −1 e sen θ = y r = 0 7 = 0. Como o ângulo θ = π satisfaz essas relações, então uma representação polar para o ponto P seria P = (7, π). Curvas em coordenadas polares Chamamos uma equação envolvendo coordenadas polares de equação polar e ela pode ser representada gra�camente pelo conjunto de todos os pontos P do plano que possuem pelo menos uma representão polar (r, θ) satisfazendo a equação (como todo ponto do plano possui in�nitas representações polares, então pode ser que nem todas suas representações satisfaçam a equação e por isso exigimos que haja pelo menos uma dessas representações satisfazendo a equação dada). Exemplo 6. Determine e desenhe a curva descrita pela equação polar dada, onde k é uma constante real. (a) r = k, k 6= 0. (b) r = 0. (c) θ = k. Resolução: (a) Os pontos que possuem alguma representação polar na qual r = k são os pontos que distam exatamente |k| unidades da origem. Portanto, se k 6= 0 esse pontos são os pontos per- tencentes à circunferência de raio |k| centrada na origem. Por exemplo, a equação r = 3 representa a circunferência de raio 3 centrada na origem, a equação r = −7 representa a circunferência de raio 7 centrada na origem, a equação r = 1√ 3 representa a circunferência de raio 1√ 3 centrada na origem, etc. (b) Os pontos que possuem alguma representação polar na qual r = 0 são os pontos que distam exatamente 0 unidades da origem. Como o único ponto que satisfaz isso é o próprio pólo, então essa equação representa um único ponto que é o pólo do plano polar. (c) Os pontos que possuem alguma representação polar na qual θ = k são os pontos que estão sobre a reta obtida ao rotacionar a reta y = 0 (que corresponde ao eixo x) pelo ângulo k em torno da origem. Logo, a equação θ = k representa uma reta do plano. Por exemplo, a equação θ = π 2 representa a reta obtida ao rotacionar a reta y = 0 pelo ângulo de π 2 radianos no sentido anti-horário ao redor daorigem, a equação θ = 2π 3 representa a reta obtida ao rotacionar a reta y = 0 pelo ângulo de 2π 3 radianos no sentido anti-horário ao redor da origem, a equação θ = −π 4 representa a reta obtida ao rotacionar a reta y = 0 pelo ângulo de π 4 radianos no sentido horário ao redor da origem, etc. 10 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Observação 1. Como cos2 θ + sen 2θ = 1, então x2 + y2 = (r cos θ)2 + (r sen θ)2 = r2 cos2 θ + r2 sen 2θ = r2(cos2 θ + sen 2θ) = r2 · 1 = r2. Concluímos assim que r2 = x2 + y2 . Essa fórmula nos ajuda a fazer algumas transições entre coordenadas cartesianas e coordenadas polares de forma mais rápida. Exemplo 7. Em cada caso, determine uma equação polar correspondente à equação cartesiana dada. (a) y = 1√ 3 x. (b) y = −x. (c) x2 + y2 = 9. (d) x2 − y2 = 13y. (e) y = x2. Resolução: (a) Observe que a equação y = 1√ 3 x representa uma reta passando pela origem do sistema cartesiano. Logo, sua equação polar será da forma θ = k, onde k é o ângulo entre essa reta e o eixo polar. Como o coe�cinte angular da reta é a tangente do seu ângulo com o eixo positivo x, então tan k = 1√ 3 e, portanto, k = π 6 . Logo, a equação polar da reta y = 1√ 3 x é θ = π 6 . Observe que também podemos representar essa mesma reta pelas equações polares θ = π 6 + nπ, onde n ∈ Z. Por exemplo, poderíamos utilizar as equações θ = −5π 6 , θ = 7π 6 , etc. (b) Observe que a equação y = −x representa uma reta passando pela origem do sistema cartesiano. Logo, sua equação polar será da forma θ = k, onde k é o ângulo entre essa reta e o eixo polar. Como o coe�cinte angular da reta é a tangente do seu ângulo com o eixo positivo x, então tan k = −1 e, portanto, k = 3π 4 . Logo, a equação polar da reta y = −x é θ = 3π 4 . Observe que também podemos representar essa mesma reta pelas equações polares θ = 3π 4 + nπ, onde n ∈ Z. Por exemplo, poderíamos utilizar as equações θ = −π 4 , θ = 7π 4 , etc. (c) Observe que a equação x2 + y2 = 9 representa uma circunferência de raio 3 centrada na origem do sistema cartesiano. Logo, uma equação polar para essa curva é r = 3. Também podemos representar essa mesma circunferência pela equação r = −3. (d) Utilizando que x = r cos θ e y = r sen θ, temos que x2 − y2 = 13y ⇒ (r cos θ)2 − (r sen θ)2 = 13r sen θ ⇒ r2 cos2 θ − r2 sen 2θ = 13r sen θ ⇒ r2(cos2 θ − sen 2θ) = 13r sen θ ⇒ r2 cos(2θ) = 13r sen θ ⇒ r cos(2θ) = 13 sen θ ⇒ r = 13 sen θ · 1 cos(2θ) ⇒ r = 13 sen θ sec(2θ) . (e) Utilizando que x = r cos θ e y = r sen θ, temos que y = x2 ⇒ r sen θ = (r cos θ)2 ⇒ r sen θ = r2 cos2 θ ⇒ sen θ = r cos2 θ ⇒ r = senθ cos2 θ = sen θ cos θ · 1 cos θ ⇒ r = tan θ sec θ . 11 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Exemplo 8. Em cada caso, determine a equação cartesiana correspondente à equação polar dada e determine a curva descrita pela equação. (a) r = 9 5− 4 sen θ . (b) cosθ = sen θ. (c) cos2θ = sen 2θ. (d) r2(4 cos2 θ−9 sen 2θ) = 1. (e) r = 4 cos θ Resolução: (a) Multiplicando os dois lados da equação r = 9 5− 4 sen θ por 5− 4 sen θ, obtemos r(5− 4 sen θ) = 9⇒ 5r − 4r sen θ = 9. Como y = r sen θ, então essa equação pode ser escrita como 5r − 4y = 9 ⇒ 5r = 9 + 4y. Elevando os dois lados dessa equação ao quadrado e usando que r2 = x2 + y2, obtemos (5r)2 = (9 + 4y)2 ⇒ 25r2 = 81 + 72y + 16y2 ⇒ 25x2 + 25y2 = 81 + 72y + 16y2 ⇒ 25x2 + 9y2 − 72y = 81⇒ 25x2 + 9(y2 − 8y) = 81 ⇒ 25x2 + 9 ( (y − 4)2 − 16 ) = 81⇒ 25x2 + 9(y − 4)2 − 144 = 81 ⇒ 25x2 + 9(y − 4)2 = 225⇒ x 2 9 + (y − 4)2 25 = 1 Logo, essa equação representa a elipse de semi-eixo maior 5, semi-eixo menor 3, centrada no ponto (0, 4) e com semi-eixo maior paralelo ao eixo y. (b) Como cos θ = x r e sen θ = y r se r 6= 0, então cos θ = sen θ ⇒ x r = y r ⇒ x = y . Por outro lado, como o ponto de coordenadas polares ( 0, π 4 ) (que corresponde à origem) satisfaz a equação cos θ = sen θ, então a origem também faz parte dessa curva. Como a origem era o único ponto da reta y = x que faltava, então a curva correspondente à essa equação é a reta y = x. (c) Como cos θ = x r e sen θ = y r se r 6= 0, então cos2θ = sen 2θ ⇒ x 2 r2 = y2 r2 ⇒ y2 = x2 ⇒ y = ±x . Por outro lado, como o ponto de coordenadas polares ( 0, π 4 ) (que corresponde à origem) satisfaz a equação cos2 θ = sen 2θ, então a origem também faz parte dessa curva. Como a origem é o ponto de interseção das retas y = x e y = −x (e era o único ponto das duas retas que faltava), então a curva correspondente à essa equação é o par de retas y = x e y = −x. (d) Como cos θ = x r e sen θ = y r se r 6= 0, então r2(4cos2θ − 9 sen 2θ) = 1⇒ r2 ( 4 x2 r2 − 9y 2 r2 ) = 1⇒ 4x2 − 9y2 = 1⇒ x 2 1/4 − y 2 1/9 = 1 . 12 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Por outro lado, como os pontos no qual r = 0 não satisfazem a equação (pois teríamos r2(4 cos2 θ − 9 sen 2θ) = 1 ⇒ 0(4 cos2 θ − 9 sen 2θ) = 1 ⇒ 0 = 1, o que é impossível), então a origem não faz parte dessa curva. Logo, a curva correspondente à essa equação é a hipérbole com focos no eixo x, vértices ( 1 2 , 0 ) e ( −1 2 , 0 ) , assíntotas y = ±1/3 1/2 x = ±2 3 x e centrada na origem. (e) Como cos θ = x r se r 6= 0, então r = 4 cos θ ⇒ r = 4x r ⇒ r2 = 4x⇒ x2 + y2 = 4x⇒ x2 − 4x+ y2 = 0 ⇒ (x− 2)2 − 4 + y2 = 0⇒ (x− 2)2 + y2 = 4 . Por outro lado, como o ponto de coordenadas polares ( 0, π 2 ) satisfaz a equação, pois 0 = cos π 2 , então a origem faz parte dessa curva. Como a origem faz parte da circunferência de raio 2 centrada no ponto (2, 0) (e era o único ponto da circunferência que faltava), então a curva correspondente à equação dada é a circunferência de raio 2 centrada no ponto (2, 0). Representando gra�camente conjuntos em coordenadas polares Exemplo 9. Esboce a região do plano composta de todos os pontos pertencentes ao conjunto cujas condições nas coordenadas polares r e θ são dadas. (a) { (r, θ) ∈ R2 | r ≥ 2 } . Observe que para um ponto pertencer à esse conjunto é necessário que sua distância até a origem seja maior ou igual a 2. Logo, esse conjunto é composto de todos os pontos da circunferência de raio 2 centrada na origem (que são os pontos onde r = 2) e todos os pontos fora do disco de raio 2 centrado na origem (que são os pontos em que r > 2). (b) { (r, θ) ∈ R2 | 0 ≤ r < 7 } . Observe que para um ponto pertencer à esse conjunto é necessário que sua distância até a origem seja menor do que 7. Logo, esse conjunto é composto de todos os pontos do disco de raio 2 centrado na origem. Como queremos a desigualdade estrita r < 7, então os pontos da circunferência de raio 7 centrada na origem não fazem parte do conjunto (apenas a região do plano cercada por essa circunferência). 13 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (c) { (r, θ) ∈ R2 | 2 ≤ r ≤ 3, π 6 ≤ θ ≤ π 3 } . Os pontos desse conjunto são os pontos que estão entre as circunferências r = 2 e r = 3 e que estão entre as semi-retas obtidas ao rotacionar o eixo polar por um ângulo de π 6 radianos e de π 3 radianos no sentido anti-horário. Nós tomamos apenas essas semi-retas, pois como os valores de r dos pontos desse conjunto são positivos, a coordenada θ desses pontos é o ângulo obtido ao rotacionar o vetor −→ OA (onde A é o ponto sobre o eixo polar que dista r unidades da origem) pelo ângulo θ ao redor da origem. (d) { (r, θ) ∈ R2 | 1 ≤ r ≤ 5, −π 4 ≤ θ ≤ 7π 6 } . Os pontos desse conjunto são os pontos que estão entre as circunferências r = 1 e r = 5 e que estão entre os segmentos de reta obtidos ao rotacionar o eixo polar por um ângulo de π 4 radianos no sentido horário e de 7π 6 radianos no sentido anti-horário. 14 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (e) { (r, θ) ∈ R2 | 3 ≤ r ≤ 4, 0 ≤ θ ≤ 2π } . Os pontos desse conjunto são os pontos que estão entre as circunferências r = 3 e r = 4 (incluindo os pontos dessas circunferências), pois quando θ varia de 0 até 2π todos os pon- tos dessa regiãosão contemplados (uma vez que 2π representa uma volta completa em torno da origem). Podemos pensar nessa região como sendo a região preenchida ao arrastar o segmento de reta que liga os pontos (3, 0) e (4, 0) ao redor da origem. (f) { (r, θ) ∈ R2 | 0 ≤ r ≤ 1, π 4 ≤ θ ≤ 3π 4 } . Os pontos desse conjunto são os pontos que estão dentro da circunferência r = 1 (incluindo os pontos da circunferência) e que estão entre os segmentos de reta obtidos ao rotacionar o eixo polar por um ângulo de π 4 radianos e de 3π 4 radianos no sentido anti-horário. 15 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Coordenadas cilíndricas No sistema de coordenadas cilíndricas, um ponto P do espaço tridimensional é representado pela tripla ordenada (r, θ, z), onde (r, θ) são as coordenadas polares da projeção do ponto P sobre o plano xy e z é a coordenada cartesiana que estamos acostumados. Em outras palavras, utilizamos coordenadas polares no plano cartesiano xy e a coordenada z continua representando o deslocamento vertical do ponto com relação ao plano xy. Podemos obter as coordenadas cartesianas (x, y, z) de um ponto P ∈ R3 à partir das suas coordenadas cilíndricas (r, θ, z) utilizando as fórmulas x = r cos θ , y = r sen θ e z = z . Exemplo 10. Determine as coordenadas cartesianas dos pontos cujas coordenadas cilíndricas são dadas. (a) ( 2, 2π 3 , 1 ) . (b) ( 4,−π 4 ,−2 ) . (c) (3, π, 4). (d) ( 0, 7π 3 , 5 ) . Resolução: (a) No ponto P com coordenadas cilíndricas ( 2, 2π 3 , 1 ) , temos que r = 2, θ = 2π 3 e z = 1. Em coordenadas cartesianas, temos x = r cos θ = 2 cos 2π 3 = 2 · ( −1 2 ) , y = r sen θ = 2 sen 2π 3 = 2 · √ 3 2 = √ 3 e z = 1. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = (−1, √ 3, 1). (b) No ponto P com coordenadas cilíndricas ( 4,−π 4 ,−2 ) , temos que r = 4, θ = −π 4 e z = −2. Em coordenadas cartesianas, temos x = r cos θ = 4 cos ( −π 4 ) = 4 · √ 2 2 = 2 √ 2, y = r sen θ = 4 sen ( −π 4 ) = 4 · ( − √ 2 2 ) = −2 √ 2 e z = −2. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = (2 √ 2,−2 √ 2,−2). (c) No ponto P com coordenadas cilíndricas (3, π, 4), temos que r = 3, θ = π e z = 4. Em coordenadas cartesianas, temos x = r cos θ = 3 cos π = 3 · (−1) = −3, y = r sen θ = 3 sen π = 3 · 0 = 0 e z = 4. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = (−3, 0, 4). (d) No ponto P com coordenadas cilíndricas ( 0, 7π 3 , 5 ) , temos que r = 0, θ = 7π 3 e z = 5. Em coordenadas cartesianas, temos x = r cos θ = 0, y = r sen θ = 0 e z = 5. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = (0, 0, 5). 16 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Para determinar coordenadas cilíndricas para um ponto P cujas coordenadas cartesianas (x, y, z) são conhecidas, podemos tomar r como sendo a distância entre a projeção do ponto P no plano xy e a origem (ou seja, r = d(P ′, O) = ‖ −−→ OP ′‖, onde P ′ = (x, y, 0)) e utilizar que cos θ = x r e sen θ = y r para determinar a coordenada θ se r 6= 0 ou tomar qualquer valor para θ se r = 0. A coordenada z não é alterada. Exemplo 11. Determine coordenadas cilíndricas para os pontos cujas coordenadas cartesianas são dadas e desenhe esses pontos no espaço tridimensional. (a) (2, 2, 1). (b) (0, 4, 7). (c) (−1, 0, 0). (d) (0, 0, 5). (e) ( 3,− √ 3, 2 ) . Resolução: (a) No ponto P com coordenadas cartesianas (2, 2, 1), temos x = 2, y = 2 e z = 1. Vamos tomar r = d(P ′, O) = ‖ −−→ OP ′‖, onde P ′ = (2, 2, 0). Como −−→ OP ′ = (2, 2, 0), então r = ‖ −−→ OP ′‖ = √ 8 = 2 √ 2. Como r 6= 0, vamos utilizar as fórmulas do seno e do cosseno para obter o ângulo θ. Temos que cos θ = x r = 2 2 √ 2 = 1√ 2 e sen θ = y r = 2 2 √ 2 = 1√ 2 . Como o ângulo θ = π 4 satisfaz essas relações, podemos representar o ponto P em coordenadas cilíndricas como P = ( 2 √ 2, π 4 , 1 ) . (b) No ponto P com coordenadas cartesianas (0, 4, 7), temos x = 0, y = 4 e z = 7. Vamos tomar r = d(P ′, O) = ‖ −−→ OP ′‖, onde P ′ = (0, 4, 0). Como −−→ OP ′ = (0, 4, 0), então r = ‖ −−→ OP ′‖ = 4. Como r 6= 0, vamos utilizar as fórmulas do seno e do cosseno para obter o ângulo θ. Temos que cos θ = x r = 0 4 = 0 e sen θ = y r = 4 4 = 1. Como o ângulo θ = π 2 satisfaz essas relações, podemos representar o ponto P em coordenadas cilíndricas como P = ( 4, π 2 , 7 ) . (c) No ponto P com coordenadas cartesianas (−1, 0, 0), temos x = −1, y = 0 e z = 0. Vamos tomar r = d(P ′, O) = ‖ −−→ OP ′‖, onde P ′ = (−1, 0, 0). Como −−→ OP ′ = (−1, 0, 0), então r = ‖ −−→ OP ′‖ = 1. Como r 6= 0, vamos utilizar as fórmulas do seno e do cosseno para obter o ângulo θ. Temos que cos θ = x r = −1 1 = −1 e sen θ = y r = 0 1 = 0. Como o ângulo θ = π satisfaz essas relações, podemos representar o ponto P em coordenadas cilíndricas como P = (1, π, 0). (d) No ponto P com coordenadas cartesianas (0, 0, 5), temos x = 0, y = 0 e z = 5. Vamos tomar r = d(P ′, O) = ‖ −−→ OP ′‖, onde P ′ = (0, 0, 0). Como −−→ OP ′ = (0, 0, 0), então r = ‖ −−→ OP ′‖ = 0. Como r = 0, podemos tomar qualquer valor para θ e, portanto, podemos representar o ponto P em coordenadas cilíndricas como P = (0, 0, 5), P = ( 0, π 4 , 5 ) , etc. (e) No ponto P com coordenadas cartesianas ( 3,− √ 3, 2 ) , temos x = 3, y = − √ 3 e z = 2. Vamos tomar r = d(P ′, O) = ‖ −−→ OP ′‖, onde P ′ = (3,− √ 3, 0). Como −−→ OP ′ = (3,− √ 3, 0), então r = ‖ −−→ OP ′‖ = √ 12 = 2 √ 3. Como r 6= 0, vamos utilizar as fórmulas do seno e do cosseno para obter o ângulo θ. Temos que cos θ = x r = 3 2 √ 3 = √ 3 2 e sen θ = y r = − √ 3 2 √ 3 = −1 2 . Como o ângulo θ = −π 6 satisfaz essas relações, podemos representar o ponto P em coordenadas cilíndricas como P = ( 2 √ 3,−π 6 , 2 ) . 17 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Exemplo 12. Em cada caso, identi�que a �gura geométrica representada pela equação cilín- drica dada, onde k é uma constante real. (a) r = 0. (b) r = k, k 6= 0. (c) θ = k. (d) z = k. Resolução: (a) A equação r = 0 corresponde a todos os pontos cuja projeção no plano xy é a origem (que são os pontos do plano polar que satisfazem r = 0). Logo, os pontos que possuem alguma representação cilíndrica que satisfaz essa equação são os pontos sobre o eixo z (ou seja, os pontos que possuem coordenadas cartesianas (0, 0, z)) e, portanto, a equação r = 0 representa a reta do espaço tridimensional que coincide com o eixo z. (b) Se k 6= 0, então a equação r = k corresponde a todos os pontos cuja projeção no plano xy está sobre a circunferência r = k. Logo, os pontos que possuem alguma representação cilíndrica que satisfaz essa equação são os pontos pertencentes ao cilindro circular de raio |k| com eixo central z. (c) Os pontos que possuem alguma representação cilíndrica na qual θ = k são os pontos cuja projeção sobre o plano xy está sobre a reta θ = k e, portanto, são os pontos sobre o plano que é paralelo ao eixo z e intercepta o plano xy na reta θ = k (podemos pensar nesse plano como o plano obtido ao rotacionar o plano xz por θ radianos ao redor do eixo z). (d) Como a coordenada z representa a mesma coisa em coordenadas cartesianas e em coorde- nadas cilíndricas, então a equação z = k continua representando o plano que possui vetor 18 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 normal (0, 0, 1) = −→ k e que contém o ponto (0, 0, k) (ou seja, o plano que é paralelo ao plano xy e que passa pelo ponto (0, 0, k)). Exemplo 13. Em cada caso, determine a equação cartesiana correspondente à equação cilín- drica dada e identi�que a �gura geométrica representada pela equação. (a) r = 4 cos θ − 6 sen θ. (b) z = −r2. (c) z = 3r cos θ−5r sen θ+2. Resolução: (a) Como cos θ = x r e sen θ = y r , então r = 4 cos θ − 6 sen θ ⇒ r = 4 · x r − 6 · y r ⇒ r2 = 4x− 6y ⇒ x2 + y2 = 4x− 6y ⇒ x2 − 4x+ y2 + 6y = 0 ⇒ (x− 2)2 − 4 + (y + 3)2 − 9 = 0⇒ (x− 2)2 + (y + 3)2 = 13 . e, portanto, essa equação corresponde à um cilindro circular de raio √ 13 que possui como curva geratriz a circunferência de raio √ 13 centradano ponto (2,−3, 0). (b) Como r2 = x2 + y2, então a equação cilíndrica z = −r2 pode ser representada em coorde- nadas cartesianas por z = −(x2 + y2)⇒ z = −x2 − y2 que corresponde a um parabolóide elíptido com vértice na origem e virado para o lado negativo do eixo z. (c) Como r cos θ = x e r sen θ = y, então z = 3r cos θ − 5r sen θ + 2 ⇒ z = 3x − 5y + 2 ⇒ 3x− 5y − z + 2 = 0 que corresponde ao plano que possui vetor normal −→n = (3,−5,−1) e passa pelo ponto (0, 0, 2). Exemplo 14. Em cada caso, determine a equação cilíndrica correspondente à equação carte- siana dada e identi�que a �gura geométrica representada pela equação. (a) x2 + y2 + z2 = 16. (b) z2 = 5x2 + 5y2. (c) z = 4x2 + 4y2. (d) z = 3x2 − 3y2. (e) x2 + y2 = 9. Resolução: (a) Como x2 + y2 = r2, então a equação x2 + y2 + z2 = 16 (que corresponde a uma esfera de raio 4 centrada na origem) pode ser escrita em coordenadas cilíndricas como r2 + z2 = 16. (b) Como x2 + y2 = r2, então a equação z2 = 5x2 + 5y2 = 5(x2 + y2) (que corresponde a um cone com eixo central z com vértice na origem) pode ser escrita em coordenadas cilíndricas como z2 = 5r2. (c) Como x2 + y2 = r2, então a equação z = 4x2 + 4y2 = 4(x2 + y2) (que corresponde a um paraboloide elíptico com eixo central z, vértice na origem e virado para o lado positivo do eixo z) pode ser escrita em coordenadas cilíndricas como z = 4r2. (d) Como x = r cos θ e y = r sen θ, então a equação z = 3x2 − 3y2 (que corresponde a um paraboloide hiperbólico com eixo central z na posição padrão) pode ser escrita em coordenadas cilíndricas como z = 3(r cos θ)2 − 3(r sen θ2) = 3r2 cos2 θ + 3r2 sen 2θ = 3r2(cos2 θ − sen 2θ) = 3r2 cos(2θ), ou seja, por z = 3r2 cos(2θ) . 19 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (e) Como a equação x2 + y2 = 9 corresponde a um cilindro circular de raio 3 com eixo central z, então essa equação pode ser escrita em coordenadas cilíndricas como r = 3. Coordenadas esféricas No sistema de coordenadas esféricas, um ponto P do espaço tridimensional é representado pela tripla ordenada (ρ, θ, φ), onde . ρ = d(P, 0) = || −→ OP || ≥ 0 é a distância entre o ponto P e a origem. . θ é o ângulo pelo qual temos que rotacionar o vetor (x, 0, 0) em torno do eixo z para que esse vetor coincida com o vetor −−→ OP ′, onde P ′ = (x, y, 0). . φ ∈ [0, π] é o ângulo entre o vetor −→ k = (0, 0, 1) e o vetor −→ OP . Suponha que P = (x, y, z) em coordenadas cartesianas. Sejam P ′ = (x, y, 0) a projeção do ponto P no plano xy e X = (x, 0, 0) a projeção do ponto P ′ no eixo x. Utilizando o teorema de Pitágoras no triângulo OP ′X, obtemos que a hipotenusa desse triâ- gulo retângulo é ‖ −−→ OP ′‖ = √ x2 + y2. Analisando o ângulo θ nesse triângulo retângulo obtemos que cos θ = x√ x2 + y2 ⇒ x = √ x2 + y2 cos θ e sen θ = y√ x2 + y2 ⇒ y = √ x2 + y2 sen θ. 20 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Por outro lado, observando que o ângulo do vértice P do triângulo retângulo OPP ′ é igual a φ, obtemos que sen φ = √ x2 + y2 ρ ⇒ √ x2 + y2 = ρ sen φ e cosφ = z ρ ⇒ z = ρ cosφ. Logo, x = √ x2 + y2 cos θ = ρ sen φ cos θ e y = √ x2 + y2 sen θ = ρ sen φ sen θ. Concluímos assim que podemos obter as coordenadas cartesianas (x, y, z) de um ponto P ∈ R3 à partir das suas coordenadas esféricas (ρ, θ, φ) utilizando as fórmulas x = ρ sen φ cos θ , y = ρ sen φ sen θ e z = ρ cosφ . Observe que ρ = d(P,O) = √ x2 + y2 + z2 e, portanto, ρ2 = x2 + y2 + z2 . Essa fórmula é muito útil para fazer algumas transições entre coordenadas cartesianas e coordenadas esféricas. Exemplo 15. Determine as coordenadas cartesianas dos pontos cujas coordenadas esféricas são dadas. (a) ( 3, 2π 3 , 0 ) . (b) ( 1, 2π 3 , π 2 ) . (c) ( 2, π 6 , 2π 3 ) . (d) ( 4, 5π 6 , π 4 ) . Resolução: (a) No ponto P com coordenadas esféricas ( 3, 2π 3 , 0 ) , temos que ρ = 3, θ = 2π 3 e φ = 0. Em coordenadas cartesianas, temos x = ρ sen φ cos θ = 3 sen 0 cos 2π 3 = 3 · 0 · ( −1 2 ) = 0, y = ρ sen φ sen θ = 3 sen 0 sen 2π 3 = 3 · 0 · √ 3 2 = 0 e z = ρ cosφ = 3 cos 0 = 3 · 1 = 3. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = (0, 0, 3). (b) No ponto P com coordenadas esféricas ( 1, 2π 3 , π 2 ) , temos que ρ = 1, θ = 2π 3 e φ = π 2 . Em coordenadas cartesianas, temos x = ρ sen φ cos θ = 1 sen π 2 cos 2π 3 = 1 · 1 · ( −1 2 ) = −1 2 , y = ρ sen φ sen θ = 1 sen π 2 sen 2π 3 = 1 · 1 · √ 3 2 = √ 3 2 e z = ρ cosφ = 1 cos π 2 = 1 · 0 = 0. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = ( −1 2 , √ 3 2 , 0 ) . (c) No ponto P com coordenadas esféricas ( 2, π 6 , 2π 3 ) , temos que ρ = 2, θ = π 6 e φ = 2π 3 . Em coordenadas cartesianas, temos x = ρ sen φ cos θ = 2 sen 2π 3 cos π 6 = 2 · √ 3 2 · √ 3 2 = 3 2 , y = ρ sen φ sen θ = 2 sen 2π 3 sen π 6 = 2· √ 3 2 · 1 2 = √ 3 2 e z = ρ cosφ = 2 cos 2π 3 = 2· 1 2 = 1. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = ( 3 2 , √ 3 2 , 1 ) . (d) No ponto P com coordenadas esféricas ( 4, 5π 6 , π 4 ) , temos que ρ = 4, θ = 5π 6 e φ = π 3 . Em coordenadas cartesianas, temos x = ρ sen φ cos θ = 4 sen π 4 cos 5π 6 = 4 · √ 2 2 · ( − √ 3 2 ) = − √ 6, y = ρ sen φ sen θ = 4 sen π 4 sen 5π 6 = 4 · √ 2 2 · 1 2 = √ 2 e z = ρ cosφ = 4 cos π 4 = 4 · √ 2 2 = 2 √ 2. Ou seja, em coordenadas cartesianas P = ( − √ 6, √ 2, 2 √ 2 ) . 21 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Para determinar coordenadas esféricas para um ponto P cujas coordenadas cartesianas (x, y, z) são conhecidas: . tomamos ρ = d(P,O) = √ x2 + y2 + z2), . para obter θ, utilizamos que cos θ = x√ x2 + y2 e sen θ = y√ x2 + y2 se √ x2 + y2 6= 0 ou tomamos um valor qualquer para θ se √ x2 + y2 = 0, . utilizamos que z = ρ cosφ para obter que cosφ = z ρ e, portanto, φ = arccos ( z ρ ) (como φ ∈ [0, π], então a função arco cosseno está bem de�nida). Exemplo 16. Determine coordenadas esféricas para os pontos cujas coordenadas cartesianas são dadas. (a) ( −3,− √ 3, 0 ) . (b) (0, 1,−1). (c) (√ 3, √ 3, √ 2 ) . Resolução: (a) No ponto P com coordenadas cartesianas ( −3,− √ 3, 0 ) , temos x = −3, y = − √ 3 e z = 0. Temos então que ρ = √ x2 + y2 + z2 = √ (−3)2 + (− √ 3)2 + 02 = √ 12 = 2 √ 3. Como√ x2 + y2 = √ (−3)2 + (− √ 3)2 = √ 12 = 2 √ 3 6= 0, então cos θ = x√ x2 + y2 = − 3 2 √ 3 = − √ 3 2 , sen θ = y√ x2 + y2 = − √ 3 2 √ 3 = −1 2 e, portanto, podemos tomar θ = 7π 6 . Por �m, temos que φ = arccos ( z ρ ) = arccos ( 0 2 √ 3 ) = arccos 0 = π 2 . Logo, podemos representar o ponto P em coordenadas esféricas como P = ( 2 √ 3, 7π 6 , π 2 ) . (b) No ponto P com coordenadas cartesianas (0, 1,−1), temos x = 0, y = 1 e z = −1. Temos então que ρ = √ x2 + y2 + z2 = √ 02 + 12 + (−1)2 = √ 2. Como √ x2 + y2 = √ 02 + 12 = 1 6= 0, então cos θ = x√ x2 + y2 = 0 1 = 0, sen θ = y√ x2 + y2 = 1 1 = 1 e, portanto, podemos tomar θ = π 2 . Por �m, temos que φ = arccos ( z ρ ) = arccos ( − 1√ 2 ) = 3π 4 . Logo, podemos representar o ponto P em coordenadas esféricas como P = (√ 2, π 2 , 3π 4 ) . (c) No ponto P com coordenadas cartesianas (√ 3, √ 3, √ 2 ) , temos x = √ 3, y = √ 3 e z = √ 2. Temos então que ρ = √ x2 + y2 + z2 = √ ( √ 3)2 + ( √ 3)2 + ( √ 2)2 = √ 8 = 2 √ 2. Como √ x2 + y2 = √ ( √ 3)2 + ( √ 3)2 = √ 6 = 6= 0, então cos θ = x√ x2 + y2 = √ 3√ 6 = 1√ 2 , sen θ = y√ x2 + y2 = √ 3√ 6 e, portanto, podemos tomar θ = π 4 . Por �m, temos que φ = arccos ( z ρ ) = arccos ( √ 2 2 √ 2 ) = arccos 1 2 = π 3 . Logo, podemos representar o ponto P em coordenadas esféricas como P = ( 2 √ 2, π 4 , π 3 ) . 22 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 Exemplo 17. Em cada caso, identi�que a �gura geométrica representada pela equação esférica dada, onde k é uma constante real. (a) ρ = 0. (b) ρ = k, k > 0. (c) θ = k. (d) φ = 0. (e) φ = π. (f) φ = π 2 . (g) φ = k, k /∈ { 0, π 2 , π } . Resolução: (a) A equação ρ = 0 corresponde a todos os pontos cujadistância até a origem é zero e, portanto, essa equação representa um único ponto que é a própria origem. (b) Se k 6= 0, então a equação ρ = k corresponde a todos os pontos cuja distância até a origem é k e, portanto, essa equação corresponde à esfera de raio k centrada na origem. (c) Os pontos que possuem alguma representação esférica na qual θ = k são os pontos cuja projeção sobre o plano xy está sobre a semi-reta obtida ao rotacionar o semi-eixo positivo x pelo ângulo k e, portanto, são os pontos sobre um semi-plano que é paralelo ao eixo z (podemos pensar nesse semi-plano como o semi-plano obtido ao rotacionar o semi-plano {(x, 0, z) ∈ R3|x ≥ 0} por θ radianos ao redor do eixo z). (d) Os pontos que possuem coordenada esférica φ = 0 são os pontos P cujo ângulo entre o vetor −→ OP e o vetor −→ k é nulo, e portanto, são os pontos sobre o semi-eixo positivo z. (e) Os pontos que possuem coordenada esférica φ = π 2 são os pontos P cujo ângulo entre o vetor −→ OP e o vetor −→ k é π 2 , e portanto, são os pontos pertencentes ao plano xy. (f) Os pontos que possuem coordenada esférica φ = π são os pontos P cujo ângulo entre o vetor −→ OP e o vetor −→ k é π, e portanto, são os pontos sobre o semi-eixo negativo z. (g) Os pontos que possuem coordenada esférica φ = k são os pontos P cujo ângulo entre o vetor −→ OP e o vetor −→ k é k, e portanto, são os pontos sobre um semi-cone de eixo central z. Se 0 < k < π 2 esse semi-cone engloba o semi-eixo positivo z e ele corresponde à parte do cone que possui ângulo de abertura k que satisfaz z ≥ 0. Se π 2 < k < π, esse semi-cone engloba o semi-eixo negativo z e ele corresponde à parte do cone que possui ângulo de abertura π− k que satisfaz z ≤ 0. Exemplo 18. Em cada caso, determine a equação cartesiana correspondente à equação esférica dada e identi�que a �gura geométrica representada pela equação. (a) ρ = 16 cosφ. (b) ρ = 7. (c) φ = π 6 . (d) φ = 5π 6 . Resolução: (a) Como cosφ = z ρ , então ρ = 16 cosφ⇒ ρ = 16z ρ ⇒ ρ2 = 16z ⇒ x2 + y2 + z2 = 16z ⇒ x2 + y2 + z2 − 16z = 0 ⇒ x2 + y2 + (z − 8)2 − 64 = 0⇒ x2 + y2 + (z − 8)2 = 64 . Logo, essa equação corresponde à esfera de raio 8 centrada no ponto (0, 0, 8). 23 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (b) Como a equação ρ = 7 corresponde a uma esfera de raio 7 centrada na origem, então sua equação em coordenadas cartesianas é x2 + y2 + z2 = 49 . (c) Essa equação representa o semi-cone superior de abertura π 6 . Como cosφ = z ρ , então φ = π 6 ⇒ cosφ = cos π 6 ⇒ z ρ = √ 3 2 ⇒ z = √ 3 2 ρ⇒ z = √ 3 2 √ x2 + y2 + z2 ⇒ z2 = 3 4 (x2 + y2 + z2)⇒ z2 = 3 4 x2 + 3 4 y2 + 3 4 z2 ⇒ 1 4 z2 = 3 4 x2 + 3 4 y2 ⇒ z2 = 3x2 + 3y2. Como θ = π 6 está entre 0 e π 2 , então temos apenas a parte superior do cone de equação z2 = 3x2+3y2, ou seja, a parte com z ≥ 0. Portanto, a equação cartesiana correspondente é z = √ 3x2 + 3y2 . (d) Essa equação representa o semi-cone inferior de abertura π − 5π 6 = π 6 . Como cosφ = z ρ , então φ = 5π 6 ⇒ cosφ = cos 5π 6 ⇒ z ρ = − √ 3 2 ⇒ z = − √ 3 2 ρ⇒ z = − √ 3 2 √ x2 + y2 + z2 ⇒ z2 = 3 4 (x2 + y2 + z2)⇒ z2 = 3 4 x2 + 3 4 y2 + 3 4 z2 ⇒ 1 4 z2 = 3 4 x2 + 3 4 y2 ⇒ z2 = 3x2 + 3y2. Como φ = 5π 6 está entre π 2 e π, então temos apenas a parte inferior do cone de equação z2 = 3x2+3y2, ou seja, a parte com z ≤ 0. Portanto, a equação cartesiana correspondente é z = − √ 3x2 + 3y2 . Exemplo 19. Em cada caso, determine a equação esférica correspondente à equação cartesiana dada e identi�que a �gura geométrica representada pela equação. (a) x2 + y2 + z2 = 16. (b) z = √ x2 + y2. (c) z = − √ x2 + y2. (d) z = 5x2 + 5y2. (e) x2 + y2 = 2. Resolução: (a) Como a equação x2 + y2 + z2 = 16 corresponde a uma esfera de raio 4 centrada na origem, então sua equação em coordenadas esféricas é ρ = 4. (b) Como a equação z = √ x2 + y2 corresponde a parte superior do cone z2 = x2 + y2 de eixo central z, então sua equação em coordenadas esféricas é da forma φ = k e k ∈ ( 0, π 2 ) . Para descobrir o valor de k, vamos determinar o raio da circunferência de interseção desse cone com algum plano paralelo ao plano xy. Por exemplo, a interseção desse cone com o plano z = 2 é a circunferência de equação x2 + y2 = 4 que é a circunferência de raio 2. Logo, tan k = 2 2 = 1 e, portanto, k = π 4 . Ou seja, a equação esférica correspondente é a equação φ = π 4 . 24 Equipe de GAAV do CEFET-MG no ERE Versão de 29 de novembro de 2020 (c) Como a equação z = − √ x2 + y2 corresponde a parte inferior do cone z2 = x2 + y2 de eixo central z, então sua equação em coordenadas esféricas é da forma φ = k e k ∈ (π 2 , π ) . Já sabemos que o ângulo de abertura desse cone é π 4 . Como queremos o semi-cone inferior, então π 4 = π − k ⇒ k − π − π 4 = 3π 4 e, portanto, a equação esférica correspondente é a equação φ = 3π 4 . (d) A equação z = 5x2 + 5y2 (que corresponde a um paraboloide elíptico com eixo central z, vértice na origem e voltado para o lado positivo do eixo z) pode ser escrita em coordenadas esféricas como z = 5x2 + 5y2 ⇒ ρ cosφ = 5(ρ sen φ cos θ)2 + 5(ρ sen φ sen θ)2 ⇒ ρ cosφ = 5ρ2 sen 2φ cos2 θ + 5ρ2 sen 2φ sen 2θ ⇒ ρ cosφ = 5ρ2 sen 2φ(cos2 θ + sen 2θ) ⇒ ρ cosφ = 5ρ2 sen 2φ⇒ cosφ 5 sen 2φ = ρ ⇒ ρ = 1 5 cosφ sen φ 1 sen φ ⇒ ρ = 1 5 cotan φ cossec φ (e) A equação x2 + y2 = 4 (que corresponde a um cilindro circular de raio 2 com eixo central z), pode ser escrita em coordenadas esféricas como x2 + y2 = 9⇒ (ρ sen φ cos θ)2 + (ρ sen φ sen θ)2 = 9 ⇒ ρ2 sen 2φ cos2 θ + ρ2 sen 2φ sen 2θ = 9 ⇒ ρ2 sen 2φ(cos2 θ + sen 2θ)⇒ ρ2 sen 2φ = 9 ⇒ ρ2 = 9 sen 2φ ⇒ ρ2 = 9 cossec2φ Como ρ ≥ 0 e φ ∈ [0, π] ⇒ sen φ ≥ 0 ⇒ cossec φ ≥ 0, então ρ = √ 9 cossec2φ = 3|cossec φ| = 3 cossec φ, ou seja, a equação esférica correspondente é ρ = 3 cossec φ . 25