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Asma - Tratamento da Crise Aguda

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Tratamento da Crise Asmática 
A crise asmática deve ser prontamente identificada, 
sendo que a família deve ser orientada a utilizar 2 a 4 
jatos de um broncodilatador de curta duração 
(salbutamol ou fenoterol) acoplado a um espaçador e 
respirado cada jato por cerca de 10 segundos, podendo 
repetir o tratamento a cada 4 horas, se necessário. O 
corticoide oral pode ser utilizado em casos 
selecionados, onde os medicamentos de escolha são a 
prednisona e a prednisolona na dose de 1 a 2 
mg/kg/dia (dose máxima de 40 mg) por 3 a 5 dias. 
Considera-se como fatores de risco para asma fatal: 
• Histórico de asma grave que requisitou 
entubação/ventilação mecânica. 
• Três ou mais visitas ao serviço de emergência ou 
2 ou mais hospitalizações no ano anterior. 
• Uso recente de corticoide oral. 
• Não uso atual ou uso inadequado de 
corticosteroide inalado. 
• Uso frequente de SABA (> 1 frasco ao mês). 
• Histórico de doenças psiquiátricas ou 
psicossociais. 
• Baixa adesão ao tratamento medicamentoso de 
asma. 
• Alergia alimentar associada à asma. 
A oximetria de pulso pode ser importante para verificar 
a gravidade, onde valores menores que 92% indicam 
um prognóstico ruim e provável necessidade de 
internação. 
Quanto ao tratamento propriamente dito, a primeira 
medida a ser realizada é o oferecimento de oxigênio, 
que pode ser oferecido por cateter nasal (até 2 L/min) 
ou por máscara facial (6 a 8 L). Deve-se procurar 
manter a saturação entre 94 e 98%. 
Os medicamentos de primeira escolha são os 
broncodilatadores de curta duração (SABA), como o 
salbutamol e o fenoterol, acoplados a um espaçador 
com máscara facial ou bocal. Deve-se utilizar 4 a 8 
jatos (100 mcg/jato) a cada 20 minutos por 3 vezes 
na primeira hora do tratamento. O paciente deve 
segurar a respiração por cerca de 10 segundos 
após inspirar o medicamento e antes de expiração. 
Pacientes mais graves podem ser tratados com 
nebulização com os mesmos fármacos em 
concentração de 0,05% na dose de 0,1 a 0,15 
mg/kg/dose, o que equivale a 1 gota para cada 2 a 
3 kg, com dose máxima de 20 gotas. 
Os corticoides inalatórios devem ser prescritos 
diante de uma melhora parcial ao broncodilatador. 
A via preferencial é a oral com o uso de prednisona ou 
prednisolona na dose de 1 a 2 mg/kg/dia por 3 a 5 
dias, com no máximo 40 mg. Não há necessidade de 
redução gradativa da dose. Em casos que a via oral 
esteja impossibilitada, pode-se utilizar a 
metilprednisolona EV 1 mg/kg a cada 6 horas. 
Nos casos graves, associado a SABA, deve-se utilizar o 
brometo de ipratrópio, o qual apresenta efeito 
broncodilatador. Deve ser utilizado na dose de 160 mcg 
(2 jatos de 80) no spray ou de 250 a 500 mcg (20 a 40 
gotas) no nebulizador a cada 20 minutos na primeira 
hora do tratamento. 
Ainda, o sulfato de magnésio também pode ser 
utilizado, principalmente quando não houver melhora 
com o tratamento inicial na primeira hora ou 
quando há risco de vida. A dose recomendada é de 
25 a 75 mg/kg, com dose máxima de 2 g. Deve ser 
administrado por via endovenosa, em dose única, de 
forma lenta (20 minutos) e diluído no soro 
fisiológico. A pressão arterial deve ser monitorada pelo 
risco de hipotensão. 
O uso de antagonista de receptor de leucotrieno, 
como o montelucaste, não apresenta indicação na 
crise aguda. 
São critérios de hospitalização: 
• Crise moderada a grave que não melhorou ou 
melhorou parcialmente ao tratamento agudo. 
• Necessidade de uso de broncodilatador de hora 
em hora após as primeiras 4 a 6 horas de 
atendimento. 
• Necessidade de oxigênio suplementar para 
manter a saturação acima de 94% em ar 
ambiente após o tratamento inicial. 
• Histórico de piora grave da exacerbação. 
• Acesso difícil à assistência médica em caso de 
piora. 
Após a alta do pronto-socorro/internação, é 
recomendado que os pacientes tenham a dose do 
corticoide inalatório aumentada ou iniciada para 
aqueles que não fazem uso ainda.

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