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tumores odontogênicos ➢ AMELOBLASTOMA O ameloblastoma é o tumor odontogênico mais comum. Sua frequência relativa se iguala à frequência combinada de todos os outros tumores odontogênicos, excluindo os odontomas. Os ameloblastomas são tumores de origem no epitélio- odontogênico. Teoricamente, eles podem surgir dos restos da lâmina dentária, de um órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico, ou das células basais da mucosa oral. São tumores de crescimento lento, localmente invasivos, e apresentam um curso benigno. Acomete a mandíbula – corpo e ramo Não há predileção por gênero, acomete igual na terceira e sétima década de vida Assintomático, e a apresentação clinica é um aumento de volume indolor ou expansão dos ossos gnáticos. Se não for tratado, a lesão pode crescer lentamente ate atingir proporções grandes ou grotescas. Dor e parestesia são incomuns, mesmo em tumores grandes A característica radiográfica mais comum é multilocular, mas a unilocular tem a mesma probabilidade de ocorrer – multiloculares são descritas como BOLHA DE SABÃO (quando as loculações radiolúcidas são grandes) ou FAVOS DE MEL (quando as loculações são pequenas) Lesão radiolúcida multilocular – bolha de sabão CARACT. CLÍNICAS Lesão radiolúcida multilocular – FAVOS DE MEL Há geralmente expansão vestibular e lingual das corticais A reabsorção das raízes dos dentes adjacentes ao tumor é comum, sendo mais comum acometer 3º molar inferior ▪ AMELOBLASTOMA SÓLIDO/MULTICÍSTICO: Apresenta padrões microscópicos – 1. Folicular: é o mais comum e reconhecível. Possui ilhas de epitélio que lembram o epitélio do órgão do esmalte em meio a um estroma maduro de tecido conjuntivo fibroso. Os ninhos epiteliais consistem em uma região central de células angulares arranjadas frouxamente, lembrando o reticulo estrelado de um órgão do esmalte. O núcleo dessas células está localizado no polo oposto á membrana basal (polaridade invertida), possui degeneração cística e em outras áreas as céls. Da periferia podem se mostrar cuboides, assemelhando-se a células basais. 2. Plexiforme: consiste em cordões longos e anastomosados ou lençóis maiores de epitélio odontogênico. Os cordões ou lençóis de epitélio são delimitados por células colunares ou cúbicas, circundando as células epiteliais arranjadas frouxamente. O estroma de suporte tende a ser vascular e arranjado de maneira frouxa. Raras formações císticas. 3. Acantomatoso: é aplicado quando ocorre metaplasia escamosa, frequentemente associado á formação de queratina nas regiões centrais das ilhas epiteliais do padrão folicular – essa lesão pode ser confudida com um carcinoma epidermóide ou tumor odontogênico escamoso. 4. Células granulares: podem, as vezes, exibir transformação de grupos de células epiteliais lesionais em células granulares – essas céls. Apresentam citoplasma abundante preenchido por grânulos eosinófilos, cujas caracts. Lembram lisossomos. 5. Desmoplásico: contém pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em um estroma densamente colagenizado, aumento da citocina conhecida como fator de crescimento transformador – B associado a esta lesão, sugerindo que tal citocina possa ser responsável pela desmoplasia. 6. Células basais: é o tipo menos comum, lesões compostas por ninhos de células basaloides uniformes, não há reticulo estrelado na porção central dos ninhos. As células periféricas ao redor dos ninhos tendem a ser cubicas em vez de colunares. Enucleação seguida de curetagem até ressecção em bloco, chances de recidivas em até 15%. ▪ AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO São observados em pacientes mais jovens – idade média 23 anos Acomete mais a mandíbula, usualmente em regiões posteriores Assintomático e pode causar aumento de volume indolor. Radiograficamente apresenta-se como um lesão radiolúcida, unilocular, bem delimitada com expansão/ perfuração da cortical. Diagnóstico diferencial = cisto dentígero 1. Luminal: o tumor esta confinado á superfície luminal do cisto. A lesão consiste em uma parede cística fibrosa com um revestimento composto total ou parcialmente por epitélio ameloblástico. O epitélio apresenta camada basal de céls. Colunares ou cúbicas com núcleo hipercromático, que apresenta polaridade reversa e vacuolização citoplasmática basilar. As células epiteliais sobreajacentes estão frouxamente coesas e lembram o reticulo estrelado. 2. Intraluminal: um ou mais nódulos de ameloblastomas se projetam do revestimento cístico em direção ao lúmen do cisto. Esses nódulos TRATAMENTO podem ser relativamente pequenos ou preencher em grande parte o lúmen cístico. 3. Mural: a parede fibrosa do cisto esta infiltrada por ameloblastoma típico folicular ou plexiforme. A extensão e profundidade da infiltração por ameloblastoma podem variar consideravelmente. Pior prognóstico. Enucleação e curetagem da lesão, ressecção local da área indicada, 10 a 20% foram as taxas de recidivas. ➢ TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE (TOA) Apesar de haver evidências de que as células tumorais são derivadas do epitélio do órgão do esmalte, do epitélio reduzido do esmalte, e dos restos de Malassez, os pesquisadores também sugerem que a lesão surja dos remanescentes da lâmina dentária associados a cordões gubernacular. Limitados a pacientes jovens 10-19 anos, sendo incomum em pacientes com mais de 30 anos. Ocorre nas regiões anteriores dos ossos gnáticos, sendo encontrado 2 vezes mais na maxila do que na mandíbula. Acomete mais mulheres TRATAMENTO CARACT. CLINICAS São pequenos, costumam aparecer como pequenos aumentos de volume sésseis na gengiva vestibular da maxila. Assintomáticos, lesões maiores causam expansão indolor do osso. Aparece como lesão radiolúcida circunscrita, unilocular, que envolve a coroa de um dente não erupcionado, sendo mais usual o canino. A imagem radiolúcida associada ao tipo folicular do tumor odontogênico adenomatoide às vezes se estende apicalmente ao longo da raiz, passando da junção amelocementária. Essa característica pode ser útil para distinção do cisto dentígero. Com menos frequência ele pode se apresentar como uma lesão radiolúcida unilocular bem definida que não esta relacionado a um dente não erupcionado, mas, em vez disso, localiza-se entre raízes de um dente erupcionado (tipo EXTRAFOLICULAR) A lesão pode se mostrar completamente radiolúcida; contudo ela tem calcificações delicadas (FLOCOS DE NEVE) Lesão bem definida que esta envolvida por uma espessa cápsula fibrosa. Quando a lesão é seccionada, a região central do tumor pode ser solida ou pode mostrar vários graus de alteração cística O tumor é composto por células epiteliais fusiformes que formam lençóis, cordões ou aumentos de volume espiralados de células em um estroma fibroso escasso. As células epiteliais podem formar estruturas semelhantes a rosetas ao redor de um espaço central que pode estar vazio ou conter pequenas quantidades de material eosinofílico. As estruturas tubulares ou ductiformes, que são o aspecto característico do tumor odontogênico adenomatoide, podem ser proeminentes, escassas ou até mesmo ausentes em uma determinada lesão. Elas consistem em um espaço central delimitado por uma camada de células epiteliais colunares ou cúbicas. Os núcleos dessas células tendem a ser polarizados em direção oposta ao espaço central. Pequenos focos de calcificação também podem estar dispersos por todo o tumor. O tumor odontogênico adenomatoide é benigno por completo; devido à presença de sua cápsula, ele pode ser facilmente enucleado do osso. O comportamento agressivo não foi documentado e a recidiva após enucleação, se ocorrer, é muito rara. ➢ ODONTOMA São os tipos mais comuns de tumores odontogênicos. Os odontomas são considerados como distúrbiosde desenvolvimento (hamartomas), em vez de neoplasias verdadeiras. Quando totalmente desenvolvidos, os odontomas consistem principalmente em esmalte e dentina, com quantidades variáveis de polpa e CARACT. HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO cemento. Nos estágios iniciais do desenvolvimento, estão presentes quantidades variáveis de epitélio odontogênico em proliferação e mesênquima. Os odontomas são ainda subdivididos em tipo composto e tipo complexo. O odontoma composto é formado por múltiplas estruturas pequenas, semelhantes a dentes. O odontoma complexo consiste em uma massa amorfa de esmalte e dentina, que não exibe qualquer semelhança anatômica com um dente. Detectado durante as primeiras décadas de vida e a idade média no momento do diagnóstico é de 14 anos. Assintomático, lesões pequenas – mas podem ser observados alguns odontomas de até 6cm, e esses podem levar a expansão dos ossos gnáticos. Mais comum na maxila – composto é mais comum em região anterior de maxila; e complexo região de molares de qualquer um dos ossos gnáticos. Pode se desenvolver completo dentro dos tecidos moles gengivais. Radiograficamente, o odontoma composto aparece como uma coleção de estruturas semelhantes a dentes de variados tamanhos e formas, cercados por uma delgada zona radiolúcida. O odontoma complexo aparece como uma massa calcificada com a radiodensidade da estrutura dentaria, que também esta cercada por uma delgada margem radiolúcid.a. Um dente não erupcionado em geral se mostra associado ao odontoma, evitando a erupção desse dente. Alguns odontomas pequenos podem estar presentes entre as raízes de um dente erupcionado e não estão associados a alterações na erupção. Odontoma composto CARACT. CLÍNICAS Odontoma complexo ODONTOMA COMPOSTO ODONTOMA COMPLEXO Consiste em múltiplas estruturas lembrando pequenos dentes unirradiculares, contidos em uma matriz fibrosa frouxa Consistem, em grande parte, de dentina tubular madura. Essa dentina envolve fendas ou estruturas ocas circulares que costumam conter o esmalte maduro que foi removido durante a descalcificação As estruturas representadas por esmalte maduro das estruturas semelhantes a dente se perdem durante a descalcificação, mas quantidades variáveis de matriz de esmalte estão em geral presentes Os espaços podem conter quantidades pequenas de matriz de esmalte ou esmalte imaturo. O tecido pulpar pode ser observado na porção coronal e radicular das estruturas semelhantes a dentes. Pequenas ilhas de células fantasmas epiteliais eosinofilicas existem em cerca de 20% dos odontomas complexos Em pacientes que apresentam odontoma em desenvolvimento, há estruturas que lembram germes dentários Podem representar remanescentes do epitélio odontogênico que sofreu queratinização e morte célular durante a anoxia local. Há uma delgada camada de cemento na periferia do aumento de volume. Excisão local simples. ➢ MIXOMA Acomete adultos e jovens – 25 a 30 anos mas pode ocorrer em grupo com ampla faixa etária. Não há predileção por gênero CARACT. HISTOPATOLOGICAS TRATAMENTO CARACT. CLINICAS Pode ser encontrado em qualquer região dos ossos gnáticos, e a mandíbula é a mais acometida Lesões pequenas podem ser assintomáticas e lesões maiores causam expansão indolor do osso envolvido. Em alguns casos, o crescimento pode ser rápido. Radiograficamente, se apresenta uma lesão radiolúcida uni ou multilocular que pode deslocar ou causar a reabsorção dos dentes na região do tumor. As margens da lesão são em geral irregulares e festonadas. A imagem radiolúcida pode conter trabéculas delgadas que se arranjam em ângulos retos – RAQUETE DE TÊNIS E grandes mixomas podem se apresentar em BOLHAS DE SABÃO que é indistinguível com o ameloblastoma. aspecto raquete de tênis. Na cirurgia ou no exame macroscópico do espécime, a estrutura gelatinosa e frouxa é presente no mixoma. Microscopicamente, é composto por células casualmente arranjadas em formato estrelário, fusiforme ou arredondado, em um estroma abundante, frouxo e mixoide, que contem algumas ibras colágenas. Em alguns pacientes, o tumor pode apresentar uma tendencia maior a formação de fibras colágenas; tais lesões são designadas como fibromixomas ou mixofibromas. Tecido conjuntivo frouxo e mixomatoso, fibroblastos benignos + miofibroblastos e presença de trabéculas residuais. Pequenos mixomas são tratados com curetagem, para maiores lesões, ressecções mais extensas, uma vez que mixomas não são encapsulados e tendem a infiltrar o osso adjacente. CARACT. HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO
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